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DERMATOLOGIA SAMANTHA LEÃO F. LIMA 1 Dermatoviroses 1- HERPES SIMPLES É causado pelos vírus HSV-1 e HSV-2, sendo a transmissão por contato interpessoal. Clinicamente se manifesta como vesículas agrupa- das sobre base eritematosa e bastante dolorosas, que podem acometer qualquer parte do corpo. De forma geral, a primoinfecção apre- senta sintomas mais exuberantes, o vírus se torna latente nos gânglios nervosos e quando há uma reativação, as lesões retornam, dessa vez mais brandas. HSV- 1: Acomete principalmente região de face e tronco, mas não exclusiva- mente. A primoinfecção se manifesta como uma gengivoestomatite, principalmente em crianças, que podem ter pródromos sistêmicos: prostração, febre, linfadenopatia. A gengivoestomatite se caracteriza por lesões exuberantes, que podem ser até crostosas em lábios, gengivas, mucosa jugal, palato e faringe, perdurando por cerca de 2 semanas. como uma gengivoestomatite, prin- cipalmente em crianças, que podem ter pródromos sistêmicos: prostração, febre, linfadenopatia. A gengivoestomatite se caracteriza por lesões exuberantes, que podem ser até crostosas em lábios, gengivas, mucosa jugal, palato e faringe, perdurando por cerca de 2 semanas. Já na reativação, se manifesta como herpes orolabial que é mais em adultos. Os pródromos são locais: queimação, aumento de sensibilidade, formigamento na região e as lesões consistem em vesículas que duram cerca de 5 dias. HSV-2: Acomete a região genital (mas não exclusivamente esta área), causando a herpes genital, que é transmitida por contato sexual. O seu período de incubação é de 3 a 14 dias. Além das vesículas em base eritema- tosa, outros sintomas, como disúria e corrimento, podem estar associados. Recém-nascidos também podem ser afetados com lesões em couro cabeludo e região glútea, principalmente. A transmissão se dá através da passagem pelo canal de parto, quando a mãe tem lesão ativa de herpes genital. DIAGNÓSTICO à CLÍNICO. O diagnóstico do herpes simples (tanto orolabial, quanto genital) é essencialmente clínico, mas pode ser feito o exame citológico de Tzanck, no qual visualiza-se células multinucleadas. TRATAMENTO à Para ter eficácia, o tratamento deve ser realizado na fase prodrômica, uma vez que seu objetivo é reduzir a duração dos sintomas e o tempo de eliminação viral (período de transmissão). Ademais, o tratamento tópico não tem evidência de eficácia. Sendo adequado o uso sistêmico (oral) de ACICLOVIR, 400 mg, de 8 em 8 DERMATOLOGIA SAMANTHA LEÃO F. LIMA 2 horas por 5 dias. OBS: PROFILAXIA POR 06 MESES. 2- HERPES ZOSTER É causado pelo Vírus Varicela Zoster (VVZ), que acomete principalmente idosos e imunossuprimidos. A primoinfecção é caracterizada pela manifestação clínica da varicela (catapora). Em alguns indivíduos, o vírus entra em latência e vai para os gânglios nervosos, onde persiste durante toda a vida da pessoa. Quando, por algum motivo, há um estado de imunossupressão, ocorre reativação do vírus, que volta para a pele e causa o herpes zoster. Enquanto o vírus está se replicando no gânglio, pode causar lesão neural, causando dor. QUADRO CLÍNICO à Clinicamente, há um pródromo de dor em queimação e febre, que é seguido por aparecimento de vesículas, que respeitam trajeto de dermátomo unilateral. Estas lesões duram