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Ginecologia – Amanda Longo Louzada 1 ANATOMIA DA PELVE OSSOS DA PELVE: ÍLIO: Ílio é o elemento mais superior. O ílio é separado em partes superior e inferior por uma crista na superfície medial Posteriormente, a crista é bem aguda e situa-se imediatamente acima da superfície do osso que se articula com o sacro. Esta superfície sacral (parte lateral) apresenta uma face auricular, em “forma de L”, para se articular com o sacro e uma área posterior e rugosa, mais extensa, para a fixação de fortes ligamentos que sustentam a articulação sacroilíaca Anteriormente, a crista que separa as partes superior e inferior do ílio é arredondada e denominada linha arqueada PÚBIS: O corpo é achatado posteroanteriormente, articulando-se com o osso púbis do lado oposto, na sínfise púbica. O corpo apresenta uma crista púbica arredondada, na sua superfície superior, que termina lateralmente como um proeminente tubérculo púbico. O ramo superior do púbis projeta-se posterolateralmente, a partir do corpo, e se une com o ílio e o ísquio em sua base, que está posicionada em direção ao acetábulo. A margem superior aguda desta superfície triangular é denominada linha pectínea do púbis (pécten), que forma a parte da linha terminal do osso do quadril, abertura superior da cavidade pélvica. Anteriormente, esta linha é contínua com a crista púbica, que também faz parte da linha terminal e da abertura superior da cavidade pélvica. O ramo superior do púbis é marcado, em sua superfície inferior, pelo sulco obturatório, que forma a margem superior do canal obturatório. O ramo inferior do púbis projeta-se lateral e inferiormente para se unir ao ramo do ísquio. ÍSQUIO: O ísquio é a parte posterior e inferior do osso do quadril . Apresenta: Um grande corpo que se projeta superiormente para se unir ao ílio e ao ramo superior do púbis Um ramo que se projeta anteriormente para se unir com o ramo inferior do púbis. A margem posterior do osso é marcada por uma proeminente espinha isquiática que separa a incisura isquiática menor (abaixo) da incisura isquiática maior (acima). A característica mais proeminente do ísquio é a presença de uma grande tuberosidade (o túber isquiático), na superfície posteroinferior do osso. Este túber é um importante local de fixação dos músculos dos membros inferiores e de apoio do corpo, quando estamos sentados SACRO: O sacro, que tem a aparência de um triângulo invertido, é formado pela fusão das cinco vértebras sacrais. A base do sacro articula-se com a 5ª vértebra lombar, e o seu ápice se articula com o cóccix. Cada uma das superfícies laterais do osso possui uma grande superfície, em “forma de L”, para a articulação com o ílio, do osso do quadril. Posteriormente a essa face existe uma grande área rugosa para a fixação de ligamentos que sustentam a articulação sacroilíaca. A superfície superior do sacro é caracterizada pela presença de uma projeção do corpo da vértebra S1, a partir do qual se projeta, de cada lado, um processo transversal, em “forma de asa”, denominado asa do sacro. A margem anterior do corpo vertebral projeta-se para frente formando o promontório. A superfície anterior do sacro é côncava, e a superfície posterior é convexa. Como os processos transversais das vértebras sacrais adjacentes fundem-se lateralmente em relação à posição dos forames intervertebral e, também, lateralmente à bifurcação de nervos espinais, nos ramos anterior e posterior, esses ramos anterior e posterior dos nervos espinais S1 a S4 emergem do sacro por meio de forames distintos. Existem quatro pares de forames sacrais anteriores, na superfície anterior do sacro, para a saída dos ramos anteriores e quatro pares de forames sacrais posteriores, na superfície posterior, para os ramos posteriores. O canal sacral é uma continuação do canal vertebral que termina no hiato sacral. CÓCCIX: A pequena parte terminal da coluna vertebral corresponde ao cóccix, que consiste em quatro vértebras coccígeas fundidas e, como o sacro, tem a forma de um triângulo invertido. A base do cóccix é dirigida superiormente. A superfície superior apresenta uma faceta para a articulação com o sacro e duas projeções, os cornos coccígeos, uma em cada lado, que se projetam para cima, para articular ou fundir com projeções inferiores correspondentes dos cornos sacrais. Essas estruturas correspondem a processos