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Autora: Profa. Carolina Ventura Fernandes Pasetto
Colaboradora: Profa. Vanessa Santhiago
Educação Física Adaptada
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Professora conteudista: Carolina Ventura Fernandes Pasetto
Graduada em Educação Física, em 2001, pela Universidade Paulista (UNIP), pós-graduada em Fisiologia do Exercício, 
em 2002, e mestre em Ciências, em 2007, ambos pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Professora da UNIP desde 2005 e coordenadora do curso de Educação Física, campus Marquês desde 2011. 
Coordenadora do Projeto de Atividade Física Adaptada (Profa) – Extensão – UNIP. Membro do grupo de pesquisa 
Formação, Atuação Docente e Educação Física (GPFAEF – CNPQ/UNIP).
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
P281e Pasetto, Carolina Ventura Fernandes.
Educação física adaptada. / Carolina Ventura Fernandes Pasetto. 
– São Paulo: Editora Sol, 2018.
148 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXIV, n. 2-009/18, ISSN 1517-9230.
1. Educação física. 2. Esporte adaptado. 3. Inclusão e integração. 
I. Título.
CDU 796.4-056.26
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Elaine Pires
 Kleber Nascimento de Souza
 Talita Lo Ré
 Juliana Mendes
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Sumário
Educação Física Adaptada
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 CONCEITOS BÁSICOS ..................................................................................................................................... 11
1.1 A pessoa com deficiência .................................................................................................................. 11
1.2 A inclusão e a integração .................................................................................................................. 13
2 A EDUCAÇÃO FÍSICA E O ESPORTE ADAPTADO ................................................................................... 15
2.1 Histórico ................................................................................................................................................... 15
2.1.1 Educação Física Adaptada ................................................................................................................... 15
2.1.2 O esporte adaptado ............................................................................................................................... 15
2.2 Modalidades paralímpicas ................................................................................................................ 19
2.2.1 Atletismo .................................................................................................................................................... 19
2.2.2 Basquete em cadeira de rodas........................................................................................................... 23
2.2.3 Bocha ........................................................................................................................................................... 24
2.2.4 Ciclismo ....................................................................................................................................................... 25
2.2.5 Esgrima em cadeira de rodas ............................................................................................................. 27
2.2.6 Futebol de cinco ...................................................................................................................................... 28
2.2.7 Futebol de sete ......................................................................................................................................... 30
2.2.8 Goalball ....................................................................................................................................................... 31
2.2.9 Halterofilismo ........................................................................................................................................... 32
2.2.10 Hipismo ..................................................................................................................................................... 33
2.2.11 Judô ............................................................................................................................................................ 34
2.2.12 Natação .................................................................................................................................................... 35
2.2.13 Paracanoagem ....................................................................................................................................... 38
2.2.14 Remo ......................................................................................................................................................... 38
2.2.15 Rugby em cadeira de rodas .............................................................................................................. 39
2.2.16 Tênis de mesa ......................................................................................................................................... 41
2.2.17 Tênis em cadeira de rodas................................................................................................................. 41
2.2.18 Tiro com arco ......................................................................................................................................... 42
2.2.19 Tiro esportivo ......................................................................................................................................... 43
2.2.20 Triatlo ........................................................................................................................................................ 44
2.2.21 Vela ............................................................................................................................................................. 45
2.2.22 Voleibol sentado ................................................................................................................................... 46
3 CONCEITOS BÁSICOS SOBRE AS DEFICIÊNCIAS .................................................................................. 47
4 DEFICIÊNCIA FÍSICO-MOTORA ....................................................................................................................49
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4.1 Lesão medular ........................................................................................................................................ 49
4.1.1 Conceitos .................................................................................................................................................... 49
4.1.2 Dados epidemiológicos ......................................................................................................................... 52
4.1.3 Classificação .............................................................................................................................................. 52
4.1.4 Características .......................................................................................................................................... 53
4.1.5 Espinha bífida ........................................................................................................................................... 55
4.1.6 Poliomielite ................................................................................................................................................ 56
4.1.7 Atividade física......................................................................................................................................... 57
4.2 Paralisia cerebral ................................................................................................................................... 58
4.2.1 Conceitos .................................................................................................................................................... 58
4.2.2 Classificação .............................................................................................................................................. 59
4.2.3 Características .......................................................................................................................................... 60
4.2.4 Atividade física......................................................................................................................................... 61
4.3 Acidente vascular cerebral (AVC) ................................................................................................... 66
4.3.1 Atividade física......................................................................................................................................... 67
4.4 Amputação .............................................................................................................................................. 68
4.4.1 Conceitos .................................................................................................................................................... 68
4.4.2 Classificação .............................................................................................................................................. 68
4.4.3 Características .......................................................................................................................................... 69
4.4.4 Atividade física......................................................................................................................................... 70
4.5 Nanismo ................................................................................................................................................... 71
4.5.1 Atividade física......................................................................................................................................... 72
4.6 Doenças neuromusculares progressivas: distrofias musculares ........................................ 72
4.6.1 Conceitos .................................................................................................................................................... 72
4.6.2 Distrofia muscular de Duchenne (DMD) ....................................................................................... 73
4.6.3 Distrofia muscular de Becker (DMB) ............................................................................................... 74
4.6.4 Distrofia fácio-escápulo-umeral (FSH) ........................................................................................... 74
4.6.5 Atividade física......................................................................................................................................... 74
Unidade II
5 DEFICIÊNCIA VISUAL ...................................................................................................................................... 80
5.1 Conceitos ................................................................................................................................................. 81
5.2 Estruturas oculares e funções visuais .......................................................................................... 81
5.2.1 Anatomia do olho ................................................................................................................................... 81
5.2.2 Funções visuais ........................................................................................................................................ 82
5.3 Classificação da deficiência visual ................................................................................................. 84
5.3.1 Classificação educacional .................................................................................................................... 84
5.3.2 Classificação esportiva .......................................................................................................................... 86
5.4 Causas da deficiência visual ............................................................................................................ 86
5.5 Características ....................................................................................................................................... 88
5.5.1 Características físico-motoras ........................................................................................................... 88
5.5.2 Características psicossociais ............................................................................................................... 89
5.6 Atividade física ...................................................................................................................................... 89
5.6.1 Estímulos para a aprendizagem do movimento ........................................................................ 89
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5.6.2 Adaptações do ambiente ..................................................................................................................... 91
5.6.3 Adaptações dos materiais ................................................................................................................... 92
5.6.4 Considerações sobre a atividade física ........................................................................................... 92
5.6.5 Orientações gerais .................................................................................................................................. 95
6 DEFICIÊNCIA AUDITIVA ................................................................................................................................. 96
6.1 Conceitos ................................................................................................................................................. 97
6.2 Estruturas do ouvido e funções auditivas .................................................................................. 98
6.2.1 Anatomia do ouvido .............................................................................................................................. 98
6.2.2 Funções da audição ...............................................................................................................................99
6.3 Classificação da deficiência auditiva ..........................................................................................100
6.3.1 De acordo com a perda auditiva ....................................................................................................100
6.3.2 De acordo com o local da lesão ......................................................................................................100
6.3.3 De acordo com a época em que ocorreu a surdez ..................................................................101
6.4 Causas da deficiência auditiva ......................................................................................................101
6.5 Características .....................................................................................................................................102
6.5.1 Características físico-motoras .........................................................................................................102
6.5.2 Características psicossociais .............................................................................................................103
6.6 Atividade física ....................................................................................................................................104
6.6.1 Orientações gerais ................................................................................................................................105
6.7 Surdo-cegueira ....................................................................................................................................107
6.7.1 Conceitos ..................................................................................................................................................107
6.7.2 Classificação da surdo-cegueira .....................................................................................................107
6.7.3 Causas da surdo-cegueira .................................................................................................................108
6.7.4 Características da surdo-cegueira .................................................................................................108
6.7.5 Comunicação na surdo-cegueira ...................................................................................................108
6.7.6 Atividade física.......................................................................................................................................109
Unidade III
7 DEFICIÊNCIA INTELECTUAL ........................................................................................................................113
7.1 Conceitos ...............................................................................................................................................113
7.2 Classificação da deficiência intelectual.....................................................................................114
7.2.1 Classificação quanto ao desempenho do teste de QI (coeficiente de inteligência) ................114
7.2.2 Classificação quanto à necessidade de auxílio .........................................................................114
7.2.3 Classificação quanto à capacidade de aprendizagem ........................................................... 114
7.3 Causas da deficiência intelectual ................................................................................................115
7.4 Características da deficiência intelectual .................................................................................115
7.4.1 Características cognitivas ..................................................................................................................115
7.4.2 Características físico-motoras ......................................................................................................... 116
7.4.3 Características psicossociais .............................................................................................................116
7.5 Síndrome de Down ............................................................................................................................117
7.5.1 Características da síndrome de Down .......................................................................................... 118
7.6 Atividade física ....................................................................................................................................121
7.6.1 Orientações gerais ............................................................................................................................... 123
8 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) ......................................................................................124
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8.1 Conceitos ...............................................................................................................................................124
8.2 Características .....................................................................................................................................125
8.2.1 Características físico-motoras ........................................................................................................ 125
8.2.2 Características psicossociais ............................................................................................................ 125
8.3 Atividade física ....................................................................................................................................126
8.3.1 Orientações gerais ............................................................................................................................... 127
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APRESENTAÇÃO
Esta disciplina tem o objetivo de exibir as deficiências físicas, intelectuais e sensoriais, bem como 
as adaptações necessárias, para a elaboração do programa de atividade física e esportiva. Além 
disso, mostra o movimento da inclusão de pessoas com deficiência e as implicações para as aulas de 
Educação Física.
Assim, pretende-se proporcionar ao aluno conhecimentos sobre os diversos tipos de deficiência que 
requeiram atenção especial e a atuação do profissional de Educação Física diante de cada caso.
INTRODUÇÃO
Educação Física Adaptada é uma área relativamente nova. Apenas na década de 1980 iniciou-se 
a discussão sobre a importância dela. Como é possível pensar na composição de um profissional 
completo sem conhecimentos a respeito das deficiências e da inclusão? Em torno de 15% da população 
mundial apresentam deficiência. No Brasil, são aproximadamente 45 milhões de pessoas. É óbvio que 
um indivíduo completo e competente precisa saber realizar as intervenções típicas da Educação Física 
em programas voltados para o atendimento específico de pessoas com deficiência para propiciar sua 
participação irrestrita.
Para isso, abordaremos os conceitos básicos em Educação Física Adaptada, Inclusão e Esporte 
Adaptado, bem como as modalidades paralímpicas. Ainda, trataremos as deficiências físico-motoras 
mais comuns. Discutiremos as sensoriais, ou seja, a visual e a auditiva, além da surdo-cegueira. Por 
fim, serão discutidas a deficiência intelectual (em especial a síndrome de Down) e o transtorno do 
espectro autista.
Esperamos que, ao finalizar as três unidades, vocês possam entender que a diversidade está presente 
e que há um universo de possibilidades na atividade física, além de esportes para as pessoas com 
deficiência. Sejam bem-vindos a este universo incrível!
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
Unidade I
1 CONCEITOS BÁSICOS
1.1 A pessoa com deficiência
No Brasil, temos aproximadamente 24% da população com algum tipo de deficiência, seja ela 
motora/física, intelectual,visual ou auditiva. Embora o número seja bastante expressivo, certamente não 
nos deparamos com tal percentual de pessoas em uma escola, em uma academia, em uma universidade, 
em um parque ou em qualquer outro espaço. O que isso significa?
Hoje em dia, fala-se muito em inclusão, mas, infelizmente, pouco se faz de efetivo para que ela 
realmente aconteça.
A discussão inicial se dá justamente pelo tratamento nominal dado a esses indivíduos. Ao utilizarmos 
nomenclaturas, termos incorretos ou em desuso, corremos o risco de estigmatizá-los, de criarmos uma 
barreira para a aceitação social.
Não existe um único termo correto e que será válido eternamente. Isso ocorre porque nossa 
sociedade e cultura são vivas, ou seja, em cada época as palavras e os significados podem mudar. O 
que era considerado um termo atual torna-se obsoleto. O grande problema de perpetuar vocábulos em 
desuso é que, mesmo sem a intenção, poderemos propagar um estigma que seguirá a população que 
apresenta algum tipo de deficiência.
Na Antiguidade, o termo “inválido” era o mais usado e queria dizer indivíduo sem valor, um fardo 
para a família e socialmente inútil.
No início do século XX, a palavra da vez era “incapacitado”, que trazia o significado de pessoas sem 
nenhuma capacidade. Depois, pouco antes da década de 1960, o vocábulo passou a ter um entendimento 
de pessoa com algumas habilidades reduzidas. De certa forma, tal mudança foi uma evolução, pois o 
indivíduo já não era considerado um inútil.
Em seguida, a sociedade passou a utilizar “defeituoso”, especialmente para designar aqueles com 
deformidades ou anomalias físicas. Uma das associações mais importantes no atendimento à população 
(criada no final da década de 1950) inicialmente era denominada Associação de Assistência à Criança 
Defeituosa (AACD). Tal alcunha foi alterada no ano 2000, graças a um plebiscito entre os próprios 
pacientes que consideravam o termo “defeituoso” pejorativo e, assim, a sigla passou a ser Associação de 
Assistência à Criança Deficiente.
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Unidade I
Ainda, na década de 1950, surgiu a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). 
A palavra “excepcional” significava deficiência intelectual. Apesar de alguns movimentos de defesa dos 
direitos das pessoas com altas habilidades (superdotados) alegarem que o termo faz referência não 
apenas àqueles com deficiência intelectual, mas a todos os que estão em pontos extremos na curva da 
inteligência. A Apae mantém “excepcional” desde a sua criação até os dias atuais.
No final da década de 1980, “portador de deficiência” passou a ser utilizado com o significado de que 
a pessoa tinha algo diferente agregado a ela. Inclusive, neste mesmo período, o vocábulo foi incluído na 
Constituição Brasileira, que data de 1988.
Com o passar dos anos, “portador” também caiu em desuso, por se entender que a deficiência não 
era carregada.
“Necessidades especiais”, que por um tempo foi agregado ao termo portador, também não perdurou 
por muitos anos, já que se entende que o “ser especial” não faz referência apenas às pessoas com algum 
tipo de deficiência, mas pode ser aplicado a qualquer um.
Por fim, atualmente utilizamos “pessoa com deficiência”. Após anos de mudança, considera-se que a 
palavra “pessoa”, mostra que, independentemente de qualquer outra característica, antes de tudo, temos 
que enxergar a pessoa, o ser humano. Portanto, literalmente, o indivíduo está à frente da deficiência.
Para que essa população seja respeitada e realmente incluída na sociedade, o primeiro passo é que 
ela seja vista, antes de tudo, como formada por cidadãos.
 Observação
Quando enxergamos essencialmente a deficiência, vemos, também, 
primeiro as limitações; por outro lado, quando visualizamos a pessoa, antes 
de tudo, observamos as possibilidades dela, e isso, é fundamental para que 
tal indivíduo tenha seus direitos respeitados e assegurados.
Após os debates da Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, realizada em 2006, pela 
Assembleia Geral da ONU, esse termo ganhou ainda mais força e hoje é aceito e utilizado mundialmente.