de 2 a 4 semanas. A principal complicação do herpes zoster é a neuralgia pós-herpética. DIAGNÓSTICO à O diagnóstico é clínico, mas também pode ser feito o citológico de Tzanck. TRATAMENTO à O tratamento deve ser realizado nas primeiras 72 horas. Depois desse período não há evidências de eficácia. O objetivo é reduzir sintomas e a neuralgia pós-herpética. Para isso, prescreve-se ACICLOVIR 800 mg, 5x ao dia por 10 dias, associado a corticoide. Em caso de neuralgia pós-herpética, é indicado o uso de CARBAMAZEPINA ou antidepressivos tricíclicos. OBS: ANTIVIRAL EM TODAS AS IDADES E VACINAÇÃO A PARTIR DOS 50 ANOS; OBS 2: QUANDO FACIAL, ENCAMINHAR PARA OFTALMO E OTORRINO. Mononucleose infecciosa - Adolescência Transmissão: saliva e secreções Assintomática ou faringite com febre baixa Adenomegalia 33% Rara erupção cutânea (exantema) - Erupção máculo-papulosa ou morbiliforme Acrodermatite papulosa infantil - Gianotti – crosti - Benigna - Crianças 6-12 meses - Ap ou af atopia - casos: infecção por ebv - Outro vírus (hepa, hepb, cmv, hhv-6, rotavírus), mycoplasma pneumoniae, estreptococos beta-hemolíticos, vacinações - Pápulas individuais achatadas, eritematosas ou purpúricas - Coxas e nádegas —> braços e face - Assimétrica - Não acomete tronco e mucosas - Prurido - Duração: 2-8 sem —> descamação - Linfadenopatia persistente - Febre baixa - Pode ocorrer hepatite e hepatoesplenomegalia se associação com hepatite B – - Sem tratamento específico 3- MOLUSCO CONTAGIOSO DERMATOLOGIA SAMANTHA LEÃO F. LIMA 3 O molusco contagioso é causado pelo Parapoxvírus e acomete principal- mente crianças e adolescentes, predominando em face, tronco e membros superiores.A transmissão ocorre por contato interpessoal e se manifesta através de pápulas umbilicadas eritematosas, de base não-eritematosa DIAGNÓSTICO à é clínico. TRATAMENTO à consiste na curetagem da lesão. 4- HPV (PAPILOMA VÍRUS HUMANO) Estima-se que cerca de 10% dos adolescentes tenham verrugas. A transmissão das mesmas ocorrer por autoinoculação, contato interpessoal ou contato indireto em locais públicos. Clinicamente, observa-se uma pápula hiperqueratósica que pode se apresentar de formas diferentes. DIAGNÓSTICO à O diagnóstico é clínico e o dermatoscópio auxilia bastante na identificação. TRATAMENTO à O tratamento é tópico destrutivo com: ácido salicílico, crioterapia, eletrocoagulação, laser de CO2 ou ácido tricloroacético (ATA). Especificamente na verruga plantar, antes da aplicação de ácido nítrico fumegante, procede-se a raspagem da lesão. Vacina Anti-Hpv - Cervarix: hpv 16, 18 - Gardasil: hpv 6, 11, 16 e 18 - 3 doses, intervalo 60-180d, meninas 9 a 14 anos; meninos 11 a 14 anos Sarcoma de Kaposi Condiloma acuminado (verruga genital): HPV 6 e 11 Esta é a doença sexualmente transmissível (DST) mais comum. Isso por- que o preservativo não previne a sua transmissão. Clinicamente, manifesta-se com lesões verrucosas do tipo couve-flor em região genital, perineal e perianal. DERMATOLOGIA SAMANTHA LEÃO F. LIMA 4 DIAGNÓSTICO à pode ser dado com a avaliação clínica associada à aplica- ção de ácido acético a 5%, que torna a lesão esbranquiçada. TRATAMENTO à O tratamento consiste na destruição local do condiloma com podofilina, ATA, crioterapia, eletrocoagulação. Quando a lesão não é tão exuberante, o paciente pode trata-la em domicílio com Imiquimod. 