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Hipertensão: Prevenção e Tratamento

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Hipertensão
Sobre a Doença
O que mais mata no mundo hoje em dia são as doenças cardiovasculares (1º doença cardíaca isquêmica e 2º acidente vascular encefálico, ambos os problemas são advindos de causas crônicas não controladas, agravos que muitas vezes não conseguimos manter o acompanhamento correto no campo da AB e acaba advindo agravos que levam ao desenvolvimento dessas causas de óbito).
As taxas de sobrepeso e obesidade vem crescendo muito em todo o mundo, e como isso afeta a forma das pessoas adoecerem.
Assim como a Diabetes Mellitus, a doença exige mudança de hábitos de vida como parte do tratamento. O fato de ser uma doença crônica, gera certo estigma ao paciente, quando se vê dependente de um tratamento que não o levará à cura, mas ao controle da patologia. Podemos perceber que a diabetes gera um estigma maior até que a hipertensão. Então o fato de não ter a cura e o paciente se enxergar com aquele diagnostico para o resto da vida, normalmente traz algumas questões que implicam na adesão do regime medicamentoso.
A prevalência de ambas as patologias aumentaram de acordo com o aumento da expectativa de vida da população.
Possuem etiologias múltiplas que podem envolver fatores genéticos, fisiológicos e fatores ligados a hábitos de vida. Não tem um agente etiológico único. Tornando a doença ainda mais complexa na sua abordagem, no ponto de vista da prevenção e do tratamento.
Diagnóstico de hipertensão arterial é um diagnóstico médico, o enfermeiro faz o acompanhamento desse paciente. Porque todo diagnóstico precisa instituir um tratamento, e esses medicamentos de hipertensão são mais complicados, tem várias classes e possuem várias contraindicações. E na maioria dos casos precisa associar duas classes medicamentosas.
Alguns municípios tem protocolos de renovação de receita, no caso o enfermeiro podendo fazer a manutenção do tratamento já instituído, de alguns pacientes. E ai com a nossa receita o paciente consegue pegar o medicamento nas farmácias municipais.
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial. Associa-se, frequentemente, às alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e às alterações metabólicas, com aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais. (Brasil, 2013)
“A hipertensão arterial (HA) é uma doença crônica não transmissível (DCNT) definida por níveis pressóricos, em que os benefícios do tratamento (não medicamentoso e/ ou medicamentoso) superam os riscos. Trata-se de uma condição multifatorial [...] caracterizada por elevação persistente da pressão arterial (PA), ou seja, PA sistólica (PAS) maior ou igual a 140 mmHg e/ou PA diastólica (PAD) maior ou igual a 90 mmHg (PA maior ou igual a 140x90 mmHg quando monitorada em consultório e 130x80 mmHg se monitoramento domiciliar), medida com a técnica correta, em pelo menos duas ocasiões diferentes, na ausência de medicação anti-hipertensiva.” (Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2020)
Não basta que a pessoa tenha apenas um pico hipertensivo na vida, para que seja considerado hipertenso. Tem que ser algo sustentado, persistente, quando mantem níveis elevados de PA por um período.
A consulta de enfermagem será feita com pacientes em risco de desenvolver hipertensão, com pré-hipertensão. E com isso precisamos ficar de olho nesses pacientes e uma fez identificado ou suspeitando da hipertensão deverá ser feito o encaminhamento médico para instituir o tratamento medicamentoso. E acompanhamos os que já possuem visando prevenir os agravos da doença.
Por que é difícil controlar a HAS?
Para controlar a doença é necessário consultas periódicas, exames de rotina – as vezes por conta da rotina do dia a dia e de trabalho os pacientes tem dificuldades para ir, gerenciamento do estresse, mudança de hábitos e alimentação e adesão ao tratamento – na hipertensão é um pouco mais complicada pois não basta apenas a medicação, precisa de todos esses fatores já discutidos, gerenciamento de estresse, alimentação, exercícios. No tratamento da hipertensão, muito além do manejo terapêutico deve ter mudança nos hábitos de vida pois é fundamental.