A discussão acerca do nome ou termo correto é muito pertinente para que os estigmas que 
rondam essas pessoas não sejam perpetuados. Caso contrário, a presença de alguma deficiência ou 
característica considerada diferente continuará sendo sinônimo de incapacidade, invalidez, defeito etc. 
que, definitivamente, não refletem a realidade da maior parte dos indivíduos com deficiência e acabam 
impedindo que elas tenham as mesmas oportunidades que qualquer um.
É importante ressaltar que a desvantagem social, que pode ser observada em algumas situações, é 
fruto da falta de oportunidade, inclusão e respeito aos direitos, e não, necessariamente, da presença ou 
não da deficiência.
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
1.2 A inclusão e a integração
Por muito tempo, as palavras inclusão e integração foram utilizadas como sinônimos. 
Entretanto, as discussões sobre os direitos das pessoas com deficiência acabam nos levando a 
significados diferentes.
Integração refere-se à incorporação de um elemento em um conjunto. A pessoa com 
deficiência é incluída parcialmente em um ambiente e deve se adequar às condições desse sistema 
pronto, que realiza apenas alguns ajustes superficiais. Acredita-se que o único beneficiado seja 
o indivíduo com deficiência.
A simples presença de indivíduos com e sem deficiência, em um mesmo local, normalmente é o 
suficiente para que ele seja considerado integrador, mas não assegura a inclusão.
Por outro lado, no processo de inclusão, considera-se que ocorre uma incorporação total em um 
ambiente que, necessariamente, sofreu mudanças importantes para receber e respeitar as características 
de todos (e não apenas daqueles com deficiência). Dessa forma, são reconhecidas e valorizadas as 
individualidades e todos ganham.
Nem todas as diferenças necessariamente inferiorizam as pessoas. Há 
diferenças e há igualdades: nem tudo deve ser igual e nem tudo deve ser 
diferente [...] então, é preciso que tenhamos o direito de sermos diferentes, 
quando a igualdade nos descaracteriza, e o direito de sermos iguais, quando 
a diferença nos inferioriza (MANTOAN, 2004, p. 39).
Para que um ambiente seja considerado inclusivo, é fundamental que haja qualidade no que se oferece 
e que todos, sem exceção, sejam valorizados nas suas características individuais e, consequentemente, 
colham os benefícios do processo.
Inclusão é uma prática social que se aplica no trabalho, na arquitetura, no lazer, na educação, na 
cultura, mas principalmente na atitude e no perceber das coisas, de si e do outro. O trabalho com 
identidade, diferenças e diversidades é central para se construir metodologias, materiais e processos de 
comunicação para propiciar o atendimento de todos (CAMARGO, 2017).
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Unidade I
Integração
Exclusão Segregação
Inclusão
Figura 1
Alguns benefícios observados quando o processo de inclusão ocorre efetivamente são:
• desenvolvimento de atitudes positivas em relação ao outro;
• ganho nas habilidades acadêmicas e sociais;
• preparação para a vida em sociedade (aprender a viver com o que é diferente);
• evita os efeitos prejudiciais da exclusão;
• presença do valor social de igualdade;
• superação dos padrões do passado;
• mais informações para todos.
Como a inclusão exige mudanças (inclusive culturais e históricas) bastante profundas e significativas, 
é um procedimento muito mais complicado e que depende de diversos segmentos da sociedade. Contudo, 
como todo trabalho que é benfeito, gera benefícios imensuráveis para toda a sociedade.
É preciso ter em mente que as diferenças e a diversidade significam vantagens sociais que propiciamo surgimento e o estabelecimento de relações de solidariedade e colaboração (CAMARGO, 2017).
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
Figura 2 – Símbolo Internacional de Acessibilidade
 Observação
Diversos instrumentos legais foram implantados pelos Governos 
Federal, Estadual e Municipal para garantir a inclusão e a participação 
das pessoas com deficiência nas áreas de educação, esporte e lazer. 
Entretanto, normalmente nos deparamos com realidades que contrariam 
tais instrumentos.
2 A EDUCAÇÃO FÍSICA E O ESPORTE ADAPTADO
2.1 Histórico
2.1.1 Educação Física Adaptada
A Educação Física, historicamente, traz a ideia de corpos esculturais, saudáveis, perfeitos e atléticos. 
Como repensá-la para pessoas fora desses padrões?
Antes de 1900, a Educação Física Adaptada era basicamente uma ginástica médica, com objetivos 
preventivos ou corretivos.
Em meados de 1950, a American Association for Health, Physical Education, Recreation and Dance 
(AAHPERD) utilizou o termo Educação Física Adaptada para um programa diversificado de atividades, 
jogos e dança para estudantes com deficiência que não podiam participar de forma irrestrita dos 
programas de Educação Física Geral. Desde então, ela passou a ser difundida mundialmente como um 
braço da Educação Física.
2.1.2 O esporte adaptado
É considerada esporte adaptado qualquer modalidade adaptada ou criada para promover a 
participação de indivíduos com deficiência.
O primeiro grande evento esportivo envolvendo pessoas com deficiência ocorreu em Paris (1924), foi 
idealizado para atletas com deficiência auditiva e chamado de Jogos do Silêncio.
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Unidade I
Entretanto, apenas a partir da II Guerra Mundial o esporte para pessoas com deficiência ganhou 
destaque mundial. Com a volta para casa dos soldados feridos durante as batalhas, o governo britânico 
solicitou ao neurologista Ludwig Guttmann que criasse um local para o atendimento e a reabilitação 
dos homens e das mulheres do Exército.
É neste contexto que surge o Centro Nacional de Lesados Medulares do Hospital de Stoke Mandeville, 
em Aylesbury, Inglaterra. O atendimento tinha um enfoque médico que utilizava o esporte como 
reabilitação física e psicológica para os soldados mutilados.
Na mesma época, e pelos mesmos motivos, nos Estados Unidos, surge o Paralyzed Veterans of 
America (PVA), com um contexto mais competitivo. As duas vertentes acabam por se cruzar, já que 
ambas utilizavam o esporte como forma de reabilitação e reinserção social.
Em 1958, no Brasil, o esporte adaptado também desponta a partir de duas instituições. O Clube dos 
Paraplégicos de São Paulo (CPSP), foi criado pelo sr. Sérgio Del Grande, e no Rio de Janeiro, o Clube do 
Otimismo surge idealizado pelo sr. Robson Sampaio.
Em 1960, em Roma, aconteceu a primeira edição dos Jogos Paralímpicos. Como hoje em dia, 
realizou-se logo após a edição dos Jogos Olímpicos, utilizando as mesmas instalações. 
A participação inaugural do Brasil foi em 1972, na edição da Alemanha.
 Observação
Inicialmente o termo “paraolímpico” foi a junção dos vocábulos 
“paraplégico” e “olímpico”; entretanto, como a participação nos jogos foi 
estendida a outros tipos de deficiência, o nome ganhou outro significado. 
Atualmente, o prefixo “para” quer dizer “paralelo”, “semelhante”.
“Paralímpico” substituiu “paraolímpico” por recomendação do Comitê 
Paralímpico Internacional (IPC) para que o termo fosse homogeneizado 
entre os países de língua portuguesa.
Os Jogos Paralímpicos são um evento de alto rendimento, por isso as conquistas e a performance são 
muito mais enfatizadas do que as deficiências.
Os Jogos que aconteceram no Rio de Janeiro, em 2016, contaram com a presença de mais de 4 
mil atletas, de 176 países, participando em uma das 22 modalidades oferecidas. Ainda, de acordo com 
o comitê organizador, mais de 2,1 milhões de pessoas compareceram aos locais de competição para 
acompanhar o evento.
Esses números mostram a grandiosidade do evento, que atrai cada vez mais a atenção do 
mundo inteiro.
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
Além dos Jogos Paralímpicos de Verão, os Jogos Paralímpicos de Inverno ocorrem desde 1976, 
também após o término dos Jogos Olímpicos de Inverno. A primeira participação brasileira foi em 2014.
Figura 3
Figura 4
Estão nos Jogos Paralímpicos atletas com deficiência físico-motora, intelectual e visual.
Esportistas com deficiência auditiva participam das Surdolimpíadas (ou Deaflympics), que contam 
com 21 modalidades adaptadas apenas no tocante a substituir as informações auditivas por informações 
visuais. O evento acontece a cada quatro anos e é tão grandioso, em números, como as Paralimpíadas.
Além deles, vale lembrar que, desde 1968, há a Special Olympics (ou Olimpíadas Especiais), por 
iniciativa da família Kennedy. Nesse evento, participam pessoas com deficiência intelectual, que podem, 
ou não, apresentar outras deficiências associadas.
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Unidade I
Figura 5 - Participantes da Special Olympics aguardam o início da prova de atletismo
A filosofia da Special Olympics é dar a oportunidade de participação a todos os atletas, independentemente 
do seu nível de habilidade. Fica muito claro que, neste movimento, o objetivo é oportunizar, através do 
esporte, uma melhor qualidade de vida e as relações familiares e sociais. A presença e a satisfação em fazer 
parte do evento estão acima das exigências, no que diz respeito à alta performance.
Figura 6 - Criança com síndrome de Down participante da Special Olympics
Figura 7 - Jovem participante da Special Olympics festejando
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
 Saiba mais
Os sites a seguir podem propiciar mais informações sobre a Special 
Olympics:
<http://specialolympics.org.br/>.
<http://www.specialolympics.org/>.
2.2 Modalidades paralímpicas
Atualmente, 22 modalidades fazem parte do programa dos Jogos Paralímpicos de Verão.
Para que o atleta possa ser considerado elegível à participação na competição de uma categoria, é 
necessário que ele passe por uma classificação funcional. Ela serve para determinar, de acordo com sua 
deficiência e sua funcionalidade específicas, para a modalidade, qual a classe em que o atleta competirá. 
Tal divisão permite uma disputa muito mais justa e equilibrada.
2.2.1 Atletismo
Participam atletas com deficiências visual, intelectual e física. As provas dividem-se em campo, pista e rua.
• Provas de campo: lançamento de disco e club, lançamento de dardo, arremesso de peso, salto em 
altura, salto em distância e salto triplo.
Figura 8 - Atleta amputada lançando dardo em banco de lançamento
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Unidade I
Figura 9 - Atleta durante execução do arremesso de peso
• Provas de pista: corridas de 100 m, 200 m, 400 m, 800 m, 1.500 m, 5.000 m e 10.000 m, além de 
revezamento 4 x 100 m e 4 x 400 m.
Figura 10 - Atleta com deficiência visual classe B1, correndo com o atleta-guia
Figura 11 - Atleta com lesão medular durante prova dos 10.000 m
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
Figura 12 - Cadeira de rodas para atletismo
Figura 13 - Atleta com prótese de membro inferior
• Provas de rua: meia maratona (21 km) e maratona (42 km).
Figura 14 - Atletas durante prova de maratona
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Unidade I
Na classificação funcional, os atletas queparticipam das provas de campo recebem a letra “F” (field); 
já aqueles de prova de pista ou rua possuem a letra “T” (track).
Além disso, de acordo com o tipo de acometimento ou deficiência, eles recebem um número associado 
à letra. A dezena representa a deficiência e a unidade retrata o nível de comprometimento do atleta.
Quadro 1 – Classificação funcional – Atletismo
Atleta Pista (T) Campo (F)
Deficiência visual T11, T12 e T13 F11, F12, F13
Deficiência intelectual T20 F20
Paralisia cerebral T31 a T38 F31 a F38
Nanismo F40 e F41
Amputações (com ou sem o uso da prótese) T42 a T46 F42 a F46
Atletas que competem em cadeira de rodas (lesão medular, 
amputação, sequelas de poliomielite) T51 a T54 F51 a F57
Figura 15 - Atletas da classe T46 durante prova de atletismo
O indivíduo com deficiência visual, dependendo da sua classe, pode utilizar atleta-guia ou apoio.
Os atletas classe 11 obrigatoriamente devem correr com o auxílio do atleta-guia, enquanto os da 
classe 12 podem optar por fazê-lo com ou sem tal ajuda.
O atleta-guia deve estar ligado ao atleta por uma cordinha (guia), geralmente pelas mãos. Para 
conduzir adequadamente, o guia pode correr ao lado do atleta, nunca se afastando mais do que 50 cm. 
Na chegada, o atleta deve obrigatoriamente cruzar a linha na frente do guia.
Nas provas de campo, o guia/chamador basicamente tem a função de orientá-lo verbalmente. O 
contato físico só é permitido na indicação do posicionamento inicial.
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Os atletas classe 13 não podem ter, em nenhuma das provas do atletismo, o auxílio de um guia.
Para as provas de arremessos e lançamentos, os indivíduos das classes F32 a F34 e F51 a F58 utilizarão 
um banco próprio.
2.2.2 Basquete em cadeira de rodas
Participam atletas com deficiência físico-motora.
As dimensões da quadra, a altura da cesta, a divisão dos quartos de jogo (4 tempos de 10 minutos) e 
o número de jogadores em quadra são exatamente iguais ao basquete olímpico. O tempo de 8 segundos 
para sair da quadra de defesa e os 24 segundos que uma equipe tem para atacar também estão presentes 
no basquete em cadeira de rodas.
A principal diferença nas regras é que, a cada dois toques na cadeira, o jogador deve quicar, arremessar 
ou passar a bola, podendo repetir esse processo quantas vezes quiser.
Figura 16 - Disputa de bola em um jogo de basquete em cadeira de rodas
Além disso, a classificação funcional da modalidade tem extrema importância para a composição da 
equipe em quadra.
Cada atleta é submetido a uma avaliação da funcionalidade de tronco e membros superiores na 
execução de habilidades e fundamentos do basquete em cadeira de rodas, por exemplo: drible, passe, 
arremesso, manuseio da cadeira, recepção de bola. A partir de então, o jogador é classificado entre as 
classes 1 e 4,5 (sempre de 0,5 em 0,5 ponto).
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Unidade I
Durante o jogo, os cinco atletas em quadra não poderão somar mais do que 14 pontos e, em 
caso de substituição, o técnico deve levar em consideração a pontuação máxima permitida. Tal regra 
permite que jogadores com diferentes deficiências e acometimentos participem dos jogos de maneira 
competitiva e justa.
2.2.3 Bocha
Participam atletas com deficiência físico-motora severa, geralmente com paralisia cerebral, acidente 
vascular encefálico (AVE), distrofias musculares, esclerose múltipla e outras condições degenerativas.
Eles realizam os arremessos sentados na cadeira de rodas, em um local delimitado, que podem ser 
feitos com as mãos, os pés ou o auxílio de um instrumento (calhas, capacetes e ponteiras). Os atletas 
mais comprometidos podem obter auxílio de ajudantes, denominados calheiros.
Figura 17 - Atleta utilizando capacete com ponteira para arremessar a bola
Figura 18 - Atletas sendo auxiliados pelo calheiros
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As provas podem ser individuais, em duplas ou em equipes; o objetivo do jogo é arremessar o maior 
número de bolas coloridas próximo a uma bola branca, chamada de “jack” ou “bolim”.
Figura 19 - Atletas de bocha competindo em equipe
A classificação funcional divide os atletas em quatro classes.
