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DERMATOLOGIA SAMANTHA LEÃO F. LIMA 1 Doenças Infecto Parasitárias HANSENÍASE Mycobacterium leprae “Bacilo de Hansen” • Bastonete reto ou ligeiramente encurvado, visto isolado ou em “globias”; • Parasita intracelular obrigatório; • Bastonete álcool-ácido-resistente (BAAR): cora em vermelho pela fuccina e não descora pelo álcool/ácido; • Afinidade: células do tegumento e nervos; • Única bactéria neurotrópica; • Não cultivável. 1- TRANSMISSÃO E PATOGENIA O homem é considerado o único reservatório natural do bacilo. As vias aéreas superiores provavelmente constituem a principal via de inoculação e eliminação do bacilo. Soluções de continuidade na pele eventualmente podem ser porta de entrada da infecção. Secreções orgânicas como leite, esperma, suor e secreção vaginal podem eliminar bacilos, mas não possuem importância na disseminação da hanseníase. O período de incubação é longo, em média de dois a cinco anos, podendo ser de meses a mais de dez anos. Isso ocorre em virtude do M. leprae ser um microorganismo “lento”,que se reproduz por divisão binária simples a cada 14 dias, sendo necessários muitos anos para que o organismo possua uma carga bacilar capaz de expressar- se clinicamente. Depois da sua entrada no organismo, não ocorrendo a sua destruição, o bacilo de Hansen irá se localizar na célula de Schwann e na pele. Sua disseminação para outros tecidos (linfo- nodos, olhos, testículos, fígado) pode ocorrer nas formas mais graves da doença, nas quais o agente infectante não encontra resistência contra a sua multiplicação. A imunidade humoral (dependente de anticorpos) é ineficaz contra o M. leprae. A defesa é efetuada pela imunidade celular, capaz de fagocitar e destruir os bacilos, mediada por citocinas (TNF-alfa, IFN-gama) e mediadores da oxidação, fundamentais na destruição bacilar no interior dos macrófagos. Na forma paucibacilar (lesões tuberculoides), há predomínio de linfócitos Th1, produzindo IL-2 e IFN-gama, enquanto que na forma multibacilar (lesões virchowianas ou lepromatosas), o predomínio é de linfócitos T supressoras e Th2, produzindo IL-4, IL- 5 e IL-10. OBS: A HANSENÍASE É UMA DOENÇA DE ALTA INFECTIVIDADE E BAIXA PATOGENICIDADE. LOGO, na Transmissão: o Doente: elimina o bacilo pelas vias aéreas superiores e mucosas, principalmente. Pode também eliminar por hansenomas ulcerados, leite materno, urina e fezes o Contágio: será por via respiratória, pele e mucosas, desde que haja solução de continuidade. A mucosa nasal é a principal via. Após penetrarem na pele vão aos linfonodos e, caso a resposta imune seja ineficaz, para o sangue, pele, nervos ou vísceras. 2- EPIDEMIOLOGIA Mais comum em homens do que em mulheres, raro em crianc ̧as; o A maioria da populac ̧ão tem imunidade celular específica contra o M.L.: hereditária e transmitida por um par de genes autosso ̂micos DERMATOLOGIA SAMANTHA LEÃO F. LIMA 2 o Essa resiste ̂ncia pode ser avaliada pelo Teste de Mitsuda: injec ̧ão intradérmica de suspensão de bacilos mortos pelo calor. 3- CLASSIFICAÇÃO • Grupo paucibacilar: doentes não contagiantes, com poucos bacilos e acometimento neural e cuta ̂neo (paucibacilares). Formas: inicial in- determinada e tardia tuberculoide. • Grupo multibacilar: doentes contagiantes – com muitos bacilos em todos os tecidos acometidos (ex- ceto no SNC) e, portanto, também muitas lesões cuta ̂neas. Formas: dimórfica e virchowiana. 4- MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS (As primeiras manifestac ̧ões e lesões clínicas da MH ocorrem, exclusiva- mente, no SNP) e, em geral, passam despercebidas e antecedem os sinais cuta ̂neos. No início, são sensitivas: ocorre perturbac ̧ão da sensibilidade térmica, em seguida, dolorosa e, finalmente, a tátil. Os ramúsculos neurais (componentes mais distais do SNP) são os primei- ros a serem afetados, instalando-se a ramusculite periférica. A seguir, a in- fecção progride, na direção proximal, aos ramos secundários e, finalmente, aos troncos neurais periféricos, que se tornam edemaciados, dolorosos à palpação ou percussão (sinal de Tinel+). Essa inflamação ocorre, principalmente, próxima às articulações e provoca graves perturbações na circulação neural, agravando a is- quemia com consequente disestesia grave ou perda da função. Portanto, ocorrem alterações sensitivas e mo- toras (paresias ou paralisias) às quais se seguem: amiotrofias, retrações tendíneas e fixações articulares (garras). Os importantes nervos mistos(sensitivo-motores) afetados são ulnar (garra ulnar; hipo ou anestesia nos IV e V dedos), mediano (garra do mediano; hipo ou anestesia nos I, II e III dedos); fibular e o tibial; trigêmeo e o facial. HANSENÍASE INDETERMINADA (HI) Caracteriza-se pelo aparecimento de mancha(s) hipocro ̂mica(s), anestésica e anidrótica, com bordas imprecisas. As lesões são únicas ou em peque- no número e podem se localizar em qualquer área da pele Não há comprometimento de troncos nervosos nesta forma clínica, apenas ramúsculos nervosos cuta ̂neos. A baciloscopia é negativa. A HI é considerada a primeira manifestação clínica da hanseníase; e, após período de tempo que varia de poucos meses até anos, dependendo da imunidade, ocorre evoluc ̧ão para cura ou para outra forma clínica, quer seja paucibacilar ou multibacilar. A sua histopatologia apresenta infiltrado perivascular e perineural. Apresenta como diagnóstico diferencial: pitiríase alba, pitiríase versicolor, vitiligo, pinta, leucodermia gutata, nevo acro ̂mico, nevo ane ̂mico, hipomelanose idiopática do tronco, entre outros. DERMATOLOGIA SAMANTHA LEÃO F. LIMA 3 HANSENÍASE TUBERCULOIDE (HT) A HT surge a partir da HI não tratada, nos pacientes com boa resiste ̂ncia. No polo de resiste ̂ncia, a hanseníase tuberculoide caracteriza a forma clínica de contenc ̧ão da multiplicac ̧ão bacilar, dentro do espectro da doença. As lesões são bem delimitadas, em número reduzido, eritematosas, com perda total da sensibilidade e de distribuic ̧ão assimétrica. Descrevem-se inicialmente máculas, que evoluem para lesões em placas com bordas papulosas, e áreas de pele eritematosas ou hipocro ̂micas. Seu crescimento centrífugo lento leva à atrofia no interior da lesão, que pode, ainda, assumir aspecto tricofitoide, com descamac ̧ão das bordas. Observam-se, ainda, a variedade infantil e a forma neural pura. A primeira manifesta-se em crianc ̧as conviventes com portadores de formas bacilíferas e localiza-se principalmente na face. Pode se manifestar como nódulos, placas, lesões tricofitoides ou sarcoídicas. Portanto, é uma forma paucibacilar (a baciloscopia é tipicamente negativa), cujo foco foi um paciente multibacilar. Diagnóstico diferencial: Dermatofitose, LED, Esclerodermia em placa, Granuloma anular, sífilis, Alopécia areata, Sarcoidose, Necrobiose lipoídica. HANSENÍASE VIRCHOWIANA (HV) Esta é a forma multibacilar da hanseníase (também chamada de lepra ou hanseníase lepromatosa), reconheci- da por corresponder ao polo de baixa resiste ̂ncia imunológica ao bacilo. Pode evoluir a partir da forma indeterminada ou se apresentar como tal desde o início. Caracteriza-se pela infiltração progressiva e difusa da pele, mucosas das vias aéreas superiores, olhos, testículos, nervos; podendo afetar, ainda, os linfonodos, o fígado e o baço (hepatoesplenomegalia). Apresenta polimorfismo muito grande de lesões. Inicialmente, são manchas muito discretas, hipocro ̂micas, múltiplas