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Cuidados de Enfermagem na Hanseníase

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CUIDADOS DE ENFERMAGEM COM VISTAS NA PREVENÇAO E CUIDADOS AOS CLIENTES COM HANSENÍASE/LEPRA
Coberto por estigmas, doença como se fosse um mal, uma maldição, as pessoas que tinham eram isoladas, iam para grutas e as pessoas não podiam chegar perto. Hoje em dia ainda existe esse estigma da doença. Ela realmente gera incapacidades, porém há cura na fase inicial da doença, podendo acontecer a não ocorrência de incapacidades e deformidades.
É uma doença de notificação compulsória semanal
Porém o que podemos ver no Brasil é que na maioria dos casos de hanseníase são diagnosticados quando a pessoa já possui alguma incapacidade, em algum grau.
Janeiro roxo: detecção, tratamento e prevenção – busca ativa dos novos casos de Hanseníase. Por conta da pandemia houve uma diminuição de 40% na taxa de detecção de novos casos de hanseníase- por falta de oportunidade na identificação dos casos. Diminuiu a detecção mas não porque diminuiu o número de casos e sim pela falta de testes de detecção e identificação da doença.
A principal característica da lesão é a perda de sensibilidade. Afetam os membros inferiores, havendo perda de sensibilidade (dormência) – podendo ser parcial ou total, descamação, edemas. 
É uma doença infectocontagiosa, de evolução lenta - o período de encubação é de 5 a 8 anos, que se manifesta principalmente através de sinais e sintomas dermatoneurológicos: lesões na pele e nos nervos periféricos, principalmente nos olhos, mãos, pernas e pés. Tem afinidade pelas células dos nervos periféricos, e por isso vai causar algumas deformidades e incapacidades. Nos adultos, geralmente a manifestação começa pelo acometimento de nervos, antes mesmo até do aparecimento da lesão, podem se queixar de dormência e formigamento, dor e espessamento/endurecimento do nervo, dificuldade de movimentação no local do nervo atingido. E por muitas vezes não se associa a hanseníase pela ausência da lesão visível, e por isso as vezes tem que fazer a raspagem do nervo e não só da lesão.
A baciloscopia do raspado intradérmico vai dar positiva no caso dos multibacilares, pessoas com muitos bacilos, pessoas com mais de 5 lesões ou lesões muito extensas, e são as pessoas que realmente transmitem a doença. As pessoas com poucos bacilos, pausibacilar não transmitem a doença.
Devido ao período longo de incubação, quando uma pessoa é diagnosticada com hanseníase, buscamos os contatos contínuos, de convivência diária da pessoa, dos últimos 5 anos.
A hanseníase está associada a desigualdades sociais, pois afeta principalmente as regiões mais carentes do mundo (as regiões norte e nordeste do Brasil são as mais afetadas pela hanseníase). Por isso nos locais com IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) alto temos uma baixa de detecção de hanseníase. É transmitida pelas vias aéreas (secreções nasais, gotículas da fala, tosse, espirro) por pacientes considerados bacilíferos, ou seja, sem tratamento — aqueles que estão sendo tratados deixam de transmitir. Não é transmitida pelo contato direto com o bacilo, tocando a lesão.
A hanseníase é causada pelo Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, que tem afinidade por células cutâneas e por células dos nervos periféricos, mais especificamente, as células de Schwann.
O tempo de multiplicação do bacilo é lento, podendo durar, em média, de 11 a 16 dias. Período de incubação longo de 2-5 anos, mas tem literaturas que mostram mais que 5 anos, mas em média esse período.
O Mycobacterium leprae tem alta infectividade e baixa patogenicidade. Ou seja, é fácil de ser infectado e contrair o bacilo, porém a chance de desenvolver a doença é muito pequena. E geralmente está associado a pessoas com problemas imunológicos – as que mais correm risco de desenvolverem a hanseníase. Se a pessoa está bem e com o sistema imunológico bom, é mais difícil de desenvolver essa doença. A hanseníase tem baixíssima letalidade.
Via de transmissão – contato direto com doente não tratado ou aqueles multibacilares. E um contato longo, diário e continuo com a pessoa infectada – geralmente são pessoas que coabitam, moram na mesma casa (asilados, população carcerária, quarteis – onde vemos mais casos). 
Alguns sintomas: dormências, dor nos nervos dos braços, mãos, pernas e pés, são os mais afetados, mas podem ter alguns nervos da face também; lesões de pele (caroços e placas pelo corpo) com alteração da sensibilidade ao calor, ao frio e ao toque e áreas da pele com alteração da sensibilidade mesmo sem lesão aparente; e, diminuição da força muscular.
As manchas são esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas.
Baixa letalidade; patogenicidade baixa. 
MODO DE TRANSMISSAO:
O homem é considerado a única fonte de infecção da hanseníase, ou pelo menos a principal fonte. O contágio dá-se através de uma pessoa doente, portadora do bacilo de Hansen, não tratada.
Alguns estudos sugerem/indicam que o contágio pode ser dado também pelo tatu- devido a ingestão desta carne.
• O período de incubação é longo, em média de 2 a 5 anos.
