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MAYRA MAISA – MED 3º PERÍODO - UNIFG A idade gestacional não é a idade embriológica real do feto, mas é o padrão universal entre obstetras e neonatologistas para discutir a maturação fetal. Idade embriológica é o tempo decorrido desde a data da concepção até a data do parto e é 2 semanas menor que a idade gestacional. AVALIAÇÃO DA IDADE GESTACIONAL (IG) O exame físico do neonato é a ferramenta usada para a estimativa da Idade Gestacional. Para tal, se pode utilizar 2 métodos: ❖ Capurro somático: aplicado preferencialmente em recém-nascidos com mais de 34 semanas de Idade Gestacional. Avalia o desenvolvimento de 5 fatores: textura da pele, pregas plantares, glândulas mamárias, formação dos mamilos e formato das orelhas. A partir da somatória de uma pontuação fornecida para cada um desses itens, se acrescenta um valor (204) e se divide por outro (7), para se obter o número se semanas gestacionais correspondente ao desenvolvimento do neonato. New Ballard Score: é o método mais utilizado e o mais detalhado. Além dos 6 fatores físicos, como: pele, lanugo, superfície plantar, glândulas mamárias, olhos/orelhas, aparelhos genitais; também avalia o exame neurológico do neonato, por meio de 6 parâmetros: postura, ângulo de flexão do punho, retração do braço, ângulo poplíteo, sinal do ”xale”, calcanhar-orelha. Para cada um dos parâmetros, se atribui uma pontuação que na somatória determinará a estimativa da idade gestacional. Permite a avaliação do recém- nascido a partir de 20 semanas e pode ser realizado até 96 horas de vida. Neste método, se deve ter atenção aos quadros de asfixia do RN, os quais podem mascarar a análise pelo Ballard. Segundo o Ministério da Saúde, o leite materno é o alimento ideal para todas as crianças e pode garantir o desenvolvimento saudável do bebê até os dois anos de vida. Apesar de não haver um consenso em relação ao tempo ideal de amamentação, é sabido MAYRA MAISA – MED 3º PERÍODO UNIFG que o aleitamento é muito importante para a boa saúde da criança. Salvo casos específicos, o bebê deve ser alimentado até o sexto mês exclusivamente com o leite materno. A partir de então, o médico introduz outros alimentos como chás, sucos, água ou outros tipos de leite, o que não impede que o bebê continue a ser amamentado. Com uma composição química bem balanceada, o leite materno é capaz de suprir as necessidades fisiológicas do bebê. Ele tem fácil digestão, mata a sede e provê a primeira proteção imunológica ao recém-nascido, ajudando a protegê-lo contra diarreias, inflamações no ouvido e doenças respiratórias. O ato de sugar também é um exercício importante para o desenvolvimento adequado da musculatura facial do bebê. Conheça mais sobre o leite materno: ❖ Colostro – é o nome dado ao primeiro leite e ocorre até o sexto dia após o parto. É rico em proteínas, possui coloração amarelada e é o responsável pela primeira imunização do bebê. ❖ Quando o “leite desce” – é o momento em que o leite deixa de ser colostro e “amadurece”. Se torna mais esbranquiçado e é produzido em maior quantidade. ❖ Fases da mamada – depois que o leite desceu, existem fases durante a mamada do bebê. No início, o leite é mais rico em água e depois de alguns minutos ele fica mais espesso, para saciar por completo o bebê. ❖ Os benefícios da amamentação exclusiva viabilizaram o êxito do objetivo geral, qual fora compreender a importância do aleitamento materno exclusivo nos primeiros 6 meses. ❖ O aleitamento, amamentação ou lactação é a forma de alimentação mais completa para o lactente nos primeiros meses de vida, sobretudo no primeiro semestre. Depois do 15º dia, o leite materno humano está maduro e composto por proteína, carboidrato, lipídio, minerais e oligoelementos, vitaminas e imunoglobulinas. Tal composição dá ao leite materno maduro o mesmo valor de alimento completo e de vacina pois previne o lactente de inúmeras doenças. ❖ As características nutricionais e imunológicas do leite materno se configuram pela composição da qual é constituído. Durante o primeiro estágio do leite materno – o colostro – os nutrientes predominantes são proteína, sódio e anticorpos, para aumentar a imunidade. O leite maduro por sua vez, contém menos proteína e sais minerais, mas, por outro lado, há maior concentração de açúcar e gorduras para ajudar a nutrir o organismo do lactente. ❖ Os benefícios da amamentação exclusiva para o lactente configuram prevenção de doenças como: diarreia, infecções respiratórias, alergias, hipertensão, colesterol alto e diabetes entre outras, pois fortalece o sistema