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Resumos - Protocolo PCR - AHA

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Caderno 
de
 Urgência e Emergência 
Gabriel Bagarolo Petronilho 
Medicina - FAG 
TXVIII
2022/1
Gabriel Bagarolo Petronilho
Parada Cardio(espiratória - PCR
Introdução e Considerações Gerais
Na parada cardiorrespiratória (PCR) ocorre uma cessação súbita da circulação espontânea e da 
respiração com comprometimento no suprimento de oxigênio aos tecidos e consequente 
sofrimento tecidual rápido e definitivo. 
Lembrete: os casos que evoluem para óbito ou aqueles em que a RCP não for executada devemos 
chamá-los de morte súbita cardiovascular. 
A PCR é uma situação de extrema emergência médica e o óbito ou sequelas graves se instalam em 
poucos minutos. 
Na tentativa de ressuscitação, não há uma definiçã/consenso sobre quanto tempo você pode 
ficar realizando a RCP em um paciente. 
As chances de sobrevida do paciente dependem do rápido conhecimento e prática imediata das 
medidas adequadas. O suporte básico de vida (BLS) é um conjunto de manobras sistematizadas e 
efetivas realizadas, inclusive por pessoas leigas, que visam o restabelecimento da circulação 
espontânea e respiração do paciente. 
A sobrevida de pacientes que ‘param’ em FV testemunhada em ambiente hospitalar é de 50%. 
Para cada minuto que passamos sem reanimar um paciente, perdemos 10% de chance de 
sobrevida, sendo o óbitos, após 10 minutos sem qualquer socorro, praticamente certo. 
Com manobras eficientes o tempo é prolongado e associada à desfibrilação precoce o sucesso 
aumenta em até 70%. 
Tempo é essencial. Em 4 minutos há início de lesões teciduais e em 20 minutos há evolução para 
morte encefálica. 
Desfibrilação
É o tratamento inicial para ritmos chocáveis (FV - o mais comum) - classe de evidência 1A. 
Sendo o choque sempre em carga máxima possível. 
Fisiopatologia da PCR
A PCR ocorrem em 3 fases: 
1) Elétrica (0 - 5 min) é o período inicial, primeiros 5 minutos, e o que mais temos 
dificuldade de agir. Isso porque é um período muito curto, principalmente se ocorre em um 
ambiente extra-hospitalar. Nessa fase, a desfibrilação imediata e RCP de qualidade.
2) Circulatória (5 - 10 min) também chamada de hemodinâmica; é a fase em que ocorre 
depleção dos substratos para metabolismo adequado. Nessa fase, a RCP de alta qualidade é 
necessária, pois o paciente perde a capacidade de realizar perfusão (principalmente das artérias 
coronárias - que é o nosso alvo de perfusão com a RCP). 
3) Metabólica (> 10 min) é a fase representada por acidose e distúrbios hidroeletrolíticos. O 
tratamento do paciente nessa fase é baseado em cuidados pós-parada cardíaca. Se nessa fase 
não houver retorno espontâneo da circulação as chances de sobrevida caem muito e geralmente 
:
Gabriel Bagarolo Petronilho
o paciente não sobrevive. 
Fase Elétrica - 0 a 5 minutos
Deve ser iniciado imediatamente o protocolo de suporte básico de vida (BLS) com o mínimo de 
interrupção nas compressões torácicas e providenciar o desfibrilador rapidamente. 
Alguém deve direcionar/delegar as funções. Somente dizer ‘alguém liga para o SAMU e 
alguém vá atrás de um DEA não é suficiente’. Você precisa direcionar à alguém específico. 
Quando o desfibrilador externo automático estiver disponível não há necessidade de terminar 
as compressões. Deve se instalar o DEA para avaliar se a parada é de ritmo chocável ou não. 
FV não tem pulso. Não precisa checar. Sempre é um ritmo de parada.
TV sempre checar se há pulso. O paciente pode ter uma TV estável e estar bem na sua 
frente, mas também pode estar em parada. 
Lembrete: o objetivo das compressões realizadas na RCP é manter uma perfusão coronariana 
adequada - não conseguiremos fazer com que o sangue circule pelo corpo inteiro do paciente. 
RCP de Qualidade 
1) Compressões torácicas de 100-120/minuto
2) Profundidade de compressão de 5 - 6cm ( 1/3 da profundidade do tórax do paciente) 
3) Permitir retorno total do tórax entre as compressões 
4) Fazer esquema de compressão 30: 2 - 30 compressões para 2 ventilação 
5) Minimizar interrupção nas compressões - às vezes, o médico quer intubar mas é uma via 
aérea muito difícil/obstruída e ele não tem prática e pede para você interromper as 
compressões para a passagem do tubo e no fim não consegue. Portanto, devemos entender essa 
relação. 
6) Evitar ventilações excessivas - na exceção de afogamento, em que há uma ventilação de 
resgate, as ventilações excessivas irão aumentar a pressão intratorácica e causar diminução do 
retorno venoso do paciente. 
7) Compressões em superfície rígida - cuidado com pacientes acamados; não queremos 
‘massagear o colchão’. 