• hanseníase pode atingir pessoas de todas as idades, de ambos os sexos, no entanto, raramente ocorre em crianças, mas acontecem. E quando tem uma criança com hanseníase pode ter certeza que tem um multibacilar ativo, sem tratamento no convívio dela.
-O Brasil está em 2º lugar no mundo em número absoluto de casos de hanseníase anual. Não conseguimos chegar nem perto de erradicar a doença no pais. Para se considerar erradicado seria 1 caso a cada 10.000 pessoas, muitos municípios ainda se encontram bem acima desse índice.
• Há uma incidência maior da doença nos homens do que nas mulheres, na maioria das regiões do mundo.
• Quando a pessoa doente inicia o tratamento quimioterápico, ela deixa de ser transmissora da doença, pois as primeiras doses da medicação matam os bacilos, torna-os incapazes de infectar outras pessoas.
Alguns dados... 
➢ Mato Grosso, Pará, Maranhão, Tocantins, Rondônia e Goiás são as áreas com maior risco de transmissão, concentrando mais de 80% do total de casos diagnosticados. No Mato Grosso, por exemplo, a prevalência chega a 9,03 por 10 mil habitantes — contra a média nacional de 1,42. (Portal Fiocruz, 2015)
➢ A taxa de prevalência caiu 68% nos últimos dez anos, passando de 4,52 por 10 mil habitantes, em 2003, para 1,42 por 10 mil habitantes, em 2013. Mas não será suficiente para cumprir um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, estabelecidos pela ONU: eliminar a hanseníase até o fim de 2015 (depois foi para 2020 e agora segue para 2030). Assim, o Brasil segue com dois títulos perversos: o único país do mundo que não conseguiu eliminar a doença e o que concentra mais casos novos dela a cada ano. (Isso era em 2015, no boletim de 2021 isso altera)
➢ Nos últimos dez anos, a taxa de cura aumentou 21,2% no Brasil: era de 69,3% em 2003 e passou para 84% em 2013. Todos os casos de hanseníase têm cura.
➢No mundo, foram reportados à Organização Mundial da Saúde (OMS) 208.619 casos novos da doença em 2018. Desses, 30.957 ocorreram na região das Américas e 28.660 (92,6% do total das Américas) foram notificados no Brasil. Do total de casos novos diagnosticados no país, 1.705 (5,9%) ocorreram em menores de 15 anos.
O Brasil está entre os 22 países com as mais altas cargas de hanseníase do mundo, ocupando a 2° posição em relação à detecção de casos novos.
1 a cada 10.000- considerada erradicada. O Brasil segue na intenção de erradicar, porém não obteve êxito ainda. 
Em todas as faixas etárias existem mais casos de homens do que mulheres, frequência maior nos homens. Faixa etária de maior proporção dos 60/79 anos. 
A maioria dos casos ao ser identificado a doença já está em fase multibacilar. Sempre inicia na forma paucibacilar e com o não tratamento que a pessoa se torna bacilífera. O paucibacilar é mais difícil de identificar, pois começa com o acometimento dos nervos, dor, formigamento na região e ai faz inúmeros diagnósticos (coluna, síndrome do túnel do carpo, aneurite) mas a pessoa não desconfia da hanseníase e a lesão só vem mais a frente e com lesão que facilita a identificação.
A primeira suspeitanunca é de hanseníase, por não ser uma doença tão frequente assim. Devemos suspeitar da hanseníase e mandar para um ambulatório especializado para fazer a avaliação. E o exame para identificar hanseníase é bem invasivo, somente com a biópsia, fazendo uma raspagem do nervo.
O ideal antes de fazer o exame é ir até os membros da família, e procurar algum contato multibacilar. Porque se a pessoa está paucibacilar, iniciando o processo é porque ela está em contato com uma pessoa multibacilar. E ai buscaremos esse contato intradomiciliar através da avaliação. O problema é que é muito difícil alguém desconfiar de hanseníase, só um profissional que já trabalhou com a doença que terá esse olhar mais apurado. Na ESF/UBS que começa a desconfiar de uma possível hanseníase, em ambulatório/ambiente hospitalar raramente irão desconfiar de hanseníase antes de qualquer coisa.
Na imagem vemos uma criança já na fase multibacilar da doença, com nódulos, placas muito extensas e esbranquiçadas pelo corpo. 
Estava faltando medicamento a nível mundial e ai acarretou uma dificuldade em continuar o tratamento, por ser um tratamento longo (no caso dessa criança foi de 1 ano), tomando rifampicina todo mês e outro fármaco diariamente.
A psoríase é bem parecida com essa placa descamativa que tem no abdome da criança. Muitas das vezes faz o tratamento como se fosse psoríase e no final não é, é hanseníase.
Hanseníase o diagnóstico é principalmente clinico, não precisa fazer muitos testes para confirmar, quando os exames estão disponíveis na rede pública lançaremos mão deles. Mas é um diagnóstico clinico, através do exame físico. 
