Leptospirose - Resumo

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NOME DA DOENÇA 1
Leptospira 
Leptos (fino) 
Spira (espiralado)
DESCRIÇÃO2
É uma vasculite (processo inflamatório
dos vasos) infecciosa .
Alta morbidade ; mortalidade e
letalidade depende da espécie ; caninos
e humanos - 75% 
Doença infectocontagiosa , aguda (a
crônica), enzoótica , sistêmica , febril , com
grave quadro entérico , hepático e renal . 
SINONÍMIA3
Doença de Weil 
Icterícia hemorrágica 
Icterícia leptospírica 
Febre dos pântanos 
Doença dos porqueiros 
Febre dos 7 dias 
Febre dos arrozais 
Febre outonal
Tifo bilioso 
Tifo canino 
Doença de Stuttgart 
Febre canícola
DOENÇAS INFECCIOSAS DOS ANIMAIS
DOMÉSTICOS
LEPTOSPIROSE
Falcão Sodré Black
Micrografia eletrônica de varredura de Leptospira interrogans.
 
ETIOLOGIA4
Bactéria longa , helicoidal , flexível , com
0 ,1mm x 10-30mm L
Extremidade em gancho
Alta mobilidade 
Filamento axial
Endoflagelos
Aeróbica obrigatória
pH : 6 .8 - 7 .4
Gram Negativa*, coradas pela
impregnação de prata .
Temperatura : 32⁰ a 35⁰ graus (10⁰ a 34⁰
graus), pH alcalino favorece o
crescimento .
Sensibilidade : desidratação e pH baixo
Resistência : sobrevivem bem em
terrenos úmidos , pântanos , córregos ,
lagos e instalações com excesso de
detritos e umidade - 1 mês em água
fresca (experimental de 180d), lama com
urina - semanas , leite -horas
DOENÇAS INFECCIOSAS DOS ANIMAIS
DOMÉSTICOS
LEPTOSPIROSE
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ESPÉCIES5
10 patogênicas
L . borgpetersenii 
L . interrogans 
L . alstoni 
L . mayottensis 
L . kirschneri 
L . kmetyi 
L . noguchii 
L . santarosai 
L . weilii 
L . alexanderi
5 intermediárias :
L . broomii , L . fainei , L . inadai , L .
liscerasiae , L . wolffii .
7 saprófitas :
L . biflexa , L . meyeri , L . terpstrae , L .
vanthielii , L . wolbachii , L . yanagawae , L .
idonii
Sorovariedades por reações sorológicas : 
 300 com 23 sorogrupos 
Sorovar – unidade taxonômica 
Variações regionais 
Variações nas espécies
Genospecies por homologia no DNA : 22
FONTE DE INFECÇÃO6
Reservatórios 
Roedores (capivaras , ratos [Rattus
norvegicus , Rattus rattus , Mus
musculus])
Ratos : permanentes . 
Silvestres : gambás , preás , raposas ,
morcegos e roedores .
Reservatórios domésticos : suínos (até 2
anos), bovinos e cães (60-90 dias).
Humanos : hospedeiro final e acidental .
Veículos : água , urina , solo molhado ,
lama .
DOENÇAS INFECCIOSAS DOS ANIMAIS
DOMÉSTICOS
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MODO DE TRANSMISSÃO 7
Direta : contato com as leptospiras do
meio ambiente ; promiscuidade ; cães
errantes ou mantidos em grupos em
abrigos .
Indireta : exposição prolongada dos
suscetíveis à água , ao solo ou pela
ingestão de alimentos contaminados .
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DOMÉSTICOS
LEPTOSPIROSE
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PORTA DE ENTRADA8
Pele íntegra ou escoriada .
Mucosas .
HOSPEDEIROS9
Todos os mamíferos .
Especificidade do hospedeiro não é
sorovar exclusiva .
SUSCETÍVEIS10
Todos os mamíferos .
Suínos e bovinos . 
Humano : imunidade sorovarespecífica .
 PORTADOR11
Rato
VIA DE EXCREÇÃO12
Urina
VETOR13
Não há
PERÍODO DE INCUBAÇÃO14
4 a 19 dias – média : 7 dias
PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE15
Suínos : leptospirúria constante e
permanente entre 30 a 60 d (6 m -2 a). 
Bovinos : 10-180 d .
Caninos : 60-90 d . 
Ratos : permanente .
Humanos : não há .