O profissional de saúde não pode tratar isso como se fosse algo muito fácil, porque depende de uma série de fatores, inclusive rede de apoio e colaboração da família. Deve-se sempre adequar ou se colocar no lugar do outro, estabelecendo metas que sejam alcançáveis para a rotina daquele indivíduo.
São doenças que demandam de muitos recursos para o sistema, em vários níveis do sistema desde a atenção básica até a atenção hospitalar. 
Classificação do Manual do Ministério da Saúde, 2013. O limítrofe não é mais chamado dessa forma, e sim pré-hipertensão.
Essa é a versão da Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, 2020.
Cada indivíduo também possui um limite normal de pressão, o ótimo é estar abaixo de 120x80mmHg. Mas os níveis de hipotensão são muito individuais.
MAPA: MAPA é o método que permite o registro indireto e intermitente da PA durante 24 horas, ou mais, enquanto o paciente realiza suas atividades habituais na vigília e durante o sono. Exame que também é feito pelo SUS, um aparelho automático que afere a pressão, tem memória, ele afere e registra as informações ao longo do dia. Conseguindo identificar os picos e os momentos onde essa pressão arterial pode oscilar mais ou menos.
AMPA: A automedida da PA (AMPA), realizada com equipamento automático do próprio paciente, que não obedece a nenhum protocolo preestabelecido. As medidas são realizadas aleatoriamente e feitas por decisão do próprio paciente ou até a pedido médico.
MRPA: A MRPA – monitoramento residencial de pressão arterial, é o método destinado a fazer os registros da PA por longo período de tempo, fora do ambiente do consultório. Deve ser feita por indivíduo treinado para tal (o paciente ou qualquer outra pessoa), com equipamento validado, calibrado e provido de memória.
Sobre a pré-hipertensão
Os indivíduos não se encontram em estado normal, mas também não são hipertensos ainda. Indivíduos com PAS entre 130 e 139 e PAD entre 85 e 89 mmHg passam a ser considerados pré-hipertensos, pois esta população apresenta consistentemente maior risco de desenvolver doença CV - cardiovascular, doença arterial coronária e acidente vascular encefálico do que a população com níveis entre 120 e 129 ou 80 e 84 mmHg.
Fazer com essa população consultas de enfermagem com mais frequência, ações de educação em saúde voltada para elas para tentar adiar ao máximo que ele migre de pré-hipertenso para hipertenso, algo que fatalmente acontecerá em algum momento da vida, mas quanto mais conseguir postergar será melhor.
Eu compreendo o que a HAS pode causar, mas como é que eu explico isso?
Deve lembrar que ela pode trazer complicações nos órgãos-alvo, podendo ter acometimento no cérebro (causando acidente vascular encefálico (AVE) isquêmico (AVEI) ou hemorrágico (AVEH), demência), no coração (doença arterial coronária (DAC), insuficiência cardíaca (IC), fibrilação atrial (FA) e morte súbita) e nos rins (DRC – doença renal crônica que pode evoluir para necessidade de terapia dialítica; e sistema arterial: doença arterial obstrutiva periférica (DAOP). Uma série de locais que podem ser atingidos.
Associação da HAS e doenças cardiovasculares 
O endotélio é a parte mais intima do lúmen vascular, que fica em contato direto com a corrente sanguínea, tem a túnica média que é a parte mais espessa da artéria.
O aumento sustentado da PA é um gatilho para o desenvolvimento da hipertrofia da camada média da parede arterial, por promover alterações quantitativas e qualitativas de seus componentes (elastina, colágeno e células musculares lisas) que levam a adaptações mecânicas – que deixam a artéria com o tônus muscular mais rígido, perdendo a sua complacência, a capacidade de expandir e acaba levando ao aumento da chance do indivíduo desenvolver hipertensão arterial sistêmica, que é um processo que ao longoda vida é fisiologicamente até esperado.