É um caso de Hanseníase quando:
- A pessoa apresenta um ou mais das seguintes características e requer quimioterapia:
- Lesão(ões) de pele com alteração da sensibilidade;
- Acometimento de nervo (os) com espessamento neural;
- Baciloscopia positiva.
OBS: Tendo a lesão de pele com alteração de sensibilidade pode ter até a baciloscopia negativa do raspado intradérmico, da biópsia, mas já é considerado hanseníase.
Nos paucibacilares sempre dá baciloscopia negativa, nos multibacilares a baciloscopia é positiva.
A diferença de hanseníase para psoríase é que na hanseníase haverá alteração de sensibilidade e o nervo costuma ficar endurecido e espesso, as vezes até mais saltado, quando palpado. Terá esse acometimento do nervo antes da perda de sensibilidade, e essa perda pode ser total ou parcial.
Aspectos clínicos: A hanseníase manifesta-se através de sinais e sintomas dermatológicos e neurológicos que podem levar à suspeição diagnóstica da doença. As alterações neurológicas, quando não diagnosticadas e tratadas adequadamente, podem causar incapacidades físicas que podem evoluir para deformidades.
Quase 50% dos casos já é diagnosticado com um grau de incapacidade 2, o mais elevado grau de incapacidade. Então já vai ter atrofia nos membros, geralmente perde a força para apertar – a força muscular, por isso faz uma série de exames para verificar. 
SINAIS/SINTOMAS DERMATOLÓGICOS:
A hanseníase manifesta-se através de lesões de pele que se apresentam com diminuição ou ausência de sensibilidade. As lesões mais comuns são:
- Manchas pigmentares ou discrômicas: resultam da ausência, diminuição ou aumento de melanina ou depósito de outros pigmentos ou substâncias na pele. Ou ficam bem mais avermelhadas, acastanhadas, amarronzadas ou ficam esbranquiçadas. Na altura da pele, não tem elevação.
- Placa: é lesão que se estende em superfície por vários centímetros. Pode ser individual ou constituir aglomerado de placas. Tem a borda mais alta, pode ser descamativa.
- Infiltração: aumento da espessura e consistência da pele, com menor evidência dos sulcos, limites imprecisos, acompanhando-se, às vezes, de eritema discreto. Pela vitropressão, surge fundo de cor café com leite. Resulta da presença na derme de infiltrado celular, às vezes com edema e vasodilatação. Pode ser que inflame também, podendo trazer infecções no local.
- Nódulo: lesão sólida, circunscrita, elevada ou não, de 1 a 3 cm de tamanho. É processo patológico que localiza-se na epiderme, derme e/ou hipoderme. Pode ser lesão mais palpável que visível.
Essas lesões podem estar localizadas em qualquer região do corpo e podem, também, acometer a mucosa nasal (por isso alguns dos sintomas começa com um sangramento nasal, por conta do ressecamento dessa mucosa) e a cavidade oral. Ocorrem, porém, com maior frequência, na face, orelhas, nádegas, braços, pernas e costas; mas também pode ter no abdome.
E essas manchas/lesões da hanseníase terão ao longo do tempo a perda da capacidade de suor. Naquela região não existe suor, não haverá a umidificação, e com essa diminuição de secreção ela ficará mais ressecada e a partir dai pode ter feridas, podendo causar rachaduras. Isso também acontece no nariz, e causa sangramento constante. Além de não suar na lesão, também não nasce pelo na região, haverá uma alopécia na região. 
SINAIS/SINTOMAS NEUROLÓGICOS:
A hanseníase manifesta-se, além de lesões na pele, através de lesões nos nervos periféricos.
Essas lesões são decorrentes de processos inflamatórios dos nervos periféricos (neurites) e podem ser causados tanto pela ação do bacilo nos nervos como pela reação do organismo ao bacilo ou por ambas. Elas manifestam-se através de:
- dor e espessamento dos nervos periféricos;
- perda de sensibilidade nas áreas inervadas por esses nervos, principalmente nos olhos, mãos e pés – lavar os olhos com solução fisiológica para que não tenha nenhuma sujidade, sempre ficar atento a isso pois a pessoa perde a sensibilidade e ai pode fazer lesão em córnea, na íris;
- perda de força nos músculos inervados por esses nervos principalmente nas pálpebras e nos membros superiores e inferiores – pode haver lesões de íris/ ptose
NEURITE: Geralmente, manifesta-se através de um processo agudo, acompanhado de dor intensa e edema. No início, não há evidência de comprometimento funcional do nervo, mas, frequentemente, a neurite torna-se crônica e passa a evidenciar esse comprometimento, através da perda da capacidade de suar (anidrose), causando ressecamento na pele.
• Há perda de sensibilidade, causando dormência e há perda da força muscular, causando paralisia nas áreas inervadas pelos nervos comprometidos.
Quando o acometimento neural não é tratado pode provocar incapacidades e deformidades pela alteração de sensibilidade nas áreas inervadas pelos nervos comprometidos.
- Na Hanseníase, quanto mais precoce o diagnóstico e tratamento, maior possibilidade de cura e regeneração neural. Em alguns casos é necessário realizar cirurgias para correção.
Todos esses nervos são avaliados para confirmar se há algum acometido. 