e de limites imprecisos, às vezes, observáveis somente em diferentes incide ̂ncias de luz. Insidiosa e progressivamente, tornam-se eritematosas, eritematopigmentadas, vinhosas, eritematocúpricas, ferruginosas e espessadas. Após tempo variável, podem surgir lesões sólidas: papulosas; papulonodulares; nodulares; placas isoladas; agrupadas e/ou confluentes, simetricamente distribuídas, em geral, poupando regiões axilares,inguinais, perineais e coluna vertebral. Em decorre ̂ncia da infiltração perianexial, ocorre progressiva alopecia de cílios e supercílios, (caracterizando a madarose) e de antebraços, pernas e coxas. As orelhas, frequentemente, estão espessadas, em graus variáveis, muitas vezes com nódulos isolados ou em rosário. Quando as lesões são muito numerosas na face e há conservac ̧ão dos cabelos, caracteriza-se o aspecto classicamente descrito como “fácies leonina”. Diagnóstico diferencial: Sífilis secundária, LTA cutânea anérgica, Lobomicose, LES, Xantomatoses, Neurofibromatose, Lipomatose, Linfomas cutâneos, Farmacodermias. DERMATOLOGIA SAMANTHA LEÃO F. LIMA 4 HANSENÍASE DIMORFA (HD) OU BORDELINE (HB) Este grupo é marcado pela instabilidade imunológica, o que faz com que haja grande variac ̧ão em suas manifestac ̧ões clínicas, seja na pele, nos nervos, ou no comprometimento siste ̂mico. As lesões da pele revelam-se numerosas e a sua morfologia mescla aspectos de HV e HT, podendo haver predomina ̂ncia ora de um, ora de outro tipo. A infiltrac ̧ão assimétrica da face e dos pavilhões auriculares, bem como a presenc ̧a de lesões no pesco- ço e nuca, é elemento sugestivo desta forma clínica. As lesões neurais são precoces, assimétricas e, com freque ̂ncia, levam a incapacidades físicas. Dependendo da morfologia, número de lesões e simetria, a hanseníase dimorfa é subclassificada em: • Borderline Tuberculoide (BT): placas ou manchas eritematosas, por vezes anulares, de maior extensão, distribuic ̧ão assimétrica, pouco numerosas ou com lesões satélite. • Borderline Borderline (BB): le- sões bizarras, semelhantes ao “queijo suíço” (“esburacadas”), também descritas como anulares ou foveolares, com limite interno nítido e limites externos impreci- sos, com bordos de cor ferruginosa. As lesões são mais numerosas que a BT, mas de distribuic ̧ão assimétrica. • Borderline Virchowiana (BV): múltiplas lesões elevadas eritematoinfiltradas, algumas de aspecto anular. 5- DIAGNÓSTICO Tem-se como objetivo identificar lesões ou áreas de pele com alterac ̧ão de sensibilidade e/ou com- prometimento de nervos periféricos (sensitivo, motor e/ou autono ̂mico). No exame neurológico, a identificac ̧ão das lesões deve ser feita pelas seguintes etapas no exame físico: (1) inspec ̧ão dos olhos, nariz, mãos e pés; (2) palpac ̧ão dos troncos nervosos periféricos; (3) avaliac ̧ão da mobilidade articular; (4) avaliac ̧ão da forc ̧a muscular; e (5) avaliac ̧ão de sensibilidade nos olhos, membros superiores e membros inferiores. Deve-se verificar se há queixa de dor esponta ̂nea no trajeto do nervo; de choque ou de dor; se há espessa- mento do nervo palpado comparado com o nervo correspondente, no lado oposto; se há alterac ̧ão na consiste ̂ncia do nervo (endurecimento,amolecimento); se há alteração na forma do nervo (abscessos e nódulos); se o nervo apresenta adere ̂ncias. BACILOSCOPIA A baciloscopia é o exame complementar mais útil no diagnóstico; é de fácil execução e baixo custo. Deve ser feito com a linfa obtida em pelo me- nos quatro locais (lóbulos das orelhas direita e esquerda, cotovelos direito e esquerdo) e em lesão cutânea suspeita. Considera-se um caso de hanseníase a pessoa que apresenta um ou mais dos seguintes sinais cardinais: • mancha e/ou