8) Ciclos - 5 ciclos ou 2 minutos 
9) Trocar socorrista das compressões a cada 5 ciclos ou 2 minutos ou se fadiga - RCP de má 
qualidade prejudica a pressão de perfusão coronariana e cerebral. 
Fase Circulatória ou Hemodinâmica - 5 a 10 minutos 
Novamente, o mais importante determinante da perfusão coronariana é a compressão torácica e 
a interrupção para o resgate respiratório prejudica a mesma. 
O ventrículo pode se manter viável se a perfusão coronária puder ser mantida. 
Se o paciente estiver em IOT podemos realizar 1 ventilação a cada 6 segundos, sem a 
interrupção da compressão. 
→
→
Diagnóstico da PCR
Para realizarmos o reconhecimento de uma PCR precisamos verificar: 
1) Não responsividade: 
- Checar com chamado e toque rigoroso nos 2 ombros do paciente 
2) Não respira: 
- Observar tórax e se aproximar do nariz e boca 
- Paciente está com gasping (respiração irregular que pode durar vários minutos) 
Identificado esses 2 fatores: chamar ajuda. 
3) Verificar pulso central e respiração novamente - tempo mínimo de 5 segundo e máxima de 
10 segundos para essa avaliação. Pulso sempre deve ser central, de preferência carotídeo.
Ventilações 
Para não retardas as compressões torácicas, a abertura das vias aéreas deve ser feita 
somente depois de realizadas 30 compressões (1 ciclo).
As ventilação devem ser feitas em uma proporção de 30:2. 
Lembrete: devido ao COVID-19 não se utiliza mais o ‘pocket mask’. É um item proscrito. Se 
disponível, pode ser utilizar Ambu® (bolsa-valva-máscara) em proporção 30:2 e se IOT 
ventilações a cada 6 segundos. 
Em crianças utilizamos o protocolo PALS, mas é uma abordagem mais complexo pois há 
variação de acordo com a idade e peso. 
Na criança, a principal causa de PCR é hipóxia (engasgo, afogamento, etc), portanto, podemos 
utilizar mais a ventilação do que compressão. A relação compressão ventilação 30:2 com 1 
socorrista e 15:2 se 2 socorristas. 
DEA - Desfibrilador Externo Automático 
O DEA é um dispositivo seguro e projetado para ser utilizado por leigos, seja adulto ou 
criança. Ele deve ser instalado no paciente assim que disponível no local - isso porque ele guia 
as compressões, avaliar o ritmo e indica quando há necessidade de choque.
A desfibrilação é a aplicação de corrente elétrica por meio de equipamento com a intenção de 
estabelecer o ritmo normal do coração. 
O DEA analisa o ritmo automaticamente e indica se o choque é necessário sem a necessidade 
do operador/socorrista interpretar o ritmo. 
Lembrete: sempre que o DEA estiver analisando o ritmo do paciente devemos nos afastar e 
não encostar nele para que não haja interferências. 
Com a presença de ritmo chocável, a desfibrilação não deve ser postergada pelas 
compressões torácicas. 
O aparelho possui indicações em suas pás autocolantes e seu posicionamento. 
Gabriel Bagarolo Petronilho
Desfibrilador - Intra-hospitalar 
No intra-hospitalar, os aparelhos desfibriladores podem ser monofásico ou bifásico ( a 
corrente passa 2 vezes pelo corpo do paciente - vai e volta). No bifásico, a carga para 
desfibrilar com sucedo é menor e diminui a chance de disfunção miocárdica pós-
Sempre devemos verificar se não há alguém em contato com o paciente no momento do choque. 
Sempre dizer em VOZ ALTA. 
Em paciente que possui grande quantidade de pelos é necessário realizar uma rápida retirada 
para que as pás apresentem contato adequado com a pele (isso também serve para uso do DEA). 
A pás deve ser lubrificadacom o gel condutor e não deve ser esfregada uma na outra para 
espalhar o gel (pá com pá). Sempre deve ser aplicado gel nas pás de maneira individual. 
Após a desfibrilação as compressões torácicas devem ser retomadas imediatamente. A 
organização elétrica e retorno da circulação espontânea não ocorrerá de maneira imediata. Isso 
demanda um certo tempo. 
Lembrete: a desfibrilação pode acarretar algumas complicações como queimadura de pele, 
choque inadvertido em outra pessoa e lesão miocárdica. Atualmente, alguns casos de 
queimadura de pálpebra ocorreram devido a utilização de alongamento de cílios que possuem 
material condutor. 
Ritmos de PCR
- Chocáveis FV e TV sem pulso 
- Não chocáveis AESP e assistolia
Ritmos Chocáveis 
● TV sem pulso - a frequência cardáica oscila entre >100 e <220, normalmente o ritmo é regular 
ou discretamente irregular. O QRS tem a mesma morfologia da extra-sístole ventricular. Pode 
ser polimórfica ou monomórfica (+ comum).
Tratamento: desfibrilação - carga 120-200J bifásico e 360J monofásico, nesse sempre a maior 
possível. 