TIPOS DE HANSENIASE:
 Hanseníase Indeterminada: difícil identificar no adulto, fácil nas crianças até os 10 anos – consegue visualizar na forma mais inicial – ocorrem ainda no paciente paucibacilar. 
Todos os pacientes passam por essa fase no início da doença. Entretanto, ela pode ser ou não perceptível. Geralmente afeta crianças abaixo de 10 anos, ou mais raramente adolescentes e adultos que foram contatos de pacientes com hanseníase. A fonte de infecção, normalmente um paciente com hanseníase multibacilar não diagnosticado, ainda convive com o doente, devido ao pouco tempo de doença.
Manifesta-se por máculas/manchas hipocrômicas, acrômicas (ou mais claras, ou sem pigmentação nenhuma), eritematosas ou eritemato-hipocrômicas, sendo as duas primeiras mais frequentes. Os limites são imprecisos, algumas vezes nítidos, medindo de 1 a 5 cm de diâmetro. O número de início é de uma ou duas manchas, localizadas principalmente nas nádegas, coxas e região deltoidiana e quanto maior o número de manchas, pior é o prognóstico.
Há alteração da sensibilidade, vasomotora e da sudorese por acometimento de filetes nervosos, com alopecia parcial (perda de pelos). As provas da picada e da histamina são usadas para diagnóstico e o exame bacterioscópico é em geral negativo.
Na fase inicial é o melhor momento para se identificar, é um acometimento leve, só tem umadiminuição de sensibilidade. Quando inicia o tratamento a mancha some e a sensibilidade volta. Mas nem todos os casos a sensibilidade volta (quando já é muito antigo e já está em um estágio bem avançado da doença).
 Hanseníase Tuberculóide (paucibacilar): apresenta micropápulas na borda da lesão, pode ser mais coradas, presença de placas determinadas. Ainda há baciloscopia negativa.
Evidencia-se por micropápulas que se desenvolvem em pele aparentemente normal ou sobre manchas do grupo indeterminado. Essas pápulas podem ser pouco mais coradas que a pele normal, acastanhadas ou vermelho-acastanhadas, acuminadas ou semiesféricas.
Há placas bem delimitadas, únicas ou em pequeno número – por ser ainda paucibacilar, com alterações sensitivas, de sudorese e vasomotoras, com alopecia. Nervos espessados podem emergir das placas e a necrose caseosa do nervo pode levar a distúrbios sensitivos, motores e tróficos.
Mais frequentemente, manifesta-se por uma placa (mancha elevada em relação à pele adjacente) totalmente anestésica ou por placa com bordas elevadas, bem delimitadas e centro claro (forma de anel ou círculo). Dentro da lesão podem ter áreas com mais ou menos sensibilidade do que outras.
- Hanseníase Dimorfa (multibacilar): Bacterioscopia positiva – nível espessa nos nervos. 
Caracteriza-se, geralmente, por mostrar várias manchas de pele avermelhadas ou esbranquiçadas, com bordas elevadas, mal delimitadas na periferia, ou por múltiplas lesões bem delimitadas semelhantes à lesão tuberculóide, porém a borda externa é esmaecida (pouco definida). Há perda parcial a total da sensibilidade, com diminuição de funções autonômicas (sudorese e vasorreflexia à histamina – um teste que faz para ver se acontece uma relação alérgica no local, e em geral não faz por conta dessa diminuição).
É a forma mais comum de apresentação da doença (mais de 70% dos casos). Ocorre, normalmente, após um longo período de incubação (cerca de 10 anos ou mais).
A baciloscopia da borda infiltrada das lesões (e não dos lóbulos das orelhas e cotovelos), quando bem coletada e corada, é frequentemente positiva - multibacilar, exceto em casos raros em que a doença está confinada aos nervos
Quando temos uma mancha só – classificamos como indeterminadas.
- Hanseníase Virchowiana:
É a pior de todas, pois já possui alterações sistêmicas e é a forma infectante da hanseníase que tem como características:
-Múltiplos nódulos/pápulas vinhosos/acastanhados;
-madarose (perda de cílios), fácies leonina;
-distúrbios motores, tróficos e anestesia (que surgem tardiamente);
-comprometimento de mucosa nasal, oral e laringe;
-comprometimento ocular;
-adenopatia, anemia;
-infiltração do fígado, baço e suprarrenais;
-infiltração testicular, levando à impotência e esterilidade;
-rarefação, atrofia e absorção óssea.
Distúrbios neurológicos: mal perfurante plantar onde há destruição e perda de tecido plantar devido a traumatismos frequentes que não são percebidos pelo paciente, pé caído e mão em garra.
Na hanseníase virchowiana o diagnóstico pode ser confirmado facilmente pela baciloscopia dos lóbulos das orelhas e cotovelos. Baciloscopia positiva.
Face leonina, aumento dos poros, inúmeros nódulos na orelha e placas com infiltrações. Pode haver perda de sobrancelhas, perda da sensibilidade do nervo facial, com queda palpebral e da sobrancelha. Com perda de cílios também. 