imunológico e, por conseguinte, reduz o índice de mortalidade infantil – além de favorecer o desenvolvimento cognitivo. Para a nutriz, aumenta a proteção contra câncer de mama, evita nova gravidez (se estiver praticando a amamentação exclusiva) e melhora o vínculo afetivo entre esta e seu bebê, além de benefícios em termos de custos financeiros pelo fato de não precisar adquirir leite artificial. Como deve ser a maneira correta: A pega correta deve ser sempre na aréola, e não no bico do seio. A parte de cima da aréola tem que ficar mais visível do que a de baixo, os lábios do bebê devem estar em formato de peixinho e, quando ele suga, o seio da mãe vai para dentro da boca dele. Os dois processos são altamente dependentes de fatores genéticos, nutricionais e ambientais. Crescimento: aumento do tamanho corporal, indicador de saúde da criança, fatores que influenciam. A vida intrauterina já tem uma grande influência, a altura do fundo uterino é indicador de crescimento fetal. Pico de velocidade de crescimento: 32ª semana – após isso, a velocidade cai. Fatores que influenciam: fumo, álcool, drogas, HAS, infecções crônicas, DST, estado nutricional, idade materna, gestação múltipla e anomalias congênitas. MAYRA MAISA – 3º PERÍODO UNIFG Déficit provocado pela desnutrição nos 2 primeiros anos é reversível. Avaliação do Crescimento: peso, estatura e IMC, curvas da OMS para qualquer idade e os parâmetros: Perímetro Cefálico, peso para idade, comprimento/estatura para a idade e IMC para a idade. Desenvolvimento: físico, cognitivo e psicossocial. Dependente da interação do ser humano com o ambiente em que vive. Durante os primeiros anos: afetividade. Com o tempo: família e escola. Desenvolvimento da linguagem: 2 anos. Avaliação do desenvolvimento. O acompanhamento do crescimento e desenvolvimento, do nascimento até os 5 anos de idade, é de fundamental importância para a promoção à saúde da criança e prevenção de agravos, identificando situações de risco e buscando atuar de forma precoce nas intercorrências. Ações aparentemente simples, como, pesar, medir, avaliar aquisição de novas habilidades e utilizar o cartão da criança, nem sempre são realizadas de forma correta e sistemática pelas equipes de saúde. Para que estas ações contribuam para a melhoria da saúde infantil, é necessária a capacitação técnica e o seguimento de normas já estabelecidas, bem como o trabalho integrado das equipes de atenção à criança, articulando as ações básicas de saúde. A puericultura é a arte de promover e proteger a saúde infantil através de uma atenção integral, compreendendo a Crescimento físico é aumento no tamanho. Desenvolvimento é crescimento da capacidade funcional. criança como um ser em desenvolvimento, com suas particularidades e prestando cuidados indispensáveis ao processo de desenvolvimento da mesma. Estes cuidados possuem dois grandes pilares: a prevenção e a educação em saúde. Essas duas linhas sempre estarão interligadas, daí a assertiva de que a puericultura é fundamentalmente a pediatria preventiva.Outro ponto central é a abordagem das doenças do adulto com raízes na infância e, portanto, preveníveis desde a infância. Um dos exemplos dessa abordagem é o baixo peso ao nascer como fator de risco para doenças circulatórias, diabetes e obesidade. A puericultura efetiva-se pelo acompanhamento periódico e sistemático das crianças para avaliação de seu crescimento e desenvolvimento, vacinação, orientações aos pais e/ou cuidadores sobre a prevenção de acidentes, aleitamento materno e orientação alimentar no período do desmame, higiene individual e ambiental, assim como pela identificação de distúrbios do desenvolvimento, com vistas à intervenção precoce efetiva e apropriada. A avaliação periódica da saúde da criança permite o acompanhamento do progresso individual, identificando aquelas de maior risco de morbimortalidade, sinalizando o alarme precoce para a desnutrição e a obesidade, causa básica da instalação ou do agravamento da maior parte dos problemas de saúde infantil. Esse acompanhamento também possibilita o incentivo ao aleitamento materno, a orientação adequada da introdução da alimentação complementar, assim prevenindo problemas comuns durante o primeiro ano de vida. MAYRA MAISA – 3º PERÍODO UNIFG Atualmente já é consenso que a primeira atividade de puericultura é a consulta pré- natal, que deve ser realizada com ambos os pais, de preferência no último trimestre gestacional. Neste primeiro contato com o pediatra, serão abordadas questões relativas à saúde da mãe durante a gestação, aos antecedentes de saúde dos pais