área(s) da pele com alteração (perda) de sensibilidade, característica da hanseníase; • acometimento de nervo(s)periférico(s), com ou sem espessamento, associado a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autono ̂micas; e • baciloscopia positiva de esfregac ̧o intradérmico. OBS: ALTERAÇÕES INICIALMENTE SENSITIVAS: 1º TÉRMICA —> 2º DOLOROSA —> 3º TÁTIL PROVA DA HISTAMINA DERMATOLOGIA SAMANTHA LEÃO F. LIMA 5 • Testa a integridade dos ramúsculos nervosos da pele; • Altera-se antes da hipoestesia térmica; • Na lesão hansênica não ocorre a tríplice reação de Lewis(eritema primário, eritema reflexo secundário e pápula): Prova incompleta; • Não realizar em lesões eritematosas. OUTROS EXAMES Sorologia IgM - Elisa ou testes rápidos: Anti-PGL1: Dosado no sangue, está elevado principalmente nas formas multibacilares PCR para M. Leprae: no raspado dérmico ou no fragmento de pele: Alta sensibilidade e especificidade 6- TRATAMENTO 1- RIFAMPICINA 600MG, VO, dose mensal, supervisionada. 2- DAPSONA 100mg, VO, dose diária, auto-administrada. 3- Clofazimina 300mg, VO, dose mensal supervisionada + 50mg, VO, dose diária, auto- administrada. PAUCIBACILARES 6 cartelas em até 9 meses de tratamento MULTIBACILARES 12 cartelas em até 18 meses de tratamento *** Importante: Se numerosas lesões e/ou extensas áreas de infiltrac ̧ão cuta ̂nea poderá haver uma regressão mais lenta durante o tratamento e, assim, necessitar de 12 doses adicionais de PQT-MB, completando então 24 doses. ***** Nunca se dá alta à um paciente multibacilar. Sempre se marcam retornos para monitorar recidivas. DOR NEUROPÁTICA- TRATAMENTO Dor neural persistente, sem atividade reacional e sem melhora com corticoterapia: 1. Tricíclicos: Amitriptilina 25-150mg/dia 2. Anticonvulsivantes: Carbamazepina 200-1200mg/dia Gabapentina 900-2400mg/dia 7- REAÇÕES HANSÊNICAS Manifestac ̧ões clínicas, cuta ̂neas e neurais, decorrentes de alterações inflamatórias, agudas, consequentes a mecanismos imunológicos. - Podem ocorrer antes, durante ou depois do tratamento - Ocorrem em 30-35% dos pacientes 1. Reação tipo I ou Reversa 2. Reac ̧ão tipo II ou Eritema Nodoso Hanse ̂nico (ENH) São situac ̧ões de urge ̂ncia e podem gerar lesões neurais irreversíveis DERMATOLOGIA SAMANTHA LEÃO F. LIMA 6 DERMATOLOGIA SAMANTHA LEÃO F. LIMA 7 LEISHMANIOSE A Leishmaniose Cuta ̂nea (LC) é definida pela presença de lesões exclusivamente na pele, que se iniciam no ponto de inoculac ̧ão das promastigo- tas infectantes, através da picada do vetor, para qualquer das espécies de Leishmania causadoras da doenc ̧a.Surge após um período de incubac ̧ão variável de 10 dias a tre ̂s meses, como uma pápula eritematosa que progride lentamente para nódulo. Com a evoluc ̧ão, ganha destaque o notável polimorfismo das lesões sendo possível encontrar formas impetigóide, liquenóide, tuberculosa ou lupóide, nodular, vegetante e ectimatóide. São frequentes as ulcerac ̧ões com bordas elevadas, endura- das e fundo com tecido de granula- c ̧ão grosseira, configurando a clássica lesão com borda em moldura. Em resumo: - Doença infecciosa, não contagiosa, de evolução crônica, que atinge a pele e, às vezes mucosas - Causa: protozoários do gen. Leishmania - Transmissão: picada de flebotomíneo fêmea infectado, o qual regurgita o parasita juntamente com a sua saliva - “Mosquito-palha”, “birigui” Gêneros Lutzomyia e Psycodopygus 1- CLASSIFICAÇÃO LDA CUTÂNEA LOCALIZADA - Mancha eritematosa no local da picada do mosquito, após um período de incubação de 2 semanas a 3 meses - Evolui para uma pápula que, progressivamente, ulcera em um período entre 2 semanas a 6 meses - Lesão típica: o Úlcera geralmente indolor, circular, com bordas elevadas e infiltradas (em