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da hanseníase é realizado através do exame clínico, quando se busca os sinais dermatoneurológicos da doença.
- Um caso de hanseníase é uma pessoa que apresenta um ou mais das seguintes características e requer quimioterapia: Lesão (ões) de pele com alteração da sensibilidade; Acometimento de nervo (os) com espessamento neural; Baciloscopia positiva.
O diagnóstico clínico é realizado através do exame físico onde procede – se uma avaliação dermatoneurológica, buscando-se identificar sinais clínicos da doença. Antes, porém, de dar-se início ao exame físico, deve-se fazer a anamnese colhendo informações sobre a sua história clínica, ou seja, presença de sinais e sintomas dermatoneurológicos característicos da doença e sua história epidemiológica, ou seja, sobre a sua fonte de infecção.
O diagnóstico clínico constitui-se das seguintes atividades:
• Anamnese - obtenção da história clínica e epidemiológica;
• Avaliação dermatológica - identificação de lesões de pele com alteração de sensibilidade;
• Avaliação neurológica - identificação de neurites, espessamento dos nervos, incapacidades e deformidades;
• Diagnóstico dos estados reacionais – manifestações mais sistêmicas, e ai será tratado com outros medicamentos diferentes;
• Diagnóstico diferencial;
• Classificação do grau de incapacidade física.
Não precisa fazer baciloscopia para confirmar, porém se tiver ela como um método diagnóstico disponível, é sempre bem-vinda pois ajudará a classificar entre multi e paucibacilar para o tratamento.
Anamnese
• A anamnese deve ser realizada conversando com o paciente sobre os sinais e sintomas da doença e possíveis vínculos epidemiológicos – com quem convive e conviveu nos últimos anos.
• A pessoa deve ser ouvida com muita atenção e as dúvidas devem ser prontamente esclarecidas, procurando-se reforçar a relação de confiança existente entre o indivíduo e os profissionais de saúde.
• Devem ser registradas cuidadosamente no prontuário todas as informações obtidas.
• É importante que seja detalhada a ocupação da pessoa e suas atividades diárias.
• E fundamental que sejam identificadas as seguintes questões:
- alguma alteração na sua pele - manchas, placas, infiltrações, tubérculos, nódulos, e há quanto tempo eles apareceram;
- possíveis alterações de sensibilidade em alguma área do seu corpo;
- presença de dores nos nervos, ou fraqueza nas mãos e nos pés e;
- Uso de algum medicamento para tais problemas e qual o resultado.
Avaliação Dermatológica
• A avaliação dermatológica visa identificar as lesões de pele próprias da hanseníase, pesquisando a sensibilidade nas mesmas.
• Deve ser feita uma inspeção de toda a superfície corporal, no sentido crânio-caudal, seguimento por seguimento, procurando identificar as áreas acometidas por lesões de pele.
• Devem ser realizadas as seguintes pesquisas de sensibilidade nas lesões de pele - exames:
- térmica
- dolorosa
- tátil
Pesquisa de Sensibilidade
A sensibilidade normal depende da integridade dos troncos nervosos e das finas terminações nervosas que se encontram sob a pele. Sem ela o paciente perde sua capacidade normal de perceber as sensações de pressão, tato, calor, dor e frio.
Para realização da pesquisa de sensibilidade, são necessárias algumas considerações:
• Explicar ao paciente o exame a ser realizado, certificando-se de sua compreensão para obter maior colaboração.
• Concentração do examinador e do paciente.
• Demonstrar a técnica, primeiramente, com os olhos do paciente abertos e em pele sã. E depois, ocluir, o campo de visão do paciente.
• Selecionar aleatoriamente, a sequência de pontos a serem testados. Tocar a pele deixando tempo suficiente para o paciente responder. Repetir o teste para confirmar os resultados em cada ponto.
• Realizar o teste em área próxima dentro do mesmo território específico, quando na presença de calosidades, cicatrizes ou úlceras.
Sensibilidade Térmica
Pesquisa de sensibilidade térmica:
• deve ser realizada, se possível, com dois tubos de vidro, um contendo água fria e no outro água aquecida (temperatura muito elevada desperta a sensação de dor ao invés de calor).
• Devem ser tocadas a pele sã e a área suspeita com a extremidade dos tubos frio e quente, alternadamente, solicitadando-se à pessoa que identifique as sensações de frio e de calor. Sem que a pessoa esteja olhando o local, para que não seja influenciada
• Deve-se valorizar as informações emitidas, tipo “menos quente” ou “morno”.
• Na impossibilidade de fazer-se o teste com água quente e fria, pode-se utilizar um algodão embebido em éter.
Sensibilidade Tátil
• Pesquisa de sensibilidade tátil – avaliar a identificação da pessoa ao toque:
Éfeito com uma mecha fina de algodão seco. Da mesma forma, deve ser explicada para a pessoa examinada antes de sua realização. A pele sã e a área suspeita devem ser tocadas, alternadamente, com a mecha de algodão seco e, ao indivíduo examinado, perguntar-se-á se sente o toque. Nesse teste é para ver se a pessoa sente o toque, não é para sentir dor, com isso não precisa apertar os objetos na pele da pessoa.