Gabriel Bagarolo Petronilho
→
→
Gabriel Bagarolo Petronilho
● FV - nesse ritmo a atividade contrátil cessa e o coração apenas tremula. Não ocorre débito 
cardíaco (DC) e o paciente não apresenta pulso ou PA aferível. Ao ECG, o ritmo é irregular e 
não é possível as ondas. Não há necessidade de perguntar/checar se há pulso - nunca haverá. 
Geralmente a PCR se inicia em um ritmo de TV e degenera para uma FV. 
A FV pode se apresentar de maneira mais evidente (FV grossa) ou discreta (FV fina). 
Ritmos Não Chocáveis 
● Assistolia - esse ritmo representa a ausência completa de atividade elétrica miocárdica, 
demonstrada por traçado eletrocardiográfico sem inscrição de ondas. Geralmente, reflexo o 
estágio final de uma PCR não tratada ou refratária. Contudo, devemos sempre realizar o 
PROTOCOLO DA LINHA RETA com mnemônico CAGADA. Sempre que vermos uma ‘assistia’ se 
não realizado o protocolo, ela não passa de uma linha reta no monitor. 
Além disso, esse protocolo será realizado quantas vezes for necessário. Exemplo: checou ritmo, 
apareceu a linha reta, realiza o protocolo linha reta. Retornou para RCP, administrou droga, 
checou o ritmo, apareceu linha reta novamente, faz o protocolo DE NOVO. E assim por diante. 
CA checar conexões dos cabos e eletrodos;
GA aumento o ganho do aparelho (às vezes a onda é muito pequena - é basicamente dar ‘zoom’)
DA alterar derivação (checar or ritmo em duas derivações, pelo menos)
● AESP - atividade elétrica sem pulso: é definido pela ausência de pulso palpável na vigência de 
atividade elétrica cardíaca organizada. Pode ser a causa inicial da PCR ou por decorrente da 
ressuscitação de uma PCR prolongada. As causas de AESP são inúmeras e devemos lembrar 
principalmente dos 5H’s e 5T’s: hipo/hipercalemia, hipóxia, hipovolemia (25%), hipotermia, 
H+ (acidose), tensão pulmonar (pneumotórax hipertensivo - raro), TEP (4-8%), 
tamponamento cardíaco (4-15%), trombose coronariana e tóxicos. 
→
→
→
Gabriel Bagarolo Petronilho
Via Aérea Avançada
De acordo com as evidência de maior classe, o fornecimento de uma via aérea avançada não deve 
ser prioridade na fase inicial do atendimento de uma PCR. 
Podemos utilizar as manobras de Jaw thrust e Chin-lift quando há queda de base de língua para 
facilitar a ventilação durante os ciclos. 
A IOT possui apenas uma indicação absoluta na PCR: ventilação ineficiente com bolsa-valva-
máscara (Ambu®). Se essa indicação estiver presente, a IOT deve ser realizada sem a 
interrupção das compressões torácicas. 
Dispositivos supra-glóticos (discutidos em aulas anteriores) são as melhores alternativas à 
intubação por minimizarem as interrupções e por ser de fácil e rápida colocação. 
Lembrete: se fornecido via aérea avançada as compressões passam a ser ininterruptas com 
ventilação a cada 6 segundos com duração de 1 segundo, com 1/3 do volume do ambu®, ligado a 
fonte de oxigênio com fluxo de 15L/minuto. 
Acesso Venoso Periférico 
A realização de acesso venoso periférico é necessária, principalmente quando causas reversíveis 
dependentes de drogas ou volumes são identificadas. 
Toda medicação deve ser feita com flush de 20mL de SF 0,9% e elevação do membro para que 
ela ‘corra mais rápido’. 
Lembrete: na falta de AVP, o acesso intraósseo pode ser realizado e ele pode ser utilizado para 
rápida infusão de volume, assim como o AVP. 
O acesso venoso central demanda tempo e técnica, portanto não é recomendada de rotina na 
PCR.
Medicamentos 
Epinefrina/Adrenalina ————— 1mg via EV (1 ampola) em Flush com 20mL SF 0,9%
A adrenalina é a primeira droga vasoativa de escolha na PCR e deve ser administrada após o 2º 
choque sem resposta, embora possa ser utilizada em qualquer ritmo de PCR.
Ela pode ser administrada a cada 3-5 minutos, na prática utilizamos a contagem de 2 ciclos para 
a administração. 
Gabriel Bagarolo Petronilho
Amiodarona ——— 300mg via EV (1ª dose) e 150mg via EV (2ª dose)
A amiodarona é a segunda droga de escolha, classificada como antiarritmico e pode ser 
utilizada nas PCR por FV e TV sem pulso.
Ela pode ser administrada apenas 2x, sendo a primeira dose 300mg via EV após o 3º choque e 
a segunda dose 150mg via EV após o 5º choque, ou seja, após a segunda administração de 
adrenalina. 
Após utilizada as 2 doses de amiodarona, nos outros ciclos só intercalamos a adrenalina (1 
ciclo usa, outro ciclo não) para que seja respeitado o intervalo de 3-5 minutos entre a 
administração da mesma. 
l

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