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CENTRO DE EDUCAÇÃO, LETRAS E SAÚDE CURSO DE LETRAS Docente: Paula Domingos Discente: Stefany Silva do Nascimento Letras - 2º Ano Questões de análise do artigo A cultura e a escola, de Jean Racine 1) Qual a concepção de cultura trazida pelo autor no artigo? 2) Explique a frase "A ortografia é uma ortodoxia do passado": 3) Como o autor vai delineando a relação entre o conteúdo ensino e a relação pedagógica? 4) Explique "quanto mais o saber se marginaliza, mais os problemas de relação invadem o campo que ele ocupava": 5) Explique "as academias do saber transformadas em clubes Méditerranéé": 6) Democratização do ensino ou manifestação do ensino? Comente: Pode-se afirmar que a língua é plural e multifacetada; no artigo A cultura e a escola, tal característica pode ser entendida como constituinte da cultura visto que o autor deixa claro a existência de diversas formas faladas do francês. O texto emprega a expressão "exercício livre da língua", dizendo que "Atualmente, o francês é falado no Canadá, na Bélgica, na Argélia, no Marrocos, na África negra, no Líbano, etc. Há muitas línguas francesas, e não mais uma única. Esse presente deve fazer parte do ensino, se quisermos fazer uma análise adequada à experiência linguística da comunicação." (P. 124). A educação, quando impõe vigorosamente um francês padrão, cria uma resistência à iniciação cultural resultante das diferenças naturais existentes entre os falantes. Há influência de uma norma sociopolítica que colocar o "francês mestre" como aquele que preserva o uso e defesa de uma língua privilegiada e singular. No que diz respeito a ortografia, há o triunfo da etimologia, havendo a superioridade ortográfica perante a língua; segundo Jean Racine, "quando uma língua natural é fundamentalmente um código falado, é o código escrito que reina.". Pode-se concluir que apesar das inegáveis variações ocorrentes na língua falada, a língua escrita permanece pautada em regras padronizadas recorrentes na ortografia. Sair do francês estagnado que é propriedade de poucas camadas sociais é chegar em um aspecto primordial da cultura, induzindo à um outro comportamento cultural. É necessário que haja consciência que a escrita é somente a transição da língua oral, além disso é necessária a existência de uma prática do exercício efetivo da língua.; fazendo isso, nas palavras de Racine, "situamo-nos de maneira diferente com relação à cultura dos cidadãos para quem o instrumento de produção não é a língua; talvez igualmente seja esse reaprender a compreender em uma língua esses deslizes entre homônimos, as circulações fonéticas - jogos de sons produzindo efeitos de sentido - dos quais faz uso da literatura oral tantas vezes (provérbios, etc.), cuja importância a psicanálise também exuma e que escapam, no entanto, à classificação escriturária das palavras, segundo a distribuição das letras." (P. 126). Pode-se notar a existência de uma situação atual que carrega os seguintes apontamentos: a relação é por si mesma produtora de linguagem ou é o canal pelo qual se transmite um saber estabelecido por professores? A prática da comunicação deve intervir como determinante na criação da cultura escolar ou será uma técnica que visa os consumidores de produtos fabricados pelas oficinas especializadas? Há uma ruptura entre o saber e a relação social? É a partir do momento que o conhecimento escolar deixa de possuir seu mérito, quando é substituído por conhecimentos mais rentáveis oriundos de outras esferas e, consequentemente, não se encontra mais tão extremamente ligado à lei de determinada sociedade, que ele é facilmente apontado como um mecanismo que camufla conflitos mais reais da comunicação. A decorrente massificação da escola e da academia transformou o ensino, seu conteúdo e suas relações internas. No meio docente, houve o nascimento de certa insegurança coexistente com a tomada de consciência por parte dos professores de sua exterioridade com relação aos setores nos quais ocorre o desenvolvimento da cultura: "o docente flutua à superfície da cultura: ele se coloca na defensiva à mesma proporção em que se percebe mais frágil. Torna-se inflexível. É levado a reforçar o rigor da lei das fronteiras de um império do qual não está mais seguro." (P. 130-131). Já os estudantes encontraram na esfera acadêmica um espaço que não pode servir de palco para oposições políticas. Foi então que as correntes realista e cultural se delimitaram no espaço universitário. Atualmente, o poder cultural não está somente identificado em uma escola, ele se encontra instilado em diversos espaços. Ele pode personaliza-se em determinado espaço, diretamente, "isso muda a posição da escola. No passado, representante do Estado pedagogo, ele tinha como contrapartida e adversária a família, que exercia o papel de um controle. Todas as noites, a volta das crianças para casa permitia um reajustamento familiar com relação à cultura ensinada na escola. Atualmente, a escola encontra-se em uma situação praticamente inversa: com relação à família invadida pela imagem televisiva, ela pode tornar o lugar de controle onde se aprende o modo de utilização de uma informação até então fornecida fora da escola." (P. 138).
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