Sensibilidade Protetora
A pesquisa da sensibilidade protetora: é realizada utilizando-se a um instrumento pontiagudo como a ponta de uma caneta esferográfica, de uma agulha. Essa pesquisa é a mais importante para prevenir incapacidades, pois detecta precocemente diminuição ou ausência de sensibilidade protetora do paciente, presença de dor ou não. Deve ter cuidado para não machucar o paciente, fazer bem devagarzinho.
Classificação
O diagnóstico, portanto, baseia-se na identificação desses sinais e sintomas, e uma vez diagnosticado, o caso de hanseníase deve ser classificado, operacionalmente, para fins de tratamento e não quanto ao tipo de hanseníase. Esta classificação também é feita com base nos sinais e sintomas da doença:
• Paucibacilares (PB): casos com até 5 lesões de pele;
• Multibacilares (MB): casos com mais de 5 lesões de pele.
O diagnóstico da doença e a classificação operacional do paciente em Pauci ou em Multibacilar é importante para que possa ser selecionado o esquema de tratamento quimioterápico adequado ao caso.
A classificação operacional deve ser feita pelos critérios clínicos (história clínica e epidemiológica e exame dermatoneurológico). Quando disponível a baciloscopia, o seu resultado positivo classifica o caso como MB (independentemente do número de lesões), porém o resultado negativo não exclui o diagnóstico clínico da hanseníase e também não classifica obrigatoriamente o doente como PB.
Avaliação Neurológica
• Hanseníase pode ocasionar um processo inflamatório dos nervos periféricos (neurite). Clinicamente, a neurite pode ser silenciosa ou evidente, acompanhada de dor intensa, hipersensibilidade, edema, perda de sensibilidade e paralisia dos músculos.
• Quando há comprometimento dos nervos periférico ocorre: a perda da capacidade de suar (anidrose), a perda de pelos (alopecia), a perda das sensibilidades térmica, dolorosa e tátil, e a paralisia muscular.
• A identificação das lesões neurológicas é feita através da avaliação neurológica e é constituída pela inspeção dos olhos, nariz, mãos e pés, palpação dos troncos nervosos periféricos, avaliação da força muscular e avaliação de sensibilidade nos olhos, membros superiores e membros inferiores
FICHA DE AVALIAÇÃO: DIAGNÓSTICO E NA ALTA 
Anotando o grau de incapacidade segundo a OMS, mostrando os locais/pontos que deverão ser avaliados na avaliação sensitiva, avaliação da força muscular nos MMII, o hálux (coloca uma força sobre ele e vê se ele consegue fazer força contra o seu dedo), a mesma coisa nos MMSS.
Diagnóstico Laboratorial
O diagnóstico da hanseníase é clínico. Quando a baciloscopia estiver disponível e for realizada, não se deve esperar o resultado para iniciar o tratamento do paciente.
A baciloscopia é o exame microscópico onde se observa o Mycobacterium leprae, diretamente nos esfregaços de raspados intradérmicos das lesões hansênicas ou de outros locais de coleta selecionados: lóbulos auriculares e/ou cotovelos, e lesão quando houver.
É um apoio para o diagnóstico e também serve como um dos critérios de confirmação de recidiva quando comparado ao resultado no momento do diagnóstico e da cura.
Na imagem mostra como faz o raspado intradérmico para fazer a baciloscopia. Mostra o lóbulo da orelha, esse exame não sangra. Faz uma pressão na área, até ficar bem esbranquiçada a região, para não pegar vasos sanguíneos, após a pressão faz a coleta. Pode ser tanto no lóbulo da orelha como no cotovelo, quando não consegue identificar lesão. Ex. paciente com dor e espessamento de nervo mas não tem lesão, e pode tentar fazer a baciloscopia para ver se dá positivo. E só dá positiva nos casos multibacilares, que são as pessoas que transmitem a doença.
Ficha que preenche e anota de onde foi coletado o raspado intradérmico. É um teste de apoio diagnóstico porque o diagnóstico da hanseníase é clinico.
Tratamento
ERA FEITO DA FORMA A SEGUIR, PORÉM FOI MODIFICADO RECENTEMENTE (2021)
-Esquema Paucibacilar (PB)
 Neste caso é utilizada uma combinação da Rifampicina e Dapsona, acondicionados numa cartela, no seguinte esquema:
Medicação:
- Rifampicina: uma dose mensal de 600 mg (2 cápsulas de 300 mg) com administração supervisionada – na unidade,
- Dapsona: uma dose mensal de 100mg supervisionada e uma dose diária auto administrada – levava a cartela para casa, para tomar diariamente;
# duração do tratamento: 6 doses mensais supervisionadas de Rifampicina.
# critério de alta: 6 doses supervisionadas em até 9 meses.
-Esquema Multibacilar (MB)
É utilizada uma combinação da Rifampicina, Dapsona e de Clofazimina, acondicionados numa cartela, no seguinte esquema:
Medicação:
- Rifampicina: uma dose mensal de 600 mg (2 cápsulas de 300 mg) com administração supervisionada;
- Clofazimina: uma dose mensal de 300 mg (3 cápsulas de 100 mg) com administração supervisionada e uma dose diária de 50mg auto- administrada; 
- Dapsona: uma dose mensal de 100mg supervisionada e uma dose diária auto administrada;
# duração do tratamento: 12 doses mensais supervisionadas de Rifampicina;
# critério de alta: 12 doses supervisionadas em até 18 meses
O paciente mensalmente vai na unidade toma as 3 medicações supervisionadas – na frente do enfermeiro, pega a nova cartela e em casa o paciente toma a cartela dos medicamentos: clofazimina e dapsona.