A instalação de um estado inflamatório crônico em pacientes com HA, pelo aumento na produção de citocinas pró-inflamatórias (como moléculas de adesão leucocitária, endotelina-1, angiotensina II), reduz a expressão da sintase endotelial- que produz Oxido Nítrico (NO) – que é responsável pela maior turgência desse vaso, enquanto o aumento do estresse oxidativo acelera a degradação do NO. 
A baixa disponibilidade local de NO aumenta o tono do músculo liso vascular – deixa a parede mais rígida, induz a proliferação de células musculares lisas da camada média e aumenta a permeabilidade do endotélio. Isso facilita a passagem das lipoproteínas de baixa densidade (LDL-c), por isso é o colesterol mais perigoso, para o espaço subendotelial, que parece ser o evento inicial no desenvolvimento da aterosclerose. Com o endotélio mais propicio a adesão dessas moléculas, ele vai fixando na parede do vaso e vai fazer com que o vaso entre em um estado inflamatório. As células lesadas emitem sinais, os monócitos migram pra lá virando fagócito quando entra em contato com a molécula de colesterol oxidada, formando as células esponjosas (fagócitos cheio de colesterol) é o que leva a aterosclerose.
As células esponjosas viraram a placa de gordura que fica aderida ali na parede do vaso, e vai cada vez mais ocluindo a passagem de sangue. O perigo é que em algum momento a camada mais espessa pode se romper, muitas vezes ela se rompe e o processo de coagulação dá conta de fechar onde rompeu, sem que muito tecido adiposo migre para a corrente sanguínea, e ai fica tudo bem. Mas muitas vezes o próprio processo de coagulação faz com que as placas de coagulo que se formem ali sejam muito maiores, sendo suficiente para ocluir o vaso, ou os coágulos podem não só ocluir a passagem mas se desprender, entrar na corrente sanguínea e ir parar em qualquer lugar e dependendo do calibre do vaso pode obstruir e dependendo do vaso pode ter um problema de maior ou menor proporção. 
O coágulo ou o próprio tecido gorduroso podem ocluir a passagem sanguínea, mas normalmente é o coagulo. Pois quando a matriz lipídica entra em contato com o sangue, logo dispara as cascatas bioquímicas que ativam a coagulação. Tentando fazer com que toda essa matriz lipídica não saia. Os coágulos se formam no sentido de fechar e impedir que os lipídios se expandem. E as vezes nesse processo partes desse coagulo se soltam e ai pode levar a diversas questões, inclusive infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico, dependendo pra onde esses coágulos vão migrar.
Quais são as medidas não farmacológicas mais recomendadas?
Medidas não farmacológicas de redução de níveis pressóricos cientificamente comprovadas
-Manter IMC entre 18,5 e 24,9 em menores de 60 anos e inferior a 27 para maiores de 60 anos 
-Alimentação rica em verduras e vegetais
-Atividade física
-Moderação no consumo de álcool
-Cessar tabagismo
-Reduzir o estresse (atividades que reduzam esse estresse)
Quais são os fatores de risco para HAS? E por que eu tenho que saber isso?
Genética, idade (com relação ao processo de enrijecimento progressivo e da perda de complacência das grandes artérias – quando atinge uma certa idade é fisiologicamente mais comum, “esperado”), sexo (Mais prevalente nas mulheres que em homens, após os 60 anos de idade. “Na sexta década de vida, a PA entre as mulheres costuma ser mais elevada e a prevalência de HA, maior. Em ambos os sexos, a frequência de HA aumenta com a idade, alcançando 61,5% e 68,0% na faixa etária de 65 anos ou mais, em homens e mulheres, respectivamente.”) etnia (há controversas na literatura, no manual de AB do MS diz que há na população negra uma maior prevalência da HAS e a probabilidade maior da hipertensão ser mais grave e difícil de controlar. Porém “Dados do Vigitel 2018 mostraram que, em nosso país, não houve uma diferença significativa entre negros e brancos no que diz respeito à prevalência de HA (24,9% versus 24,2%)” em relação a tratamento medicamentoso tem diferença, pois a população negra reage melhor no uso de diuréticos e bloqueadores de cálcio) e sobrepeso/obesidade (Parece haver uma relação direta, contínua e quase linear entre o excesso de peso e os níveis de PA).
