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Anna lillian canuto bittencourt • Existe um amplo espectro de condições benignas da mama; • São variadas queixas que levam um paciente a ir no ambulatório, como: - Mastalgia – dor na mama; - Nódulos e massas palpáveis; - Descarga mamilar – secreção da mama, podendo ser espontânea ou à expressão. • As campanhas anuais sobre câncer de mama, no outubro rosa, estão procurando cada vez mais para investigar e prevenir. • Doenças benignas; • Tumor filoides – tumor de característica benigna, mas que apresenta características peculiares; • Neoplasias. • Antes da puberdade: - Mama rudimentar; - Poucos ductos e lóbulos, sendo que são pequenos. • A estimulação hormonal promove uma ramificação dos ductos e um desenvolvimento dos lóbulos; • A diferenciação da mama acontece apenas durante a gestação, quando a prolactina e o estrogênio passam a atuar sobre a mama; • Os lóbulos mamários possuem ácinos, produtores de leite, e ductos terminais;+ • A maioria das lesões mamárias encontram-se na estrutura ácino-ducto terminal; • A mama da figura acima possui duas características: - A representada em cima já é uma mama lipossubstituída; - A mama de baixo é uma mama na gestação, com ácinos e ductos terminais diferenciados. Conferência – Afecções benignas da mama IDEIAS GERAIS CLASSIFICAÇÃO ANATOMIA DA MAMA Anna lillian canuto bittencourt Mastalgia • É definida como dor na mama; • É um sintoma frequente, sendo que 40% das mulheres em alguma fase da vida vai apresentar mastalgia; • 65% das que apresentam mastalgia estão entre 40-50 anos; • Pode ser: - Uni ou bilateral; - Focal ou difusa; - Constante ou intermitente; - Cíclica (relação com o ciclo menstrual) ou acíclica. >> A mastalgia acíclica geralmente é unilateral, não tem relação com a menstruação e, normalmente, possui outras características ligadas ao estímulo hormonal • Pacientes com câncer de mama normalmente não queixam de dor, sendo que apenas 2-7% dos pacientes com câncer de mama referem dor como primeiro sintoma. Mastite • É definida como um processo infeccioso no tecido mamário; 01. Mastite na gravidez e no puerpério: • É uma mastite aguda que se apresenta com sinais flogísticos – como edema, eritema e dor –, mas pode evoluir com sinais sistêmicos, como febre; • Principal agente etiológico: Staphylococcus aureus; - É o principal microorganismo relacionado com pele/boca do RN que está sugando a mama da mãe. • O tratamento é feito com antibiótico e antinflamatórios; - O antibiótico de escolha, na maioria das vezes, é a cefalexina, pois cobre as possíveis etiologias da mastite e ainda pode ser usado na amamentação. • Pode haver formação de abcessos mamários, então o uso de apenas antibiótico não será suficiente par ao tratamento, precisando de drenagem para retirar toda a secreção purulenta. 02. Mastite não puerperal: • A mastalgia não puerperal é mais oligoassintomática, com início lento e insidioso; • Pode ter várias causas, como: - Traumatismo; - Tumores mamários; - Outras afecções não envolvendo o puerpério. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES E SINTOMAS Anna lillian canuto bittencourt • Quando tratar esse tipo de mastite com um antibiótico e houver reicidiva, é preciso fazer diagnóstico diferencial com carcinoma inflamatório. Descarga papilar • É uma secreção espontânea (patológica) ou à expressão da mama (fisiológica); • O aspecto pode ser caracterizado como: - Leitosa; - Verde; - Marrom (água-de-rocha) – tem relação com conteúdo sanguinolento. • É preciso investigar gravidez, pois há um aumento da prolactina que estimula a secreção láctea; • Outras causas de secreção láctea: - Hiperprolactinemia; - Uso de medicamentos; - Hipotireoidismo. • Secreções sanguinolentas possuem uma maior relação com processos neoplásicos. • É a doença benigna mais frequente; • Esse termo foi criado para unificar várias expressões inapropriadas, como: - Displasia mamária; - Displasia cíclica; - Mastopatia fibrocística; - Doença cística; - Alteração fibrocística. • São alterações glandulares cíclicas responsivas aos hormônios; • Os principais sintomas são mastalgia, modularidade