Agora foi incluído o clofazimina, e o tratamento hoje é feito com 3 medicações tanto no pauci como no multibacilar, e a diferença é a duração do tratamento. No multibacilar tem uma duração de 12 meses e no paucibacilar 6 meses.
Tratamento de PQT-U
-Mesmo tratamento para todo mundo, mas o que muda é a duração.
-A dose da criança é diferente, ela é menor que a do adulto. E nas crianças com menos de 30kg ainda é necessário fazer uma readequação e fracionamento da dose, o médico que faz (na tabela acima é para criança maior que 30kg).
Abaixo tem as fotos da cartela antiga que foi modificada:
Outras questões importantes:
•A gravidez e o aleitamento materno não contraindicam o uso de PQTU – poliquimioterapia única. Mulheres grávidas e que amamentam podem fazer o uso dessa medicação;
•Pessoas com peso inferior a 30 Kg devem ter as doses de medicamentos ajustadas para sua condição;
•O uso de anticoncepcionais orais pode ter sua ação reduzida pelo uso da rifampicina. Então é recomendado a mulher, em idade fértil, que tiver em uso da rifampicina, fazer o uso de pelo menos 2 métodos contraceptivos. Damos preferência aos anticoncepcionais injetáveis, mas sempre utilizando um método de barreira também, porque os anticoncepcionais terão a sua ação reduzida pelo uso da rifampicina (isso tanto na hanseníase como na tuberculose); Uma das recomendações também é evitar gravidez, se possível, durante o tratamento. As que já estão grávidas e amamentando fazem o tratamento.
•Caso haja necessidade de esquemas substitutivos à PQT-U – pacientes que não estão respondendo, alergias aos medicamentos, o SUS também disponibiliza esses medicamentos de forma gratuita;
•É importante que os contatos de pacientes com hanseníase também sejam avaliados por um profissional de saúde e que faça a profilaxia que é através da BCG – que também ajuda na prevenção da Hanseníase, por serem mycobacterias. 
Diagnóstico das reações hansênicas
Os estados reacionais ou reações hansênicas (tipos 1 e 2) são alterações do sistema imunológico que se exteriorizam como manifestações inflamatórias agudas e subagudas, podendo ocorrer em alguns casos, com qualquer paciente, porém são mais frequentes nos pacientes MB. Elas podem surgir antes, durante ou depois do tratamento PQT. Devemos ficar atentos e quando acontecer mandar para um ambulatório especializado.
São casosmais graves que trarão febre, dor intensa, edema generalizado. E precisarão ser tratadas, geralmente junto com outro medicamento e corticoides para diminuir os efeitos dessa reação hansênica. As vezes a pessoa precisa até internar para fazer esse tratamento.
A Reação Tipo 1 ou Reação Reversa: caracteriza-se pelo aparecimento de novas lesões dermatológicas (manchas ou placas), infiltrações, alterações de cor e edema nas lesões antigas, com ou sem espessamento e dor de nervos periféricos (neurite).
A Reação Tipo 2: Mais grave ainda. A manifestação clínica mais frequente é o Eritema Nodoso Hansênico (ENH), caracteriza-se pelo aparecimento de vários nódulos subcutâneos dolorosos espalhados pelo corpo, acompanhados ou não de manifestações sistêmicas como: febre, dor articular, mal-estar generalizado, orquite, iridociclites, com ou sem espessamento e dor de nervos periféricos (neurite). 
Abaixo temos imagens de como essas reações se dão pelo corpo:
Prevenção e Tratamento das Incapacidades Físicas
A adoção das atividades de prevenção e tratamento da incapacidades será baseada nas informações obtidas através da avaliação neurológica, no diagnóstico da hanseníase.
Para a prevenção das incapacidades físicas o paciente deverá ser orientado para realizar regularmente o autocuidado, para prevenir complicações oriundas da perda de sensibilidade.
Procedimentos de autocuidado:
1- Autocuidado com o nariz
• Sinais e sintomas: ressecamento da mucosa, aumento da secreção nasal, secreção sanguinolenta, crostas ou úlceras.
• Orientação: utilização tópica de soro fisiológico no nariz, ou a aspiração de pequenas porções do mesmo – para umedecer essa região e evitar os sangramentos. Na falta de soro, deve-se utilizar água. O líquido deve ser mantido dentro do nariz por alguns instantes e em seguida deixar escorrer. Repetir o procedimento diariamente até acabar a secreção nasal.
