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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOS CAMPOS GERAIS FACULDADE INTEGRADAS DOS CAMPOS GERAIS CURSO DE PSICOLOGIA AUGUSTO FERREIRA DE MORAES VISÃO DO HOMEM E DE SOFRIMENTO PSIQUICO NA PSICOPATOLOGIA FUNDAMENTAL PONTA GROSSA - PR 2022 AUGUSTO FERREIRA DE MORAES VISÃO DO HOMEM E DE SOFRIMENTO PSIQUICO NA PSICOPATOLOGIA FUNDAMENTAL Trabalho apresentado como requisito parcial para aprovação na disciplina de Psicopatologia II do Curso Superior de Psicologia do Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais. Professor (a): Giovana Madrucci PONTA GROSSA - PR 2022 Na antiga Grécia, a pessoa que sofre, dentro de um sentido de adoecimento psíquico, era vista como aquela que desconhece a origem do seu sofrimento, logo, não sabe como agir frente a essa circunstância. Dentro dos contos da mitologia grega, percebe-se bem a questão de um sofrimento que tem origem de um conflito interno, porém, a razão dele é externa. No conto ‘’Eros e Psiquê’’, por exemplo, conta a história de um Deus (do amor e do desejo) que se apaixona por um mortal. Após um desentendimento, onde Psiquê rompe a confiança de Eros, ele a abandona e isso causa quadros de sofrimento para ambos. Um sofrimento que teve origem a partir de um conflito de paixão e lealdade. Platão tinha a visão de que a psique era composta por três almas: um racional, a logos e apetitiva. E para que houvesse um bem estar mental, deveria haver um equilíbrio entre elas, caso contrário, a racionalidade perderia o controle da psique. Porém, todas essas e outras visões são do campo filosófico, carecendo do teor médico-cientifico. Isso começa a mudar a partir do século XV com a chegada dos estudos da medicina, então, a visão filosófica e teológica – que cresce durante a influência da igreja na história da loucura – perde parcialmente o seu campo. Durante o século XIX, ainda não existia um rigor sobre o que acometia o sofrimento psíquico. Tudo o que escapava do conceito de normalidade, era visto como adoecimento ou loucura, por isso, havia uma preocupação em classificar e etiquetar o sofrimento psíquico. Então, anos depois, é criado o DSM e o CID-10, porém, há uma certa crítica ao uso desses manuais, justamente pelo fato de classificar, num sentido de ampliação, o conceito da doença, não levando em conta a subjetividade do analisado e do analista, visto que, o olhar de quem analisa não é imune a própria subjetividade. Por conta dessa situação e do crescimento dos psicofármacos, houve uma preocupação em acabar sendo vinculado o sofrimento com origens biológicas, então, surge a Psicopatologia Fundamental, que define o campo da Psicopatologia, num sentido de metapsicopatologia. O aparelho psíquico propriamente dito, em última análise, é concebido como uma organização para proteger o indivíduo dos próprios ataques internos e externos, para impedir que alguns pensamentos, por exemplo, viessem para o campo consciente quando não deveriam. Ou seja, o ser humano já herda o sofrimento, que é causado pelo excesso, e consequentemente, concebe o aparelho psíquico, garantindo a sobrevivência. Quanto a visão do homem, primeiramente, deve-se lembrar como o homem era visto na Grécia antiga: conforme sua postura social, ou seja, pela forma de andar, agir, pensar, etc. Aquele que andava de uma forma calma e passiva, por exemplo, era visto como um homem afeminado, assim como aquele que era firme e ágil, era visto como um possível guerreiro, ou então, aquele que falava de uma forma clara, educada e eloquente, podia ter lugar na política. Por conta disso, as pessoas tiveram que aprender a se comportar de uma determinada forma, até para que não fossem confundidos com escravos e estrangeiros. A questão da visão de si próprios era extremamente bem formulada, ao ponto que, alguns teatros não poderiam ser muito emotivos justamente para que não fosse quebrada essa visão externa que os gregos tinham, pois, ao se emocionar, mostravam um lado mais vulnerável. Por isso, pode-se dizer que o individuo sempre esteve muito vinculado ao caráter de experiência dele com eles mesmo e dele com o outro. Ou seja, a Psicopatologia Fundamental está interessada no indivíduo que é trágico e que tem pathos (que sofre, que tem paixão e é passivo). O mesmo sujeito que pode não ser racional e nem agente das próprias ações, agindo conforme a pathos. Ou seja, o homem é um sujeito que age e que padece, no sentido de ser movido sem perder sua essência. Então, o pathos é sempre provocado pela presença que te deixa em sofrimento, ou seja, o pathos é externo e acaba passando pelo corpo humano, sinalizando assim que o indivíduo tem uma dependência no outro. Por não ser uma essência justamente interna, ela vem de fora e passa pelo corpo, tornando-se parte da natureza humano, assim, fazendo com que o indivíduo faça o que faz.
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