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resumo Dominique Manguenau

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RESUMO REFERENTE À APRESENTAÇÃO DO DIA 12 DE AGOSTO
DISCIPLINA: ESTUDOS LINGUÍTICOS II
DISCENTE(S): FABIO DA SILVA AGUIAR E STEFANY SILVA DO NASCIMENTO
TEÓRICO: DOMINIQUE MAINGUENEAU
Análise do discurso: Dominique Manguenau
QUEM É?
Dominique Maingueneau (1950) é linguista e professor da Universidade de Paris IV Paris-Sorbonne, exercendo a função de pesquisador no Centre d'étude des discours, images, textes, écrits, communications (CÉDITÉC). Também é membro do Institut Universitaire de France.
Sua pesquisa, iniciada nos anos 1970, concentra-se na Linguística e Análise do Discurso (AD). O autor trata deste último tema tomando como ponto de partida a inseparabilidade do texto e do quadro social de sua produção e circulação. Ainda afirma não haver um plano do discurso que seja central, insistindo que tudo o que o constitui deriva dos mesmos fundamentos.
Com ampla bibliografia publicada, o trabalho de Maingueneau associa um olhar pragmático¹ sobre o discurso com teorias da enunciação linguística, conferindo importante contribuição para a teoria literária e para a análise do discurso, pois percorre e indica os diferentes caminhos do texto e seu contexto, além de teorizar sobre as formas de interpretação.
Como proeminente estudioso no campo do Discurso, há anos ele vem trabalhando na área de discursos de autoconstituição, que legitimam a produção da obra discursiva. Relaciona as teorias linguísticas de enunciação e a arqueologia de Foucault.
Publicou diversos livros nesta última área de estudo, desde Initiation aux méthodes de l'analyse du discours (Paris, Hachette, 1976), destacando-se a obra Análise de textos de comunicação (São Paulo, Cortez, 2001), de grande utilização nas universidades do país, com inúmeras aplicações das leis do discurso da comunicação social. No entanto, sua grande obra é Novas Tendências da Análise do Discurso (Paris, Hachette, 1987). Além disso, é coeditor do Dicionário de Análise do Discurso (São Paulo, Contexto, 2004).
Fluente em língua portuguesa, Maingueneau já esteve diversas vezes no Brasil, onde ministrou palestras sobre Análise do Discurso em algumas universidades.
ALGUMAS OBRAS
Análise de textos de comunicação
Gêneses dos Discursos
Novas tendências em Análise de Comunicação
Novas tendências em Análise do Discurso
O discurso pornográfico
Doze conceitos da Análise do Discurso
ANÁLISE DO DISCURSO: BREVE TRAJETÓRIA
A AD surgiu no final da década de 1960.
Encontrou a hegemonia do estruturalismo.
Revelou-se com a tentativa de explicar textos em sua materialidade discursiva – sua natureza pluridimensional: linguística; ideológica; subjetiva; histórica e social.
Opunha-se ao estruturalismo, pregando a tentativa de abertura para outros conceitos de língua, além de trazer o sujeito para o centro do cenário novo, visto que, ao longo do período estruturalista, ele havia sido excluído dos estudos da linguagem.
No Brasil, a AD difundiu-se no final da década de 1970, travando, desde o início, embate com a linguística, visto que a mesma a acusava de não atribuir significância à língua, fixando-se exclusivamente no campo político.
Realmente, a AD não busca desenvolver seu trabalho com a língua de igual maneira que a mesma é focada pela linguística; e sim dar importância às possibilidades da língua, sua marca de historicidade.
AD: PROPOSTA
Conceituar como essencial a relação da linguagem com a exterioridade.
· Exterioridade: são as chamadas condições de produção, constituídas por falante, ouvinte, contexto de comunicação e contexto sócio histórico, que é representado por formações imaginárias, ou seja, a imagem que o falante faz de si, a que tem do seu ouvinte, a imagem que o ouvinte faz de si e a imagem que faz do seu interlocutor. 
Mangueneau diz que sujeitos enunciadores, seus presumíveis destinatários e os gêneros de discurso utilizados formam um todo inseparável.
A tentativa de superar os limites da linguística formal faz com que a AD se volte para a apreensão da linguagem enquanto atividade essencialmente interativa, produto da ação de sujeitos.
 