mamária (pseudo-nódulos) e descarga papilar; • Na fase pré-menstrual: - Há um estímulo sinérgico do estrogênio e da progesterona na unidade ductal lobular terminal; - Com isso, há uma proliferação do epitélio e do estroma, formando pseudo- nódulos. • No final da fase lútea, há apoptose e regressão do epitélio lobular e do estroma, diminuindo a modularidade. • Incidem em 7-10% da população feminina; • A faixa etária mais frequente é entre 35- 50 anos, coincidindo com a fase involutiva dos lóbulos mamários; • Podem ser únicos ou múltiplos, uni ou bilaterais; • Manifestam-se clinicamente como nódulos de contornos regulares, móveis e ALTERAÇÃO FUNCIONAL BENIGNA DA MAMA CISTOS MAMÁRIOS Anna lillian canuto bittencourt dolorosos, de consistência amolecida ou fibroelástica; • A USG mamária é o método mais preciso e de alta sensibilidade para diagnosticar cistos mamários; - Os cistos apresentam-se anecoicos, ou seja, em preto no USG. • Pode ser feito a PAAF diagnóstica e terapêutica; • A ablação cirúrgica fica reservado para os casos de recidivas ou que apresentaram conteúdo sanguinolento na PAAF; • Cistos de conteúdo espesso ou complicados está relacionado com uma chance de 0,3% para malignidade; • Cistos complexos são aqueles que apresentam septações espessas, debris e com vegetações, estando relacionado com uma chance de 23-31% para malignidade; • Pode ser utilizado conteúdo alcoolico, introduzindo-o durante a PAAF no local do cisto, para evitar recidiva do cisto. • É o tumor benigno mais frequente em mulheres; • É a segunda afecção mais frequente em mulheres, perdendo apenas para as neoplasias; • Geralmente aparece na idade reprodutiva, antes dos 35 anos, sendo que é mais frequente entre 20-30 anos; • É um nódulo móvel, bem delimitado e de crescimento lento; • Pode ser múltiplo, representando 13- 25% dos casos; • Cerca de 25% é assintomático; • Fica localizado no estroma e no epitélio; - Altera o estroma da mama, causando um risco para câncer de mama. • Possui um crescimento lento e limitado, em média não ultrapassam 3-4cm; • Fibroadenomas maiores que 4cm são denominados de fibroadenoma gigante, mas são exceção; • Pode ser percebido durante à palpação, no exame físico; • A ablação cirúrgica fica reservada para os casos de fibroadenomas mais volumosos e/ou que apresentam dúvida diagnóstica. • É uma afecção benigna e muito rara, sendo responsável por 2% dos tumores fibroepiteliais da mama; • É mais comum após os 40 anos; • Em 80% dos casos são benignos; • É um tumor móvel, lobulado e indolor, com consistência elástica; FIBROADENOMA TUMOR FILOIDE Anna lillian canuto bittencourt • Possui um crescimento rápido e atinge grandes volumes; - Normalmente ocupam a mama inteira. • Possui alta tendência de recidiva local e pode sofrer degeneração maligna sarcomatosa; • A característica peculiar desse tumor é a grande celularidade do estroma e, por isso, também é chamado de fibroadenoma hipercelular; • Não é incomum ocorrer adenopatia axilar, devido a uma natureza inflamatória local com o crescimento rápido do tumor; • Possui associação com fibroadenoma em 30% dos casos, porém a bilateralidade e a multicentricidade são excepcionais; - Geralmente é único e unilateral. • O diagnóstico é clínico: - No US mamário é possívelidentificar um tumor sólido, volumoso, entremecido por áreas císticas; - Possui uma dificuldade de ser diagnosticado por mamografia, pois apresenta-se com alterações inespecíficas. • A PAAF e a biópsia percutânea possuem pouco valor devido ao volume do tumor e pela presença de infartos hemorrágicos; • A biópsia com agulha grossa pode diferenciá-lo do carcinoma, mas não diferencia a forma maligna da benigna, sendo necessário um exame anatomopatológico de toda a lesão; • A cirurgia precisa ser feita com margem de segurança para evitar recidivas; • A mastectomia com reconstrução imediata fica reservada para os tumores volumosos que ocupam toda a mama; • Não é necessário esvaziamento axilar, pois quando esse tumor for maligno, possui uma disseminação hematogênica. • O papiloma intraductal é uma neoplasia epitelial benigna; • Desenvolve-se no lúmen de grandes e médios