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Historiografia 5 desafios e 25 exercícios

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Historiografia contemporânea e dinamicidade da informação
Desafio
A Internet é um elemento fundamental para a pesquisa historiográfica contemporânea. Isso porque, a partir de um clique, permite encontrar fontes e consultar bibliografias. Sites como a Hemeroteca Digital têm um banco de dados contendo diversos jornais, revistas, folhetins, livros, entre outros objetos possíveis de pesquisa, que vão desde o primeiro periódico publicado no Brasil até os mais recentes.
Nesse contexto, imagine que você está desenvolvendo uma pesquisa para o acervo de um museu.
Sabendo disso, você deverá refletir sobre os meios (sites, bancos de dados, indexadores, entre outros) que serão consultados e investigados, a fim de realizar as etapas descritas, bem como descrever o caminho a ser percorrido e as possíveis armadilhas, contidas nos meios digitais, as quais um pesquisador deverá estar sempre atento.
Resposta
Como pesquisador, seria possível buscar em sites de publicação científica, como SciELO, Periódicos Capes, ERIC e Google Acadêmico, a bibliografia já existente sobre esse personagem. Com efeito, uma contemplação dos aspectos mais relevantes do autor, da bibliografia produzida sobre sua vida, bem como dos autores que já trabalharam suas obras, seriam mapeadas, a fim de evitar o desenvolvimento de pesquisas que já tenham sido realizadas e, até mesmo, o plágio.
Nesse primeiro levantamento, é importante que leia tudo o que puder e levante tudo o que houver de produção acerca do autor. Contudo, deve-se tomar um cuidado especial com as "armadilhas" da Internet, ou seja, sites de procedência duvidosa, vídeos ou artigos de pessoas que não são especialistas, etc.
É importante, para um historiador, que sua pesquisa seja desenvolvida com fontes confiáveis que, assim como você, utilizaram um método e uma teoria científica de análise e apuração de dados. Por isso, valorize e dê prioridade aos artigos, às dissertações e às teses acadêmicas em detrimento de sites, blogs ou vlogs. A menos, é claro, que seja um canal reconhecido pelo meio, como é o caso do Café História.
Após esse primeiro levantamento, você poderia buscar as produções do autor em diversos meios de comunicação, órgãos e instituições governamentais, a partir do site da Hemeroteca Digital. Desse modo, suas possibilidades, diante do autor, seriam ampliadas, posto que teria outras fontes e, consequentemente, enfoques, para realizar sua pesquisa, expandindo o rol de documentos expostos no museu, o que ajudaria na construção de uma narrativa mais completa sobre sua vida e obra. 
Exercícios
1. 
Em sua célebre obra, Apologia da História: ou o ofício do historiador, Marc Bloch (2002, p. 67), historiador e fundador do movimento dos Annales, conclui que:
"Em certas de suas características fundamentais, nossa paisagem rural, já o sabemos, data de épocas extremamente remotas. Mas, para interpretar os raros documentos que nos permitem penetrar nessa brumosa gênese, para formular corretamente os problemas, para até mesmo fazer uma ideia deles, uma primeira condição teve que ser cumprida: observar, analisar a paisagem de hoje."
Analisando esse trecho, que traz consigo uma importante reflexão sobre a pesquisa histórica, assinale a alternativa correta.
A. Fala da observação e divisão que há entre o passado e o futuro, de modo que se torna impossível aproximar o estudo da História, portanto, dos mortos aos vivos, uma vez que aquilo que passou ficou enterrado no passado.
B. Fala do anacronismo, constante e comum em todas as obras e produções historiográficas, uma vez que se vive em tempos diferentes dos que se analisa.
C. Do reconhecimento de que, de alguma forma, o presente molda as preferências. Sendo assim, influencia na formulação e até elaborações de questões que se encaminham na pesquisa.
D. Fala da possibilidade e necessidade de o historiador se colocar em um degrau superior, a fim de observar os fatos, tais quais eles ocorreram. Obtém-se assim, de certa forma, uma visão privilegiada, em relação ao passado.
E. Do esforço ininterrupto, ao qual deve se submeter um historiador, a fim de não permitir que o presente o atrapalhe. Só assim será possível reconstituir todos os fatos do passado.
2. 
"Há uma pergunta central na História que não pode ser evitada, no mínimo porque todos nós queremos saber a resposta: como a humanidade passou do homem das cavernas para o astronauta, de um tempo em que era assustado por tigres de dentes de sabre para um tempo em que é assustado por explosões nucleares – isto é, não assustado pelos perigos da natureza, mas por aqueles que ele mesmo cria? O que faz dessa uma pergunta essencialmente histórica é que os seres humanos, embora recentemente bem mais altos e pesados que nunca, são biologicamente quase os mesmos que no início do registro histórico" (HOBSBAWM, 2013, p. 42 [adaptado]).
Nesse trecho da obra de Hobsbawn, podemos verificar uma questão central no trabalho do historiador, que deve se deparar constantemente com as novas dinâmicas sociais e, consequentemente, tecnológicas que assolam a humanidade. Responda a alternativa que trata dessa questão.
A. Trata-se da investigação dos padrões e mecanismos da mudança histórica e das transformações das sociedades humanas, que devem ser constantes, apesar dos avanços tecnológicos, adequando-se e adaptando-se a eles, quando necessário, a fim de compreendê-los.
B. Trata-se da escrita e do estudo do passado, a fim de prospectar os acontecimentos futuros, de modo que seja possível impedi-los de acontecer, quando perceber uma irregularidade no caminho.
C. Trata-se da busca pelos fatores comuns da humanidade, problemas que abarcaram os antepassados e persistem até os dias de hoje. Desse modo, a partir da compreensão da natureza humana, é possível melhorar a sociedade.
D. Trata-se da elaboração de um modelo predeterminado da evolução humana no globo, a fim de compreender o mundo tal qual ele se apresenta, de modo que seja possível reconhecer a realidade em que vive.
E. Trata-se da procura por regras que regem a humanidade, bem como a compreensão da natureza do homem, a fim de projetar o destino da humanidade.
3. 
"Certamente não existem considerações, por mais gerais que sejam, nem leituras, tanto quanto se possa estendê-las, capazes de suprimir a particularidade do lugar de onde falo e do domínio em que realizo uma investigação. Esta marca é indelével"(CERTEAU, 1982, p. 65).
