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Curso de Fisioterapia Disciplina Fisioterapia Ortopédica MÃO Prof. Dra. Larissa Martins Garcia larissa.garcia@docente.unip.br ESTRUTURAS ANATÔMICAS Aponeurose palmar (fascia palmar) Musculatura intrínseca e extrínseca Tendões flexores e extensores dedos Ligamentos Nervos digitais Ossos PUNHO Ossos Cabeça ulna Processo estilóide ulna (+ distal) e rádio Tubérculo de Lister (rádio) // cabeça ulna Ligamentos colaterais: ulnar e radial Ossos do carpo OSSOS DO CARPO 2 FILEIRAS Proximal: Escafóide Semilunar Piramidal pisiforme Distal: Trapézio Trapezóide Capitato hamato semilunar capitato 1o. MT 3o. MT piramidal OSSOS DA MÃO E DEDOS Metacarpos (cabeça, colo, diáfise, base) Dedos longos-falanges: proximal, média, distal (cabeça, base) Polegar: falange proximal e distal (cabeça, base) MÚSCULOS EXTRÍNSECOS Extensor comum dedos Extensor próprio do indicador Extensor próprio dedo mínimo Extensor longo e curto polegar Abdutor longo polegar Flexor longo polegar Flexor superficial e profundo dedos INTRÍNSECOS 4 lumbricais 3 interósseos palmares 4 interósseos dorsais Músculos tenares: oponente, abdutor curto, flexor curto e adutor polegar Músculos hipotenares: palmar curto, oponente, abdutor e flexor curto do dedo mínimo LIGAMENTOS DO CARPO Ligamento anular anterior do carpo delimita o túnel: - Tendões flexores dedos - Tendão flexor longo polegar - Nervo mediano Ligamento dorsal carpo (retináculo extensor) Canal de Guyon: Nervo ulnar Artéria ulnar ARTICULAÇÕES DA MÃO Cápsula articular- estrutura fibrosa composta de tecido conjuntivo denso e irregular (elasticidade e resistência às tensões em diferentes direções) sujeita a encurtamentos por imobilização Placa volar - estrutura fibrocartilaginosa, que serve como superfície articular volar, reforço capsular, acondiciona também o líquido sinovial MTCF / IFD fixação mais capsular IFP fixação mais óssea MOVIMENTOS FUNCIONAIS DO PUNHO Flexão- 40o. Extensão- 40o. Desvio radial e ulnar combinado – 40o. Nas AVDs (atividades da vida diária) 10o. Flexão e 35o. de extensão (Blumfield & Champoux, 1984) POLEGAR Flexão Extensão Abdução palmar Adução Oponência INERVAÇÃO MOTORA RADIAL Extensor radial longo carpo (ERLC) C6,C7 Extensor radial curto carpo (ERCC) C6,C7 Extensor ulnar carpo (EUC) C7,C8 Extensor comum dedos C6,C8 Extensor próprio indicador C7,C8 Extensor próprio mínimo C7,C8 Extensor longo polegar C7,C8 Extensor curto polegar C7,C8 Abdutor longo polegar C7,C8 INERVAÇÃO MOTORA ULNAR Flexor ulnar carpo C8 ½ ulnar flexor profundo dedos C8,T1 2 lumbricais ulnares C8,T1 Todos interósseos C8,T1 Todos mm. hipotenares C8,T1 INERVAÇÃO MOTORA MEDIANO Flexor radial carpo C6,C7 Palmar longo C7,C8 Flexor superficial dedos C7, T1 ½ radial flexor profundo dedos C8,T1 2 lumbricais radiais C8,T1 Flexor longo polegar C8,T1 Porção superficial flexor curto polegar C7,T1 Oponente polegar C7,T1 Abdutor curto polegar C5,T1 PADRÕES DE PREENSÃO Preensão em gancho ( “carregar pasta”) Preensão cilíndrica (“pegar copo d’água”) Preensão de mão fechada(“ segurar martelo”) Preensão esférica(“segura bola, maçã”) PADRÕES DE PINÇA Polegar- indicador Ponta a ponta (“agulha”) Polpa a polpa (“borracha”) Lateral (“chave”) Polegar-indicador-dedo médio Três pontos (‘caneta’) Goniometria ativa e passiva Função muscular Sensibilidade Função Testes específicos AVALIAÇÃO DA MÃO AVALIAÇÃO DA MÃO GONIOMETRIA Medida da ADM Ativa (atividade muscular) Passiva (flexibilidade articular) AVALIAÇÃO DA MÃO Extensão ativa Flexão ativa