Quadro 2 – Classificação funcional – Bocha
BC1 Atletas com paralisia cerebral e limitação severa (podem receber assistência)
BC2 Atletas com paralisia cerebral e limitação moderada a severa (não podem receber assistência)
BC3 Atletas com deficiência muito severa (utilizam equipamentos auxiliares e podem receber assistência)
BC4 Atletas com deficiência severa (que não podem receber auxílio)
A bocha é uma modalidade adaptada para pessoas com deficiências severas, mas que não 
modificou a essência do jogo original. Trata-se de uma modalidade que exige muita precisão 
e estratégia.
2.2.4 Ciclismo
As provas podem ser de pista ou de estrada e sofreram poucas adaptações em relação ao esporte 
olímpico. Participam indivíduos com deficiências visual e físico-motora.
De acordo com a deficiência, podem existir diferenças nos tipos de bicicletas utilizadas. Elas podem 
ser: convencionais, handbikes, triciclos ou tandens.
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Unidade I
Figura 20 - Atleta amputado competindo em bicicleta convencional
Figura 21 - Atleta utilizando uma handcycle
A classificação funcional é baseada no tipo de bicicleta utilizada e na deficiência do atleta.
Quadro 3 – Classificação funcional – Ciclismo
Handbike H1 a H5 Atletas com deficiência físico-motora impulsionam a bicicleta adaptada com os braços
Triciclo T1 e T2 Atletas com paralisia cerebral que não podem andar na bicicleta convencional
Convencional C1 a C5 Atletas com deficiência físico-motora
Tandem Classe única Atletas com deficiência visual
As bicicletas tandem têm dois lugares, onde vão o atleta com deficiência visual (atrás) e o 
piloto, que não possui deficiência.
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Figura 22 - Atleta com deficiência visual e seu guia na bicicleta tandem
2.2.5 Esgrima em cadeira de rodas
Participam atletas com deficiência físico-motora, especialmente com lesão medular, amputação e 
paralisia cerebral.
As provas podem ser individuais ou em equipe, e as disputas ocorrem em três modalidades: o 
florete, o sabre e a espada. É um esporte que exige rapidez nos movimentos, tempo de reação e 
estratégias bem-pensadas.
A cadeira de rodas é fixada em um equipamento denominado fixador de cadeira de rodas, feito de 
fibra de carbono.
Figura 23 - Atletas Categoria A durante prova de esgrima
A classificação funcional baseia-se nos tipos de deficiência e na funcionalidade de tronco e membros 
superiores nos movimentos específicos ou não da esgrima.
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Unidade I
Quadro 4 – Classificação funcional – Esgrima em cadeira de rodas
Categoria A Atletas com boa mobilidade de tronco
Categoria B Atletas com mobilidade de tronco e equilíbrio reduzidos
Categoria C Atletas com comprometimento de tronco, braços e mãos
2.2.6 Futebol de cinco
Participam indivíduos com deficiência visual. Apenas os da classe B1 podem fazer parte desta 
modalidade.
Os atletas de classe B1 são os que, após avaliação das funções visuais, classificam-se como totalmente 
cegos ou apresentam apenas capacidade de percepção luminosa.
As regras do futebol de cinco são baseadas naquelas adotadas pelo jogo convencional de futsal, 
entretanto algumas adaptações são necessárias devido às condições visuais dos atletas.
Em quadra, são quatro atletas na linha e um goleiro. O goleiro tem visão normal e não pode terparticipado de jogos oficiais (Fifa) nos últimos cinco anos.
Figura 24 - Equipe de futebol de cinco entrando em campo guiados pelo goleiro
Os jogadores de linha, obrigatoriamente, utilizam vendas nos olhos para que não exista nenhuma 
vantagem entre aqueles com diferentes percepções luminosas.
As dimensões da quadra são as mesmas do futsal, podendo ser piso de cimento, madeira, grama 
natural ou sintética, ou ainda borracha sintética. Além disso, são utilizadas bandas laterais (sobre as 
linhas laterais) com altura de 1 a 1,50 m, para evitar que a bola saia da quadra com muita frequência, 
deixando assim, o jogo mais dinâmico.
A área do goleiro é reduzida em relação ao futsal convencional. Ela mede 5 m de largura por 2 m de 
comprimento e a trave possui 3,66 por 2,14 m.
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As partidas são disputadas em 2 tempos de 25 minutos com intervalo de 10 minutos entre eles. A 
bola utilizada tem guizos internos para que emita sons e os atletas possam localizá-la.
Diferentemente de um jogo de futebol ou futsal tradicional, a torcida não pode se manifestar em 
qualquer momento, caso contrário os atletas cegos não conseguirão localizar a bola ou os companheiros 
de time. Mas, na hora do gol, obviamente ela pode manifestar-se e torcer sem problema algum.
Ainda, os jogadores contam com o auxílio de um chamador, que é um guia situado atrás do gol 
adversário, para orientá-los. Ele só poderá se expressar quando os atletas estiverem no terço ofensivo 
do campo.
No caso de cobrança de falta ou pênalti, o chamador poderá utilizar um instrumento de metal para 
bater nas traves e no travessão, orientando o batedor.
O treinador e o goleiro também podem auxiliar verbalmente, entretanto o goleiro só poderá fazê-lo 
quando os atletas estiverem no terço defensivo e o treinador no terço médio do campo.
Figura 25 - Chamador posicionado para orientar os jogadores no futebol de cinco
Figura 26 - Disputa de bola durante o futebol de cinco
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Unidade I
O ideal é que a orientação seja dada de forma discreta e somente quando necessário para não 
atrapalhar o andamento do jogo e as outras formas sonoras, por exemplo, o som do guizo.
Por fim, para que a bola emita o som dos guizos, ela precisa estar em contato com o chão ou com 
os pés; por esse motivo, na maior parte do tempo, necessita ser rasteira e conduzida entre os pés do 
jogador para que ele não perca o seu contato.
2.2.7 Futebol de sete
Participam desta modalidade os atletas com paralisia cerebral ou com sequelas de trauma 
cranioencefálico ou acidente vascular cerebral (AVE).
As regras são basicamente as mesmas do futebol convencional, mas não existe impedimento e a 
cobrança lateral pode ser feita apenas com uma das mãos.
As medidas do campo são 75 m por 55 m (no máximo) e a trave tem 5 m por 2 m.
São 7 jogadores em campo, 6 na linha e 1 goleiro. A disputa ocorre em dois tempos de 30 minutos, 
com um intervalo de 10 minutos entre eles.
Figura 27 - Jogo de futebol de sete, para atletas com paralisia cerebral
A classificação funcional da modalidade divide os atletas em 4 classes diferentes: C5, C6, C7 e C8. 
Os indivíduos são separados de acordo com o comprometimento, sendo a C5 para atletas de maior 
comprometimento e a C8 para os de menor.
Para garantir a participação de atletas de diversas classes, durante a partida, obrigatoriamente deve 
haver, pelo menos, um atleta da classe C5 ou C6 e, no máximo, um da C8.
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
2.2.8 Goalball
Trata-se da única modalidade que não foi adaptada para a atuação de pessoas com deficiência, mas 
criada exclusivamente para atletas com deficiência visual. Participam dela jogadores de todas as classes 
juntas (B1, B2 e B3) e, para competirem em condições de igualdade, eles devem utilizar venda e óculos 
de proteção.
Os atletas da classe B1 são os mais comprometidos (cegos totais ou, no máximo, com percepção 
luminosa), enquanto os B2 e B3 têm baixa visão, sendo os B2 com comprometimento intermediário e os 
B3 com o menor comprometimento entre as classes.
Figura 28 - Atleta realizando arremesso durante partida de goalball
O goalball é uma modalidade baseada em confronto, realizada pelos lançamentos de uma bola, com 
o objetivo de acertar o gol adversário.
Jogam duas equipes, compostas de 3 jogadores cada. A partida ocorre em dois tempos de 12 minutos, 
com um intervalo de 3 minutos entre eles.
A quadra tem as mesmas dimensões de uma quadra de vôlei (9 m x 18 m), as linhas principais 
apresentam demarcação em relevo e a trave mede 9 m x 1,30 m.
A bola oficial assemelha-se à de basquete em tamanho, entretanto não tem câmera de ar e é feita 
de uma borracha bem espessa; apresenta alguns orifícios para que os guizos internos possam emitir 
melhor o som. Trata-se de uma bola pesada (1,250 kg), o que favorece que durante os lançamentos ela 
se mantenha rasteira e seja, portanto, ouvida melhor.
Todos os jogadores exercem as funções de ataque e defesa. É comum que os arremessos sejam 
realizados de três formas: frontal, com giro ou de costas, sempre com as mãos, e que as defesas sejam 
realizadas em pé, de joelhos, de cócoras ou sentados lateralmente, utilizando parte da coxa ou apoiado 
em um dos joelhos.
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Unidade I
Figura 29 - Posição de expectativa no goalball
Em geral, na posição de finalização/impacto, o jogador fica deitado lateralmente, com os braços 
estendidos acima da cabeça para proteger-se da bola, formando uma barreira a fim de impedir que a 
bola entre no gol.
Como o impacto da bola geralmente é forte, além de manter o corpo contraído durante a posição 
de finalização, os atletas utilizam protetores de seios (mulheres) e de genitais (homens), além de 
cotoveleiras, joelheiras e óculos.
Figura 30 - Posição de finalização/impacto no jogo de goalball
Trata-se de um jogo muito dinâmico e divertido; entretanto, como no futebol de cinco, a torcida 
só pode se manifestar e vibrar no momento do gol, pois os atletas precisam ouvir o som da bola e os 
comandos dados pelo árbitro (que são todos em inglês, mesmo nas partidas realizadas no Brasil).
2.2.9 Halterofilismo
Participam atletas com deficiência físico-motora, geralmente paralisados cerebrais, lesados 
medulares, amputados de membros inferiores e anões.
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
Figura 31 - Atleta posicionado para a realização da prova
Não existe classificação pela deficiência, e os atletas são divididos apenas por categoria de peso, 
sendo dez categorias no masculino e dez no feminino.
A modalidade é também chamada pelo nome em inglês, powerlifting, e diferentemente da modalidade 
olímpica, os atletas realizam apenas o supino reto na competição paralímpica. Cada indivíduo tem três 
tentativas para efetuar um movimento válido, sendo o maior peso obtido, validado.
Figura 32 - Atleta durante a execução do movimento de supino reto
2.2.10 Hipismo
Participam atletas com deficiência físico-motora ou visual. A única disciplina no hipismo paralímpico 
é a de adestramento paraequestre; as provas são individuais e por equipe.
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Unidade I
Figura 33 - Atleta com deficiência visual durante prova de hipismo
Os esportistas passam pela classificação funcional e são divididos em 5 classes: graus IA, IB, II, III e 
IV, sendo os de grau I os mais comprometidos e os de grau IV os menos comprometidos motoramente. 
Os deficientes visuais são distribuídos como graus III ou IV, de acordo com o nívelde deficiência, e são 
auxiliados por um guia que passa as informações necessárias para a orientação.
2.2.11 Judô
Participam atletas com deficiência visual e, apesar de serem classificados em três categorias distintas 
(B1, B2 e B3), todos competem juntos. A divisão é feita apenas pelo peso corporal. No caso dos judocas 
classe B1, existe uma marcação (círculo vermelho) no quimono do atleta, na altura do ombro. Ela serve 
simplesmente para orientar o árbitro sobre a necessidade de um auxílio maior, por exemplo, na hora de 
reposicionar o desportista para a luta.
Figura 34 - Atletas com deficiência visual durante uma luta de judô
As regras utilizadas são praticamente as mesmas do esporte olímpico, com algumas adaptações: a 
luta é iniciada já com o atleta tocando o quimono do oponente e, toda vez que este contato for perdido, 
ela será reiniciada. Além disso, não ocorrem punições caso o atleta saia da área de combate. Como no 
judô olímpico, os confrontos duram até 5 minutos. Vencerá o atleta que primeiro conquistar o ippon ou 
ao final dos 5 minutos obtiver a maior vantagem sobre o adversário.
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
2.2.12 Natação
Participam atletas com deficiência físico-motora, visual e intelectual.
Figura 35 - Atleta brasileiro durante prova do nado costas
A classificação funcional da natação é uma das mais complexas entre as modalidades.
Para os atletas com deficiência visual, é realizada a avaliação oftalmológica; para os atletas com 
deficiência intelectual, são verificados os critérios de elegibilidade; e, para os atletas com deficiência 
físico-motora, são feitos os testes clínicos e físicos, os testes de mobilidade articular e os testes 
técnico-motores (executados dentro da água).
A classe é definida pela letra “S” (swimming) e por um número que indica o acometimento do atleta. 
No caso do estilo peito, como as exigências de membros superiores e inferiores diferem dos nados 
costa, crawl e borboleta, é feita outra classificação, sendo utilizadas as letras “SB”. Por fim, a sigla “SM” 
é empregada para as provas medley.
Quadro 5 – Classificação funcional – Natação
Nados crawl, costas e borboleta Nado peito Nado medley
Deficiência físico-motora S1 a S10 SB1 a SB9 SM1 a SM10
Deficiência visual S11 a S13 SB11 a SB13 SM11 SM13
Deficiência intelectual S14 SB14 SM14
Em cada grupo de deficiência, os números menores indicam sempre o seu tipo mais severo. Por 
exemplo, na classe S1 competem atletas com lesão medular completa na 4ª ou 5ª vértebra cervical, 
enquanto na S9 participam aqueles com lesão medular na região sacral ou amputados em uma das 
pernas acima do joelho.
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Unidade I
Figura 36 - Atleta classe S9 em posição de largada do bloco
As principais adaptações desta modalidade são realizadas nas largadas, viradas e chegadas, além de 
algumas permissões diferenciadas por classe, nos estilos dos nados. Tais modificações são mais comuns 
nas classes mais baixas (S1 a S4 e S11).
Figura 37 - Atleta classe S5 durante a largada do bloco de saída
Nas saídas das classes S1 a S3, por exemplo, o atleta pode partir de dentro da água e ter a ajuda do 
técnico para se sustentar até ser dado o sinal de início.
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
Figura 38 - Saída de dentro da água e auxílio do técnico
Para os atletas cegos, é permitido o auxílio do tapper, isto é, o toque na cabeça, no ombro ou nas 
costas, indicando que ele está próximo às bordas da piscina e, portanto, deve realizar a virada ou a 
chegada. Este toque é importante para a segurança e o melhor aproveitamento da técnica. tapper 
é o nome dado à pessoa que realiza o toque (geralmente o técnico) e ao equipamento utilizado 
para efetuá-lo. É muito comum que se utilize uma vara de pescar conectada a uma bola de tênis na 
extremidade para confeccionar o objeto.
Figura 39 - Tapper sinalizando ao nadador sobre a proximidade da borda
É importante lembrar que o técnico/tapper e o atleta devem treinar em conjunto o uso do toque 
com o equipamento para que possam tirar o máximo proveito deste artifício e garantir a segurança 
do nadador. Indivíduos S11 precisam obrigatoriamente utilizar o tapper; para as demais categorias de 
deficientes visuais, o uso é optativo.
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Unidade I
Para a classe S11, também é obrigatório o uso dos óculos de natação vedados, com lentes opacas, para 
garantir que não haja nenhuma percepção luminosa e, portanto, propiciando igualdade de condições 
entre os competidores.
Figura 40 - Atleta com deficiência visual, utilizando óculos de natação vedados
2.2.13 Paracanoagem
Participam atletas com deficiência físico-motora. Trata-se de uma modalidade nova em Paralimpíadas 
que conta com provas de velocidade de 200 m e 500 m.