articulares superiores e inferiores modificados e que estão presentes nas demais vértebras. Cada superfície lateral do cóccix possui um pequeno processo transversal rudimentar, que se estende desde a primeira vértebra coccígea. Não Ginecologia – Amanda Longo Louzada 2 ANATOMIA DA PELVE há arcos vertebrais nas vértebras coccígeas e, portanto, não existe canal vertebral no cóccix. MÚSCULOS DA PELVE: Parede Lateral: Músculo obturador interno Parede posterossuperior: músculo piriforme Assoalho Pélvico: Diafragma da pelve, em forma de cuba ou funil, que consiste nos músculos isquiococcígeo (coccígeo) e levantador do ânus e nas fáscias que recobrem as faces superior e inferior desses músculos Músculo levantador do ânus: formado pelo músculo pubociccígeo e iliococcígeo Músculo pubococcíego: formado pelo músculo puborretal e pubovaginal LIGAMENTOS DA PELVE: Os principais ligamentos pélvicos unem os ossos do quadril ao sacro e cóccix e são o ligamento sacrotuberoso e ligamento sacroespinhoso Os delgados ligamentos sacroilíacos anteriores são apenas a parte anterior da cápsula fibrosa da parte sinovial da articulação. Os amplos ligamentos sacroilíacos interósseos (que estão situados profundamente entre as tuberosidades do sacro e ílio e ocupam uma área de aproximadamente 10 cm2) são as principais estruturas associadas à transferência de peso da parte superior do corpo do esqueleto axial para os dois ílios do esqueleto apendicular. Os ligamentos sacroilíacos posteriores são a continuação externa posterior da mesma massa de tecido fibroso O ligamento púbico superior une as faces superiores dos corpos do púbis e disco interpúbico, estendendo-se lateralmente até os tubérculos púbicos. O ligamento púbico inferior é um arco espesso de fibras que une as faces inferiores dos componentes articulares, arredondando o ângulo subpúbico quando forma o ápice do arco púbico Ligamentos iliolombares que se irradiam dos processos transversos da vértebra L V até os ílios Os ligamentos sacrococcígeos anterior e posterior são longos filamentos que reforçam a articulação TIPOS DE PELVE: Ginecoide: a abertura superior é oval e o diâmetro transverso é maior que o anteroposterior. Corresponde a 40% das pelves femininas; Androide: com frequência de 30% entre as mulheres, apresenta achatamento transverso da pelve, com diâmetro anteroposterior igual ou ligeiramente maior que o transverso; Antropoide: há nítida predominância do diâmetro anteroposterior sobre o transverso. Frequência de aproximadamente 20%; Platipeloide: tem frequência de 10% e caracteriza- se pela predominância excessiva do diâmetro transverso sobre o anteroposterior É a piro para a passagem do feto VASOS SANGUÍNEOS DA PELVE: As principais artérias da pelve são: artéria sacral mediana, artéria ilíaca interna e artéria ovariana. A artéria sacral mediana origina-se da aorta abdominal e distribui-se na região média do sacro. A artéria ilíaca interna nasce na bifurcação da artéria ilíaca comum. Segue trajeto descendente pela parede pélvica, próxima ao ureter e ramifica- se mais frequentemente em dois troncos: o tronco posterior dá origem às artérias glútea superior, glútea inferior e sacral lateral, e o tronco anterior origina a artéria umbilical parcialmente obliterada, a artéria vesical inferior,a artéria uterina, a artéria vaginal e a artéria pudenda interna. A artéria ovariana origina-se da aorta abdominal e penetra na pelve através do ligamento suspensor do ovário As veias acompanham o trajeto das artérias. INERVAÇÃO PÉLVICA: A inervação pélvica está representada por formações viscerais (autônomas) e de vida de relação (somáticas). As fibras eferentes do plexo hipogástrico são responsáveis pela inervação aferente visceral dos órgão pélvicos. A inervação somática é realizada pelos nervos espinhais que se dirigem à pelve, oriundo do plexo lombossacral, sendo de maior importância na região o nervo pudendo. VASOS LINFÁTICOS DA PELVE: Os vasos linfáticos da pelve originam-se em sua própria parede e de seus órgãos, e drenam para quatro grupos principais de linfonodos: Ginecologia – Amanda Longo Louzada 3 ANATOMIA DA PELVE Linfonodos ilíacos externos: recebem o fluxo dos linfonodos da parte inferior do corpo e do colo uterino, da parte superior da vagina, da porção inferior do ureter, da face superior da bexiga e da uretra, e drenam para os linfonodos ilíacos comuns. Estão localizados em