Assinale a alternativa correta.
A. O trecho diz que é necessário utilizar parâmetros dos próprios tempos, a fim de conseguir ter um olhar mais apurado para os costumes, a cultura e os modos do passado.
B. O trecho diz que, antes de tudo, deve-se ser imparcial, pois apenas assim se consegue escrever uma história verdadeira. Do contrário, pode-se correr o risco de ser partidário de algo.
C. O trecho trata da impossibilidade de lançar mão do presente, de conceitos e subjetividades, de modo que em tudo o que se escreve, nas escolhas teóricas e metodológicas, tem-se impresso algum traço do presente.
D. O autor fala da forma como o presente se coloca na vida, não permitindo que o futuro e o passado sejam analisados, somente descritos a partir de documentos, sem a necessidade de grandes elaborações.
E. O autor está focado em pensar a forma como o passado se estende ao futuro. Sendo assim, compreender a marca indelével do presente significa interpretar o passado para se projetar no futuro.
4. 
"A atenção teórica e historiográfica em relação ao ofício dos historiadores assume tanto uma postura epistemológica, definindo a História como algo distinto da memória e de outros modos de relação com o passado, quanto ética e política, criando a possibilidade de reflexão crítica sobre as distintas maneiras pelas quais o passado é utilizado na sociedade contemporânea. A História da historiografia seria uma espécie de antídoto ao uso desmesurado, por vezes irresponsável, da História" (NICOLAZZI, 2017, p. 15).
Sobre esse trecho do texto de Nicolazzi, é correto afirmar que:
A. a historiografia é uma corrente histórica que visa entrar em contatocom a memória e outros modos de relação com o passado, para que seja possível reescrevê-lo.
B. a História da historiografia é uma disciplina que pensa o ofício do historiador, suas implicações práticas, bem como as formas de se apropriar do passado na contemporaneidade.
C. a História da historiografia seria um antídoto contra os demais campos da História, os quais analisam outros aspectos que não a produção do próprio historiador.
D. sem a História da historiografia não haveria o contato com obras de autores antigos, não sendo possível refletir sobre suas produções.
E. a História é uma forma de olhar para o passado, a fim de escrever narrativas capazes de auxiliar o historiador no futuro e dizer como se deve produzir História.
5. 
A História Digital tem ganhado corpo e adeptos desde a popularização dos computadores e da Internet, sendo encarada como importante fonte de pesquisa nos dias atuais.
Nesse contexto, marque a alternativa correta acerca dos motivos que levaram à aceitação da Internet como fonte historiográfica.
A. A Internet se tornou uma possível fonte de pesquisa, pois conta com muitas redes sociais e usuários participantes. Sendo assim, há muitas formas de divulgar os trabalhos nas redes.
B. A História Digital ganhou relevância a partir do momento que se verificou uma possibilidade de analisar comportamentos, formas de ação, de interação e dinâmicas sociais a partir das redes.
C. A História Digital passou a ser aceita, pois hoje não é mais possível se produzir História sem a utilização da Internet, sendo que ela disponibiliza diversos sites que possibilitam o acesso a livros e/ou acervos.
D. A História Digital passou a ser aceita pela comunidade acadêmica a partir do momento que possibilitou o acesso a documentos mais antigos, de qualquer época e/ou lugar do mundo.
E. A História Digital tornou-se importante, pois abriu a possibilidade para que os periódicos científicos tivessem sites próprios, aumentando as possibilidades de propagação de suas produções.
História e consciência histórica
Desafio
De que forma o conhecimento histórico é produzido? Existe um respaldo social para a produção sobre o passado? O conhecimento histórico escolar tem alguma relação com essas formas de saber? Tais questionamentos refletem o papel da História na sociedade e também da relevância da atuação de seus profissionais, historiadores e professores de História.
Como você se posicionaria diante de tais questionamentos?
a) O que existiu em 1964 não foi um Golpe, mas, sim, uma Revolução.
b) Tenho parentes que viveram no período e afirmaram que não existia repressão porque o Governo Militar só perseguia comunistas que eram inimigos da Nação e queriam instaurar uma Ditadura Comunista no Brasil.
c) A sociedade civil não pode ser culpada, porque o governo foi dos militares.
Resposta
a) O conceito de Revolução pressupõe uma mudança total na sociedade, geralmente colocando indivíduos que são excluídos e marginalizados ao topo da hierararquia social. No dia 1º de abril de 1964, o evento que levou os militares ao poder no país foi sustentado pelo fechamento do Congresso, uma atitude contra o Estado Democrático de Direito, o que se configura como um Golpe de Estado.
b) A História não pode ser vista de uma forma maniqueísta. Análises feitas como "lado bom e lado ruim" ou "lado certo e lado errado" são genéricas, superficiais e tendenciosas. Você deve lembrar que, em um contexto histórico, grupos antagônicos atuam em busca do benefício em comum, por isso setores sociais são atingidos e interpretam um mesmo evento de maneira diferenciada. Durante a escravidão no Brasil, existiam escravos que ganhavam a vida capturando outros escravizados, os capitães-do-mato. Na Alemanha nazista, dentro dos campos de concentração, existiam os sonderkommando, judeus responsáveis por auxiliarem os alemães no processo de extermínio dos seus iguais. O que eles têm em comum? A contribuição de indivíduos com um regime opressor por trocas de benefícios pessoais que aumentam o sofrimento de uma coletividade.
c) Todo regime instaurado tem, em níveis distintos, certo aval da sociedade. No Brasil, antes de 1964, a burguesia não via com bons olhos o crescimento de ideias socialistas e o engajamento da classe trabalhadora. Soma-se o fato de a Igreja Católica realizar manifestações, entre os dias 19 de março e 8 de junho de 1964, conhecidas como "Marcha da Família com Deus e Liberdade ". Você deve lembrar que o conhecimento histórico é produzido por profissionais, por isso você deve estar ciente das discussões historiográficas sobre o tema. Procure sempre as produções e discussões mais atuais e relevantes. Sobre o tema, destaca-se 1964: História do Regime Militar Brasileiro, do historiador Marcos Napolitano.