A classificação funcional baseia-se no papel de membros superiores, tronco e membros inferiores.
Quadro 6 – Classificação funcional – Canoagem
KL1 Usam somente os braços na remada
KL2 Usam os braços e o tronco na remada
KL3 Usam braços, tronco e pernas na remada
2.2.14 Remo
Participam atletas com deficiência físico-motora e visual.
A classificação funcional é realizada de acordo com o acometimento. São três classes, e cada uma 
delas utiliza um tipo de barco.
Quadro 7 – Classificação funcional – Remo
AS Usam só braços e ombros – barco single skiff
TA Usam braços e tronco – barco double skiff
LTA (4+) Usam pernas, trono e braços – barco com timoneiro
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
Na classe LTA, há deficientes visuais e deficientes físicos. Na composição dos participantes pode 
haver, no máximo, dois atletas com deficiência visual. Nela existe um timoneiro que não apresenta 
nenhuma deficiência.
Independentemente da categoria, as provas de remo paralímpico são disputadas em raias de 
1.000 m.
Figura 41 - Atletas classe TA durante prova de skiff duplo (double skiff)
2.2.15 Rugby em cadeira de rodas
Participam atletas com lesão medular alta (tetraplegia ou tetraparesia) ou com lesões semelhantes nos 
quatro membros (alguns tipos de paralisia cerebral, amputações, malformações ou sequelas de poliomielite).
Figura 42 - Disputa de bola durante jogo de rugby em cadeira de rodas
A classificação funcional do rugby em cadeira de rodas leva em consideração motricidade, mobilidade 
ou resquício de movimentos de membros superiores, bem como a presença ou não de controle dos músculos 
do tronco. A partir desta avaliação, o atleta é classificado de 0,5 a 3,5 (sempre de 0,5 em 0,5 ponto). As 
classes e a pontuação mais baixa são as que englobam os esportistas com acometimento mais severo.
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Unidade I
Normalmente, os indivíduos de classes mais baixas (0,5 a 1,5) atuam na defesa, enquanto os de 
classes mais altas (2 a 3,5) executam o ataque.
A quadra tem as mesmas dimensões da de basquete, e a bola utilizada é muito semelhante àquela 
do voleibol.
O jogo é realizado em quatro tempos de 8 minutos, cronometrados com a bola em movimento (toda 
vez que ela sai de quadra ou ocorre uma falta ou um gol, o cronômetro é parado).
Há dois intervalos de 2 minutos (entre o 1º e 2º quartos e entre o 3º e 4º quartos), além de um 
período de 5 minutos exatamente na metade do jogo (entre o 2º e 3º quartos).
Em quadra, cada equipe joga com 4 jogadores, cuja soma das pontuações (classificação) não pode 
ultrapassar os 8 pontos.
Figura 43 - Condução de bola durante jogo de rugby em cadeira de rodas
Nesta modalidade não há divisão de categorias femininas e masculinas, portantopodem estar juntos 
em quadra. Para cada atleta mulher em quadra, a equipe deve somar 0,5 a mais no limite total de pontos 
em quadra.
Cada jogador pode ficar com a bola por, no máximo, 10 segundos e conduzi-la da forma mais 
conveniente; antes o atleta deverá bater a bola no chão ou passar a um companheiro de equipe. O 
objetivo, claro, é o gol.
 Saiba mais
O documentário a seguir apresenta toda a rotina dos atletas de rugby e 
a busca da performance.
Murderball: paixão e glória. Dir. Henry Alex Rubin e Dana Adam Shapiro, 
2005. 88 minutos.
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
2.2.16 Tênis de mesa
Participam atletas com deficiência físico-motora e intelectual.
As regras são basicamente as mesmas do esporte olímpico, com algumas adaptações no saque de 
atletas de determinadas classes.
A classificação funcional divide o atleta em 11 classes de acordo com a deficiência, o alcance dos 
movimentos de braços e pernas, a força muscular, o equilíbrio e as habilidades em segurar a raquete.
Além do uso de próteses, órteses e muletas, é permitido o uso de faixas ou bandagens para fixar a 
raquete na mão e, em alguns casos, extensores ou raquetes com o cabo aumentado.
Quadro 8 – Classificação funcional – Tênis de mesa
Atletas em cadeira de rodas I, II, III, IV e V
Atletas andantes (com o uso de próteses, órteses, muletas) VI, VII, VIII, IX e X
Atletas com deficiência intelectual XI
As competições podem ser com jogos individuais, em duplas ou em equipes.
Figura 44 - Atletas durante partida de tênis de mesa em prova individual
2.2.17 Tênis em cadeira de rodas
Participam atletas com deficiência físico-motora.
Trata-se de uma das modalidades mais parecidas com o jogo tradicional. As medidas da quadra, a 
raquete, a bola e as pontuações do jogo paralímpico são idênticas àquelas do jogo olímpico.
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Unidade I
Figura 45 - Atleta durante atuação de jogo de tênis em cadeira de rodas
A diferença acontece, especialmente, pelo fato de a locomoção se dar em cadeira de rodas; por isso, 
são permitidos dois quiques da bola na quadra, em vez de um; portanto, antes do terceiro quique o 
atleta deverá colocá-la na quadra adversária.
A classificação funcional é baseada nas habilidades do tênis. São apenas duas.
Quadro 9 – Classificação funcional – Tênis
Open/aberta Atletas com alguma deficiência nos membros inferiores
Quad/tetra Atletas com deficiência em, pelo menos, três extremidades
Na classe Open podem participar atletas com limitações nos membros inferiores que os impeçam 
de praticar o tênis convencional, ou seja, que os impossibilitem de se deslocar em velocidade e com 
habilidade exigidos na modalidade.
2.2.18 Tiro com arco
Participam atletas com deficiência físico-motora.
O objetivo do jogo é acertar a flecha no alvo, o mais próximo possível do centro. O objeto fica a 
70 m de distância e tem 1,22 m de diâmetro.
A classificação funcional é realizada em três classes, de acordo com a necessidade ou não de cadeira 
de rodas e com a mobilidade e o controle de membros superiores e tronco.
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
Figura 46 - Atleta classe ARW2 durante prova de tiro com arco
Quadro 10 – Classificação funcional – Tiro com arco
Standing (ARST)
Os atletas competem em pé ou sentados e apresentam deficiência 
leve nos membros inferiores, além de não possuírem deficiência nos 
membros superiores
ARW2 Atletas paraplégicos ou equivalente
ARW1 Atletas tetraplégicos ou equivalente
Os esportistas ARST competem com os ARW2. A disputa pode ser individual ou em equipe.
2.2.19 Tiro esportivo
Participam atletas com deficiência físico-motora, competindo sentados ou em pé, de acordo com a 
classe funcional. São avaliados o equilíbrio, a força, a mobilidade dos membros superiores e o controle 
do tronco.
Quadro 11 - Classificação funcional – Tiro esportivo
SH1 Atletas que não precisam de apoio para o tiro
SH2 Atletas que precisam de apoio para o tiro
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Unidade I
Figura 47 - Atleta classe SH1 durante prova de tiro esportivo
Apesar de ser uma modalidade recente no País, a prática é muito difundida entre policiais feridos em 
combate, como ferramenta no processo de reabilitação.
2.2.20 Triatlo
Participam atletas com deficiência físico-motora e visual.
A modalidade compreende as provas de 750 m de natação, 20 km de ciclismo e 5 km de corrida.
A classificação funcional é baseada em um sistema de pontuação que considera a deficiência e a 
mobilidade do atleta.
Quadro 12 – Classificação funcional – Triatlo
PTHC Atletas em cadeira de rodas Subdivisão da classe: H1 e H2
PTS Atletas com deficiência físico-motora, sem cadeira de rodas Subdivisão da classe: PTS2, PTS3, PTS4 e PTS5
PTVI Atletas com deficiência visual Subdivisão da classe: B1, B2 e B3
Como em outras modalidades, nas subdivisões de classe, quanto mais baixo o número, maior a 
severidade da deficiência.
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
Figura 48 - Trecho de ciclismo durante prova de triatlo
Atletas da classe PTHC fazem a corrida em cadeira de rodas e o ciclismo no handcycle; já os esportistas 
da classe PTVI, como são deficientes visuais, contam com o auxílio de um guia e realizam o ciclismo na 
bicicleta tandem.
2.2.21 Vela
Participam atletas com deficiência físico-motora e visual, sem distinção de gênero.
As regras gerais das regatas paralímpicas não sofrem grandes mudanças em relação às tradicionais.
Na classificação funcional de atletas com deficiência físico-motora são avaliadas as funções 
remanescentes dos indivíduos em todas as tarefas realizadas durante uma regata. São verificados: 
força, amplitude de movimento, coordenação e teste funcional velejando. Dessa forma, o velejador é 
identificado de 1 a 7.
Na classe 2,4 mR apenas um atleta participa; já na SKUD18 disputam dois esportistas (uma mulher 
e um homem), que devem somar até 9 pontos juntos.
Figura 49 - Atletas classe SKUD18 durante regata
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Unidade I
Na classe Sonar participam três atletas que devem somar, no máximo, 14 pontos.
Figura 50 - Atletas classe Sonar durante regata
Desportistas com deficiência visual recebem as pontuações de acordo com a avaliação oftalmológica: 
B1 (3 pontos), B2 (5 pontos) e B3 (7 pontos).
2.2.22 Voleibol sentado
Participam atletas com deficiência físico-motora.
O jogo de voleibol sentado tem inúmeras semelhanças com o tradicional, em especial na dinâmica 
da partida. A pontuação e os sets são exatamente iguais.
A quadra mede 10 m x 6 m, com a rede a 1,05 m na disputa feminina e a 1,15 m no jogo masculino. 
A linha de ataque fica a 2 m.
Figura 51 - Atletas posicionados em quadra durante jogo de vôlei sentado
A classificação funcional de modalidade baseia-se em 2 classes: elegível (D) e mínima deficiência (MD).
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
São considerados da classe D: atletas amputados, lesados medulares, com paralisia cerebral e 
sequelas de poliomielite; fazem parte da classe MD: atletas com lesões articulares pequenas no quadril, 
joelho ou tornozelo (que gerem sequelas permanentes de perda de força ou amplitude articular) ou com 
amputações mínimas (como dos dedos da mão).
Em quadra, dos seis jogadores, apenas um pode ser da classe MD.
Durante os treinos, os deslocamentos são parte essencial para que o indivíduo consiga desenvolver 
bem as habilidades específicas do voleibol.
 Saiba mais
Para se aprofundarnas modalidades paralímpicas, visite o site do Comitê 
Paralímpico Brasileiro. Disponível em: <http://www.cpb.org.br/>.
3 CONCEITOS BÁSICOS SOBRE AS DEFICIÊNCIAS
Alguns termos serão citados abundantemente neste livro-texto, por isso é importante ficar claro o 
significado de cada um deles para que seja possível a compreensão dos tópicos seguintes.
Doença é o resultado da perda da homeostasia de um organismo, em que o dano pode ser 
estrutural ou funcional. Uma doença pode ou não ser contagiosa e, geralmente, existe um tratamento 
medicamentoso envolvido. Já a deficiência ocorre por uma mudança funcional do órgão ou membro; 
ela não é contagiosa e não quer dizer que a pessoa não tenha saúde. Vale lembrar que algumas doenças 
geram sequelas que caracterizam uma deficiência.
Durante muito tempo, utilizou-se o Código Internacional de Doenças (CID-10) para diagnosticar e 
classificar, entre outras condições, a pessoa com deficiência. O CID-10 baseia-se no estado de saúde e/ou 
no diagnóstico médico de doença, o que acabava trazendo a ideia de que todo ser com deficiência era 
doente, não era saudável. Isso, em muitas situações, acentuava ainda mais o estigma e o preconceito em 
relação a tais pessoas.
Em 2001, foi aprovado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) o Código Internacional de 
Funcionalidade (CIF) e, em meados de 2003, ele foi traduzido para o português.
Mas o que esse CIF traz de tão importante?
Na realidade, trata-se de um complemento ao CID-10, mas baseia-se na funcionalidade da pessoa, ou 
seja, não se limita aos aspectos negativos ou à incapacidade. Apesar de ser um código, nele é apresentada 
uma visão mais humana e provavelmente mais justa, que permite um olhar menos estigmatizado para 
o indivíduo com deficiência, sem deixar de relatar a existência de uma ou mais condições que realmente 
necessitem de atenção especial.
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Unidade I
No CIF, a funcionalidade é caracterizada em três áreas interligadas: alterações das estruturas 
e funções do corpo, limitações em determinadas atividades (caminhar, por exemplo) e restrições às 
participações em certas atividades por qualquer motivo, como falta de acessibilidade ou preconceito.
Em outras palavras, ele apresenta um olhar mais inclusivo por citar fatores externos que podem 
favorecer ou dificultar o desenvolvimento integral do ser humano.
 Saiba mais
Para conhecer o CIF em detalhes, acesse:
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Classificação Internacional 
de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). Lisboa: OMS, 2004. 
Disponível em: <http://www.faema.edu.br/uploads/documentos/biblioteca/
CIF_port_%202004.pdf>. Acesso em: 4 ago. 2017.
As deficiências podem ser classificadas como permanentes ou temporárias. As permanentes são 
aquelas que, uma vez presentes, permanecerão a vida toda da pessoa, enquanto as temporárias tendem 
a desaparecer. Por exemplo, alguém com a perna quebrada tem uma mudança funcional do membro 
até que o osso esteja consolidado. Após o período de recuperação, ela terá as funções reestabelecidas e, 
portanto, não demonstrará mais a deficiência.
Podemos também identificar as deficiências como congênitas, adquiridas e genéticas.
As congênitas são aquelas que surgem ainda no momento do parto ou, mais comumente, na vida 
intrauterina. As deficiências adquiridas, como o nome já diz, vêm após o nascimento, em qualquer 
momento da vida. Já aquelas com caráter genético originam-se em decorrência de alterações nos genes 
e podem se manifestar no nascimento ou em qualquer outra fase da vida.
Por fim, as deficiências podem ser progressivas ou não progressivas. As não progressivas, uma vez 
instaladas, não apresentam piora; já as progressivas tendem a tornar as sequelas cada vez mais graves.
 Lembrete
Podemos classificar as deficiências em: congênitas, adquiridas ou 
genéticas; permanentes ou temporárias; e progressivas ou não progressivas.
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
4 DEFICIÊNCIA FÍSICO-MOTORA
As deficiências físico-motoras são caracterizadas por alterações ósseas, musculares ou neurológicas 
que afetam a estrutura ou a função do corpo, interferindo na motricidade do indivíduo. Pelo fato 
de causar dano também na motricidade, é mais apropriado que utilizemos deficiência físico-motora, 
em vez de apenas deficiência física; entretanto, na literatura nacional e na internacional, é possível 
encontrarmos os dois termos vigentes.
As pessoas com deficiência físico-motora, dependendo da necessidade, podem utilizar órteses ou 
próteses. Faz-se necessário explicar a diferença entre os dois vocábulos.
As órteses são equipamentos ou dispositivos que têm a função de auxiliar a execução de um membro 
ou órgão (talas, muletas, bengalas, cadeiras de rodas, óculos, aparelhos auditivos, entre outros).