moldura), fundo com granulação grosseira e avermelhada, recoberto com exsudato discreto, seroso ou seropurulento. Tendência á cura espontânea em alguns meses (6-15), deixando cicatriz atrófica e apergaminhada, pigmentação salpicada, mais intensa na periferia - Localizada nas áreas expostas da pele: mmii(42%), superiores(39%) - Boa resposta ao tratamento 2- DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO CLÍNICO Classicamente as lesões de LTA possuem formas ulceradas, indolores, normalmente localizadas em áreas expostas da pele; com formato arre- dondado ou ovalado; base eritematosa; infiltrada e de consiste ̂ncia firme; bordas bem-delimitadas e elevadas; fundo avermelhado e com granulações grosseiras. Infecc ̧õesbacteria- nas ou fúngicas secundárias podem estar presentes, cursando com dor e exsudato seropurulento. EXAMES LABORATORIAIS Exames parasitológicos: Para a demonstração direta do parasito vários procedimentos podem ser adotados, sendo a fixac ̧ão em metanol e colorac ̧ão pelo Giemsa ou Leishman de esfregaço de material obtido por escarificac ̧ão, raspado, punc ̧ão aspirativa ou “imprint”, a forma mais comum. A histopatologia apresenta baixa sensibilidade. DERMATOLOGIA SAMANTHA LEÃO F. LIMA 8 Exames imunológicos: Teste intradérmico ou Intradermoreac ̧ão de Montenegro (IDRM) é baseada na visualizac ̧ão da resposta de hipersensibilidade celular retardada. É segura e especialmente valiosa nas áreas de prevale ̂ncia da L. braziliensis. A IDRM pode ser negativa nos primeiros meses após o surgimento da lesão cuta ̂nea e em geral é mais exacerbada na Leishmaniose Mucosa. Testes sorológicos: Os testes de imunofluoresce ̂ncia indireta (IFI) e imunoenzimático (ELISA) são utilizados para detectar anticorpos anti-Leishmania. As reac ̧ões sorológicas não devem ser utilizadas como critério isolado para diagnóstico de LTA, pois podem apresentar reac ̧ão cruzada com outros Tripanosomatídeos. Exames moleculares: PCR é um exame que permite amplificar em escala exponencial seque ̂ncias de DNA. Dotada de alta sensibilidade, é capaz de detectar quantidades muito pequenas do DNA do parasito. 3- TRATAMENTO GLUCANTIME: Ampolas de 5ml com 405mg de Sb. (81mg/ml) Formas cuta ̂neas: 10-20mg de Sb/kg/dia, IM ou EV, 20 dias Formas mucosas: 20mg/kg/dia, 30 dias Dose máxima: 3 frascos dia (15ml) Se não houver cicatrizac ̧ão após 12 semanas do término do tratamento, repetir a dose mais 30 dias. Alguns autores recomendam até 4-5 séries. EXAMES COMPLEMENTARES: artralgia, mialgia, inapete ̂ncia, plenitude gástrica, fraqueza, tontura e cefaléia. Elevac ̧ão de ureia, creatinina, transaminases e FA. Alterac ̧ões ECG: distúrbios de repolarizac ̧ão, alargamento do Q-T, bradicardia sinusal. Solicitar ECG, func ̧ão hepato- renal OUTRAS OPÇÕES PENTAMIDINA: Segunda escolha. Falha ou CI ao antomonial: 4mg/kg IM em dias alternados, 5-10 doses. EC: nefro e hepatotoxicidade, hipotensão, hipoglicemia, hiperglicemia, alterações ECG, abcesso glúteo. Não usar em gestantes, diabéticos, insuf. Renal,hepática ou cardíaca, crianças < 8 kg. ANFOTERICINA B DESOXICOLATO: Bastante eficaz, indicado em formas resistentes aos antimoniais. Leishmanicida. 1 mg/kg/dia, dose total 1-1,5g(cutânea), 2,5-3,0g (mucosa). Em pacientes com IRC diminuir para 50% da dose. Pode ser usada em dias alternados. Droga de escolha em gestantes MILTEFOSINA: 2,5 mg/ kg/dia de miltefosina 50 mg, por via oral, dividida em duas a três doses diárias, até o limite de 150 mg/dia (três cápsulas/dia), por 28 dias OBS: ETIOLOGIA DE LESÕES DERMATOLÓGICAS PARACOCODIODOMICOSE LEISHMANIOSE ESPOROTRICOSE CROMOMICOSE TUBERCULOSE CUTÂNEA DERMATOLOGIA SAMANTHA LEÃO F. LIMA 9
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