Exercícios
1. 
Ao definir uma tipologia da consciência histórica, Jörn Rüsen organizou-a em quatro tipos distintos: tradicional, exemplar, crítica e genética. De acordo com seu pensamento, é a partir delas que o ser humano irá desenvolver argumentações para sua vida prática. 
Considerando os pressupostos teóricos, assinale a alternativa abaixo que corresponde à teoria de Rüssen sobre a consciência histórica e sua compreensão acerca da experiência do tempo e do raciocínio moral.
A. A Consciência Tradicional, em relação à experiência do tempo, não admite uma origem e repetição de um modelo cultural e de vida obrigatório. Já em relação ao raciocínio moral, a razão subjacente aos valores é um suposto efetivo que não permite o consenso sobre questões morais.
B. A Consciência Exemplar, em relação à experiência do tempo, percebe uma variedade de casos representativos, mas que não servem de regras gerais de conduta ou sistemas de valores. Já em relação ao raciocínio moral, a moralidade não é a generalidade da obrigação dos valores e sistemas de valores.
C. A Consciência Crítica, em relação à experiência do tempo, admite poucos desvios problematizadores dos modelos religiosos e de vida atuais. Já em relação ao raciocínio moral, existe uma critica aos valores dominantes, mas que não se dirige à idelogia, como estratégia do discurso moral.
D. A Consciência Tradicional, em relação à experiência do tempo, admite uma origem e repetição de um modelo social e de vida relativo. Já em relação ao raciocínio moral, a razão subjacente aos valores é um suposto efetivo que  permite o consenso sobre questões morais.
E. A Consciência Genética, em relação à experiência do tempo, admite transformações dos modelos culturais e de vida alheios em outros próprios e aceitáveis. Já em relação com o raciocínio moral, a mudança temporal  se converte em um elemento decisivo para a validade dos valores morais.
2. 
A noção de patrimônio pode ser percebida como uma forma de compreender como as sociedades relacionam-se com o seu passado, sendo possível entender esses aspectos por meio da sua preservação ou destruição.
Atualmente, o conceito de patrimônio engloba desde a preservação de bens materiais até os patrimônios intangíveis. Entretanto, sua concepção foi cunhada dentro de um contexto específico.
Em relação à conjuntura sociopolítica em que esse termo surgiu, podemos afirmar que:
A. A noção de patrimônio desenvolvida durante a Revolução Francesa, em 1789, restringiu-se apenas à concepção dos bens materiais, os quais eram de suma importância para a manutenção do governo na época e carregavam um simbolismo próprio do Antigo Regime.
B. O surgimento de um modelo burguês de Estado-Nação após a Revolução Francesa, além de provocar transformações políticas e sociais, contribuiu também para a ampliação do entendimento do “patrimônio", trazendo para a discussão a necessidade de preservação do bem público.
C. O conceito de patrimônio foi criado para atender apenas aos ensejos políticos da época, associando-se à ideia de que o “bem público” pertence exclusivamente aos governantes e, portanto, cabe a esses a sua organização e preservação.
D. A destruição patrimonial, material e simbólica provocada no período da Revolução Francesa, e seus desdobramentos posteriores, foi entendidacomo algo natural ao decurso momentâneo, em nada contribuindo para as discussões em torno da ideia de patrimônio.
E. A noção de patrimônio restringe-se aos elementos materiais, como prédios históricos, que devem ser resguardados e protegidos pela Secretaria de Arquitetura e órgãos responsáveis dos municípios. Outros modelos, embora também devam ser protegidos, não podem ser considerados patrimônio. 
3. 
A educação patrimonial e suas manifestações no espaço escolar podem refletir os embates e debates na sociedade em relação ao passado, perpassando elementos que articulam o saber histórico, o saber histórico escolar e a cultura histórica de uma sociedade.
​​​​​​​Nesse sentido, a discussão em torno da questão patrimonial no Brasil se deu por volta da primeira metade do século XX.
Sobre os fatores que contribuíram para acentuar esses debates, pode-se inferir que:
A. O movimento modernista propôs a criação de vários projetos em relação ao patrimônio e influenciou o novo modelo de política nacional proposto pelo Estado Novo, durante o governo do presidente Getúlio Vargas.
B. O surgimento do IPHAN, em 1937, foi o grande marco para ampliar os debates em torno do patrimônio imaterial, levantando questões como a preservação das comunidades tradicionais no Brasil.
C. As missões de pesquisas folclóricas, idealizadas por Mário de Andrade, contribuíram para a discussão em torno do patrimônio material brasileiro, uma vez que teve como objetivo catalogar os monumentos históricos do Brasil.
D. A criação do IPHAN, o movimento modernista e as missões folclóricas foram eventos que atenderam exclusivamente às necessidades eminentes do Estado Novo, que visavam à preservação do patrimônio brasileiro.
E. A noção de patrimônio, e sua necessidade de preservação, surge no Brasil no início da Primeira República, iniciada pelo presidente Campos Sales, utilizando o modelo da reforma e modernização de Paris.
4. 
O revisionismo histórico é uma ferramente utilizada para (re)escrever e alterar visões consideradas consagradas pela historiografia e pela memória coletiva. Seu uso faz parte do ofício do historiador, tornando-se necessário quando o aparato teórico e metodológico é revisto pelos historiadores. Entretanto, seu uso é amplamente debatido e criticado no meio acadêmico quando é associado a formas de expressão do negacionismo histórico.
Qual alternativa abaixo reflete o debate e problemáticas atuais desse contexto?
A. O conhecimento histórico é um saber produzido e acabado, não sendo necessário "reescrever" a História, uma vez que visões consagradas pela historiografia sustentam-se por contra própria.
B. O conhecimento sobre o passado reflete os anseios e visões da sociedade no presente, mostrando as forças contraditórias que tornam possível a interpretação anacrônica do passado.
C. É impossível obter um conhecimento verídico sobre o passado, uma vez que as fontes primárias estão repletas de preconceito dos autores que a produziram, sendo impossível qualquer forma de conhecimento histórico.
D. A História não se preocupa em demonstrar ou entender o passado, uma vez que o conhecimento de eventos passados é uma prática comum a todos os povos, não sendo necessária a organização de um campo específico para tanto.