As próteses, por sua vez, substituem um membro, um órgão ou parte dele (próteses de perna ou 
braço, usadas por pessoas amputadas, próteses dentárias etc.).
Neste livro-texto serão abordadas as deficiências físicas de maior incidência e que, portanto, são as 
que o profissional de Educação Física provavelmente irá se deparar com maior frequência.
4.1 Lesão medular
4.1.1 Conceitos
A medula espinhal compõe o sistema nervoso central (SNC) com o encéfalo. Medula significa miolo 
e, portanto, o que está dentro. Dessa forma, entendemos que a medula espinhal se localiza dentro do 
canal vertebral.
Trata-se de uma estrutura cilíndrica de, aproximadamente, 45 cm de comprimento e 1 cm de 
diâmetro. Ela apresenta duas dilatações denominadas intumescência cervical e intumescência lombar. 
Esses pontos correspondem às áreas de conexão da medula e às raízes nervosas dos plexos braquial e 
lombossacral, destinadas à inervação dos membros superiores e inferiores, respectivamente (MACHADO; 
HAERTEL, 2014).
No adulto, a medula termina no nível da 2ª vértebra lombar; abaixo disso, apresenta-se a cauda 
equina, formada por meninges, raízes nervosas dos últimos nervos espinhais e cone medular.
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Unidade I
Artéria espinhal anterior
Trabéculas aracnóideas
Pia-máter
Raiz ventral 
do nervo C5
Raiz dorsal 
do nervo C5
Artéria espinhal 
posterior esquerda
Ramo espinhal da 
artéria vertebral
Artéria radicular posterior
Aracnoide
Dura-máter
Forame intervertebral
Ligamento amarelo
Ramo ventral do nervo T1
Nervo T2
Ramo dorsal 
do Nervo T1
Processo transverso da vértebra T3
Tecido adiposo no espaço epidural
Seção do pedículo do 
arco da vértebra T1
Processo espinhoso 
da vértebra T2
Plexo venoso 
vertebral interno
Gânglio espinhal 
do nervo C8
Espaço epidural
Espaço subdural
Filamentos radiculares 
do nervo C6
Sulco mediano posterior
Ligamento denticulado
Espaço subaracnóideo
Artéria radicular anterior
Figura 52 - Vista dorsal da medula espinhal
A coluna vertebral é uma estrutura óssea, de sustentação, dividida em cinco partes: cervical (com 7 
vértebras), torácica (com 12 vértebras), lombar (com 5 vértebras), sacral (com 5 vértebras) e coccígena 
(fusão de 4 a 5 vértebras).
Existem também, 31 pares de nervos espinhais (8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 
coccígeno). Como há 8 pares de nervos cervicais e apenas 7 vértebras, o 1º par emerge acima da 1ª vértebra 
cervical (C1), enquanto o 8º par emerge abaixo da 7º vértebra cervical (C7) e assim, consequentemente, 
acontece em toda a extensão da coluna vertebral (MACHADO; HAERTEL, 2014).
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
C1
C2
C3
C4
C5
C6
C7
L1
L2
L3
L4
L5
S1
S2
S3
S4
S5
Nervos 
sacrais
Nervos 
lombares
Nervos 
torácicos
Nervos 
cervicais
T1
T2
T3
T4
T5
T6
T7
T8
T9
T10
T11
T12
Músculos 
do tórax
Músculos 
abdominais
Músculos 
daperna
Bexiga e 
intestinos
Funções 
sexuais
Cabeça e pescoço
Diafragma
Deltoídes, bíceps
Extensores do pulso
Tríceps
Mão
Figura 53 - Funções por nível da medula espinhal
A medula espinhal é composta de massa branca e massa cinzenta, que têm o formato de 
uma borboleta na parte mais centralizada (em um corte transversal). A massa cinzenta se divide, 
basicamente, em corno anterior (com características essencialmente sensitivas) e corno posterior 
(com propriedades basicamente motoras) (RADANOVIC; KATO-NARITA, 2016). As suas principais 
funções são fornecer um centro de ações reflexas e atuar como canal por onde os impulsos transitam 
para o cérebro ou dele provêm.
Tal estrutura não tem capacidade regenerativa; portanto, após a ocorrência de uma lesão em que ela 
seja acometida, suas atividades motoras e sensitivas estarão permanentemente comprometidas.
Uma lesão da vértebra ou dos nervos da coluna espinhal pode resultar em condição de lesão medular. 
Na maior parte das vezes, associa-se a algum grau de paralisia, já que envolve os sistemas motor, 
sensorial e autônomo.
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Unidade I
Em outras palavras, abaixo do nível da lesão, a pessoa pode ter afetados os seus movimentos, a 
sua sensibilidade e algumas funções autônomas, como controle termorregulatório, circulatório, de 
batimentos cardíacos, pressão arterial, funções intestinais, urinárias e sexuais (VALL, 2014).
As sequelas de uma lesão medular dependem da causa e da severidade; sua função é perdida porque 
ocorre a morte tecidual na região e, consequentemente, há a interrupção (total ou parcial) das fibras 
nervosas que transmitem as informações aferentes e eferentes.
Somente a partir de uma avaliação minuciosa sobre a lesão é que será possível traçar metas relacionadas 
ao processo de reabilitação e à prática de atividade física adequada (GREGUOL; BÖHME, 2013).
4.1.2 Dados epidemiológicos
A incidência mundial é de 15 a 40 casos por milhão de habitantes. No Brasil, a ocorrência é de 40 
casos novos/ano/milhão de habitantes, isso significa 6 a 8 mil eventos novos por ano. Destes, 8% são 
homens e 60% deles têm entre 10 e 30 anos de idade.
Entre as causas, 20% são ocasionadas por fatores patológicos, infeciosos ou autoimunes e 80% 
por traumas. Apesar de haver algumas divergências em relação à etiologia mais comum nas lesões 
traumáticas, estão entre as principais causas: acidentes automobilísticos, ferimento por arma de fogo, 
quedas – especialmente de lajes e mergulho em águas rasas (BRASIL, 2013a).
4.1.3 Classificação
A lesão pode ser caracterizada como completa ou incompleta. No caso das completas, não há 
resquício de função motora ou sensitiva abaixo do nível da lesão; já nas lesões incompletas, pode haver 
alguma função motora ou sensitiva remanescente.
Para as lesões completas, é utilizado o sufixo “plegia”, enquanto para as incompletas, “paresia”. Ainda, 
conforme a altura da lesão, podemos aplicar a denominação “tetra” (nível cervical) ou “para” (1ª vértebra 
torácica para baixo).
Dessa forma, temos:
• Tetraparesia: lesão cervical incompleta.
• Tetraplegia: lesão cervical completa.
• Paraparesia: lesão torácica e abaixo, incompleta.
• Paraplegia: lesão torácica e abaixo, completa.
Como citado, apenas depois de uma avaliação minuciosa será possível determinar as sequelas exatas após 
uma lesão medular. Entretanto, é provável prever a maior parte das sequelas de acordo com o nível da lesão.
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
A seguir serão apresentados alguns importantes níveis de lesão e suas principais características 
relacionadas às funcionalidades. Nota-se que quanto mais baixo o nível da lesão, maiores são as 
funções musculares remanescentes e, consequentemente, as possibilidades de movimento e autonomia 
(GREGUOL; BÖHME, 2013).
Quadro 13 – Funções musculares remanescentes por nível de lesão medular
Nível da lesão Possíveis músculos remanescentes e sequelas
C1 e C2 Normalmente ocorre a morte por paralisia do nervo frênico e consequente parada respiratória
C3 Normalmente dependem de respiração artificial, músculos da face ativos
C4 Músculos do pescoço e diafragma ativos (respiração autônoma)
C5 Parte da musculatura do ombro e bíceps
C6 Toda a musculatura do ombro, extensores de punho e possibilidade de preensão (ainda que fraca)
C7
Tríceps, extensores e flexores dos dedos e melhor estabilidade de membros superiores. 
Ainda com instabilidade de tronco e resistência respiratória, já que os músculos 
envolvidos nos processos estão acometidos
T1 Membros superiores preservados, boa estabilização do tórax, mas não apresenta toda a musculatura ativa para manter-se totalmente equilibrado quando sentado
T6
Musculatura da parte alta do tronco preservada, o que permite maior estabilidade e 
resistência respiratória. Com a melhor estabilidade, os membros superiores são mais 
funcionais
T12 Músculos abdominais e das costas com funcionamento parcial. Grande estabilidade de tronco e boa resistência respiratória
L4
Quadríceps, iliopsoas e músculos lombares funcionais, o que propicia marcha 
independente, com uso de muletas ou bengalas. Entretanto, devido à grande fraqueza 
nos glúteos e tornozelos, a marcha é arrastada e bamboleante
Sacro Isquiotibiais funcionais propiciam marcha independente e sem o uso de muletas e bengalas (geralmente utilizam órteses nos pés ou tornozelos)
Adaptado de: Greguol; Böhme (2013).
4.1.4 Características
Além das alterações na motricidade, a lesão medular pode causar disfunções em outros sistemas 
orgânicos devido às mudanças das funções neurovegetativas.
• Ausência ou diminuição da sensibilidade: observada geralmente nas lesões completas.
• Espasmos (aumento do tônus muscular): desencadeados por ação reflexa do sistema nervoso; 
normalmente são causados por alternância brusca de posição, movimentos repentinos ou 
estímulos externos. É mais comum em lesões acima da 6º vértebra torácica (T6).
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Unidade I
• Incontinência urinária e distúrbios de esfíncter: podem estar presentes pela dificuldade do controle 
voluntário sobre a bexiga (que esvazia-se automaticamente ou retém a urina, dificultando o 
seu esvaziamento) e também do esfíncter. Nesses casos é aconselhável que o aluno esvazie a 
bexiga antes do início da atividade física e se acostume a evacuar em horário regular para evitar 
dificuldades durante a aula.
• Úlceras de decúbito (escaras): surgem por pressão prolongada em determinadas partes do corpo 
(por exemplo, no glúteo, por ficarem muito tempo sentados na cadeira de rodas) e geram lesão 
na pele e no tecido subcutâneo. O ideal é que o aluno alivie a pressão algumas vezes durante o 
dia, diminuindo assim o aparecimento das escaras. A manobra push-up é muito utilizada entre as 
pessoas com lesão medular; ela consiste em se apoiar sobre as mãos e elevar o quadril da cadeira 
de rodas por até um minuto. O recomendado é que tal movimento seja repetido algumas vezes 
durante o dia.
• Disfunção do sistema de regulação térmica: ocorre em função da lesão do sistema autônomo. O 
aluno pode não ter sudorese e vasodilatação adequadas e suficientes para diminuir a temperatura 
corporal, originando quadros de hipertermia. Em situações inversas, no frio, o estudante não 
conseguirá responder de maneira eficiente, com tremores e vasoconstrição, podendo, portanto, 
ocorrer quadros de hipotermia. Para prevenir o aparecimento desses quadros extremos, o 
aconselhável é que o aluno esteja sempre bem-hidratado e com roupas adequadas à temperatura 
ambiente.
• Diminuição da massa óssea e muscular: dá-se em função da ausência ou restrição da ação 
muscular, bem como do impacto da marcha. Os quadros de osteoporose nos membros acometidos 
são relativamente comuns.
• Redução da capacidaderespiratória: acontece pelo fato de amusculatura acessória à inspiração 
estar comprometida, especialmente nas lesões mais altas. Nas lesões entre T1 e T6, existe o 
comprometimento dos músculos do tronco e a preservação de diafragma, intercostais e extensores 
superiores do dorso. Nas lesões entre T7 e T11, a musculatura abdominal e extensora inferior do 
tronco está parcialmente preservada, e em T12 há controle abdominal e dorsal completo. Fica 
claro que, mesmo com o diafragma preservado, alunos com lesão medular podem apresentar 
limitação mecânica da respiração (NASCIMENTO; SILVA, 2007). Entretanto, é importante ressaltar 
que através do treinamento físico regular é possível obter excelentes resultados na melhora da 
resistência respiratória, inclusive no que diz respeito à performance esportiva.
• Prejuízo no retorno venoso: dá-se em função da ausência ou diminuição da ação muscular nos 
membros inferiores, dificultando assim o regresso do sangue ao coração. Essa dificuldade pode 
gerar alterações em todo o, no sistema cardiovascular. Para minimizar o prejuízo, a realização 
de movimentos passivos nos membros inferiores, bem como a elevação deles, contribui para a 
melhora no retorno venoso. As atividades físicas realizadas na piscina apresentam resultados 
interessantes para tal melhora.
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
• Alterações nas funções cardíacas: menor volume sistólico, débito cardíaco, contratilidade cardíaca e 
menor frequência cardíaca de repouso, além de menor frequência cardíaca máxima em lesões que afetam 
o sistema nervoso simpático, especialmente nas lesões acima da 4ª torácica (CALDEIRA et al., 2013).
• Disreflexia autonômica: trata-se de uma situação clínica de emergência em que há o aumento 
brusco da pressão arterial por uma hiperativação do sistema nervoso simpático. Normalmente é 
observada em lesões medulares da 6ª vértebra torácica ou acima, desencadeada por distensão vesical, 
escaras, dores diversas ou processos infecciosos. Os principais sintomas são dor de cabeça latejante, 
ruborização da pele, sudorese e aumento da frequência respiratória (ANDRADE et al., 2013).
Para que as atividades físicas e esportivas sejam realizadas com segurança, é de extrema importância 
o conhecimento a respeito das alterações, uma vez que determinadas sequelas funcionais implicam 
diretamente a execução das práticas.
4.1.5 Espinha bífida
Entre os eventos de lesão medular por causas não traumáticas está a espinha bífida, um caso de 
lesão patológica.
A incidência no Brasil é de 1,139 a cada 1.000 nascidos vivos. Entretanto, sabe-se que a ingestão 
de ácido fólico antes do período gestacional, ou a partir da descoberta da gestação, pode diminuir 
a ocorrência desta má-formação. Normalmente, durante o acompanhamento pré-natal, o médico 
recomendará a suplementação com ingestão de 400 microgramas/dia.
Por uma regulamentação da Anvisa (2002), desde 2004 é obrigatório que a farinha de trigo e a 
farinha de milho sejam enriquecidas com ácido fólico. Alguns estudos apontam que, após essa medida, 
houve uma diminuição de até 40% na incidência de espinha bífida, com variações regionais importantes, 
provavelmente causada pela dificuldade na aquisição das farinhas de trigo e milho e seus derivados em 
determinadas regiões do País (BIZZI; MACHADO, 2012).
O significado de bífida é dividida ou bifurcada, ou seja, Espinha Bífida (EB) faz referência a uma 
“espinha dividida”. Dessa forma, entende-se a EB como uma má-formação congênita de um ou mais 
arcos vertebrais que ocorre ainda no período de gestação, geralmente nos três primeiros meses. A má-
formação causa um defeito no tubo neural, em geral nas porções caudais (BIZZI; MACHADO, 2012).
Existem três tipos de EB:
• Espinha bífida oculta: normalmente uma pequena depressão, tufo piloso que pode aparecer no 
dorso, sem extravasamento do material medular e de modo usual assintomático. Corresponde a 
aproximadamente 5% dos casos.
