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Introdução
Diferença entre direito real e pessoal
 Direitos de conteúdo patrimonial se dividem em direitos das coisas ou direitos pessoais. Nesse sentido foi a percepção do direito romano ao se deparar com essas duas espécies de direitos.
COISAS
(Posse + Direitos Reais)
OBRIGAÇÕES
(Direitos Pessoais)
Diferença entre direito real e pessoal
Direitos pessoais - possuem sujeitos facilmente determinados (sujeito ativo e passivo)
Direitos reais - o sujeito ativo é facilmente determinado, mas o sujeito passivo, num primeiro momento é indeterminado (sujeito ativo e coisa)
Obs.: Relação “erga omnes” 
Diferença entre direito real e pessoal
	Direitos Reais	Direitos Pessoais
	Difícil identificação do sujeito passivo	Fácil identificação do sujeito passivo
	Aquisição se dá pela tradição (entrega da coisa)	Aquisição se dá pelo acordo de vontades
	Coisa corpórea, tangível e suscetível de apropriação	Incorpóreo
	Aderência não depende do sujeito passivo	Aderência depende do sujeito passivo
Diferença entre direito real e pessoal
	Princípios de Direitos Reais	Princípios de Direitos Pessoais
	Absolutismo – eficácia “erga omnes”	Relatividade – eficácia entre as partes
	Publicidade – é preciso que todos saibam (tradição e registro)	Consensualismo – para que o contrato surja basta o consentimento dos contratantes
	Taxatividade e Tipicidade	Autonomia da vontade
	Perpetuidade	________________
Direito Civil – Direito das Coisas
Conceito
É o complexo das normas reguladoras das relações jurídicas concernentes aos bens suscetíveis de apropriação pelo homem.
Flávio Tartuce faz a seguinte diferenciação: 
• Direito das Coisas – é o ramo do Direito Civil que tem como conteúdo relações jurídicas estabelecidas entre pessoas e coisas determinadas ou determináveis. Como coisas, pode-se entender tudo aquilo que não é humano, ou ainda os bens corpóreos, na linha da polêmica existente na doutrina. No âmbito do Direito das Coisas há uma relação de domínio exercida pela pessoa (sujeito ativo) sobre a coisa. Não há sujeito passivo determinado, sendo esse toda a coletividade. Segue-se a clássica conceituação de Clóvis Beviláqua citada, entre outros, por Carlos Roberto Gonçalves, para quem o Direito das Coisas representa um complexo de normas que regulamenta as relações dominiais existentes entre a pessoa humana e coisas apropriáveis. 
• Direitos Reais – conjunto de categorias jurídicas relacionadas à propriedade, descritas inicialmente no art. 1.225 do CC. Os Direitos Reais formam o conteúdo principal do Direito das Coisas, mas não exclusivamente, eis que existem institutos que compõem a matéria e que não são Direitos Reais
Generalidades
Coisas = Bens 
 
Para o Código Civil coisa 
Divisão do Código Civil 
Posse
(Bem móvel ou imóvel)
Direitos Reais
(direito que incide sobre coisa própria / alheia)
Posse
(Artigos 1.196 a 1.224)
Direito Reais
(Artigos 1.225 a 1.510-E)
1) Definição:
2) Conteúdo:
3) Posse:
4) Detenção:
5)Composse:
6) Posse direta:
7) Posse indireta:
8) Posse de boa-fé:
9) Posse de má-fé:
10) Posse justa:
11) Posse injusta:
12) Posse nova:
13) Posse velha:
Conceitos
14) Posse ad interdicta:
15) Posse ad usucapionem:
16) Posse pro diviso:
17) Posse pro indiviso:
18) Posse própria:
19) Posse imprópria:
20) Posse originária:
21) Posse derivada:
22) Posse comum e posse trabalho
23) Posse natural:
24) Posse civil ou jurídica:
25) Benfeitorias:
26) Tradição:
Conceitos
Classificação da Posse
1) Quanto ao modo de exercício: posse direta ou indireta (CC, art. 1.197);
2) Quanto à existência de vício: posse justa ou injusta (CC, art. 1.200);
 3) Quanto ao elemento psicológico: posse de boa-fé ou de má-fé (arts. 1.201 a 1.203 do CC); 
4) Posse própria e imprópria; 
5) Posse originária e derivada; 
6) Posse ad interdicta e ad usucapionem; 
7) Posse com ação de força nova e de força velha;
8) Posse comum e posse trabalho.
TEORIAS FUNDAMENTAIS DA POSSE
Teoria subjetiva (Savigny)
 Savigny em sua obra “Teoria da Posse” defendeu a autonomia da posse, afirmando que a posse não era um simples apêndice da propriedade.
Para Savigny, a posse consistiria no poder exercido sobre determinada coisa (corpus), com o propósito de tê-la para si (animus). 
Seu conceito decompunha-se em dois elementos: ANIMUS (intenção de ter a coisa) e CORPUS (poder de apreensão sobre a coisa). 
Teoria objetiva (Ihering) 
Para Ihering, a posse não deveria se decompor em dois elementos independentes. Objetivamente, na linha da sua Teoria Simplificada da Posse, poderíamos conceituá-la apenas como a exteriorização da propriedade, ou seja, possuidor seria aquele que, exercendo poderes de dono, imprimisse destinação econômica à coisa. Ter a posse é comportar-se como dono, proprietário, mesmo que não seja. 
O cidadão que tranca o armazém e vai à cidade, não obstante não tenha o corpus, continua exercendo poderes de dono, não deixando de ter a posse.
Qual foi a Teoria adotada pelo Direito Civil Brasileiro? 
À luz do art. 1.196 do CC, entende-se ter havido a consagração da Teoria Objetiva de Ihering, reconstruída na perspectiva do princípio da função social. A Teoria foi funcionalizada pelas Teorias sociológicas do século XX (Saleilles / Hernandez Gil), devendo ser interpretada à luz dos valores e princípios constitucionais. 
Destaca-se que os poderes inerentes à propriedade estão previstos no art. 1.228 do CC, são eles: uso, gozo, livre disposição e reivindicação. 
OBS: Embora a Teoria subjetiva não traduza a matriz do nosso sistema, influencia determinados pontos, a exemplo do instituto do (da) usucapião, onde se pressupõe o animus domini. 
Art. 1.196. Considera-se POSSUIDOR todo aquele que tem DE FATO o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Detenção
Previsão legal:
Teorias explicativas da detenção 
Teoria Subjetiva da Detenção (Savigny): Partindo da sua premissa de teoria subjetiva da posse (animus + corpus), é detentor, pois não tem o animus domini. 
Teoria Objetiva da Detenção (Ihering): O que diferencia o possuidor do detentor é que a posse deste último é uma posse degradada, desqualificada pelo direito objetivo.
Art. 1.198. Considera-se DETENTOR aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. 
Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário.
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
Observações:
1) Transformação da detenção em posse
Enunciado 301 CJF – IV Jornada de Direito Civil: É possível a conversão da detenção em posse, desde que rompida a subordinação, na hipótese de exercício em nome próprio dos atos possessórios.
Artigo 1.198,parágrafo único + artigo 1.204, Código Civil
Artigo 1.198, Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário.
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.
+
2) Detentor que é demandado em razão de direito que o demandante tem em face do possuidor.
3) Qual o efeito jurídico da posse que se estende à DETENÇÃO?
Composse
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
Interversão da posse
É uma alteração da natureza da posse.
Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida.
UNILATERAL: se dá independentemente do acordo de vontades.
BILATERAL: decorre do acordo devontades, caráter consensual.

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