5- SARAMPO - Paramixovírus - Muito contagiosa - Crianc ̧as ou adolescentes - Contágio: contato ou inalac ̧ão partículas virais - Período de transmissão: 2d < até 4d > do exantema - Incubac ̧ão: 1-2 sem QUADRO CLÍNICO à - Pródromo: febre, coriza, conjuntivite, tosse, linfadenopatia - 1-7d após: exantema morbiliforma face - descendente - Esmaece > alguns dias - descamac ̧ão fina - Sinal de koplik: - Pequenos pontos brancos discretamente elevados com halo eritematoso - Mucosa bucal (molares) - 48h < do exantema - Resoluc ̧ão: 10d - Complicac ̧ões: raras TRATAMENTO à - Sintomático - Vit a em altas doses: diminuic ̧ão morbimortalidade - Ig prevenc ̧ão pós exposic ̧ão - Vacina vírus atenuado: 15-18m 6- DENGUE - Vários vírus rna: flavivirus, arbovirus - Epidemia: verão ou logo após chivas - Transmissão: mosquito aedes aegypti/albopictus - Picam durante o dia - Ovos podem permanecer viáveis por 1 ano - Transmissão: 1d < febre ou 6d > - Incubação: 2-7 dias - Virule ̂ncia proporcionalà velocidade de multiplicac ̧ão no organismo - Den-1: > causador de epidemias - Vírus entra na corrente sanguínea— > baço, fígado, tecido linfático —> replicação nos macrófagos - Mo: pode alterar produc ̧ão de plaquetas Dengue clássica - + frequente - Febre < 7 dias + 3 sintomas: febre, cefaléia, prostrac ̧ão, mialgia, artralgia, dor retro-orbitária - Lesões cuta ̂neas: joelhos/cotovelos 2-3 dias exantema morbiliforme ou escarlatiniforma - Fase final: petéquias - Cura em 1 semana 7- RUBÉOLA - Vírus rna - Família togaviridae - Transmissão: contato direto ou inalação - Benigna, exceto na gravidez - Período de transmissão: 5-7d < e 3-5d > exantema - Incubação: 2-3 sem Quadro clínico - Febre moderada, cefaléia, conjuntivite, tosse, coriza - Exantema máculo-papuloso discreto face —> descendente - Sinal de forscheimer: manchas eritematosas ou petéquias no palato ou úvula - Linfadenopatia generalizada: + DERMATOLOGIA SAMANTHA LEÃO F. LIMA 5 occipital e cervical - Artralgia e artrite: + adultos - Raro: lesões purpúricas (trombocitopenia), retardo mental, catarata Surdez, microcefalia, cardiopatia conge ̂nita - Resoluc ̧ão: 1 sem - Tto: sintomáticos 8- DOENÇA MÃO, PÉ, BOCA - Coxsackie a16 - Enterovírus humano 71, coxsackievirus a5 e a 10 - Crianc ̧as < 10 ano - Incubac ̧ão: 3-6 dias Quadro clínico - Febre moderada - Vesículas alongadas circundadas por halo eritematoso, pápulas - + dedos mãos (margens laterais e periungueais) - Mucosa bucal - Formas monossintoáticas: só mãos/pés ou só na mucosa oral - Tto: sintomáticos MICOSES SUPERCIFIAIS São infecções fúngicas que se localizam na camada superficial da pele (epiderme), podendo acometer anexos cutâneos e regiões de mucosa. Em casos raros, podem acometer a derme e órgãos internos. Também são conhecidas como tinhas. Podem estar relacionadas a quadros de imunossupressão, uso excessivos de agentes antibacterianos, tratamento de câncer e nutrição parenteral. O contágio entre pessoas é comum. São causadas por fungos, podendo ser classificadas em quatro grupos: ceratofitoses, dermatofitoses, dermatomicoses e candidíases. DERMATOFITOSES Os dermatófitos usam queratina como fonte de substrato, parasitando regiões queratinizadas da pele, dos pelos e das unhas. Sua atividade parasitária está relacionada com fatores externos (clima, contato com animais infectados) e