• Meningocele: ocorre espalhamento da meninge e do líquido cefalorraquidiano (LCR) e, em geral, 
após intervenção cirúrgica, a criança apresenta pouca ou nenhuma sequela. É o tipo de espinha 
bífida mais raro.
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Unidade I
• Mielomeningocele: é o caso mais grave e mais comum; corresponde a cerca de 80% dos casos. 
Acontece o extravasamento do canal medular e forma-se um cisto na região dorsal (FREITAS et 
al., 2016). A ocorrência mais comum é na região lombossacral ou toracolombar. Mesmo com a 
correção cirúrgica ficam sequelas neurológicas abaixo do nível da lesão.
Nos casos de mielomeningocele, podem transcorrer algumas alterações associadas. As mais 
importantes são a hidrocefalia e as alterações ortopédicas.
Na hidrocefalia há o acúmulo do líquido cefalorraquidiano devido à alteração na drenagem deste 
líquido. É necessária a intervenção cirúrgica para a colocação de uma válvula de drenagem para 
evitar o aumento da pressão intracraniana (BERGAMASCHI; FARIA; SANTOS, 2012). Em alguns casos, o 
crescimento de pressão intracraniana poderia gerar, entre outros problemas, um comprometimento do 
progresso cognitivo.
As alterações ortopédicas mais comuns são: luxação de quadril, desvios posturais devido à fraqueza 
de alguns músculos do tronco e pés tortos. Para minimizar os problemas posturais, normalmente, é 
indicado o uso de órteses (BRANDÃO; FUJISAWA; CARDOSO, 2009).
Para a prática de atividade física, devem-se programar exercícios especialmente destinados aos 
membros superiores, bem como atividades que favoreçam o desenvolvimento de habilidades em cadeira 
de rodas.
4.1.6 Poliomielite
O vírus da poliomielite está erradicado do Brasil desde 1990 graças à campanha de vacinação que 
ocorre em todo o território nacional desde a década de 1980 (BRASIL, 2017).
Popularmente conhecida como paralisia infantil, é causada por uma infecção viral que afeta o corno 
anterior da medula, responsável sobretudo pelo aspecto motor. A manifestação da infecção, em geral, 
dá-se nos primeiros anos de vida e pode gerar sequelas variadas ou, em alguns casos, nem existir.
De modo regular, a sequela observada é uma paralisia flácida de um ou mais membros. Como a 
infecção ocorre no corno anterior da medula, não gera sequelas sensitivas, apenas motoras.
Na maior parte das vezes, o aluno que apresenta sequelas de poliomielite não depende de uma cadeira 
de rodas para se locomover, entretanto é importante o uso de órteses para evitar o aparecimento de 
desvios posturais como a escoliose, especialmente nos casos em que apenas uma das pernas é acometida.
O membro acometido evidenciará uma fraqueza muscular importante, com consequente fadiga. É 
comum também ter redução nas massas óssea e muscular.
É importante que o profissional de Educação Física fique atento para evitar queda durante as aulas. 
Muitos atletas com poliomielite optam por modalidades que utilizam a cadeira de rodas, como atletismo, 
basquete em cadeira de rodas ou tênis.
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4.1.7 Atividade física
A atividade física para pessoas com lesão medular, seja congênita ou adquirida, deve especialmente 
ter objetivos como a melhora da condição física e a boa saúde. Além disso, é esperado um ganho nos 
aspectos sociais, emocionais e certamente um avanço na autonomia desse aluno.
Inicialmente é indicado que o professor faça uma avaliação de amplitude de movimento, força 
muscular, resistência aeróbia, gordura corporal, enfim, de todos os parâmetros necessários para iniciar 
um programa de exercícios.
Obviamente é importante que o professor conheça as características da lesão do aluno para saber 
quais funções estão perdidas ou parcialmente ativas. Além disso, é fundamental que a atividade 
seja prazerosa; portanto, encontrar uma modalidadede que o estudante goste ou tenha afinidade é 
primordial para que o objetivo seja alcançado.
Atividade em cadeira de rodas
Para as atividades realizadas em cadeira de rodas esportiva, devem-se programar exercícios para que 
o aluno se adapte à nova cadeira, pois ela é diferente daquelas utilizadas no dia a dia. Normalmente é 
mais leve, rápida e não possui freios. Exercícios de propulsão da cadeira para frente, para trás, em curvas, 
zigue-zague, giros, frenagens com uma ou as duas mãos auxiliam nesse processo de adaptação.
Atividades aquáticas
As atividades na piscina estão entre as mais procuradas pelos alunos, especialmente por aqueles que 
já estão adaptados ao meio por terem, no processo de reabilitação, feito a hidroterapia.
A água, pelas suas características hidrostáticas, oferece as sensações de liberdade e independência 
aos indivíduos com lesão medular. Para a maior parte dos alunos, a flutuação é facilitada devido à 
diminuição da massa magra e ao consequente aumento do percentual de gordura, especialmente nos 
membros inferiores e no tronco.
Para aqueles que não apresentam controle dos músculos do pescoço (que terão dificuldade em 
erguer a cabeça da água enquanto estiverem em decúbito ventral), é indicado o ensino das mudanças 
de decúbito ventral para dorsal, a fim de liberar as vias aéreas e permitir a respiração.
É fundamental que o aluno perceba as características do seu corpo na água, dessa forma ele irá se 
adaptar à condição e ficará mais fácil controlar e aperfeiçoar os seus movimentos no ambiente aquático.
É importante lembrar que, em função da dificuldade de regulação térmica, é imprescindível que a 
água seja aquecida. Além disso, a água fria favorece os episódios de espasmos musculares.
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Atividades de condicionamento físico
Os exercícios devem ser direcionados para a musculatura não acometida pela lesão, ou seja, para a 
musculatura ativa remanescente. O desenvolvimento de força, resistência e flexibilidade é componente 
indispensável para a aptidão física. É crucial perceber que alguns músculos podem apresentar-se 
apenas parcialmente ativos e por isso com um grau de força menor. Dessa forma, deve-se avaliar 
o aluno constantemente para identificar se tal grau menor de força se refere à lesão ou à falta de 
condicionamento físico inicial.
Sempre que possível, é recomendado o fortalecimento dos músculos posturais para favorecer um 
melhor posicionamento na cadeira de rodas. Ademais, vale lembrar que, para a correta realização dos 
exercícios, o aluno deve estar bem estabilizado em sua cadeira.
Para os alunos tetraplégicos, pode ser necessário o uso de luvas com ganchos ou amarras para fixar 
as barras ou os halteres, em decorrência da dificuldade de preensão comum na altura de lesão medular.
Por fim, na maioria das vezes, as academias não possuem equipamentos de musculação adaptados 
a usuários de cadeira de rodas; dessa forma, cabe ao profissional de Educação Física, sempre que 
necessário, criar modos de adaptação dos exercícios através de pesos livres, elásticos ou qualquer outro 
material que julgue pertinente.
Para Greguol e Böhme (2013), a atividade física ou esportiva auxilia a conscientizar os alunos com 
lesão medular de que não são doentes, de que possuem muitas possibilidades de sucesso e superação, 
sendo possível oportunizar ocasiões de lazer, diversão, vivenciar momentos de vitória e derrota, além de 
manter a motivação sempre presente.
Além disso, como para qualquer outra pessoa, a prática de exercícios proporciona melhora na 
autoimagem e na autoestima, fatores fundamentais para que seja alcançada uma melhor qualidade 
de vida.
4.2 Paralisia cerebral
4.2.1 Conceitos
Paralisia cerebral (PC) é o nome popular de encefalopatia crônica da infância. Trata-se de uma desordem 
do movimento causada por uma lesão não progressiva do cérebro em desenvolvimento (HORCHULIKI et al., 
2017). Ela é refletida por uma disfunção motora de tônus e reflexos medulares que geram uma disfunção 
no controle da postura e dos movimentos, interferindo na motricidade do indivíduo.
O termo paralisia cerebral leva ao entendimento errôneo de que ocorre uma interrupção no 
funcionamento do cérebro e das funções cognitivas, entretanto é importante ressaltar que a encefalopatia 
crônica da infância leva, essencialmente, às sequelas na motricidade do indivíduo, podendo apresentar 
também algumas disfunções associadas, que serão tratadas mais adiante.
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
A PC acontece, na maior parte das vezes, por uma hipóxia ou anóxia antes ou durante o parto. 
Todavia, em algumas situações ocorridas até os 3 anos de idade, também se caracteriza a PC, como é o 
caso de meningites, afogamentos, envenenamento gasoso ou traumas.
Na maior parte dos casos (86%), as causas são pré ou perinatais. A diminuição da incidência está 
relacionada com a melhora do conhecimento e o desenvolvimento dos serviços de saúde (MATTOS, 2013).
Entre os fatores pré-natais estão infecções nos primeiros meses de gestação, distúrbios funcionais 
da mãe, uso de drogas lícitas ou ilícitas. Já as origens natais (ou perinatais) incluem problemas durante 
o parto ou parto prematuro que poderia gerar falta de oxigenação cerebral.
4.2.2 Classificação
Segundo Mattos (2013) não há dois casos semelhantes. A PC é uma condição bastante heterogênea. 
Algumas pessoas apresentam sequelas quase imperceptíveis, enquanto outras são acometidas de modo 
grave, tornando-se totalmente dependentes nas atividades de vida diária.
A classificação da PC pode ser realizada sob alguns aspectos:
• Grau de acometimento: leve, moderado ou grave, dependendo da área cerebral afetada e do 
tempo de hipóxia ou anóxia.
• Classificação topográfica: de acordo com os segmentos corporais atingidos.
– monoplegia/monoparesia: acometimento de um único membro;
– hemiplegia/hemiparesia: acometimento de um lado do corpo;
– paraplegia/paraparesia: acometimento de tronco e membros inferiores;
– diplegia/diparesia: membros inferiores mais afetados que os superiores;
– quadriplegia/quadriparesia: os quatro membros são afetados de forma semelhante;
– dupla hemiplegia/dupla hemiparesia: os quatro membros são afetados, um lado do corpo 
é mais comprometido que o outro.
• Classificação neuroanatômica: de acordo com a região cerebral acometida.
– Espástica: lesão das vias eferentes, que vão do córtex aos membros, gera a hipertonia 
muscular, podendo apresentar encurtamento do tendão calcâneo. Segundo Gomes e 
Golin (2013), é o tipo mais comum e representa 58% dos casos.
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– Atetose: lesão nos gânglios da base; tônus muscular flutuante e movimentos involuntários que 
se intensificam aos estímulos emocionais e sensoriais.
– Ataxia: lesão no cerebelo; causa hipotonia muscular generalizada, distúrbios de equilíbrio e 
coordenação motora fina e instabilidade. É o tipo menos comum entre os casos de PC.
Figura 54 - Atleta com paralisia cerebral e padrão espástico no membro superior
4.2.3 Características
• Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor: os padrões básicos de movimento seguem um 
ritmo próprio de progresso e são adquiridos de forma diferente. Geralmente a criança com PC 
permanece com os reflexos/padrões primitivos de postura e movimentação, e, como consequência, 
desenvolve padrões anormais de movimentos (diferentes dos observados nas demais sem a 
paralisia, na mesma faixa etária). A hiper-reflexia, a incoordenação muscular generalizada e a 
dificuldade de controle de movimentos e postura interferem diretamente no desenvolvimento e 
na aprendizagem motora.
• Retardo no progresso cognitivo: deve-se ter cautela na avaliação da condição cognitiva. Em alguns 
casos, inicialmente criançassão consideradas intelectualmente deficientes porque não tiveram a 
oportunidade de vivenciar a comunicação por meios alternativos, mas depois que tais procedimentos 
são oportunizados a elas, foram reconhecidas como capazes intelectualmente e, portanto, não 
devem ser tratadas como “eternas crianças” ou incapazes. O déficit cognitivo é mais comum em 
crianças com paralisia cerebral grave, entretanto isso não pode ser considerado uma regra.
• Dificuldade na articulação da fala ou pronúncia das palavras (disartria): causada especialmente 
pela dificuldade de controle dos músculos da face e do pescoço. É fundamental que haja uma forma 
alternativa de comunicação para oportunizar a aprendizagem adequada e consequentemente 
uma avaliação também apropriada a respeito das capacidades. Tal comunicação pode ocorrer 
através de gestos, cartões com figuras, letras ou números, ou da forma que for mais conveniente 
ao aluno. Castellano e Freire (2014) afirmam que a pessoa com paralisia cerebral apresenta a fala, 
ainda que por “outras modalidades”, e ela deve, portanto, ser otimizada.
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• Dificuldade de deglutição e mastigação: ocasionada especialmente pela dificuldade de controle 
dos músculos da face e do pescoço.
• Sialorreia: salivação excessiva oriunda principalmente da dificuldade de deglutição e do 
posicionamento inadequado da língua entre as arcadas dentárias.
• Respiração: normalmente o indivíduo com PC apresenta uma dificuldade de controle dos músculos 
posturais e, em geral, dos músculos envolvidos com a expansão torácica; em função disso, é 
comum apresentar alteração da dinâmica respiratória.
• Distúrbios sensoriais: em alguns casos, pode ocorrer comprometimento visual ou auditivo; quanto 
mais precocemente forem diagnosticados e tratados, menor prejuízo trarão ao desenvolvimento 
geral da criança.
• Epilepsia: apesar de alguns números divergentes, calcula-se que mais de 30% das crianças com 
PC tenham epilepsia (FUNAYAMA, 2005).
 Observação
A variabilidade das sequelas da PC faz com que não existam padrões 
muito claros sobre o seu prognóstico, sendo complexo para os profissionais 
determinarem precisamente como o desenvolvimento motor do indivíduo 
evoluirá. A complexidade se deve ao fato de que o cérebro da pessoa evolui 
de acordo com o seu potencial, e em conformidade com os estímulos que 
recebe (GREGUOL, 2010).
4.2.4 Atividade física
O estímulo precoce e a experiência de movimentos são fundamentais para o desenvolvimento da 
criança com PC. Em função da limitação motora, é comum que os deslocamentos que indivíduos sem a 
deficiência desenvolvem naturalmente devam ser estimulados e ensinados às crianças com PC.
Muito provavelmente, o progresso motor das crianças e a aquisição das habilidades fundamentais 
ocorram de modo mais tardio do que os de alguém sem a deficiência.
Os exercícios que envolvam estímulos sensório-motores, coordenação visomotora (olho-mão e olho-pé) 
devem ser estimuladas sempre que possível. Práticas com alvo são uma maneira interessante para trabalhar 
as capacidades.
Atividades manipulativas exigem uma progressão passo a passo, inicialmente estática e só depois 
realizada de forma dinâmica.
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Exemplo de aplicação
Verifique no seu estágio quais as atividades utilizadas para estimular a coordenação visomotora. 
Quais adaptações seriam necessárias se o seu aluno fosse uma criança com PC que apresenta dificuldade 
no controle da preensão palmar?
É importante lembrar que a aptidão física e o desempenho podem ser limitados pela presença 
de espasmos musculares, movimentos atetoides (involuntários), rigidez e incoordenação. Segundo 
Mattos (2013), 50% das pessoas com PC apresentam espasmos que podem levar à limitação da força 
e à resistência muscular; 25% têm atetose, que causa problemas na execução de habilidades motoras 
refinadas e, por outro lado, afeta menos a força e a resistência musculares.