Apesar de décadas de evidências inequívocas de que a circunferência de cintura/abdominal (CC) fornece informações independentes e aditivas ao índice de massa corpórea (IMC) para predizer morbidade e risco de morte, tal medida não é rotineiramente realizada na prática clínica. Essa relação da medida, vários estudos mostram que ela dialoga com o risco da pessoa desenvolver doenças cardiovasculares. Recomenda-se que os profissionais de saúde sejam treinados para realizar adequadamente essa simples medida e considerá-la como um importante “sinal vital” na prática clínica.
O local certo para a medida, costuma-se dizer que é na altura do umbigo, porque facilita. Mas é na linha média entre a linha anterior da crista ilíaca e o final do rebordo intercostal.
O que o sódio tem a ver nessa história?
Cabe destacar, ainda, que o consumo excessivo de sódio é um dos principais fatores de risco modificáveis para a prevenção e o controle da HA e das DCV e que, em 2013, US$ 102 milhões dos gastos do SUS com hospitalizações foram atribuíveis ao consumo excessivo de sódio.
Consumo recomendado: 2g de sódio/dia.
Alimentos ricos em sódio
-Pão- Duas fatias de pão de fôrma (ou 50 g) têm 234 mg de sódio.
-Tempero pronto- Um colher de chá de tempero pronto para arroz, por exemplo, tem cerca de 1.645 mg.
-Macarrão Instantâneo- O famoso miojo ou Cup Noodles tem cerca de 70% do sódio que você deveria comer em todas as refeições do dia.
-Comida pronta congelada- apenas metade da lasanha congelada à bolonhesa tem cerca de 1.700 mg de sódio, ou seja, quase o recomendado por dia.
-Carne processada- Apenas 3 fatias de um presunto cozido tem 412 mg de sódio.
É preciso:
-Ficar atento aos rótulos e tabelas nutricionais dos alimentos.
-Aumentar a ingestão de alimentos ricos em potássio. Pois ajuda muito a reduzir o teor de sódio no organismo, e consequentemente a redução dos níveis pressóricos.
“A alta ingestão de potássio está associada com níveis reduzidos de pressão arterial. Estudos têm demonstrado que a excreção de potássio na urina representa a quantidade de potássio ingerido na dieta, podendo ser um marcador da efetividade da terapia anti-hipertensiva e de desfechos cerebrovasculares. [...] estudos clínicos têm revelado que dietoterapia baseada em frutas, verduras e legumes ricos em potássio podem reduzir a pressão arterial, quando associada à redução de sódio na dieta” (Fonseca, Zamith e Machado, 2015).
“[...] o efeito da suplementação de potássio parece ser maior naqueles com ingestão elevada de sódio e entre os indivíduos da raça negra. A ingestão média de sal no Brasil é de 9,3 g/dia (9,63 g/dia para homens e 9,08 g/dia para mulheres), enquanto a de potássio é de 2,7 g/dia para homens e 2,1 g/dia para mulheres.”
“O efeito redutor na PA com a restrição de sódio é maior em negros, idosos, diabéticos, naqueles que apresentam síndrome metabólica (SM) e na DRC”. (Barroso et al., 2020- Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial).
Consulta de Enfermagem
Segundo o Ministério da Saúde... “Sugere-se que as UBS ofereçam consulta de enfermagem para orientação de MEV (Mudança no Estilo de Vida) e que essas sejam iniciadas no nível pressórico PA limítrofe – pré hipertenso, pois se existirem fatores de risco associados, como diabetes mellitus e obesidade, o risco de apresentar hipertensão no futuro é altíssimo.” Então quanto mais precocemente conseguimos intervir melhor será.
É essencial na coleta de dados no histórico de enfermagem, levantar informações acerca: (1ª etapa)
- Do histórico familiar de HAS, DM, cardiopatias, dislipidemia (desregulação no nível de colesterol, HDL, LDL), problemas vasculares, obesidade.
- Dos hábitos de vida, tais como: sedentarismo, etilismo, tabagismo.
- Da rotina familiar.