E. O revisionismo é aliado do negacionismo, correndo risco de silenciar e falsificar o conhecimento sobre o passado, servindo a propósitos políticos e ideológicos que geralmente refletem o posicionamento de grupos dominantes.
5. 
O espaço escolar é um local privilegiado para o contato de grupos sociais com interesses distintos, organizados por meio de uma prática inclusiva e democrática. O saber histórico escolar revela as relações de forças presentes nessa sociedade e materializa as disputas de memórias.​​​​​​
Dessa forma, como o conhecimento histórico relaciona-se com essa questão?
A. O conhecimento histórico, produzido no âmbito acadêmico e apropriado pelo conhecimento histórico escolar, deve demonstrar as formas de consciência histórica na qual os indivíduos estão inseridos e refletir a representatividade dos grupos sociais e políticos.
B. A cultura dominante de uma sociedade deve ser o modelo padrão ensinado, pois a maioria deve se curvar à minoria, refletindo uma lógica matemática que ordena a sociedade e reforça os papéis sociais desempenhados pelos indivíduos e seus respectivos grupos.
C. Historicamente a formação do Brasil foi ancorada em três segmentos étnicos: o europeu-português, o africano-negro e o indígena-americano. Por isso, o saber histórico escolar deve refletir, exclusivamente, as contribuições de cada segmento para o processo de colonização brasileira.
D. No final do século XIX e início do século XX, uma nova dinâmica étnica e social foi inserida na sociedade brasileira, com a presença de imigrantes europeus, árabes e asiáticos. Entretanto, com respeito à colonização brasileira, a contribuição desses povos deve ser relativizada e amenizada.
E. A colonização brasileira organizou três grupos antagônicos que se relacionaram pacificamente por meio da habilidade nata do português em colonizar. O ensino de História do Brasil deve reforçar o caráter benéfico da colonização portuguesa e refletir a organização pacífica da nossa sociedade.
Historiografia econômica brasileira
Desafio
A historiografia econômica brasileira é conhecida por elaborar estruturas explicativas nas quais a economia do país, desde a época colonial, é o ponto de destaque. O período de independência foi um marco político, mas não rompeu o sistema econômico que privilegiava os latifúndios e a agro exportação. Historiadores como Caio Prado Júnior (1907-1990) e industriais como Roberto C. Simonsen (1889-1948) analisaram a história econômica a partir da ideia de progresso. Eles entendiam que o futuro residia na industrialização em vez da exportação de produtos primários. 
Suponha que você é professor de história e busca demonstrar aos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental II como o conhecimento teórico sobre a história da economia também faz parte dos conteúdos a serem aprendidos em sala de aula. Para isso, você nomeou alguns fatos ocorridos no século XIX para efeito de análise crítica:
- 1847: imigração
- 1850: Lei de Terras
- 1850: Lei Eusébio de Queirós
- 1888: Abolição da escravidão
Analise os fatos listados munindo-se do contexto sobre a economia do período oitocentista e conceitos de pesquisadores como Prado Júnior e Simonsen. A partir disso, crie um aparato argumentativo aplicável em sala de aula, principalmente ao relacionar os ciclos econômicos com os acontecimentos políticos e sociais.
Resposta
A análise deve contextualizar o período e, posteriormente, relacionar os fatos com o desenvolvimento econômico do país.
O século XIX brasileiro foi permeado não só pelo processo de independência em 1822, mas também pela chegada da Família Real em 1808, pelo Primeiro Reinado (1822-1831), Segundo Reinado (1840-1889), fim da escravidão (1888) e pela Proclamação da República (1889). Todos esses eventos influenciaram na economia, mas nada que a modificasse estruturalmente. 
A Lei de Terras (n. 601),de 18 de setembro de 1850, foi implementada com a intenção de organizar a propriedade privada. Até então, a posse se relacionava ao uso da terra e, além disso, o governo a concedia para ser lavrada, por exemplo. Com a nova legislação, as terras já ocupadas foram regularizadas, e todas as demais se tornaram títulos do Estado. 
Além disso, os valores dos impostos e dos pedaços de terra eram determinados pelo governo, resultando na concentração fundiária nas mãos de poucos, principalmente de quem já usufruía dos benefícios anteriores. Dessa forma, imigrantes, negros alforriados e a pequena classe média não tiveram acesso à terra, mantendo-se a desigualdade social. 
Os imigrantes começaram a chegar no Primeiro Reinado, mas a política de imigração foi sistematizada de fato a partir de 1847, primeiro com o interesse da iniciativa privada, contando com forte aparato estatal. A necessidade de mão de obra também ajudou no desenvolvimento doprocesso imigratório, já que a Lei Eusébio de Queirós proibia o tráfico de africanos escravizados.
A questão da abolição se tornou discussão pública desde então, culminando na assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888. Toda essa mudança legislativa influenciou diretamente a manutenção da característica econômica brasileira: agroexportação de matéria-prima, anteriormente o açúcar e, durante o século XIX, o café.
Exercícios
1. 
Leia o texto a seguir:
“Tínhamos atingido um desenvolvimento econômico de certa forma notável. Exportava o Brasil já em fins dos seiscentos cerca de quatro mil contos anuais – ou seja, mais de cem mil em moeda atual. […] Tal progresso ia encontrar pela frente, embargando-lhe os passos, a opressão colonial da metrópole. Esta oposição de interesses é acentuada por circunstâncias especiais ao momento: o contraste da profunda decadência do Reino, apenas liberado do jugo espanhol. (...) O comércio oriental praticamente terminara, e o fracasso fora completo. A verdade é que só na época da conquista, diz um historiador, a Índia pagava o seu custo; não porém das rendas normais de um Estado, mas do eventual, proveniente de guerras: presas, tomadias, resgates. Depois da conquista dissipa-se a ilusão dos primeiros anos e Portugal, acorrentado à sua obra, foi-se dessangrando de homens e cabedais.
[…]
Era o desastre mais completo. Desfazia-se o império colonial lusitano, e o Reino ia perdendo a principal base da sua economia. Da África só lhe provinham então os proventos do tráfico de escravos, insuficiente, está visto, para alimentar por si só a economia portuguesa. Restava o Brasil, cujas riquezas de país novo e vigoroso se desdobravam não só em possibilidades imediatas, mas em promessas seguras para o futuro.”