Extensão passiva Flexão passiva EA/FA(EP/FP) Ex:-20/40(-10/70) GONIOMETRIA Padronização Reprodutibilidade Comparações FUNÇÃO FLEXORA Distância polpa-palma Medida ativa Útil em pós operatório e pós trauma Pode substituir a goniometria em algumas ocasiões AVALIAÇÃO DA MÃO Força muscular Grupos musculares Músculos isolados Teste manual Dinamometria - Jamar (preensão dedos) - Pinch gauge (pinças) DINAMOMETRIA Força de preensão de dedos Jamar Valores médios Homens 44,2 / 40,5 Kgf (Domin/ não Domin /10%) Mulheres 31,6 / 28,4Kgf (13%) Caporrino et al, 1998 Pinch Gauge™ (North Coast Medical - Estados Unidos) 3 repetições - média para a análise dos resultados Pinça polpa-polpa DINAMOMETRIA Força muscular (valores médios) Pinça lateral Homens 9,9Kgf Mulheres 6,7Kgf Polpa a polpa: 6,7/ 4,7Kgf Trípode: 8,5/ 6,0Kgf Araujo et al, 2002 FORÇA MUSCULAR Graduação de 0 a 5 0- nula 1-esboço contração 2-fraca contração 3- contração ativa contra gravidade 4- pouca resistência 5 normal Testa integridade função muscular Relaciona com integridade nervo periférico Paresia/paralisia PERIMETRIA Pontos de referência Hipotrofia Edema Comparar evolução AVALIAÇÃO DA SENSIBILIDADE Importante para o diagnóstico precoce da lesão Monitorar a evolução pós-cirúrgica nos casos de reparação Conscientização do paciente a respeito das áreas anestésicas Orientar o processo de reeducação sensitiva AVALIAÇÃO DA SENSIBILIDADE Duplo objetivo determinar a acuidade sensorial (potencial do paciente para a função) determinar a função do paciente com essa acuidade (depende da habilidade efetiva do paciente à função) AVALIAÇÃO DA SENSIBILIDADE Testes: Estesiometria Discriminação de dois pontos Estereognosia Tinel Vibração (diapasão) Enrugamento da pele na água Teste de limiar sensorial Fácil execução Confiabilidade Reprodutibilidade Sensibilidade AVALIAÇÃO DA SENSIBILIDADE - ESTESIOMETRIA D2P Touch Test™ (North Coast Medical – EUA) Polpa digital do indicador Até 6mm normal Tem que acertar 7 tentativas de 10 para uma mesma distância AVALIAÇÃO DA SENSIBILIDADE - Discriminação de dois pontos AVALIAÇÃO DA SENSIBILIDADE - Estereognosia Dermátomos da mão AVALIAÇÃO DA SENSIBILIDADE TESTE DE FROMEN Testar fraqueza do M. adutor polegar, por lesão nervo ulnar Método: segurar pedaço de papel entre o polegar e indicador, examinador tenta tirar o papel Positivo quando ocorre flexão da IF do polegar, por ação compensatória do flexor longo polegar TESTE DA INTEGRIDADE FLEXOR PROFUNDO E SUPERFICIAL DEDOS POSIÇÃO INTRÍNSECA PLUS ( AÇÃO M.INTERÓSSEOS E LUMBRICAIS) PONTO DE CONVERGÊNCIA NA FLEXÃO DEDOS TUBEROSIDADE ESCAFÓIDE escafóide SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO EVANS, 2002 Mais frequente síndrome compressiva MS Nervo mediano no punho Pressão normal canal do carpo= 2,5 mmHg Pressão STC=30mmHg. Com extensão / flexão= 90mmHg Dor noturna Parestesia SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO (STC) LER/DORT Alterações da microcirculação intraneural Fisiopatologia relacionada a isquemia e deformação mecânica aumento da pressão no túnel Dalton S, et al. 2010; Werner RA, et al. 2002 SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO (STC) Causas (multifatoriais) Compressão anatômica (fratura, tumores, cistos, espessamento da sinóvia) Condições neuropáticas ou inflamatórias (diabetes, alcoolismo, gravidez, menopausa) Forças mecânicas (posição articular, vibração, sobrecarga tendinosa) Obesidade NEUROPATIA COMPRESSIVAMEDIANO Sensação formigamento, queimação Disestesias (alteração sensação) Alteração