- Da presença ou ausência da rede de apoio.
- Da rotina laborale presença de fatores de risco ocupacionais e estresse.
- Do potencial para o autocuidado identificando déficit e intervindo quando necessário (o que ele é capaz de mudar e aquilo que ele não conseguirá sozinho, não está ligado apenas a vontade dele).
- Do conhecimento pré-existente sobre a patologia vivenciada, desmistificando o processo de adoecimento vivendo no desenvolvimento de doença crônica.
Diagnóstico de Enfermagem (2ª etapa)
Exemplos da CIPE – nomenclaturas para padronizar os problemas de enfermagem que podem ser identificados:
-Intolerância à atividade (definição: falta de capacidade ou energia para completar atividades)
-Isolamento Social
-Abuso de Álcool/alcoolismo
-Dor vascular (definição: sensação de dor originada no sistema vascular, como resultado de dilatação vascular ou insuficiência vascular; pode ser descrita como dor latejante ou compressiva)
-Baixo conhecimento sobre a doença
-Ingestão de alimentos excessiva/ou deficitária
-Sistema cardiovascular prejudicado
-Risco de função cardíaca prejudicada
-Não adesão ao regime medicamentoso
A enfermagem vai lidar com a resposta dos indivíduos as condições patológicas, podendo ter interferência com prescrição medicamentosa quando existe protocolo para isso, ou quando não tem se utiliza de outros planejamentos e prescrições de enfermagem que não necessariamente é a intervenção medicamentosa.
O planejamento da assistência em Enfermagem deverá incluir os seguintes elementos (3ª etapa):
-Identificação de rede de apoio (faz muita diferença na efetividade do processo de cuidado);
-Potencial para o autocuidado – se tem condição de aplicar no dia a dia as orientações;
-Criação de vinculo – pois traz clareza em relação ao diagnóstico de enfermagem;
-Identificação dos potenciais limitantes para o tratamento (ex. anafalbetismo e não consegue ler a receita e tomar os medicamentos na hora correta);
-Estratégias de adesão ao tratamento.
Implementação (4ª etapa)
Principais mensagens para a prescrição de enfermagem, no geral:
-Os indivíduos hipertensos devem ser avaliados quanto ao habito de fumar, e deve ser buscada a cessação do tabagismo, se necessário com o uso de medicamentos – nicotina para fazer o desmame de forma mais lenta, pelo aumento do risco de CV.
-A dieta do tipo DASH e semelhantes – aumento no consumo de frutas, hortaliças, laticínios com baixo teor de gordura e cereais integrais, além de consumo moderado de oleaginosas e redução no consumo de gorduras, doces e bebidas com açúcar e carnes vermelhas – deve ser prescrita. Já foi comprovado que é um tipo de dieta que colabora muito com a redução dos níveis pressóricos dos pacientes hipertensos.
-O consumo de sódio deve ser restrito a 2g/dia, com substituição de cloreto de sódio por cloreto de potássio, se não existirem restrições.
-O peso corporal deve ser controlado para a manutenção de IMC menor que 25 kg/m2.
-Realizar, pelo menos, 150 minutos por semana de atividade física moderada. Deve ser estimulada ainda a redução do comportamento sedentário, levantando-se por 5 minutos a cada 30 minutos sentado.
Exemplo de Intervenções da CIPE:
-Encaminhar para nutricionista
-Gerenciar regime dietético
-Facilitar adesão ao regime medicamentoso
-Monitorar Resposta ao tratamento
-Monitorar Pressão Arterial – residencial ou por acompanhamento ambulatorial. Às vezes é mais fidedigno fazer o acompanhamento residencial da PA treinando um cuidador ou o próprio paciente - automonitoramento, pois algumas pessoas possuem a síndrome do jaleco branco, e a pressão pode ter picos quando eles são submetidos a irem nos postos de saúde. 
-Orientar família sobre doença
-Promover adesão ao regime de exercício físico
Além disso, é preciso certificar-se que ao final da consulta de enfermagem:
- O cliente assimilou todas as informações indicadas durante a consulta.