(PRADO JÚNIOR, 1969)
A partir dos conhecimentos acerca do autor e da história econômica brasileira, assinale a alternativa correta:
A. Caio Prado Júnior analisa a política colonial no Brasil a partir da ótica econômica, e enfatiza que a opressão portuguesa impediu o desenvolvimento do país, mesmo após a independência em 1822. 
B. Caio Prado Júnior faz parte da tradição de Gilberto Freyre, que via o mercantilismo como importante base para estabelecer as finanças do país. 
C. Assim como Sérgio Buarque de Holanda, Caio Prado Júnior analisou as conjunturas políticas para estabelecer o projeto colonial brasileiro, que tinha como base a legislação espanhola. 
D. Caio Prado Júnior se manteve alinhado à produção historiográfica política e econômica que surgiu com o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), que se conectava ao marxismo. 
E. O texto de Caio Prado Júnior fala sobre a necessidade de colonizar o Brasil depois de Portugal perder as feitorias e colônias na África e na Ásia. Assim, ele corrobora a estrutura historiográfica produzida no século XIX. 
2. 
Analise o texto a seguir, de Augusto Olímpio Viveiros de Castro (1916):
"O govêrno municipal foi o creador dos impostos, ficando na mais completa inactividade o govêrno delegado da metropole. A tributação consistia em impostos de importação, consumo e exportação; eram impostos sôbre a circulação de valores comerciaes. Delles estavam exemptos o trabalho e o capital, que não eram gravados nem directa nem indirectamente. A propriedade urbana, a propriedade rural e o capital auferiam as vantagens da exempção tributaria, à sombra da qual se creou a aristocracia agricola, que foi a primeira manifestação historica, entre nós, do capitalismo."
Qual é o período abordado pelo autor nesse trecho e qual característica o define melhor?
A. Período colonial, quando as revoltas separatistas obrigaram o governo a ceder e diminuir alguns impostos. 
B. Período independente, quando a Família Real chegou ao Brasil e revisou o fisco nacional.
C. Período colonial, quando o governador-geral decidiu desmembrar a cobrança de impostos. 
D. Período colonial, quando os primeiros capitães gerais passaram a elaborar a Constituição colonial e o fisco.
E. Período colonial, quando a organização fiscal brasileira ficava a cargo de Portugal e focava o nível municipal. 
3. 
Leia o texto a seguir, de Boris Fausto (2002):
"Sem o mesmo colorido mas com maior eficácia, ganhou força, no Brasil dos anos 30, a corrente autoritária. O padrão autoritário era e é uma marca da cultura política do país. A dificuldade de organização das classes, da formação de associações representativas e de partidos fez das soluções autoritárias uma atração constante. Isso ocorria não só entre os conservadores convictos como das oligarquias; a partir daí, não dava muito valor à chamada democracia formal. Os liberais contribuíram para justificar essa visão. Temiam as reformas sociais e aceitavam, ou até mesmo incentivavam, a interrupção do jogo democrático toda vez que ele parecesse ameaçado pelas forças subversivas."
A partir do contexto de formação da historiografia brasileira na década de 1930, é correto afirmar que:
A. Celso Furtado e Mircea Buescu fizeram parte da tradição historiográfica que rompeu com a estrutura narrativa política e cultural, privilegiando a economia. Os estudos marxistas e liberais impulsionaram a produção de obras baseadas na economia brasileira. 
B. Celso Furtado e Caio Prado Júnior ampliaram a produção historiográfica ao abordar os aspectos políticos da Revolução de 1930. O contexto autoritário descrito no texto foi visto como necessário para que os ideais revolucionários fossem mantidos. 
C. Pesquisadores como Caio Prado Júnior e Roberto Simonsen foram influenciados pelas mudanças políticas e econômicas da década de 1930 e produziram obras que questionavam o status quo e a produção da historiografia econômica e geral. 
D. A historiografia econômica brasileira sofreu menos impacto com as mudanças políticas ocorridas no Brasil, pois seu mote era analisar o desenvolvimento econômico. Celso Furtado e Caio Prado Júnior criaram estruturas explicativas que fugiam do debate do presente. 
E. Roberto Simonsen e Celso Furtado produziram obras alheias aos problemas políticos do país. As macroexplicações econômicas tratavam do processo colonial, que acabou em 1822. Por sua vez, as ideologias marxistas e liberais influenciaram seus escritos.
4. 
Analise o trecho a seguir, de Capistrano de Abreu (1998):
“Conquanto chame história ao trabalho publicado em vida, o nome assenta-lhe mal. Diz rapidamente o descobrimento da Terra, dá o nome dos primeiros donatários ou dos donatários vivos, fala em Tomé se Sousa a propósito da fundação da cidade do Salvador, de Fernão de Sá a propósito da guerra do Espírito Santo em que morreu, de Mem de Sá, quando conquistou o Rio, não podia dizer menos. As primeiras explorações da costa, as feitorias, sede do primitivo escambo, a tomada de posse às polegadas do território concedido às léguas, na expressão frisante de Rocha Pita, deixaram-no frio. A sua história é antes natural que civil; o mesmo se pode afirmar do Tratado.”
Uma das características dos primeiros historiadores da economia, no final do século XIX e início do século XX, era buscar informações sobre o período colonial em diversos tipos de fontes documentais.
A partir dessa informação e da leitura do texto, assinale a alternativa correta:
A. Capistrano de Abreu demonstra a dificuldade de trabalhar com fontes primárias para discutir a economia, já que o caráter descritivo da obra atrapalha a interpretação dos fatos.
B. Capistrano de Abreu retira de Gândavo informações sobre o passado colonial, mas sabe que a análise econômica por parte do cronista é mais aprofundada do que a política.
C. A crônicas eram fontes documentais reconhecidas pelos historiadores desde o século XVI. Capistrano de Abreu discorre sobre Pero de Magalhães Gândavo, considerado um manual sobre a história brasileira.
D. Capistrano de Abreu, analisando o cronista Gândavo, afirma que a história ali é descritiva, portanto tem informações que devem ser consultadas para a produção historiográfica.