limiar sensitivo cutâneo Tinel presente Fasciculações musculares Atrofia muscular (m. oponente em fases mais crônicas) Pereira et al, 2003 Novak & Mackinnon, 2005 SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO Avaliação Teste de Durkan (pressão externa canal carpo durante 1 minuto; positivo se parestesia) Estesiometria/ Discriminação 2 Pontos ENMG Teste de Tinel Teste de Phalen Método: percussão no trajeto do nervo periférico com o dedo médio Positivo quando o paciente refere sensação de choque no local ou irradiação no trajeto nervo periférico SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO Teste de Tinel Auxílio diagnóstico da Síndrome do Túnel do Carpo Método: flexão passiva do punho por 1 minuto Positivo se sensação de formigamento local ou irradiado polegar e indicador SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO Teste de Phalen (compressão n. mediano punho) TRATAMENTO CONSERVADOR STC Boa resposta Compressão leve e moderada do n. mediano Poucos estudos com forte nível de evidência Muller et al, 2004; Piazzini et al, 2007. Objetivos Diminuir a compressão no n. mediano Melhorar a vascularização do tecido neural Diminuição do processo inflamatório Feuerstein M, et al. 2001. TRATAMENTO CONSERVADOR STC Eletroterapia Termoterapia Exercícios deslizamento tendinoso Exercícios deslizamento nervo mediano Técnicas de mobilização articular do punho Orientações sobre posturas Ergonomia: Ferramentas adequadas, suportes acolchoados Repouso relativo e rodízio de atividades Órteses EXERCÍCIOS DESLIZAMENTO NERVO MEDIANO HAYES ET AL , IN HUNTER, 2002 EXEMPLO DE EXERCÍCIO ATIVO OU PASSIVO DOMICILIAR (WALSH, JHT, 2005) A e B = deslizamento neural C, D e E= tensão neural Mobilização Neural Orientações Ergonômicas Orientação e o treinamento: Posição do punho durante a realização das atividades Manual de Orientações Manual de Orientações Evidências em regeneração neural Estudos não apresentam um consenso quanto à metodologia: comprimento de onda potência densidade de energia modo de pulso utilizado DINCER et al, 2009; EVCIK et al, 2007. LASER DE BAIXA INTENSIDADE (LBI) Possível melhora da vascularização neural Estudos o relacionam a: Melhora da dor, formigamento e dormência Melhora da condução nervosa (ENMG) Dincer et al, 2009; Evcik et al, 2007; Padua l, et al. 1999; Yagsi i, et al. 2009. LASER DE BAIXA INTENSIDADE (LBI) Possui evidência forte/moderada Redução dos sintomas e melhora da função Condução nervosa (ENMG) Gerritsen AA, et al. 2002; Manente G, et al. 2001; Daniel E, et al. 2000. Neutro x 20º extensão de punho Neutro: melhora dos sintomas e queixa noturna Walker WC, et al. 2000; Uso contínuo X noturno Não apresentou diferença Burke DT, et al. 1994. Órtese Tipo cock-up Punho em posição neutra (0°) Uso noturno preferencial Órtese para punho TENDINOPATIAS LEE, SHARIF & ZELOUF, 2002 Tendão Função de transmissão de força do músculo para o osso Submetido a tensão, compressão e stress de cisalhamento (dentro do túnel osteofibroso) Retináculo extensor Retináculo flexor TENDINOPATIAS Tendão e bainha retinacular espessados causando estenose / constricção Processo inflamatório (tendinites) Processo degenerativo ( fluxo sanguíneo e nutrição) TENDINOPATIAS Causa: Multifatorial Avaliação: história, atividades realizadas DOR Localizada Pressão direta Estiramento e/ou resistência ao movimento TENDINOPATIAS Processo agudo= edema e eritema Processo subagudo ou crônico= crepitação TRATAMENTO CONSERVADOR Fase aguda Repouso Diminuir movimento que cause a