- O cliente apreendeu o mecanismo de evolução da patologia e a importância do controle e prevenção dos agravos relacionados a ela.
- O cliente compreendeu a prescrição medicamentosa, e que o mesmo possui autonomia para gestão do tratamento medicamentoso.
- Envolver a família no controle da patologia, quando necessário.
Atuação do Enfermeiro
Na prevenção primária: impedir que o paciente desenvolva a doença, realizar Educação em Saúde antes da doença se instalar, postergar o início da doença.
Na prevenção secundária: prevenir o agravo da doença, quando o paciente já se encontra hipertenso. O enfermeiro vai orientar os cuidados que o paciente deverá ter para não desenvolver um agravo da condição crônica.
Na prevenção terciária: o papel do enfermeiro é tentar reabilitar o paciente, fazendo com que ele tenha uma recuperação do agravo e tentar evitar a ocorrência de um novo agravo.
Estratificação de Risco em Doenças Cardiovasculares
A estratificação tem como objetivo estimar o risco de cada indivíduo sofrer uma doença arterial coronariana nos próximos dez anos. Essa estimativa se baseia na presença de múltiplos fatores de risco, como: sexo, idade, níveis pressóricos, tabagismo, níveis de HDLc e LDLc.
Escore de Framingham: um instrumento que tem o potencial de nos mostrar se o paciente tem o risco de evento cardiovascular em 10 anos, e qual o potencial ele tem de desenvolver esse evento. De acordo com a pontuação conseguimos organizar a agenda desse paciente (consulta anual – baixo grau, a cada 6 meses).
A partir da estratificação de risco, selecionam-se indivíduos com maior probabilidade de complicações, os quais se beneficiarão de intervenções mais intensas.
O processo de estratificação possui três etapas: 1ª é a coleta de informações sobre fatores de risco prévios. O quadro 5 aponta os fatores de risco baixo, intermediário e alto que influenciam na estratificação.
Se o usuário apresenta apenas um fator de risco baixo/intermediário, não há necessidade de calcular o escore, pois ele é considerado como baixo RCV. Se apresentar ao menos um fator de alto RCV, também não há necessidade de calcular o escore, pois esse paciente já é considerado como alto RCV. O cálculo será realizado quando o usuário apresentar mais de um fator de risco baixo/intermediário. 
Ou seja, a maioria dos paciente adultos que temos se enquadram como um candidato a utilizarmos esse instrumento na consulta de enfermagem.
Na segunda etapa, será avaliada a idade, exames de LDLc, HDLc, PA e tabagismo.
Ajustar o escore aos seguintes fatores:
- Multiplicar pelo fator de correção 1.5 se existir um familiar de primeiro grau com doença arterial coronariana;
- Multiplicar pelo fator de correção 2 se existir mais de um familiar de primeiro grau com doença arterial coronariana;
- Multiplicar pelo fator de correção 1.4 se a pessoa tiver ascendência sul-asiática;
- Multiplicar pelo fator de correção 1.3 para pessoas com IMC igual ou maior que 30 kg/m2. 
Aferição da P.A na técnica correta (pelo Manual do Ministério da Saúde)
- O paciente deve estar sentado, com o braço apoiado e à altura do precórdio
- Medir após cinco minutos de repouso
- Evitar o uso de cigarro e de bebidas com cafeína nos 30 minutos precedentes.
- A câmara inflável deve cobrir pelo menos dois terços da circunferência do braço.
- Palpar o pulso braquial e inflar o manguito até 30mmHg acima do valor em que o pulso deixar de ser sentido. Notar em que marcação o pulso reaparece (estimativa da PA Sistólica).
- Desinflar o manguito lentamente (2 a 4 mmHg/seg).
- A pressão sistólica corresponde ao valor em que começarem a ser ouvidos os ruídos de Korotkoff (fase 1)
- A pressão diastólica corresponde ao desaparecimento dos batimentos – o último batimento que ausculta (fase V).