 PATOGENIA16
Depende de :
Virulência do sorovar 
Suscetibilidade do hospedeiro
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 PATOGENIA16
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DOMÉSTICOS
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 QUADRO CLÍNICO17
Forma ictérica
Sorovar icterohaemorrhagiae 
Comprometimento hepático 
Cães jovens (� 3 m) 
Síndrome icterohemorrágica
Forma hemorrágica
Sorovar canicola 
Comprometimento renal grave 
Afeta cães de qualquer idade 
Síndrome urêmica
Caninos
 QUADRO CLÍNICO17
Prostração , depressão , anorexia , vômito .
Hipertermia , poliúria , polidipsia .
Dor abdominal e/ou lombar , diarreia ,
mialgia , halitose , úlceras bucais . 
Petéquias e sufusões em mucosas e
conjuntiva .
Hepatite , icterícia , fezes acinzentadas
pela colestase hepática e urina cor-de-
café . 
Pode evoluir para IRA e óbito .
Inapetência , depressão e vômitos
Sem febre e icterícia
Dispepsia , nefrite , hepatite , estomatite
ulcerosa , glossite necrótica e
gastrenterite hemorrágica 
Cheiro fétido na boca , conjuntiva
congesta 
Evolui geralmente para IRC .
Aguda
Subclínica – 1 a 3d . 
Prostração , anorexia , febre e diarreia . 
Icterícia em leitões .
Crônica 
Transtornos reprodutivos no terço
final da gestação . 
Abortos , fetos macerados ou
mumificados , natimortos ou neonatos
fracos , que morrem poucas horas
após o nascimento .
Retorno ao cio e descargas vulvares .
Aguda – bezerros:
letargia , febre , anorexia , anemia ;
rigidez dos membros pélvicos . 
Síndrome hemolítica (aquoso ,
incoagulável), hemoglobinúria e
morte (5-24h). 
Forma ictérica = Doença de Weil
Forma hemorrágica =Doença de Stuttgart
Suínos
Bovinos
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 QUADRO CLÍNICO17
Subaguda
febre alta (3-7 d), anorexia , depressão ,
discreta diarreia , às vezes
hemoglobinúria , paresia ou paralisia
ruminal .
Vacas em lactação : mamites atípicas
com início súbito e queda da
produção leiteira (80%); leite espesso ,
amarelado , com sangue . 
Crônica
Abortos entre 5-6 m de gestação ;
natimortos ; infertilidade . 
Infecção assintomática é mais frequente 
Forma aguda: 
Rara ; anorexia , abatimento ,
hemoglobinúria , icterícia , anemia e
mortalidade alta .
Forma crônica:
Quadro de nefrite é observado ;
alterações reprodutivas .
Subclínica:
Febre , letargia e anorexia ; icterícia e
morte por NIA .
Abortos (3-6m), animais fracos ou
prematuros , natimortos e
mortalidade neonatal .
Uveíte recorrente equina = cegueira
da lua = conjuntivite , epífora ,
blefaroespasmo , fotofobia , opacidade
de córnea , podendo levar à cegueira .
Rara ou não diagnosticada .
Sinais clínicos parecidos com dos cães .
Ovinos e caprinos
Equinos
Felinos 
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LESÕES18
hepatomegalia , degeneração e fibrose
hepática
congestão , edema , petéquias e sufusões :
pulmões , rins , trato GI
úlceras na língua
aderência de cápsula renal 
nas infecções pelo sorovar
icterohaemorrhagiae : pronunciada
icterícia de serosas e conjuntivas .
Anemia , icterícia .
Petéquias e sufusões .
Esplenomegalia e hepatomegalia . 
Congestão e edema renal , hemorragias
corticais ; após 7-10 dias focos necróticos ;
sem aderência de cápsula renal .
Hepatização vermelha .
Linfonodos aumentados de volume .
Caninos
Suínos, bovinos e pequenos ruminantes,
equinos.
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DOMÉSTICOS
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DIAGNÓSTICO19
Quadro clínico + histórico + exames
laboratoriais
Métodos diretos 
Métodos indiretos
Isolamento bacteriano
Material : sangue , urina , ou fetos
abortados e seus envoltórios ou LCR 
Meios de cultura : meios seletivos de
EMJH (Ellinghausen , McCullough
modificado por , Johnson , Harris) com
1% albumina bovina ; de Fletcher ,
enriquecidos com ATB e soro-
albumina bovina ; de Stuart , de
Noguchi , de Korthof ; Tween-
albumina .
Isolamento no sangue : 7-10d e urina :
15 d
Métodos diretos
DIAGNÓSTICO19
Microscopia em Campo Escuro
Material : gota de sangue (até o dia 4);
sedimento urinário (1-2 semanas) 
Técnica simples ; possibilita visualizar
diretamente a Leptospira 
Coloração : Giemsa , vermelho Congo
ou impregnação pela prata 
Desvantagens : pouco sensíveis e
pouco específicas ; as leptospiras são
passíveis de serem confundidas com
fibrina e com outras estruturas
celulares . 