ductos subareolares; • Não forma massa palpável; • O potencial de malignidade é baixo, tendo um risco relativo de 1,3; • O principal sintoma é a descarga papilar hemorrágica, espontânea, uniductal e unilateral; - Ocorre devido ao aumento do lúmen dos ductos. PAPILOMA Anna lillian canuto bittencourt • É mais frequente entre 30-50anos; • Em pacientes com mais de 50 anos deve-se sempre afastar o diagnóstico de carcinoma papilífero e o ductal; • A identificação do ducto comprometido é feita pela pesquisa “ponto-gatilho”; - O USG mamário pode auxiliar; - A mamografia tem pouco valor no diagnóstico. • O tratamento consiste na exérese seletiva do ducto, também designada microductetomia; • Os papilomas múltiplos são raros e a secreção é o sintoma menos comum, sendo o tumor a principal manifestação clínica. - Possui potencial maligno moderado, com risco relativo de 3,728. • São tumores benignos constituídos por células adiposas maduras; • Pode ocorrer em qualquer faixa etária; • A presença de tecido adiposo mamário é relativamente frequente; • Apresenta-se como um nódulo móvel, indolor, amolecido e compressível; • Adenolipoma é o lipoma que possui estruturas ductais; • Angiolipoma é o lipoma que possui componentes vasculares; • Condrolipoma é o lipoma que possui cartilagem madura; • Não é necessária a retirada cirúrgica; - Só retira por cirurgias quando os lipomas são grandes ou quando há sintomas como dor. • Lembrar que as mamas de pacientes com mais idades são mais lipossubstituídas, e quanto mais gordura mais frequente os lipomas. • É uma lesão pseudotumoral, bem circunscrita, composta por lóbulos e ductos normais, separados por tecido adiposo e fibroso; • É também conhecido como fibroadenomalipoma; • É pouco observado e a maioria dos pacientes é assintomático; • Apresenta-se como nódulo de dimensões variadas (1 a 20cm), amolecido e móvel, com margens bem definidas, mas não possui cápsula verdadeira; • Possui um perfil mamográfico peculiar de lesão circunscrita contendo gordura; • É achado tipicamente benigno; • Só é retirado por cirúrgicas quando são grandes ou quando há sintomas como dor. LIPOMA HAMARTOMA Anna lillian canuto bittencourt • São classificados em adenoma tubular e da lactação; • São clinicamente semelhantes aos fibroadenomas, porém, do ponto de vista microscópico, são tumores epiteliais benignos com estroma normal em relação a sua função de sustentação. • É caracterizada pela dilatação dos ductos principais da região subareolar; • Normalmente é benigna; • Ocorre mais comumente na peri e pós- menopausa; • O cigarro é um fator de risco associado; • Sem evidência de associação com aumento no risco de câncer de mama; • Apresenta-se como massa retroareolar palpável, associado a sensibilidade dolorosa durante a palpação, podendo provocar inversão do mamilo e fluxo papilar; • A PAAF geralmente é inconclusiva; • Nos pacientes com descarga mamilar e nas lesões palpáveis, é necessário a excisão dos ductos terminais para descartar carcinoma; • Nas ectasias puras podem ser conduzidas de forma conservadora. • As hiperplasias ductais atípicas são lesões proliferativas constituídas em parte por células neoplásicas semelhantes às dos carcinomas ductais in situ de baixo grau; • É diagnosticada mais comumente como um achado incidental após core biopse de microcalcificações visualizadas na mamografia; • Este achado têm aumentado devido aos programas de rastreamento e a associação desta lesão com microcalcificações; • Confere um aumento substancial de câncer de mama bilateralmente; • Pacientes com hiperplasia ductal atípica diagnosticas pela core biopse necessitam realizar uma biópsia excisional, pois 15- 50% dos casos evoluem para carcinoma ductal in situ; • Paciente com hiperplasia lobular atípica tem um risco 4,3x maior de câncer de mama e é 3x mais provável de surgir na mama afetada do que na contralateral; • Devem ser aconselhadas quanto a estratégias para redução de risco para câncer. - Considerar a quimioprevenção primária com tamoxifeno/raloxifeno ou inibidores de aromatase. ADENOMA HIPERPLASIA ATÍPIA ECTASIA DUCTAL
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