Se for um paciente conhecido, que acompanha, não é necessário fazer a estimativa. Pois conhecendo a pressão dele infla os 30mmHg baseada nela. Quando não conhecemos o paciente e ele também não sabe informar, ai se faz a estimativa, que é o método em duas etapas.
Observações importantes!
Caso ocorra uma diferença > 15 mmHg da PAS entre os braços, há o aumento do risco cardiovascular -CV, o qual pode estar relacionado com a doença vascular ateromatosa.
Em idosos, diabéticos,disautonômicos ou naqueles em uso de anti-hipertensivos, a PA também deve ser medida entre 1 minuto e 3 minutos após estar em pé (imóvel), para verificar se ele tem hipotensão ortostática. A hipotensão ortostática é definida como uma redução na PAS ≥ 20 mmHg ou na PAD ≥ 10 mmHg dentro do 3º minuto em pé e está associada a um risco aumentado de mortalidade e eventos cardiovasculares. (Barroso et al., 2020- Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial). Ex. A PA foi 140x90mmHg, pede para ele ficar em pé e entre 1-3 minutos em pé afere nele nessa posição, a sistólica dele dá 100/110mmHg é uma hipotensão ortostática, porque a diferença não pode ser maior ou igual a 20mmHg na sistólica ou 10mmHg na diastólica.
Paciente que possui essa alteração tem mais chance também de desenvolver algum evento cardiovascular, um outro fator que podemos aferir ao longo da consulta de enfermagem, bem comum em pacientes mais idosos.
Em uma situação de emergência é recomendado pelas novas diretrizes que o mais indicado é o oscilatório de braço, sem o uso do estetoscópio. Porque a questão do uso do esteto tem o fator ser humano, que muitas vezes depende da qualidade do esteto, do silencio do ambiente. O de pulso é o menos confiável, precisa de pilha nova o tempo todo, mas em um caso de automonitoramento de PA do paciente ele é utilizado, pois é melhor que não ter e não monitorar.
O que é indicado pela sociedade brasileira de cardiologia tem sido o oscilatório de braço e o auscultatório tradicional, que é super seguro e indicado. Só se tiver a disponibilidade dos dois que prefere-se o oscilatório, até por conta do tempo que aproveita que o aparelho mede sozinho para fazer outros procedimentos, ganha tempo.
Diante da simplicidade da medida realizada pela técnica oscilométrica, a utilização de dispositivo oscilométrico de braço pode ser preferível ao auscultatório, quando as duas técnicas estiverem disponíveis.
Há também evidências de que a MRPA pode ter um efeito benéfico na adesão à medicação e no controle da PA, especialmente quando combinada com orientação e aconselhamento.
Urgências X Emergências Hipertensivas
Urgência hipertensiva (UH) se caracteriza pela elevação crítica da pressão arterial, em geral pressão arterial diastólica maior ou igual a 120mmHg, porém com estabilidade clínica, sem comprometimento de órgãos-alvo. Ou seja, não tem outros sintomas que falem a favor de um comprometimento importante de órgão alvo, não tem perda de função, precordialgia, não tem aparentemente nenhum sinal e sintoma de comprometimento de órgão alvo. 
Emergências hipertensivas (EH) são condições em que há elevação crítica da pressão arterial com quadro clínico grave, progressiva lesão de órgãos-alvo e risco de morte, exigindo imediata redução da pressão arterial com agentes aplicados por via parenteral. Sintomas de um acidente vascular encefálico em curso, com desvio de comissura labial, confusão mental, ou algo que fale a favor de infarto agudo do miocárdio, uma dispneia, precordialgia, formigamento no membro superior esquerdo. Se estiver longe do hospital sempre chamar ambulância, SAMU.
Em termos de conduta, é diferenciado porque na urgência pode entrar com medicamento para que a pressão abaixe o mais rápido possível até 24hrs. Na emergência precisa-se necessariamente fazer uma intervenção com medicação via parenteral, o paciente precisa ser hospitalizado, com ações mais imediatas, pois ele está em risco gravíssimo de óbito, pois tem comprometimento de lesão em órgão-alvo. Sendo o principal fator de diferença entre urgência e emergência hipertensiva.

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