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Anna lillian canuto bittencourt • Tem o objetivo como o término da gestação pela via vaginal, através da estimulação das contrações uterinas antes do início espontâneo de trabalho de parto; • Está indicada em situações nas quais aguardar o trabalho de parto espontâneo resultaria em riscos maternos ou fetais; • É preciso decidir a melhor via de parto, cotejando indução do colo e cesariana eletiva quanto aos possíveis riscos de uma e as potenciais complicações da outra; • Com uma cérvice não modificada ou desfavorável, a duração da indução poderá ser prolongada; - Nesses casos, os obstetras optam por administrar agentes modificadores do colo antes de iniciar a infusão de ocitocina, para melhorar as taxas de sucesso da indução. • Gestação com 41 semanas ou mais; • Pós-datismo; • Ruptura prematura de membranas; • Corioamnionite; • Hipertensão arterial sistêmica (HAS) e/ou pré-eclâmpsia; • Diabetes mellitus/ gestacional; • Crescimento intrauterino restrito (CIUR)/ oligodrâmnio; • Morte fetal; • Isoimunização; • Anomalias fetais incompatíveis com a vida. • Situação transversa; • Apresentação cefálica defletida; • Desproporção cefalopélvica; • Placenta prévia oclusiva total; • Vasa prévia; • Gestação múltipla; • Grande multiparidade; • Herpes genital ativo; • Cesariana corporal, miomectomia ou metroplastia prévia; • Carcinoma cervical invasivo. Indução do parto IDEIAS GERAIS INDICAÇÕES CONTRAINDICAÇÕES Anna lillian canuto bittencourt Idade gestacional • A idade gestacional deve ser confirmada da forma mais precisa possível; • Todos os esforços devem ser empregados para evitar indução de fetos pré-termo. Tipo de apresentação • A indicação de indução é restrita a apresentações cefálicas fletidas; • Fetos em apresentação pélvica são candidatos à cesariana eletiva, por comprovadamente se associarem a menor mobimortalidade neonatal; • Apresentações que são contraindicações ABSOLUTAS para indução de parto: - Córmica; - Cefálica fletida. Avaliação cervical • O escore de Bishop é o principal determinante do sucesso na indução do parto; • Para o cálculo do escore são considerados: - Dilatação; - Apagamento; - Consistência do colo; - Posição do colo; - Altura da apresentação. • Escores mais altos, maior que 9, estão relacionados à maior taxa de sucesso da indução; • Escores inferiores a 4, estão associados a maior falha de indução; • Quando a cérvice é dita desfavorável à indução, há necessidade de preparação prévia do colo, utilizando-se modificadores do colo, como: - Baixas doses de ocitocina; - Gel ou supositórios de prostaglandina E2; - Misoprostol; - Mifepristona; - Procedimentos mecânicos, como sonda de Foley e descolamento de membranas. • Tanto uma pequena eficácia do método quanto uma contratilidade uterina AVALIAÇÃO PRÉ-INDUÇÃO MÉTODOS DE MODIFICAÇÃO CERVICAL E INDUÇÃO Anna lillian canuto bittencourt excessiva aumentam as chances de cesariana; • Contratilidade uterina excessiva pode se expressar como: - Taquissistolia – ocorrência de 6 ou mais contrações em 10 minutos, ocorrendo em dois períodos consecutivos ou por 30 minutos; OU - Hipersistolia – duração maior que 2 minutos; OU - Pequeno intervalo de relaxamento entre as contrações – intervalo de 1 minuto entre as contrações. Ocitocina • É um hormônio hipotalâmico liberado pela hipófise posterior em resposta à distensão cervical (reflexo de Feguson) e à manipulação do mamilo; • A ocitocina induz a produção de ácido araquidônico pela decídua, o qual se transforma em prostaglandina F2-alfa, potencializadora contrátil da ocitocina; • É o único agente liberado pelo FDA para indução do trabalho de parto com feto vivo; • O miométrio inicia sua resposta à ocitocina em torno de 20 semanas de gestação, aumenta gradativamente até 30 semanas e alcança seu máximo no termo; • Essa maior sensibilidade coincide com um aumento no número de receptores no miométrio e na decídua; • Existem poucos receptores de ocitocina no colo uterino, portando, uma resposta uterina adequada não determina necessariamente dilatação cervical; • Na pré-indução, a ocitocina, empregada em baixas doses por períodos prolongados, determina apagamento e amolecimento do colo, além de promover aumento do número de seus receptores no miométrio; • Após 12-18h, reavaliam-se as condições do colo: - Se houve aumento no escore Bishop, infunde-se ocitocina em doses progressivamente maiores para realizar a indução. • É considerada alternativa dentre os agentes modificadores do colo, porque demanda muitas horas para produzir apagamento do colo; • É administrada pelas vias intravenosa ou intramuscular; • Riscos associados à infusão de ocitocina: - Intoxicação hídrica; - Hipotensão; - Hiperestimulação