· DISCURSO E ENUNCIADO
Maingueneau distingue discurso de enunciado: o enunciado concerniria ao caráter de unidade linguística e o discurso a uma unidade de comunicação associada a condições de produção devidas. Neste último caso, há uma dependência em relação a um gênero do discurso determinado: debate televisionado, artigo de jornal, romance, etc.
No deslocamento do centro de atenção para as condições de produção, considera-se não só o enunciado ( produto), mas a enunciação (processo).
A análise da materialidade da linguagem é o que permite a compreensão dos sentidos que derivam da inscrição da língua na história.
Em tal processo discursivo, depreende-se o que é chamado de naturalização dos sentidos, produzida pela ideologia, que coloca o homem na relação imaginária com suas condições materiais de existência, de forma não apenas a afetar o sujeito, mas também a construí-lo.
Afirma-se que as condições de produção caracterizam e constituem o discurso.
Deve-se levar em conta os fatores exteriores da língua para compreender o que nela é dito. A sua descrição não é suficiente para explicar determinados fenômenos nos quais está envolvida.
As condições de produção são constitutivas da significação de um discurso.
Como o discurso é considerado por Maingueneau como linguagem de interação vinculada às suas condições de produção, os sistemas de signos são tomados no jogo das formações discursivas.
Aspectos estruturais e formais da língua só interessam à medida que são determinados pelo sentido, pela direção semântica que as diversas situações concretas de uso da linguagem lhes emprestam.
Um enunciado não possui apenas um sentido; os sentidos das palavras, das expressões e/ou dos textos são plurais, na medida em que cada um convém de um discurso.
· O SENTIDO
O sentido é um efeito de sentido, de maneira que a existência de determinada forma não garante a ocorrência de um funcionamento do discurso específico, mas possibilita várias leituras, explícitas ou não.
O efeito de sentido depende da ocorrência de material verbal em condições de produção.
A AD não concebe que, dada uma palavra, seu sentido seja óbvio, como se estabelecido por convenção. A mesma palavra ou o mesmo enunciado podem ter sentidos diversos se pertencerem a formações discursivas diferentes.
O sentido é determinado pelo lugar ocupado pelo sujeito. 
- Maingueneau explica que o ato da enunciação é fundamentalmente assimétrico, - visto que o contexto em que é produzido não se encontra simplesmente ao redor de um enunciado.
- No processo de interpretação, reside a construção de sentidos, realizada a partir dos apontamentos presentes no enunciado realizado, mas não há garantia de que aquilo que for reconstruído por ela, coincidirá com as representações do enunciador.
- A efetiva compreensão de um enunciado não está vinculado somente a uma gramática ou dicionário, alongando-se até a necessidade do domínio de saberes diversos, como a capacidade de levantar hipóteses, raciocinar e construir um contexto não dado e instável.
- Os enunciados comportam intencionalidades subjacentes e podem produzir efeitos de sentido sequer previstos por seus produtores.
- Também é imprevisível o modo particular como cada um significa aquilo que lhe é veiculado em cada formação discursiva, uma vez que todo sujeito se encontra inscrito na história e é a partir dessa historicidade singular que ele constitui os sentidos.
CATEGORIAS E MOBILIDADE: UMA REFLEXÃO DE MAINGUENEAU
Maingueneau alerta que a noção do texto no interior da AD relaciona-se à noção de uma “totalidade coerente”, vinculada a produções orais e escritas, estruturadas de forma estável e, por isso, passíveis de circularem longe de seu contexto original, formado por seu autor, pelo momento e lugar de produção.
O texto é mais que uma materialidade liguística, fazendo parte da própria discursividade, na medida em que um discurso, em decorrência de sua semântica global, parece preferir certos gêneros a outros.
O texto escrito, em geral, éuma enunciação destinada a um leitor e tem a intenção de fazer com que ele acredite a passe a seguir, em sua vida, aquilo que leu.
O autor do texto é responsável por causar boa impressão por meio da construção de seu discurso, apresentando uma imagem de si que seja digna da confiança de seu leitor.
· A AD tem o texto como uma unidade significativa, ou seja, o texto apresenta relação consigo mesmo e também com a exterioridade, fica patente que não são as palavra que significam, mas o texto.
· Texto e discurso se mesclam.
· Segundo Maingueneau: 
- O discurso é compreendido como algo que ultrapassa o nível puramente gramatical levando em conta, sobretudo, os interlocutores (e suas ideologias) e a situação (lugar e tempo geográfico e histórico) em que é produzido; é contextualizado e tem efeito polifônico.
- O texto pode ser constituído por interdiscursos, que se estabelecem na relação do discurso com seu Outro, ou seja, na interação entre discursos.
· Analisar a interação entre discursos implica considerar a interdiscursividade como um processo de reconfiguração incessante no qual uma formação discursiva é levada a incorporar elementos pré-construídos produzidos fora dela, com eles provocando sua redefinição e redirecionamento.

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