agrupamento próximo à artéria ilíaca externa; Linfonodos ilíacos internos: estão agrupados próximo à origem dos ramos da artéria ilíaca interna. Recebem a linfa proveniente do ligamento redondo, parte do útero, parte superior e média da vagina, base da bexiga, uretra e porção inferior do reto, canal anal e períneo, e drenam para os linfonodos ilíacos comuns; Linfonodos sacrais: recebem dos linfonodos do colo do útero, parte inferior da vagina, colo da bexiga e parte inferior do reto. Localizam-se agrupados anteriormente à concavidade sacral e drenam paras os ilíacos internos e comuns. Linfonodos ilíacos comuns: estão junto à artéria ilíaca comum. Recebem da parte inferior da vagina, colo da bexiga, parte inferior do reto, dos linfonodos ilíacos externos, ilíacos internos e sacrais e drenam para os linfonodos lombares. O ovário, parte superior do corpo do útero, e a tuba drenam para os linfonodos lombares. ESTRUTURAS DO ASSOALHO PÉLVICO: Aparelho de suspensão Feixes anteriores – ligamentos pubouretral e pubovesical Feixes laterais – ligamentos cardinais Feixes posteriores – ligamentos uterossacros Aparelho de sustentação ou assoalho pélvico Diafragma pélvico – músculos levantadores do ânus e coccígeo Diafragma urogenital – músculos transverso profundo do períneo e transverso superficial do períneo Esfíncter anal externo Esfíncter estriado ureteral Músculos peirneiais DIFERENÇAS ENTRE A PELVE MASCULINA E FEMININA: PELVE MASCULINA: Estrutura geral: compacta e pesada Pelve Maior: profunda Pelve Menor: estreita e profunda, afunilada Abertura Superior da Pelve: em forma de coração, estreita Abertura Inferior da Pelve: comparativamente pequena Arco púbico e ângulo subpúbico: estreito (< 70º) Forame Obturado: redondo Acetábulo: grande Incisura isquiática maior: estreita (cerca de 70%), V invertido PELVE FEMININA: Estrutura geral: delgada e leve Pelve Maior: rasa Pelve Menor: larga e rasa, cilíndrica Abertura Superior da Pelve: oval e arredonda, larga Abertura Inferior da Pelve: comparativamente grande Arco púbico e ângulo subpúbico: amplo (>80º) Forame Obturado: oval Acetábulo: pequeno Incisura isquiática maior: quase 90º SUSPENSÃO DOS ÓRGÃOS PÉLVICOS: A função de suspensão do complexo uterovaginal, bexiga e trato gastrointestinal é formada pelo tecido conjuntivo endopélvico e pela fáscia endopélvica. Estruturalmente, a fáscia endopélvica é a continuação do tecido conjuntivo subperitoneal que gradualmente vai se tornando mais denso e se transforma inferiormente no diafragma pélvico. A fáscia endopélvica se localiza no espaço entre o peritônio e os músculos do diafragma pélvico. Em algumas localizações, o tecido fica mais denso e se transforma em estruturas ligamentares separando a vagina da bexiga e do reto e na região central forma o anel pericervical. Composição da fáscia endopélvica: Ligamento uterossacral; é responsável pela suspensão apical do útero, vagina e estruturas vizinhas. Esse ligamento se insere no periósteo pré-sacral e na fáscia parietal do músculo piriforme e centralmente na face posterior e lateral do colo uterino. Ligamento cardinal: Esses ligamentos são responsáveis pela suspensão lateral do colo uterino, surgem da porção lateral da parede pélvica e se inserem lateralmente ao colo uterino. Junto a esse ligamento, encontramos o ureter, a artéria uterina e veias. Ligamento pubouretral e pubovesical: Esses ligamentos surgem na sínfise púbica e se inserem no colo uterino. Em relação à suspensão dos órgãos pélvicos, seu papel é menos importante, já que não elevam a cúpula vaginal. São conhecidos estruturalmente como os pilares da bexiga. Septo pubocervical; Essa estrutura tem a forma de trapézio e separa a bexiga da parede vaginal. Desempenha importante papel na suspensão da bexiga, já que se estende da porção anterior do diafragma urogenital até o anel pericervical, inserindo-se entre os ligamentos pubouretrais. Lateralmente se insere na fáscia média do Ginecologia – Amanda Longo Louzada 4 ANATOMIA DA PELVE músculo obturador interno e arco tendíneo da fáscia pélvica. Septo retovaginal: Também de forma trapezoide, separa a parede anterior do reto da parede vaginal posterior, desenvolvendo importante papel na suspensão posterior do complexo uterovaginal. Estende-se do corpo perineal e se insere entre os ligamentos uterossacros no anel pericervical.
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