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Atresia de Vias Biliares Corresponde a uma síndrome colestática. É uma doença do fígado e ductos biliares que ocorre em RN. As células do fígado produzem bile, que ajuda na digestão de gorduras e carrega algumas substâncias para serem eliminadas pelo intestino através de ductos biliares. Na AVB ocorre uma inflamação destes ductos, levando a uma obstrução progressiva dos mesmos. A bile fica retida no fígado, provocando rapidamente dano hepático, que pode evoluir para cirrose e óbito, caso não seja tratada precocemente. É a causa mais comum de transplante hepático em crianças. Rara (1:14 000 a 19 000 NV) Discreta predominância sexo feminino Obstrução Mecanismo etiológico desconhecido 📍 Não é considerada distúrbio hereditário 📍 Formas sindrômicas (tipo embrionário) – 10 a 20 % Associação com outras anomalias congênitas 📌 Veia cava inferior interrompida 📌 Veia porta pré-duodenal 📌 Má rotação intestinal 📌 Situs inversus -> defeito cardiaco (coração nasce invertido) 📌 Defeitos cardíacos 📌 Poliesplenia Agressão ao desenvolvimento do divertículo hepático Possível associação com diabetes materna . 📍 Formas não sindrômicas (tipo perinatal) Origem mais tardia na gestação 📌 Agressão viral ou tóxica ao epitélio do ducto biliar + susceptibilidade genética 📌 Resposta fibroesclerosante por células imunológicas Classificação Aspecto morfológico da colangiografia 📍 Tipo I: Atresia do ducto colédoco 📍 Tipo IIa: Atresia do ducto hepático comum 📍 Tipo IIb: Atresia do ducto colédoco e ducto hepático comum 📍 Tipo III (maioria): Atresia de todos ductos biliares intra e extra- hepáticos até a porta hepatis -> mais comum, mais pacientes vão para transplante Tipo corrigível: ducto colédoco e cístico patentes (Kasai com a VB) Tipo não corrigível: sem estrutura extra-hepática patente (mais de 90%) Histopatologia MACRO 📍 Fígado aumentado, firme e verde 📍 VB pequena, cheia de muco ou completamente atrésica MICRO 📍 Trato biliar com células inflamatórias e fibrosas ao redor dos ductos 📍 Parênquima hepático fibrótico e com sinais de colestase 📍 Cirrose de estágio terminal (se drenagem biliar não for obtida) 📍 Alterações iniciais inespecíficas pode confundir com hepatite neonatal e doenças metabólicas Clínica Icterícia Fezes hipo ou acólicas Hepatomegalia Urina marrom escura Anemia / Desnutrição / Retardo do crescimento 📍 Má absorção de vitaminas lipossolúveis Icterícia que persiste além de 2 semanas 📍 Não deve ser considerada fisiológica Diagnóstico Elevação de bilirrubina direta Biópsia hepática (mais confiável) Cintilografia hepatobiliar agentes marcados de tecnécio 📍 Captação dos nucleotídeos pelos hepatócitos é rápida 📍 Excreção intestinal ausente USG abdome -> Aparelho e operador dependente; Consegue ver vias biliares 📍 Deve ser realizada em todos RN com icterícia 📍 Exclui cisto de colédoco e síndrome da bile espessa Colangiografia: Anatomia da árvore biliar 📍 Laparoscopia 📍 Percutânea 📍 Laparotomia Achados no USG abdome: 📍 Ductos intra-hepáticos não dilatados (processo inflamatório) 📍 VB pequena, reduzida e não contrátil 📍 Aumento da ecogenicidade do fígado 📍 Presença de poliesplenia associada é patognomônica 📍 VB ausente ou de contorno irregular é sugestivo Não visualização da VB pode ser agenesia VB 📍 Impossibilidade de visualizar o ducto cístico não é diagnóstico de atresia biliar 📍 Porta hepatis com área triangular bem definida (alta ecogenicidade) Sinal do cordão triangular (Remanescentes fibróticos do ducto) / Tratamento Cirúrgico Antes da cirurgia 📍 Doses diária de vit K 📍 ATB largo espectro Cirurgia de Kasai Dissecção lateral prolongada ao redor da porta hepatis com uma anastomose muito ampla (portoenterostomia ampliada - EPE) -> Vias biliares, Véia porta e veia cava. Segmento que o duodeno é fixo - ângulo de Tracks Y de Rouyx Cuidados Pós-operatória 📍 Diminui a reação inflamatório 📍 Corticóides Diminui formação de cicatriz no local da anastomose 📍 ATB 📍 Coleréticos: ácido ursodesoxicólico (ursacol). -> Melhora o metabolismo biliar e diminui a formação de cálculos 📍 Vitaminas lipossolúveis (A D E K) 📍 Alimentação por fórmula enriquecida com triglicerídeos de cadeia média *Observar colocação das fezes! -> Primeiro sinal pode ser a acolhia fecal Repetição da Portoenterostomia hepática 📍 Pacientes selecionados 📍 Bom fluxo biliar interrompido repentinamente 📍 Pacientes que beneficiam de um adiantamento do transplante -> Indicação de transplante caso os sinais e sintomas mostrem que a portoesterostomia não funcionou Complicações Colangite (mais frequente) -> Obstrução e inflamação das vias biliares (inflamação Intraparenquimatosa) 📍 Elevação de bilirrubina 📍 Leucocitose 📍 Fezes normais ou acólicas 📍 Febre 📌 Colestase é o principal fator de risco 📌 Tratamento imediato pelo risco de lesão hepática progressiva ATB Pulso de corticoide Reconstrução com Y de Roux (alongamento da alça) -> Refazer uma anastomose, dessa vez maior Cessação do fluxo biliar 📍 Perda do pigmento biliar nas fezes com portoenterostomia funcionante 📍 Pulso de corticoide 📍 Re-operação / Transplante Hipertensão portal 📍 Fibrose hepática persistente 📍 Varizes esofágicas 📍 Hiperesplenismo 📍 Ascite 📌 Parece diminuir com o tempo (Abordagem não cirúrgica) 📌 Não resolve = Transplante Cistos intra-hepáticos 📍 Causamcolangiterecorrente 📍 ATB e ursacol para prevenção 📍 Transplante Síndrome hepatopulmonar 📍 Derivação/shunt intrapulmonar difuso Compostos vasoativos na circulação mesentérica não desativados no fígado 📍 Cianose 📍 Dispneia de esforço 📍 Hipóxia 📍 Baqueteamento digital Resolve com transplante hepático Malignidade hepática 📍 Carcinoma hepatocelular / Colangiocarcinoma 📍 Cirrose biliar de longa duração após portoenterostomia Outras: Pela doença hepática residual 📍 Problemas metabólicos associados à má absorção de gordura, proteínas, vitaminas e oligominerias 📍 Pelo prejuízo do fluxo biliar para o intestino o Deficiências de ácidos graxos essenciais 📍 Raquitismo 📍 Monitoramento a longo prazo e suplementação nutricional adequada Tratamento Determinantes do resultado satisfatório: 📍 Idade na cirurgia inicial 📍 Obtenção efetiva do fluxo biliar pós-op 📍 Presença de estruturas ductais microscópicas no hilo ) 📍 Grau de doença parenquimatosa no diagnóstico - Biópsia 📍 Fatores técnicos da anastomose TRANSPLANTE HEPÁTICO – Indicações: 📍 Ausência de drenagem biliar 📍 Sinais de retardo do desenvolvimento ou suas sequelas 📍 Complicações/efeitos colaterais socialmente aceitáveis 📍 Estabelecer o momento ideal (individualizado)
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