De uma forma geral, o desempenho é afetado por características e acaba gerando um gasto energético 
elevado. Parte dessa energia, por exemplo, é despendida nos espasmos e movimentos involuntários, 
especialmente nas atividades de maior intensidade. Como consequência, é bastante comum que a 
frequência cardíaca se apresente também elevada nessa população.
Outra propriedade importante é a chamada cocontração, caracterizada pela contração simultânea 
de agonista e antagonista, que ocorre excessivamente no paralisado cerebral (DAMIANO et al., 2000). 
A presença demasiada da cocontração tem sido relacionada a disfunções neuromusculares como 
possível causa de movimentos anormais e ineficientes. Por outro lado, atividades que desenvolvem 
força e amplitude de movimento têm sido estimuladas para melhorar a mobilidade e o controle de 
deslocamentos de pessoas com paralisia cerebral (DOOD; TAYLOR; DAMIANO, 2002; DAMIANO, 2006).
As práticas de alongamento são especialmente importantes para os indivíduos que apresentam 
hipertonia, rigidez muscular e consequente diminuição na amplitude de movimentos. Para isso, o mais 
indicado são as técnicas através da facilitação neuroproprioceptiva (FNP).
Em relação aos exercícios aquáticos, é válido destacar que a temperatura pode influenciar a 
característica do tônus muscular. Para tanto, nos casos de espasticidade, o ideal é que a água esteja 
entre 30 ºC e 32 ºC a fim de minimizar a hipertonia e favorecer a amplitude de movimentos.
Quando for possível, a realização da marcha deverá ser estimulada, pois pelas características 
hidrostáticas há o favorecimento da manutenção de equilíbrio.
Para a aprendizagem dos estilos, são necessárias algumas adaptações em função da dificuldade na 
coordenação e também por apresentarem uma amplitude de movimento geralmente reduzida. O uso 
de flutuadores pode contribuir com a estabilidade do corpo e a manutenção da flutuação (GREGUOL, 
2010). As atividades realizadas em velocidade, de modo habitual, implicam uma dificuldade ainda maior 
na coordenação.
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No caso dos alunos que têm movimentos involuntários, o ideal é diminuir o estresse do ambiente 
e os estímulos excessivos. Normalmente a água aquecida tende a diminuir esse tipo de deslocamento.
Para os alunos com característica atáxica, ou seja, com hipotonia, a água não deve passar dos 30 ºC, 
a fim de não dificultar a realização das contrações musculares (GREGUOL, 2010).
Como as atividades em meio líquido demandam um controle respiratório refinado, vale lembrar 
que a incoordenação presente nos alunos com PC pode dificultar o controle subaquático. Dessa forma, 
é importante o profissional de Educação Física estar atento e estimular exercícios que desenvolvam 
tal habilidade. Provavelmente, de início, os movimentos em decúbito dorsal sejam mais indicados 
para esses alunos.
Por fim, para qualquer tipo de atividade, é crucial que o professor encontre uma posição que 
favoreça a inibição dos reflexos primitivos (que se mantêm presentes nas pessoas com PC, mesmo em 
idade adulta). De modo geral, a cabeça em posição neutra, quadril e joelhos em leve flexão, por exemplo, 
minimizam o aparecimento das respostas reflexas. Além disso, a preferência por movimentos simétricos 
favorece o controle e a coordenação.
No caso de alunos com deficiência mais severa ou que apresentem movimentos involuntários ou 
espasticidade que atrapalhem na realização das atividades propostas, pode ser necessário tentar posições 
diferentes até encontrar alguma que proporcione melhor controle dos movimentos, especialmente para 
as atividades que envolvam manipulação. A posição em decúbito ventral é muito utilizada, em particular 
para crianças menores. Entretanto, assim que a criança adquirirum controle maior no equilíbrio do 
tronco e da cabeça, é indicado posicioná-la sentada.
Tanto para a posição deitada como para a sentada, podem ser utilizados instrumentos que facilitem 
um melhor posicionamento.
Figura 55 - Criança em decúbito ventral com o apoio de um rolo
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Figura 56 - Criança em decúbito ventral com o apoio de uma cunha
Figura 57 - Criança em decúbito ventral com o apoio de uma almofada
Figura 58- Criança sentada em uma cadeira triangular (de frente)
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Figura 59 – Criança sentada em uma cadeira triangular
Figura 60 - Criança posicionada entre as pernas de um adulto
No exemplo anterior, é possível substituirmos o adulto por uma almofada confeccionada de uma 
calça jeans, com enchimento de espuma e retalhos de tecido. Ela pode ser utilizada para posicionar a 
criança tanto sentada como deitada em decúbito ventral.
É importante reforçar que, como os movimentos repentinos favorecem o aparecimento de padrões 
reflexos, o profissional de Educação Física, ao manipular e posicionar uma criança com PC, deve realizar 
o procedimento devagar para que o aluno tenha tempo de se ajustar à mudança de direção.
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Unidade I
 Lembrete
Não há regeneração das células cerebrais destruídas, mas as restantes 
podem ser estimuladas a funcionar de modo a compensar parcialmente 
a deficiência e a desenvolver ao máximo as potencialidades da criança 
(MATTOS, 1994).
De qualquer forma, como dito, “não existem dois casos semelhantes”; portanto, para um resultado 
mais satisfatório é aconselhada a avaliação prévia dos padrões de movimento do aluno e, sempre que 
possível, o compartilhamento de informações com outros profissionais da área de saúde.
As atividades físicas e esportivas para pessoas com PC podem melhorar muito a qualidade de vida 
quando atendem às necessidades e respeitam as limitações e possibilidades.
 Saiba mais
Para mais ideias de instrumentos ou equipamentos que melhorem o 
posicionamento de crianças com PC em atividades diárias ou durante a 
atividade física, consulte:
FINNIE, N. A. O manuseio em casa da criança com paralisia cerebral. 
2. ed. Barueri: Manole, 1980.
4.3 Acidente vascular cerebral (AVC)
O acidente vascular cerebral (AVC) é considerado uma epidemia mundial. Os dados epidemiológicos 
apontam para um aumento na incidência que o elevam ao primeiro lugar nos casos de morte e ao 
terceiro lugar entre as condições que mais geram deficiência no mundo (HANKEY, 2014).
Como as principais causas de AVC estão relacionadas à hipertensão arterial, à dislipidemia e à 
idade avançada, o aumento da ocorrência se justifica especialmente pelo crescimento da expectativa 
de vida; e, também pela epidemia mundial da obesidade, que em geral leva a uma maior incidência 
dos eventos citados.
AVC refere-se a uma lesão em área cerebral, gerada pela interrupção da circulação sanguínea local. 
Ela pode ocorrer por causa isquêmica (quando há um trombo, por exemplo) ou hemorrágica (se existe 
um extravasamento de sangue dos vasos). Por esta última condição, o AVC é popularmente conhecido 
como “derrame”.
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
Em geral, as suas sequelas são motoras e sensoriais, podendo afetar a comunicação, as emoções e a 
consciência, dependendo da gravidade da lesão, ou seja, da área atingida e da relevância dela.
A consequência mais comum é a hemiplegia/hemiparesia em grau mais ou menos grave. Além dos 
aspectos motor e sensitivo, podem aparecer outras condições associadas, como incontinência urinária e 
intestinal, depressão, perda parcial da memória e alterações proprioceptivas.
4.3.1 Atividade física
O comprometimento motor (equilíbrio estático e dinâmico) fica alterado (especialmente na 
hemiplegia/hemiparesia); além disso, há fraqueza muscular importante, dificuldade de controle postural 
e alteração no recrutamento muscular.
Outra característica importante é a alteração proprioceptiva, que provavelmente dificultará a 
aprendizagem ou a retomada dos movimentos previamente conhecidos. Para minimizar tal problema, o 
profissional de Educação Física pode se utilizar de informações táteis, de forma a guiar o deslocamento 
para o aluno.
Em consequência da limitação motora, o condicionamento cardiorrespiratório se apresenta 
diminuído, restringindo ainda mais as atividades diárias e, portanto, as relações sociais.
A prática de atividade física, sempre que possível, pode contribuir com a minimização dos sintomas 
de depressão e propiciar a recuperação e a manutenção da atividade muscular.
É importante que o aluno se sinta motivado para a realização de exercícios; dessa forma, o ideal é 
encontrar uma modalidade que lhe agrade. A natação ou a hidroginástica, a musculação ou os exercícios 
funcionais estão entre as categorias mais procuradas.
 Lembrete
Como ocorrem falhas de memória, é importante utilizar informações 
verbais curtas e objetivas durante as sessões de atividade física.
A participação em um programa de atividade física pode trazer uma nova perspectiva ao aluno com 
sequelas de AVC, como novas possibilidades de movimento, de motivação, de autonomia e de vida social.
 Saiba mais
Para um aprofundamento maior a respeito do tema, leia: GAGLIARDI, R. 
J. Acidente vascular cerebral ou acidente vascular encefálico? Qual a melhor 
nomenclatura? Rev Neurocienc, [on-line], v. 18, n. 2, p. 131-132, 2010.
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4.4 Amputação
4.4.1 Conceitos
Amputação é a ausência ou retirada, parcial ou total, de um ou mais membros. Entre as causas mais 
comuns estão os problemas vasculares (mais de 50% por complicações do diabetes), traumas, tumores e 
infecções. No Brasil, são mais usuais as amputações realizadas em membro inferior (BRASIL, 2013b). Os 
casos de má-formação congênita de membros representam a menor parte das ocorrências.
Com o advento das técnicas de cirurgia e anestesia, atualmente, é possível realizar um planejamento 
com técnicas e instrumentos mais adequados e assim buscar cotos cada vez mais funcionais e próteses 
apropriadas a qualquer caso (PEDRINELLI; TEIXEIRA; SPOSETO, 2013).
Ao se definir a necessidade de uma amputação, a prioridade é manter o maior coto possível, 
permitindo maior alavanca nos movimentos e consequentemente melhor adaptação à prótese, além de 
autonomia nas atividades diárias.
4.4.2 Classificação
As amputações podem ser totais (desarticulação do membro) ou parciais (quando ocorre a secção 
do osso). Nas situações parciais, como existe o coto (parte remanescente), o encaixe e a adaptação à 
prótese ficam facilitados. Podemos ainda classificar as amputações como unilaterais, quando ocorrem 
apenas em um dos lados do corpo, ou bilaterais, quando acometem os dois lados.
Figura 61 - Atleta com amputação unilateral de membro superior
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
Figura 62 - Atleta com amputação unilateral de membro inferior
Figura 63 - Atleta com amputação bilateral de membros inferiores
4.4.3 Características
• Motoras: ocorre uma mudança importante no centro de gravidade e, como consequência, na 
postura. Os desvios posturais e os desequilíbrios são bastante comuns, especialmente nas 
amputações unilaterais.
• Fisiológicas: podem acontecer alterações cardiovasculares com prejuízo do retorno venoso e 
decorrente diminuição no débito cardíaco, dependendo da amputação. Em amputados de membro 
inferior, observam-se ainda maior gasto energético e esforço cardiovasculardurante a marcha; 
por outro lado, quanto mais adaptado à prótese, mais veloz, harmônico e econômico será o 
movimento (GARCIA et al., 2015).
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• Psicológicas: a “sensação fantasma” pode ser experimentada por grande parte das pessoas que sofrem 
uma amputação. Ela é descrita como um resquício de percepção do membro que foi amputado, 
sendo caracterizada por dor, formigamento, coceira e até mesmo a impressão de um movimento.
Quando não ocorre a dor, essa sensação pode até contribuir para a adaptação à prótese, já que 
mantém a autoimagem da pessoa amputada; em caso afirmativo ou de desconforto importante, 
ocorrem prejuízos no processo de adaptação à prótese e à marcha, e podem ser necessários tratamentos 
medicamentoso e psicológico (LIMA; CHAMLIAN; MASIERO, 2006).
O mecanismo da sensação fantasma ainda não está claro, mas aparentemente acontece uma 
reorganização cortical como resultado da amputação (FARIA; SILVA, 2014).
O efeito profundo na autoestima e na imagem corporal também é um fator importantíssimo. É 
comum à pessoa amputada sentir-se insegura a respeito do seu corpo e ter dificuldade de aceitação 
dessa nova condição, o que pode levar ao isolamento social e a quadros de depressão.
4.4.4 Atividade física
A prática de atividade física é imprescindível para a pessoa amputada. As reabilitações física, 
psicológica e social dependem intimamente disso.
O coto deve ser fortalecido para favorecer a adaptação e a funcionalidade da prótese. Deve também 
ser alongado para evitar contraturas musculares e restrições na amplitude de movimento.
Os exercícios podem ser realizados conforme o tamanho do coto e da alavanca existentes nesse 
membro. Dessa forma, entende-se que, caso não seja possível utilizar aparelhos de musculação, podem-
se adaptar outros instrumentos para a sua realização.
Todos os demais músculos do corpo devem ser exercitados, especialmente os grupos envolvidos no 
controle postural, minimizando os prováveis desvios observados nas amputações unilaterais.
As atividades aquáticas também são um excelente meio para a prática de exercício físico por não 
trazerem impacto ao coto. Entretanto, espera-se uma mudança no centro de gravidade e na flutuação, 
pela ausência de um ou mais membros. Nas amputações unilaterais, estando em decúbito dorsal ou 
ventral, é comum o aluno rotacionar o tronco pelo desequilíbrio corporal causado com a amputação.
É aconselhado que o profissional de Educação Física busque estilos que proporcionem maior equilíbrio 
e estabilidade deste corpo na água para trazer maior sensação de segurança ao aluno. O treinamento 
fará com que o estudante descubra formas diferentes de ajustar o seu corpo à água.
Apesar de as atividades aquáticas serem altamente recomendadas, alguns alunos podem sentir-se 
incomodados pelo fato de exibirem o corpo (pelo uso de sungas ou maiôs), por isso o professor deve 
estar atento para não gerar exposição desnecessária (GREGUOL, 2010).
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A atividade física, independentemente do objetivo, colabora bastante com o processo de recuperação 
do aluno, pois além dos benefícios comuns, modifica como as pessoas se veem e como são vistas pela 
sociedade, melhorando, portanto, a autoimagem e o autoconceito, o que possibilita uma reinserção 
social muito mais plena e satisfatória.
 Observação
Os efeitos do treinamento, o reaprendizado motor e a plasticidade 
do sistema nervoso permitem ao aluno amputado controlar melhor os 
seus movimentos e, definitivamente, incorporar o coto e a prótese à sua 
imagem corporal, favorecendo a realização de habilidades mais funcionais 
e a melhora da qualidade de vida.
4.5 Nanismo
O tipo mais comum de displasia esquelética é a acondroplasia, condição que leva o indivíduo a um 
quadro de baixa estatura, conhecido como nanismo.
As principais características são a baixa estatura em relação à idade cronológica (normalmente 
medem entre 70 cm e 1,35 m) e o encurtamento dos membros em relação ao tronco, em especial dos 
segmentos proximais.
Figura 64 - Atleta com nanismo acondroplásico
Podem ser observados também alargamento da fronte e macrocefalia.