e às possíveis implicações que isso poderá trazer à saúde da criança, além de fornecer orientações relativas à amamentação, ao sono do bebê, aos cuidados de higiene e bem- estar e à segurança da criança no transporte e no domicílio. Estes temas serão tratados de forma especial na consulta pré-natal, preparando os futuros pais para receberem a criança mais seguros e confiantes. Cabe ao pediatra o papel de auxiliar na identificação de situações de risco para a saúde do bebê e orientar sobre o melhor cuidado a ser oferecido. A alimentação é um dos determinantes mais importantes da nossa saúde e, nos primeiros anos de vida, tem uma importância ainda maior. A alimentação na infância tem um papel determinante no crescimento e desenvolvimento das crianças e é neste período que se moldam os nossos gostos e preferências alimentares e que programamos a nossa saúde futura. A alimentação deve ser baseada na Roda dos alimentos portuguesa, incluindo diariamente alimentos dos sete diferentes grupos, com as porções diárias adequadas à criança. • Cereais e derivados, tubérculos (4 a 5 porções); • Fruta (3 a 4 porções); • Hortícolas (3 a 4 porções); • Lacticínios (2 a 3 porções); • Carne, Pescado e ovos (1,5 a 2 porções); • Leguminosas (1 porção); • Gordura e óleos (1 porção). A sua importância vai além do papel social, cultural e afetivo. A alimentação tem a função de fornecer todos os nutrientes e energias necessárias para um bom crescimento e desenvolvimento da criança. A nutrição adequada é essencial desde o inicial da vida, proporcionando qualidade de vida e prevenindo doenças. A alimentação inapropriada da mãe afeta diretamente a criança, desde o inicio da vida e ao longo, sendo mais propicias a desenvolver doenças durante a fase adulta. Independente do peso, o rápido ganho de peso nos bebes durantes os primeiros meses, pode ser influente para aumento de peso e obesidade. A maioria dos bebes não são alimentados com leite materno exclusivo até o período correto, afetando de forma significativa. A alimentação adequada desde os 2 anos ou mais contribui para o desenvolvimento benéfico das crianças, em todo o âmbito pessoal da sua vida. Atualmente, 44 milhões de crianças com menos de cinco anos estão acima do peso ideal. No Brasil, segundo o IBGE, cerca de um terço da população entre cinco e nove anos sofre do mesmo mal, e os números devem continuar subindo. Isso se deve, principalmente, ao estilo de vida e aos hábitos alimentares. As crianças estão consumindo, cada vez mais, alimentos altamente calóricos e pobres em vitaminas e minerais e estão mais sedentárias, devido ao aumento de tempo na TV, computadores e videogames, e MAYRA MAISA – 3º PERÍODO UNIFG consequentemente, reduzem as atividades físicas. Para ajudar no planejamento alimentar dos pequenos, as nutricionistas da Coordenação Técnica de Nutrição do Instituo Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) Fernanda Simões, Marcela Knibel, Daniele Marano, Giovana Salgado e Mirian Gomes dão dicas importantes para uma alimentação saudável Existem inúmeras causas associadas à obesidade em crianças e adolescentes, dentre elas, se destaca a alimentação inadequada desde o primeiro ano de vida. O tempo de aleitamento materno exclusivo (sem água, chá e/ou outro leite) está abaixo do recomendado no Brasil. Isso faz com que a alimentação complementar ocorra de forma precoce e incorreta, com a introdução de farinhas, açúcares e leite de vaca integral, antes do tempo. Outras causas seriam: hábitos alimentares inadequados da família (ausência do café da manhã, baixo consumo de frutas, legumes, entre outros), servindo de mau exemplo às crianças; a disseminação da alimentação fast-food, rica em gorduras e calorias, levando à substituição de refeições importantes por lanches pouco nutritivos e o aumento do sedentarismo. O principal dano da obesidade é o desenvolvimento precoce de doenças crônicas, como as doenças cardiovasculares, diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial, dislipidemia e alterações hepáticas, doenças, normalmente observadas em adultos, a partir dos 50-60 anos. Além disso, o dano psicológico causado pelo excesso de peso pode trazer transtornos graves para crianças e adolescentes, como depressão, vergonha da autoimagem corporal, baixo nível de autoestima, não aceitação social e consequente isolamento social. Os primeiros mil dias de vida do bebê são os mais importantes. Portanto, desde a gestação à fase inicial, a alimentação adequada determinará a saúde, o crescimento e o desenvolvimento dessa criança. A alimentação materna rica em gorduras e