E. O texto aborda atividades mercantis, como o escambo e a ocupação do território colonial, processoque ocorreu a partir do século XVII e é trabalhado por Capistrano de Abreu em suas obras.
5. 
Leia o texto a seguir, de Celso Furtado (2007):
"No último decênio do século XIX criou-se uma situação excepcionalmente favorável à expansão da cultura do café no Brasil. […] com a descentralização republicana o problema da imigração passou às mãos dos estados, sendo abordado de forma muito mais ampla pelo governo de São Paulo, vale dizer, pela própria classe dos fazendeiros de café. Finalmente, o efeito estimulante da grande inflação de crédito desse período beneficiou duplamente a classe de cafeicultores: proporcionou o crédito necessário para financiar a abertura de novas terras e elevou os preços do produto em moeda nacional com a depreciação cambial."
A partir desse texto, identifique quais eventos políticos influenciaram diretamente o estabelecimento do café como principal produto de exportação brasileiro:
A. O Tratado de Navegação e Comércio, e a Independência.
B. A Proclamação da República e a Lei Áurea.
C. A Lei dos Sexagenários e a Lei de Terras. 
D. O Tratado de Madri e a Proclamação da República. 
E. A Farroupilha e a Lei Áurea.
Historiografia política brasileira
Desafio
A historiografia política brasileira aborda diversos temas que estão, invariavelmente, conectados aos ideais do presente. Portanto, ainda que o autor analise o passado, sua subjetividade e historicidade fazem parte da operação historiográfica.
Francisco José de Oliveira Vianna (1883-1951) foi um conhecido jurista e sociólogo nascido no Estado do Rio de Janeiro que teve voz no governo de Getúlio Vargas, entre 1930 e 1945. Suas discussões acerca da divisão do Direito em Comum e Trabalhista ficaram famosas e ajudaram a moldar a Legislação do Trabalho. Essa influência o colocava como um dos intelectuais mais conceituados do País. Em 1934, após a leitura de obras seminais sobre o determinismo racial e a eugenia, que surgiram no século XIX, e principalmente as de Arthur de Gobineau (1816-1882) e Georges Vacher de Lapouge (1854-1936), Vianna publicou Raça e assimilação. Seu objetivo era analisar cientificamente a evolução da sociedade brasileira. 
Imagine que você é  professor de História e vai estudar essa ideia com os alunos do 8º ano do Ensino Fundamental II, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular.
​​​​​​​A partir da leitura do texto, e considerando o trabalho a ser feito com seus alunos em sala de aula, crie uma relação sobre a eugenia, principalmente sob a perspectiva do negro e do índio em um mundo que acreditava na superioridade branca. 
Resposta
No trecho destacado, Vianna afirma que os índios do Brasil eram mais selvagens, menos civilizados que as populações asteca e inca, por exemplo. Estes, que viveram na América do Norte e do Sul, respectivamente, eram classificados dessa maneira por terem organizações sociais, políticas e econômicas consideradas avançadas pelos europeus. Essas ideias já eram disseminadas nos séculos XVI e XVII, e a surpresa diante das construções monumentais ao aportarem na América demonstra o julgamento inferior direcionado aos nativos. 
Para Vianna, os índios daqui demonstravam sua baixa hierarquia na cadeia evolutiva pela falta de organização social, política, econômica e um exemplo disso era a parca tecnologia aplicada nas moradias. O nomadismo, citado por ele, era uma característica das sociedades nômades na Pré-História antes da sedentarização e do aparecimento da agricultura. 
O autor mantém a visão construída por historiadores que exaltavam a colonização portuguesa como a salvação civilizacional dos povos indígenas. Ao longo da sua obra, Vianna expõe como o embranquecimento da população brasileira seria, portanto, a "saída ideal" para a evolução, corroborando a ideia eugenista da época.
Exercícios
1. 
Leia o texto a seguir:
“[...] o IHGB foi criado para ajudar o Brasil a se conhecer geográfica e historicamente. [...] No âmbito histórico, buscava estabelecer e eternizar os fatos e os homens memoráveis para a pátria. O dever do instituto era narrar o processo civilizador na formação nacional do Brasil, aproximando o país tropical dos padrões europeus. O Império brasileiro, recém-independente, precisava de um passado que trouxesse orgulho e identidade a seus cidadãos e que permitisse à nação avançar para o futuro com confiança e determinação.” (LIMA, 2018).
Tendo em vista que a historiografia é diretamente influenciada pela política, assinale a alternativa correta: 
A. O IHGB fez parte do processo de construção da ideologia evolutiva da sociedade brasileira a partir da análise do passado. 
B. O IHGB institucionalizou a produção da História Nacional embasada no passado remoto, mas, sobretudo, nos acontecimentos recentes. 
C. Os historiadores do IHGB se desvincularam do Império a partir do momento em que a imparcialidade da historiografia foi comprometida.
D. Os eventos políticos do século XIX, assim como a população, influenciaram a produção historiográfica do IHGB.
E. Os heróis nacionais, como Tiradentes, permearam as produções do IHGB, haja vista que o País necessitava de ídolos para se orgulhar. 
2. 
Leia o trecho a seguir:
"No Brasil, as representações da vida íntima na senzala permaneceram quase constantes, desde antes da Abolição até a década de 1970. [...] Entretanto, se o quadro continuava o mesmo, a moldura havia mudado. Uma frase de Gilberto Freyre assinala a mudança de paradigma [...]: 'essa animalidade dos negros [escravos], essa falta de freio aos instintos, essa desbragada prostituição dentro de cada, animavam-na os senhores brancos [...]'. Sentencia Freyre: 'o negro foi patogênico, mas a serviço do branco'." (SLENES, 2011).
Analise as informações e assinale a alternativa correta:
A. Apesar de a escravidão ser um assunto muito discutido desde o século XIX, cada época retoma a discussão e imprime uma interpretação própria. Freyre aborda a violência sexual que ocorria dentro do sistema patriarcal, mas imputa a problemática ao homem branco. 
B. Slenes afirma que Freyre mantém a tradição de discurtir o sistema escravista brasileiro mas, apesar da "diferente moldura", continua com os grandes esquemas explicativos e atenua a violência sexual que existiu nas senzalas brasileiras. 