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Algumas alterações ortopédicas são relevantes e devem ser consideradas pelo profissional de Educação 
Física, para que elabore um programa de exercícios adequado à condição do aluno com acondroplasia:
• limitação da articulação dos cotovelos;
• hiperlordose lombar (especialmente após a aquisição da marcha), que pode acarretar protuberância 
abdominal;
• membros inferiores curvos com joelhos e pés varos;
• frouxidão ligamentar, em alguns casos;
• alterações articulares decorrentes da desproporção corporal, podendo ocorrer osteoartrose.
Além disso, podem ser observados, em alguns casos, hipotonia muscular e alterações cardíacas.
Por fim, a tendência à obesidade é frequente entre as pessoas com acondroplasia.
4.5.1 Atividade física
Um programa de atividade física para pessoas com acondroplasia deve priorizar exercícios de 
fortalecimento muscular, especialmente dos membros inferiores e do tronco, para minimizar a incidência 
das alterações posturais ocorridas por desproporção corporal e fraqueza muscular.
As práticas de alongamento também devem ser realizadas, evitando-se amplitudes exageradas nos 
casos de frouxidão ligamentar.
A melhora da condição cardiorrespiratória é muito importante, entretanto devem-se evitar atividades 
de impacto para não sobrecarregar as articulações do joelho e do tornozelo.
Além da evolução da aptidão física e da manutenção do peso corporal saudável, a atividade física 
pode contribuir para o progresso da percepção corporal e da autoimagem, domínios fundamentais para 
uma melhor qualidade de vida.
4.6 Doenças neuromusculares progressivas: distrofias musculares
4.6.1 Conceitos
As miopatias são doenças caracterizadas por mudanças estruturais ou funcionais dos músculos. 
Entre as mais comuns, estão as distrofias musculares progressivas (DMP).
As DMP compõem um grupo de doenças neuromusculares degenerativas e de caráter irreversível. Todas 
essas distrofias são genéticas e ocorrem por mutações em diferentes genes que acarretam uma deficiência 
quantitativa ou qualitativa de proteínas fundamentais para o funcionamento muscular adequado.
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São muitas formas de distrofia muscular catalogadas, e elas se diferenciam em característica 
genética, idade de aparecimento dos primeiros sintomas, velocidade de progressão, grupos musculares 
afetados e distúrbios associados.
Independentemente do tipo, em todas vão ocorrer fraqueza muscular, fadiga e perda da capacidade motora.
Aqui, abordaremos as distrofias de maior incidência.
4.6.2 Distrofia muscular de Duchenne (DMD)
Trata-se da distrofia mais comum e agressiva. Estima-se uma incidência em torno de 1:3.500 - 5.000 
meninos nascidos vivos (LIM; MARUYAMA; YOKOTA, 2017).
Embora em algumas situações possa afetar o gênero feminino, pois a mulher possui dois cromossomos 
X, se um deles for acometido pelo erro genético, o outro oferecerá uma compensação e a doença não se 
manifestará, razão pela qual a mulher geralmente é assintomática. São raros os casos em que a mulher 
desenvolve os sintomas desta distrofia, e geralmente eles ocorrem em mulheres com síndrome de Turner 
(BAUMGARTNER; RUIZ, 2008; FLORIAN et al., 2016).
A alteração deste cromossomo afeta a produção da proteína distrofina, fundamental para o bom 
funcionamento da musculatura.
A DMD manifesta-se inicialmente entre 2 e 5 anos, quando a criança começa a apresentar quedas 
frequentes (em função da constante flexão do quadril edo joelho) e dificuldade para subir degraus e 
levantar-se do chão, observada pelo sinal de Gowers. Nesta fase, notam-se também marcha alargada 
e anserina (pendular ou com balanço), com o pé caído e uma acentuação da lordose lombar.
1
2 3
Figura 65 - Sinal de Gowers
No princípio afeta a cintura pélvica e em seguida a cintura escapular e os músculos do tronco, 
envolvidos na manutenção da postura e na mecânica respiratória. Entre 9 e 12 anos, a criança perde a 
capacidade de deambular e passa a depender de uma cadeira de rodas.
Evolui para insuficiência respiratória e/ou cardíaca, que geralmente leva a óbito por volta dos 
20 anos.
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A DMD é também conhecida como distrofia pseudo-hipertrófica por apresentar, em especial nos 
músculos da perna e do antebraço, acúmulo de tecido conjuntivo e adiposo entre as células degeneradas 
da musculatura, dando a impressão de hipertrofia, daí o nome pseudo-hipertrofia.
Outra característica importante é o alto nível da enzima creatinafosfoquinase (CPK) presente no 
sangue, indicativo de fadiga muscular.
Os fatores psicológico e social devem ser motivos de atenção, pois é comum que haja instabilidade 
emocional, não aceitação e, às vezes, revolta, em particular durante a adolescência.
4.6.3 Distrofia muscular de Becker (DMB)
Estima-se uma incidência de 1:30.000 meninos nascidos vivos. Os sinais e sintomas são semelhantes 
aos da DMD, entretanto notavelmente mais leves. Os primeiros aparecem mais tardiamente (em geral 
entre a 1ª e a 2ª décadas de vida), e sua progressão também se apresenta mais lenta. Existe uma 
variabilidade muito grande no que diz respeito à gravidade da DMB, inclusive entre membros de uma 
mesma família.
Como na DMD, os níveis de CPK são elevados e a função cardíaca está prejudicada, normalmente 
pela presença de insuficiência cardíaca.
4.6.4 Distrofia fácio-escápulo-umeral (FSH)
A distrofia fácio-escápulo-umeral é a terceira de maior incidência na população. O começo dos 
sintomas pode acontecer desde o início da infância até a fase adulta. Atinge os músculos da face, 
causando dificuldade em fechar os olhos e em prostrar os lábios (fazer “bico”, assoprar ou assobiar). 
A pessoa pode também apresentar um sorriso assimétrico e, em graus mais avançados da doença, 
dificuldade de articular as palavras e de deglutição.
Além dos músculos da face, a cintura escapular acomete, em especial, os músculos do ombro e do 
antebraço. É comum ter a escápula mais elevada (escápula alada) e consequente dificuldade para elevar 
os braços, em particular acima da altura dos ombros. Os músculos peitoral e abdominal também são 
acometidos, mas a capacidade de deambular não é perdida.
Na maior parte dos casos, o comprometimento da musculatura é leve e a progressão lenta, não 
sendo causa de óbito.
4.6.5 Atividade física
A atividade física para pessoas com distrofia ainda é bastante controversa; entretanto, estudos têm 
sugerido que quando são prescritos com cautela podem melhorar muito a qualidade de vida desses 
alunos. Sabe-se que exercícios em intensidade leve podem contribuir com o ganho de resistência e a 
força muscular, sem efeitos prejudiciais ao músculo (ROQUE et al., 2011).
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
Na DMD, por acometer crianças muito jovens, devem ser priorizadas atividades lúdicas e recreativas 
que propiciem a melhora da aptidão física e das interações sociais, bem como dos aspectos emocionais.
Nos casos de alunos que apresentam DMB e FSH, os exercícios resistidos são mais facilmente 
controlados (pela idade de acometimento); dessa forma, devem-se priorizar os tipos concêntricos e 
isométricos, com poucas séries e repetições.
Os exercícios excêntricos, especialmente realizados com cargas mais altas, podem afetar o 
metabolismo de colágeno (NASCIMENTO et al., 2005) e causar prejuízos ao aluno com distrofia muscular 
já que, devido às alterações de proteínas musculares, não conseguem efetuar a reparação tecidual 
necessária após esse tipo de prática. Deve-se ter em mente que a fadiga é uma condição naturalmente 
observada nessa população.
Em relação aos exercícios aeróbios, apesar de importantes, devem ser feitos com baixa intensidade, 
pois provavelmente apresentem alguma condição cardíaca adversa. Segundo Roque et al. (2011), 
é indicado também o uso da escala de esforço subjetivo de Borg entre 11 (relativamente fácil) e 13 
(ligeiramente cansativo).
As atividades aquáticas são recomendadas, para todos os tipos de distrofia, pois favorecem a melhora 
ou a manutenção da capacidade respiratória, além de propiciarem mais autonomia e liberdade pelas 
características hidrostáticas.
Zachi, Taub e Ventura (2012) verificaram uma associação entre o perfil comportamental, a idade do 
diagnóstico e o comprometimento motor de crianças e adolescentes com distrofia. Dessa forma, fica 
clara a importância de um trabalho multidisciplinar para favorecer o desenvolvimento global e propiciar 
uma melhor qualidade de vida a esses alunos.
 Saiba mais
Os filmes a seguir podem proporcionar uma inter-relação com o 
conteúdo que aborda as características das deficiências físicas:
Intocáveis. Dir. Olivier Nakache e Eric Toledano, 2012. 113 minutos.
Os melhores dias de nossas vidas. Dir. Damien O’Donnell, 2004. 105 
minutos.
“Pessoas amputadas surfando. Pessoas cegas jogando futebol [...] Pessoas surdas dançando [...] Pessoas 
hemiplégicas nadando [...] Pessoas autistas patinando. Pessoas!” (PEDRINELLI; VERENGUER, 2013).
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Antes de qualquer outro adjetivo, é imprescindível que possamos enxergar a pessoa, o aluno que 
está à nossa frente, e não apenas a sua deficiência. É fundamental, como profissional de Educação 
Física, pensar em criar oportunidades para que todos possam participar e beneficiar-se dos programas 
de atividade física e esportes, inclusive aqueles com deficiência.
Fala-se muito em inclusão, mas ainda estamos dando os primeiros passos para que ela aconteça de 
fato. Para tanto, além dos instrumentos legais, é fundamental que os profissionais das mais diversas áreas 
consigam convergir para o mesmo objetivo. A inclusão traz benefícios para quem faz parte do processo, 
e não somente para os indivíduos com deficiência. Aprender a conviver e respeitar as diversidades é 
primordial para qualquer sociedade.
Apesar de a Educação Física e o esporte adaptado serem temas relativamente recentes, na última 
década houve um crescimento exponencial no interesse por eles. Inúmeros alunos com deficiência os 
têm praticado com os mais diversos objetivos, seja buscando melhora da aptidão física e qualidade de 
vida, seja por performance, visando a uma competição.
Os eventos esportivos para pessoas com deficiência são grandiosos e estão entre os mais importantes 
do mundo. As modalidades paralímpicas, em sua maioria, são apenas adaptadas em relação ao esporte 
olímpico e podem atender atletas com as mais diversas deficiências.
Entretanto, nem sempre o objetivo é competitivo ou o alto rendimento. Mesmo nos grandes eventos, 
há espaço para a participação pelo simples prazer de correr, de saltar ou de jogar, como acontece na 
Special Olympics.
Por fim, independentemente do objetivo, um programa de atividade física e/ou esporte bem planejado, 
com certeza, trará inúmeros benefícios e contribuirá, imensamente, para o processo de inclusão.
 Resumo
Abordamos nesta unidade o grupo das deficiências físico-motoras, que é 
extremamente abrangente e heterogêneo. Contudo, apesar da condição, uma 
característica observada em todas elas é o comprometimento da motricidade.
Nos casos de lesão medular, tal empenho ocorre pela ausência ou 
diminuição da capacidade de contração muscular dos músculos situados 
abaixo do nível dalesão no SNC. Além disso, pode haver alteração da 
sensibilidade e de diversas funções controladas pelo sistema nervoso 
autônomo, como cardiovascular, respiratório e termorregulatório.
Vimos que a mielomeningocele é uma lesão na medula, de causa 
congênita, que pode apresentar, além das características da lesão adquirida, 
a hidrocefalia.
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
Estudamos que as sequelas de poliomielite também levam a um 
comprometimento da motricidade pela diminuição da força muscular 
e fadiga intensa; entretanto, de modo diferente das lesões medulares 
traumáticas ou congênitas, dificilmente leva a pessoa à perda da capacidade 
de deambulação.
Nas situações em que ocorrem danos ao cérebro, como a paralisia 
cerebral ou o acidente vascular cerebral, vimos que o comprometimento 
da motricidade se dá principalmente pela dificuldade de manutenção 
e pelo controle postural e de tônus muscular. Esta dificuldade pode ser 
acentuada em especial com a presença de movimentos involuntários. Além 
das sequelas motoras, pode afetar outros sistemas.
As lesões osteomusculares também fazem parte do grupo das 
deficiências físico-motoras. A amputação é a condição de maior incidência 
entre elas. A atividade física pode ser realizada com ou sem o uso da prótese 
e é fundamental para que o aluno readquira confiança em seu corpo e 
reestabeleça da melhor forma a sua motricidade.
No campo das distrofias musculares, por seu caráter progressivo, 
a capacidade de movimentação fica cada vez mais comprometida e 
inevitavelmente a motricidade é acometida. Oportunizar a prática saudável 
de atividade física é fundamental.
 Exercícios
Questão 1. (Enade 2016, adaptada) Em janeiro de 2016, entrou em vigor a Lei Brasileira de 
Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI), instrumento que garante mais direitos às pessoas com 
deficiência e prevê punições para atos de discriminação. A Lei destaca a importância de estratégias 
de inclusão e de superação de barreiras oriundas de deficiência. Um exemplo de superação e 
inclusão é a atuação do atleta paralímpico Daniel Dias. O nadador, que nasceu no dia 24 de maio 
de 1988, sem partes de alguns membros, conquistou, aos 28 anos de idade, sua 24ª medalha, das 
quais 14 de ouro, sendo nove conquistadas nas Paralímpiadas do Rio de Janeiro. Orgulho para 
os brasileiros.
Considerando o texto apresentado, avalie as afirmativas a seguir, relativas à inclusão de pessoas 
com deficiência.
I – O esporte, para ser inclusivo, requer prática orientada para cada tipo de deficiência.
II – Na prática esportiva orientada, metas e objetivos são estabelecidos como ferramentas 
motivacionais a fim de promover ganhos motores e cognitivos à pessoa com deficiência.
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Unidade I
III – A LBI foi fundamental para a inclusão de Daniel Dias, que se tornou o melhor nadador paralímpico 
da história.
É correto o que se afirma em:
A) II, apenas.
B) III, apenas.
C) I e II, apenas.
D) I e III, apenas.
E) I, II e III.
Resposta correta: alternativa C.
Análise das afirmativas
I – Afirmativa correta.
Justificativa: para ser considerado inclusivo, o profissional de Educação Física deve adequar e orientar 
o esporte às características das pessoas com deficiência.
II – Afirmativa correta.
Justificativa: o profissional de Educação Física deve orientar e estabelecer objetivos baseando-se na 
evolução das pessoas com deficiência.
III – Afirmativa incorreta.
Justificativa: a LBI não foi criada para a inclusão somente do nadador paralímpico Daniel Dias, 
mas para atender às necessidades de todas as pessoas com alguma deficiência. Além disso, o nadador 
já estava inserido neste contexto de inclusão, pois utilizou as estratégias para superar suas barreiras 
oriundas da deficiência.
Questão 2. (Enade 2016) Uma pessoa com paralisia cerebral procurou um clube esportivo para 
iniciar a prática de uma modalidade paralímpica em alta performance com vistas à sua participação nas 
próximas Paralímpiadas. Nessa situação, que modalidade esportiva paralímpica que essa pessoa poderia 
praticar oficialmente junto ao Comitê Paralímpico Brasileiro?
A) Bocha paralímpica.
B) Voleibol sentado.
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
C) Futebol 5.
D) Golbol.
E) Judô.
Resolução desta questão na plataforma.

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