ELISA : pode distinguir entre anticorpos
IgM e IgG anti-Leptospira .
PCR : detecção e amplificação do DNA
bacteriano – fetos abortados , sêmen ,
urina e humor aquoso 
Imunofluorescência direta : fetos
abortadose natimortos
Teste de soroaglutinação microscópica
(MAT).
Padrão OMS
Sensibilidade 75%; especificidade
98% 
Determina os títulos de AC
antiLeptospira
Base : reação de aglutinação entre Ac
do doente e AgO do LPS bacteriano 
Um título maior ou igual a 1 :800 +
histórico = é suficiente para um
diagnóstico de leptospirose
Método indiretos
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DIAGNÓSTICO19
Análises clínicas
Hemograma : leucocitose ; neutrofilia e
graus variáveis de anemia .
Leucopenia - fase inicial de infecção ,
evoluindo geralmente para
leucocitose com desvio a esquerda .
Trombocitopenia - cães gravemente
afetados .
Função renal : ureia e creatinina
aumentadas .
Função hepática : alterações das
enzimas hepáticas ALT e FA , e dos
níveis séricos de bilirrubina .
Dosagens de ureia , creatinina , ALT ,
bilirrubina e FA : principais exames de
monitoramento da evolução do
quadro clínico e , consequentemente ,
do prognóstico de animais com
leptospirose . 
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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL20
Caninos : doenças com quadro
gastrentérico inespecífico (vômito ,
diarreia e anorexia), com ou sem
histórico vacinal .
Bovinos : doenças da reprodução ,
depauperantes ; sangue no leite .
PROGNÓSTICO21
Cães : desfavorável , sem tratamento –
75% mortalidade
Outras espécies : abortos , neonatos ,
prejuízos .
TRATAMENTO22
Eficácia depende do diagnóstico
precoce da doença , isolamento dos
animais acometidos e instituição de
terapia
TRATAMENTO22
Tratamento de suporte
Reposição do equilíbrio
hidroeletrolítico e energético . 
Uso de anti-eméticos e protetores
gástricos .
Antimicrobianos
Bovinos – forma aguda :
estreptomicina ou di , 12mg/kg , 2x/dia ,
3 dias .
Bezerros – limitado .
Surtos de abortos ou eliminar
bactéria dos rins do portador :
estreptomicina , 25mg/kg , dose única
(pomona).
Equinos – oftalmite – colírios com
corticosteroides e atropina , 4-8x/dia –
inflamação , analgésico e dilatar
pupila ; atb não funcionam .
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PROFILAXIA23
Destino adequado do lixo .
Uso racional de rodenticidas . 
Armazenagem adequada de alimentos . 
Evitar o acúmulo de entulhos . 
Eliminação do excesso de água do
ambiente com a canalização de cursos
de água e a drenagem de esgotos .
Desinfetantes alcalinos nas instalações .
Controle de roedores.
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PROFILAXIA23
Precauções
Não vacinar animais enfermos ,
subnutridos , parasitados ou sob
condições de estresse .
O uso concomitante com ATB e
antiinflamatórios poderá interferir no
desenvolvimento e manutenção da
resposta imune após a vacinação .
Em caso de reação anafilática , aplicar
epinefrina ou atropina .
Incinerar ou enterrar os frascos e o
seu conteúdo , após a utilização .
Conservação : entre 4 e 8ºC . Não
congelar .
As fêmeas devem ser vacinadas dias
antes da cobertura , para que haja
transferência de AC para os filhotes . 
Não utilizar vacinas com validade
vencida e não armazená-las após
terem sido abertas .
Protocolos
Caninos : a partir dos 45 dias de idade ;
três reforços - em intervalos de 21 a
30 dias ; dose : 1-3 mL , via IM ou SC 
Bezerros , borregos , cabritos e potros :
4 m e reforço 15-30 d após .
Revacinações semestrais ou anuais .
Bovinos – surtos de abortos – vacina+
estreptomicina 25mg/kg , dose única . 
Brasil : hexavalente (pomona ,
hardjo , wolfii , canicola ,
grippotyphosa e
icterohaemorrhagiae).
Suínos
Leitões : 21 d ; reforço 42d .
Leitoas de reposição : 40d antes da
cobertura ; reforço 20d antes .
Porcas : 1 dose , 10-15 d após parto .
Cachaço : 1 dose a cada 6 m .
Laboratório de Referência Nacional
para Leptospirose , do Instituto
Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
ZOONOSE
Vacinação dos suscetíveis