internos (sudorese, uso de medicações, imunossupressão) do hospedeiro. TINHA DO COURO CABELUDO São dermatoses que ocorrem principalmente em crianças do sexo masculino.Podem ter caráter epidêmico, já que são muito contagiosas. Tem-se a tinha tonsurante (microspórica e tricofítica) e a tinha favosa. DIAGNÓSTICO à pode ser dado pelo achado microscópico direto dos parasitas epelas alterações à dermatoscopia. TRATAMENTO à é sistêmico com a Griseofulvina na dose de 10 a 20mg/Kg/dia, após as refeições por 40 a 50 dias. 1- TINHA TONSURANTES: - Microspórica: os pelos estão envolvidos por uma bainha esbranquiçada, que floresce com cor esverdeada sob a lâmpada de Wood, acompanhada de uma placa de alopecia grande e redonda. Agente Etiológico: Microsporum canis. - Tricofítica: placas de alopecia circulares, pequenas e múltiplas, com o acometimento externo ou interno do pelo. Pode ser inflamatória, também chamada de Kerion Celsi (presença de pústulas e secreção sero- DERMATOLOGIA SAMANTHA LEÃO F. LIMA 6 purulenta) ou não- inflamatória. Agente Etiológico: Trichophyton tonsurans e o Trichophyton violaceum. 2- TINHA DO CORPO Apresenta-se como lesões eritemo-pápulo-vesico- escamosas circulares, podendo confluir e formar grandes placas. As lesões são localizadas usualmente nos braços, face e pescoço. Sempre há prurido. TRATAMENTO à é feito com derivados imidazólicos, como o isoconazol, tioconazol, econazol ou bifonazol, por 2 a 4 semanas. 3- TINHA DAS UNHAS Também chamadas onicomicoses. A lesão tem início pelas bordas livres ou periungueais, progredindo em direção a matriz. Pode atingir várias unhas, mas acomete principalmente as unhas do hálux. TRATAMENTO à tópico - esmalte: Amorolfina VO: Itraconazol/Terbinafina CERATOFITOSES São micoses superficiais que não provocam fenômenos de hipersensibilidade. Assim, podem ser consideradas protótipos das micoses superficiais. 1- PITIRÍASE VERSICOLOR É uma doença causada por fungos do gênero Malassezia. Se manifesta através de manchas de coloração amarela e parda, bem delimitadas e arrendondadas inicialmente. Porém, com o desenvolvimento da doença, as lesões podem confluir. Tem maior prevalência nos adultos, devido a maior oleosidade da pele. A transpiração abundante favorece a proliferação do fungo, provocando o estiramento da pele e descamação. Pode apresentar prurido, principalmente após exposição solar. TRATAMENTO à O tratamento é feito com uso tópico de cetoconazol a 2% ou outros derivados imidazólicos, como soluções hidroalcoólicas ou xampus por 10 a 20 dias. Recomenda-se repetir o tratamento após dois meses para evitar recidivas. Nos casos extensos ou recidivantes, é necessário utilizar a medicação oral: cetoconazol 200 mg/dia durante 10 a 15 dias; itraconazol 100 mg, 2 vezes por 5 a 7 dias; ou fluconazol 300 mg por 2 semanas. CANDIDÍASE O quadro clínico é marcado por lesões geralmente eritematosas, úmidas e vesico-eritematosas, que se rompem e produzem ulcerações que podem ser cobertas por secreção esbranquiçada. Ocorre com maior frequência nas interdigitações de mãos e pés, dobras inguinais, axilas DERMATOLOGIA SAMANTHA LEÃO F. LIMA 7 e sulco infra mamárias. A candidíase oral (“sapinho”) é mais comum em lactentes e pacientes imunossuprimidos TRATAMENTO à nistatina/miconazol VO: Fluconazol
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