C. Freyre dá protagonismo ao homem negro e o absolve do olhar preconceituoso de que a violência sexual que ocorria no sistema patriarcal brasileiro era iniciada pelo homem branco. Seu tom é pessimista, já que o trato dado aos ex-escravizados e seus descentes não mudou muito.
D. Freyre pertenceu a uma tradição que questionava a história tradicional produzida até então, mas não fugia da interpretação racista que vigorava na época. Para ele, apesar de o negro não ser o foco da problemática sexual, sua própria natureza atestava ao contrário do argumento. 
E. Freyre e Caio Prado Júnior construíram argumentos que, além de refutarem a historiografia tradicional que inferiorizava os africanos do período colonial, propõem mudanças práticas para a compensação material aos negros dos danos causados pela escravidão. 
3. 
Leia o trecho a seguir e preste atenção na lacuna:
"Nos anos _____ e _____, estas preocupações em entender os modos de produção formadores da realidade histórica brasileira foram ao encontro de uma outra tendência: a da desmistificação do mito da democracia racial. Após o fim da Segunda Guerra Mundial, com a derrocada do nazismo e o consequente desprestígio das teorias raciais, a UNESCO subsidiou uma gama de pesquisas voltadas à compreensão das relações raciais no Brasil, com a intenção de compreender a suposta democracia racial. No entanto, tais pesquisas revelaram o oposto do esperado, e Florestan Fernandes, junto com Roger Bastide, seguidos por autores como Octávio Ianni e Fernando Henrique Cardoso, produziram uma série de trabalhos que atestavam de modo radical a violência do sistema escravista, assim com a consequente sujeição dos escravos, que em alguns momentos tiveram a própria subjetividade anulada pela ideologia senhorial." (ADOLFO, 2018).
Levando em consideração seu conhecimentosobre a história da historiografia política brasileira, assinale a alternativa em que os períodos estão corretos:
A. 1950 e 1970.
B. 1980 e 1990.
C. 1960 e 1970.
D. 1930 e 1940.
E. 1930 e 1970.
4. 
Leia o trecho a seguir:
"Diz-se algumas vezes: 'A história é a ciência do passado'. É [no meu modo de ver] falar errado. Pois, em primeiro lugar] a própria ideia de que o passado, enquanto tal, possa ser objeto de ciência é absurda. Como, sem uma decantação prévia, poderíamos fazer, de fenômenos que não têm outra característica comum a não ser não terem sido contemporâneos, matéria de um conhecimento racional? Será possível imaginar, em contrapartida, uma ciência total do Universo, em seu estado presente?" (BLOCH, 2001).
Assinale a alternativa correta:
A. O autor discorre sobre a importância da análise dos fatos históricos para construir uma narrativa embasada nos documentos. 
B. Bloch defende o uso da documentação serial, uma das formas mais prolíficas de se produzir o conhecimento histórico.
C. O trecho aborda a produção historiográfica tradicional, que refutava o uso de documentos particulares ou de relatos orais como fontes históricas. 
D. O trecho atesta a defesa de Marc Bloch à subjetividade do historiador, que tem comprometimento com a verossimilhança, e não com a verdade absoluta do passado. 
E. O futuro seria o prisma pelo qual o historiador deveria enxergar o passado, haja vista que o presente interferiria na imparcialidade do discurso histórico. 
5. 
Leia o texto a seguir:
"Nos anos 1970, a história acadêmica entrou no campo dos estudos operários , que até então estava limitado à sociologia e em menor grau àciência política. [...] Ainda que desenvolvida no campo dos estudos da imigração, a tese de doutorado de Michael Hall (1969), cujas posições são parcialmente sintetizadas em um artigo do autor com Paulo Sérgio Pinheiro (Hall e Pinheiro, 1990), teve um peso fundamental para a revisão da composição da classe operária proposta pela produção sociológica, ao apontar a origem rural da maioria dos imigrantes, sem experiência industrial anterior, e sem participação política nos seus países de origem. [...] Menos preocupados com grandes explicações teóricas do que uma parte significativa da produção brasileira de até então, os brasilianistas introduziram um uso muito mais vasto e rigoroso das fontes, particularmente da imprensa operária." (BATALHA, 2007).
Levando em consideração seu conhecimento acerca da produção historiográfica brasileira, assinale a alternativa correta:
A. A década de 1970 foi muito fecunda para as análises da história do trabalho, da história marxista e da história social, questionando as grandes estruturas explicativas. 
B. Apesar dos brasilianistas, a partir da década de 1970 poucos estrangeiros puderam pesquisar no Brasil devido ao recrudescimento do Regime Militar, limitando o número de vistos para historiadores.
C. A partir dos anos 1970, com o relaxamento do Regime Militar, os historiadores puderam pesquisar nos arquivos nacionais eventos como as greves gerais de 1917 ou sobre as organizações sindicais.
D. A historiografia do trabalho ganhou força a partir da República Velha, quando os presidentes oligarcas abriam espaço para a pesquisa dos movimentos sociais que surgiam nas grandes cidades.
E. Assim como a historiografia da escravidão, a historiografia do trabalho esteve relacionada aos eventos do presente. Por isso, foi silenciada a partir da década de 1980, já que a redemocratização a deixava redundante. 
A função social do conhecimento histórico
Desafio
O uso da memória como fonte histórica auxilia o historiador na compreensão das questões relativas à identidade e às representações individuais e coletivas no passado recente, objeto de seu estudo. Os relatos memorialísticos e os depoimentos têm sido usados com sucesso na elaboração de narrativas históricas sobre classes oprimidas, testemunhos de grandes eventos históricos (o holocausto é um grande exemplo) e até mesmo pela história institucional, com entrevistas de ex-funcionários de empresas que existem há muito tempo. 
Nesse sentido, cumpre ressaltar que a história não tem mais por objetivo recuperar os fatos exatamente como eles ocorreram, em sua totalidade, pois isso seria uma tarefa impossível. Dessa forma, o que se busca com os depoimentos oriundos da memória é problematizar os fatos históricos, de forma a se construir um panorama com diferentes perspectivas de um mesmo acontecimento. Tudo isso é posteriormente interpretado pelo historiador, que, então, escreve o seu trabalho. 