2- Autocuidado com os olhos
• Sinais e Sintomas: ressecamento, alteração de sensibilidade, alteração da força muscular das pálpebras provocando uma dificuldade em fechar os olhos - fenda palpebral, e a inversão dos cílios - triquíase.
• Orientação: lubrificar o olho com colírio ou lágrima artificial. Na alteração da sensibilidade, deve ser orientado a piscar frequentemente e a realizar autoinspeção dos olhos e dos cílios, diariamente. Identificada a alteração da força muscular realizar exercícios de fechar e abrir fortemente os olhos. A lubrificação e o uso de proteção diurna (óculos) e noturna (vendas) devem ser orientados. No caso de cílios invertidos realizar com pinça dos cílios invertidos.
3- Autocuidado com as mãos
• Sinais e Sintomas: ressecamento, perda de sensibilidade protetora e fraqueza muscular, fissuras, encurtamento ou retração de tecidos moles, úlceras e feridas.
• Orientação: hidratação e a lubrificação das mãos, diariamente, devem ser realizadas - uso de óleos para hidratação. Indica-se deixar as mãos mergulhadas durante 15 minutos em água limpa, à temperatura ambiente, e, em seguida, enxugá-las levemente, pingando algumas gotas de óleo mineral. No caso da perda da sensibilidade protetora, deve ser orientado a proteger as mãos e a condicionar o uso da visão ao movimento das mesmas, para evitar feridas e queimaduras. A adaptação dos instrumentos de trabalho, evitando ferimentos.
- Movimentar dedos, mãos – evitando a incapacidade física devido ao espessamento dos nervos.
4- Autocuidado com os pés
• Sinais e sintomas: calos, ressecamento, perda de sensibilidade protetora, fissuras, úlceras e feridas nos pés, fraqueza muscular.
• Orientação: hidratação dos pés colocando-os numa bacia com água, à temperatura ambiente, durante 15min. Os calos devem ser lixados, após a hidratação, e em seguida lubrificados com óleo mineral. Adaptar os calçados para aliviar a pressão sobre a área afetada. Examinar os pés e inspecionar os sapatos diariamente, a não andar descalço e a usar calçados confortáveis – sapatos de bico largo, de salto baixo, com solado confortável, colados ou costurados.
Prevenção
• Considera-se Contato Intradomiciliar do caso novo de Hanseníase, toda pessoa que convive ou conviveu com o doente de hanseníase no domicílio nos últimos cinco anos. Ao diagnosticar um caso de Hanseníase, todos os contatos intradomiciliares devem ser examinados.
• Após o exame dermatoneurológico, os contatos indenes devem ser orientados sobre os sinais e sintomas da Hanseníase e sobre a necessidade de procurar o serviço de saúde caso ocorra alguns desses sinais ou sintomas, e em seguida devem ser encaminhados para a vacinação BCG (não são todos que tomam, em alguns casos a pessoa toma mais de uma dose).
ESSE TIPO DE PREVENÇÃO NÃO TEM NADA A VER COM A PREVENÇÃO DA TUBERCULOSE, QUE A CRIANÇA TOMA AO NASCER!!!!!!! ESSA É UMA PREVENÇÃO QUE É ESPECÍFICA PARA A HANSENÍASE, MAS QUE USAM O MESMO IMUNOBIOLÓGICO DA TUBERCULOSE. Mas não tem nada a ver com o critério de vacinação da tuberculose.
• Contatos prolongados de portadores de hanseníase: Vacinação seletiva, nas seguintes situações:
Menores de um ano de idade:
➢ Não vacinados – sem comprovação: administrar 1 (uma) dose de BCG;
➢ Comprovadamente vacinados que apresentem cicatriz vacinal: não administrar outra dose de BCG.
➢ Comprovadamente vacinados que não apresentem cicatriz vacinal: administrar 1 (uma) dose de BCG 6 (seis) meses após a última dose ao nascer.
A partir de um ano de idade:
➢ Sem cicatriz: administrar 1 (uma) dose;
➢ Vacinados com 1 (uma) dose: administrar outra dose de BCG, com intervalo mínimo de 6 (seis) meses após a dose anterior;
➢ Vacinados com 2 (duas) doses: não administrar outra dose de BCG.
- Os contatos devem ser notificados para a avaliação de possíveis lesões.
- Contato com pessoas intradomiciliar.	
Atribuições do Enfermeiro
• Avaliar o estado de saúde do indivíduo através da consulta de enfermagem;
• Prescrever técnicas simples de prevenção e tratamento das incapacidades físicas; fazer avaliação clínica dermatoneurológica;
• Realizar coleta de material, segundo técnicas padronizadas;
• Solicitar exames para confirmação diagnóstica;
• Prescrever medicamentos, conforme normas estabelecidas;
• Executar tratamento não medicamentoso das reações hansênicas – porque o medicamentoso será em ambulatório especializado;
• Realizar supervisão e avaliação das atividades de controle das doenças;
• Planejar as atividades de busca ativa de casos, busca de faltosos, contatos e abandonos;
• Estabelecer a referência e contrarreferência para atendimento em outras unidades de saúde;
• Gerenciar as ações da assistência de enfermagem.

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