dor Órtese rígida inicial/ depois flexível Crioterapia Eletroterapia Laser TRATAMENTO CONSERVADOR Fase crônica Eletro/Laser Calor superficial Massagem Cinesioterapia (flexibilidade e força) Retorno a atividade Modificações ergonômicas (prevenir recorrência) TRATAMENTO CIRÚRGICO Quando o conservador falha Casos crônicos Liberação da bainha ou polia hipertrofiada Excisão da sinóvia TENDINOPATIAS Tenossinovite de DeQuervain Extensores digitais Extensor ulnar carpo Extensores radiais carpo Flexor radial do carpo Flexor ulnar do carpo TENOSSINOVITE DE DEQUERVAIN Abdutor longo e extensor curto polegar Finkelstein, 1930 1o. Compartimento extensor Mais frequente TENOSSINOVITE DE DEQUERVAIN TESTE DE FINKELSTEIN Auxílio diagnóstico da tenosinovite DeQuervain (abdutor longo, extensor curto polegar) Método: fechar a mão, englobando o polegar na palma, realizar desvio ulnar Positivo quando dor lado radial do punho (processo estilóide) TENOSSINOVITE DE DEQUERVAIN Etiologia e fatores associados Anatômicos Trauma cumulativo Movimentos associados de desvio ulnar e abdução polegar Pinça com desvio ulnar 4:1 mulheres 35 a 55 anos Gestantes (3o. Trimestre) Mães e avós de bebês de poucos meses de vida (atividades mais vulneráveis) Trauma direto TENOSSINOVITE DE DEQUERVAIN Tratamento fisioterapêutico Repouso relativo Evitar atividades desencadeantes da dor Órtese estática ( tipo spica) Kinesio taping Crioterapia US/Laser Exercícios ativos ADM livre de dor Orientações ergonômicas Descompressão cirúrgica- exceção DEDO EM GATILHO Polia A1 (cabeça MTC volar) Fatores que predispõe: Pinça digital – forças aplicadas distalmente e stress máximo na extremidade proximal dedo Compressão direta: trauma direto ou uso de ferramenta DEDO EM GATILHO Nódulo palpável Processo inflamatório inicial Processo degenerativo tardio Mulheres 2 a 6 x : homens Polegar- 50% Anular e médio- 20% Pode estar associado a patologias com desordem do tecido conjuntivo DEDO EM GATILHO Dor localizada 6 estágios de qualidade do movimento digital: 1- normal 2- espessamento 3- sensação de “engatilhamento” 4- “Engatilhamento” do dedo em flexão ou extensão: destravamento com movimento ativo 5- idem ao 4 , mas destravamento com movimento passivo 6- contratura em flexão ou extensão DEDO EM GATILHO TRATAMENTO CONSERVADOR Órtese – evitar flexão MCF Injeções locais corticóides US/Laser Exercícios deslizamento tendinoso Sucesso em 50% a 94% Depende do grau dos sintomas EXERCÍCIOS DESLIZAMENTO TENDINOSO WEHBE & HUNTER, 1985 Melhora nutrição, favorece liberação de nódulos e aderências Hook deslizamento diferencial máx FS e FP Straight fist – deslizamento diferencial Flexor Superficial Fist- deslizamento diferencial Flexor Profundo TRATAMENTO CIRÚRGICO Liberação na polia A1 Órtese de proteção (extensão MCF) movimentação precoce Exercícios deslizamento tendinoso Manejo cicatriz Controle edema Fortalecimento após 3 semanas REABILITAÇÃO DA MÃO - MANEJO DA CICATRIZ Hidratação Massagem tecidual (aderências) REABILITAÇÃO DA MÃO - MANEJO DA CICATRIZ Silicone em placas REABILITAÇÃO DA MÃO - MANEJO DA CICATRIZ Crioterapia Elevação Movimento ativo Drenagem REABILITAÇÃO DA MÃO - CONTROLE DO EDEMA Dedeiras de faixas elásticas Coban – 3M Edemas leves e agudos REABILITAÇÃO DA MÃO - CONTROLE DO EDEMA ROTEIRO AULA PRÁTICA MÃO Goniometria Perimetria Estesiometria Teste de Finkelstein Teste de Fromen Teste de Phalen Teste de Durkan Teste de Tinel Teste da integridade flexores profundos e superficiais Teste da ação dos músculos interósseos e lumbricais