Você coordena um grupo de pesquisadores responsável por pesquisar a história de um grande grupo empresarial. Além da análise dos documentos produzidos ao longo de sua história, o grupo recorre também a entrevistas com ex-funcionários da empresa. No entanto, você percebeu que os pesquisadores concluíram que as pessoas entrevistadas tinham a mesma visão sobre fatos da empresa, não havendo nenhum tipo de divergência.
Diante dessa constatação, descreva e justifique: 
a) Qual é o problema metodológico que provocou esse resultado? 
b) Como você interviria para solucioná-lo?
Resposta
a) O erro foi que os pesquisadores não problematizaram corretamente os depoimentos. Isto é, somente foram utilizados como fonte o que os entrevistados falaram, não sendo levadas em consideração as ausências de determinados temas e os silenciamentos em relação a outros. Isso ocorreu, pois o material gravado foi tratado de maneira bruta, havendo um direcionamento dos temas afins de cada depoimento de forma a causar uma conclusão simplista e equivocada.
b) Solucionaria trabalhando com o grupo a questão de que a memória é, justamente, a referência para a identidade, que se estrutura sobre ela, o que gera perspectivas diferentes sobre o mesmo objeto.Portanto, a falha ocorreu, pois os pesquisadores tentaram recuperar os fatos de maneira concreta, sem haver a preocupação em problematizá-los, possibilitando, assim, uma visão mais ampla sobre o objeto que considerasse as relações entre identidade coletiva e individual e as representações.
Exercícios
1. 
A história, como ciência particular, apresenta importantes desafios tanto para aqueles que produzem conhecimento histórico quanto para os professores que ensinam a disciplina na educação básica. Na verdade, de acordo com a Didática da História, essa distinção não deveria ocorrer com a história enquanto ciência, devendo se aproximar da história como disciplina escolar. Tendo em vista o exposto, qual é a principal razão para a aproximação da história acadêmica da história escolar?
A. Tanto a história acadêmica quanto a história ensinada já têm um alto grau de complementaridade.
B. O processo de formação de sentido que, contudo, não torna o passado presente e proveitoso à vida.
C. A necessidade de professores compreenderem que o seu objeto de análise é o passado. 
D. A busca da superação da história do tipo "historia magistra vitae".
E. A história, ao ser ensinada, tem em vista produzir conhecimento histórico que responda questões cotidianas em busca de orientações para a vida e para ações visando ao futuro.
2. 
De acordo com Rüsen (2014), a experiência do passado, ao ser interpretada e atualizada como história, faz com que venha a existir no ser humano a formação histórica de sentido. Portanto, ao adquirir essa competência interpretativa do passado, o ser humano se torna historicamente consciente, tornando-se capaz de, a partir da experiência do passado, orientar-se e motivar-se em relação ao presente e ao futuro, resultantes do aprendizado histórico. Sabendo que a consciência histórica humana pode ser construída no seio das instituições culturais, para em seguida interpretar e elaborar o passado e, finalmente, emergir no aprendizado atualizado como história, quais são os três modos de atuação da consciência histórica humana?
A. Escolar, acadêmico e reflexivo.
B. Funcional, acadêmico e pragmático.
C. Funcional, reflexivo e pragmático.
D. Acadêmico, escolar e funcional.
E. História, memória e funcional.3. 
A consciência histórica é um fenômeno que apresenta relação direta com a identidade, pois sem ela não poderíamos perceber quem somos de fato no tempo e no espaço. Portanto, essa dimensão identitária vai emergir justamente no âmbito das memórias partilhadas historicamente. Assim, surge o sentimento de identidade, que tem a ver também com as relações de alteridade, isto é, na confrontação com o outro, a identidade se torna mais visível, mais bem definida. Desta maneira, não somente o indivíduo expressa a sua própria identidade, mas expressa, igualmente, uma identidade social, sendo ambas fruto de longos processos históricos e sociais.
A partir disso, qual é a relação entre identidade e função social da história?​​​​​​​
A. É na junção de aprendizado histórico e identidade que se pode chegar à cidadania.
B. É a partir da conexão de ambas que a sociedade pode evoluir tecnologicamente.
C. Não existe uma relação entre ambas que demonstre isso, mas sim entre identidade e tolerância.
D. A partir do aprendizado histórico da sua própria sociedade, sem contaminações externas.
E. Dentro do âmbito de história em memória com a utilização de fontes orais.
4. 
A memória pode se apresentar em duas formas principais. A primeira delas diz respeito a um fenômeno psicológico e individual, significando o ato de reter informações ou, então, da rememoração de fatos ocorridos há pouco ou há muito tempo. A memória também pode ser social, significando, com isto, as memórias partilhadas por uma determinada formação social no espaço e no tempo. Na história, a memória tem um papel importante, que é o de ajudar na criação de identidade e consciência histórica. Nesse sentido, Pierre Nora (1993) salienta o conceito de "lugares de memória", que é fundamental para entendermos essas relações.
Quais são os aspectos coexistentes de lugares de memória aos quais o autor se refere?​​​​​​​
A. Símbolos, monumentos e materiais.
B. Simbólico, funcional e imaterial.
C. Material, imaterial e simbólico.
D. Material, simbólico e funcional.
E. Imaterial, concreto e funcional.
5. 
O aprendizado histórico surge como uma das expressões da consciência histórica, sendo um dos processos essenciais da sociabilidade e individualidade humana. Ao ser experienciado e interpretado, o passado determina de que forma o presente será compreendido e a partir daí as formas às quais a antecipação do futuro poderá assumir. Eis aí a grande importância que ganha o ensino de história, havendo a necessidade de formação sólida dos professores, de modo que eles possam estabelecer pontes entre os seus alunos e as suas identidades.
Como ocorre esse processo?​​​​​​​
A. A consciência histórica é desenvolvida individualmente e apresenta, assim, a capacidade de explicar o presente.
B. A partir da experiência do passado, este é interpretado, tornando o presente inteligível e conferindo-lhe expectativas para o futuro.
C. Ao se deparar com a experiência do passado atualizada com a informação no presente, o indivíduo se torna autossuficiente.
D. As memórias só podem existir em sociedades que têm escrita, de forma que existam escolas para a promoção da consciência histórica.
E. Dentre as novas tecnologias da informação, a capacidade de memória é um dos maiores destaques na preservação da história.

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