uterina com ou sem sofrimento fetal agudo; - Ruptura uterina; - Descolamento de placenta; - Hiperbilirruinemia neonatal; Anna lillian canuto bittencourt - Seu uso prolongado também está relacionado com hipotonia uterina pós- parto. • Quando utilizada em altas doses, a ocitocina apresenta efeitos vasodilatador e antidiurético, decorrente de sua similaridade estrutural com a vasopressina; • A hipercontratilidade uterina compromete a perfusão uteroplacentária, podendo ocasionar sofrimento fetal. - Nesses casos, deve ser manejada prontamente, com diminuição ou suspensão da infusão de ocitocina, causando um rápido relaxamento uterino, já que a ocitocina possui meia-vida curta. Prostaglandinas • As prostaglandinas PGE2 e PGF2-alfa têm sido empregadas para indução do parto; • Vários ensaios clínicos randomizados e controlados por placebo demonstraram a eficácia da prostaglandina E2 intracervical (via vaginal) na indução do trabalho de parto, principalmente em pacientes com baixos escores de Bishop; • O uso intravenoso (PGF2-alfa) e oral (PGE2) de prostaglandinas não oferece vantagens em relação ocitocina, pois o primeiro determina maior frequência de hiperestimulação uterina, e o segundo, maiores efeitos adversos maternos, como náuseas e vômitos; • Não são opções práticas para indução do parto, pois, embora eficazes, são de difícil armazenamento e administração de alto custo. Misoprostol • É análogo da PGE1; • Tem sido empregado tanto para modificação cervical quanto para indução do trabalho de parto; • Em 2001, a Anvisa licenciou o misoprostol para uso obstétrico em ambiente hospitalar, na apresentação de comprimidos por via vaginal; • Vantagens principais: - Facilidade de uso e armazenamento; - Elevada eficácia em promover contratilidade uterina; - Poucos efeitos adversos sistêmicos; - Baixo custo em relação às prostaglandinas. • Pode ser administrado pelas vias oral, sublingual, bucal ou retal; • As doses utilizadas para modificação e indução cervicais variam de acordo com Anna lillian canuto bittencourt a idade gestacional e aviabilidade do concepto; • Dose intravaginal de 25µg a cada 3-4 horas em gestações a termo com feto vivo mantém a eficácia e associa-se à menor ocorrência de taquissistolia, sendo a atualmente recomendada; • A administração é suspensa quando: - Atingirem-se 3 contrações fortes em 10 minutos; OU - Alcançarem as doses máximas descritas; OU - No máximo, 3 doses. • Frequentemente há necessidade de associar ocitocina na indução do trabalho de parto quando o misoprostol é empregado como modificadores cervicais em colos desfavoráveis; - Recomenda-se um intervalo mínimo de 4 horas para se iniciar a infusãode ocitocina, a fim de se evitar a somação de efeitos e hiperestímulo uterino. • O misoprostol raramente induz náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia e febre; • A principal preocupação durante seu uso é a estimulação uterina excessiva. Métodos mecânicos • São uma alternativa aos métodos farmacológicos. 01. Laminárias: • A laminária era utilizada como dilatador cervical por suas propriedades osmóticas, promovendo uma expansão radial lenta; • Está em desuso devido ao risco de infecção e pela disponibilidade de outros métodos mais efeivos. 02. Sonda de Foley: • Age tanto por ação mecânica sobre a cérvice quanto pela liberação de prostaglandinas, por meio da separação entre cório e decídua; • É inserida através do orifício cervical interno e mantida no espaço extra- amniótico até sua expulsão espontânea, geralmente em 12 horas, ou remoção após 24h; • A média no escore de Bishop é de 3,3 para 5,3; • O uso combinado de sonda de Foley com a ocitocina não foi mais efetivo do que o uso apenas da sonda; • Comparada ao uso de prostaglandinas, a sonda mostrou efetividade similar. - Além disso, as prostaglandinas estão associadas a maior risco de hiperestimulação uterina. Anna lillian canuto bittencourt 03. Amniotomia: • Pode acarretar um aumento do risco de infecção se houver demora no início do trabalho de parto; • Possuo um risco inerente de prolapso do cordão; • É um método bastante utilizadop como forma de correção do trabalho de parto; • Só deve ser realizada em apresentações cefálicas fixas (encaixadas). 04. Descolamento de membranas: • Consiste na separação das membranas amniocoriônicas do segmento inferior pelo toque vaginal, provocando a liberação local de prostaglandinas locais; • A técnica está associada a maior risco de ruptura prematura de membranas. Anna lillian canuto bittencourt MARTINS-COSTA, Sérgio H. et al. Rotinas em obstetrícia. Artmed Editora, 2011. MONTENEGRO, Carlos Antônio. Rezende-Tratado de Obstetrícia. 2010. REFERÊNCIAS
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