açúcar ou a privação alimentar na gravidez pode estar relacionada com o desenvolvimento da obesidade da criança que ainda vai nascer. A amamentação exclusiva até o sexto mês de vida é essencial e um fator benéfico na prevenção da obesidade. A introdução de fórmulas infantis nesta fase só é indicada em situações específicas e oferecer corretamente uma alimentação complementar a partir dos seis meses é decisivo para que bons hábitos sejam incorporados. A alimentação adequada inclui uma boa distribuição entre os grupos alimentares compostos por cereais e hortaliças C (batata, aipim, cará, inhame); legumes e verduras; frutas; leite e derivados; carnes e ovos; leguminosas ou feijões. Além disso, minimizar o consumo de açúcares, doces e gorduras “ruins”, como as saturadas. Os pais devem oferecer alimentos saudáveis, ensinar os bons hábitos alimentares, estimular a manutenção a longo prazo desses hábitos, mas também os inserir nas próprias vidas, para servirem de exemplo. Isto vale não só para os pais, mas para qualquer pessoa que seja responsável pela criação da criança. Cabe ao responsável também observar problemas existentes e sinalizar para os profissionais, como o pediatra e o nutricionista, para que eles sejam corrigidos rapidamente. De modo geral, não tocar no assunto não é solução. A abordagem deve ser realizada com equilíbrio e delicadeza para não afastar a criança do tratamento. É de extrema importância a atuação do nutricionista nesta etapa, para tornar a dieta mais agradável ao olhar da criança, fornecendo um cardápio com receitasapetitosas, pouco calóricas e nutritivas, o que favorecerá a adesão ao tratamento. Além disso, é necessário que a criança receba estímulo, através de mensagens positivas para elevar a sua autoestima e a segurança de si mesma. Sendo assim, a ajuda de um psicólogo é adequada. Cultivar hábitos saudáveis em casa e dar o exemplo aos filhos também são importantes. De modo geral, não. A indicação para o uso de fármacos se refere aos casos em que são detectadas situações de agravo à saúde que tem influência direta do ganho de peso e MAYRA MAISA – 3º PERIODO UNIFG precisam ser tratadas paralelamente ao processo de reeducação alimentar. O tratamento da obesidade em crianças implica mudanças dos hábitos de vida, ou seja, introdução de exercício físico regular, juntamente com a reeducação alimentar. Quando a causa da obesidade infantil for endócrina, o tratamento será indicado por um médico endocrinologista. Inicialmente, a alteração no ganho de peso pode ser observada nas consultas regulares com o pediatra através da análise do peso, estatura e Índice de Massa Corporal (IMC) inseridos nas curvas de crescimento da Organização Mundial da Saúde (OMS) presentes no cartão da criança. A depressão e o isolamento social decorrentes do excesso de peso da criança também são uma grande preocupação. As crianças que não querem mais realizar atividades comuns à infância (ir à escola, à piscina, ao clube, brincar com os amigos e ir à praia) e preferem ficar em casa, jogando videogame, vendo televisão ou mexendo no computador. A Primeira Infância é um período fundamental para o desenvolvimento, em todos seus domínios - cognitivo, afetivo-social e psicomotor. O desenvolvimento infantil é um processo em que fatores intrínsecos à criança, relacionados à sua herança genética, interagem com fatores biológicos e fatores ambientais. O contexto ambiental que a criança vivencia exerce importante papel no desenvolvimento infantil, com destaque para o ambiente familiar, Cabe aos pais prover necessidades básicas como afeto, alimentação, condições adequadas de higiene e saúde, segurança, além de promover ambiente estimulante para o desenvolvimento. infantil. Ainda, são eles que transmitem aos filhos valores culturais e educacionais, que dão suporte as demandas de adaptação social, Além da casa, cada vez mais se tem destacado a influência de ambientes educacionais no desenvolvimento infantil, pois, com a maior participação da mulher no orçamento familiar, as crianças têm ido cada vez mais cedo para creches, onde passam de 4 a 12 horas diárias. Embora ainda pouco estudado, outro ambiente que pode exercer influência direta ou indireta no desenvolvimento da criança é a vizinhança onde a família reside, Segundo Kohen et al. (2008), nos primeiros anos de vida a exposição direta da criança à vizinhança é limitada, mesmo assim, há evidências de associação entre a influência das condições socioeconômicas da vizinhança e o desenvolvimento infantil nesse período. Em relação aos problemas mentais infantis, estima-se que 10% a 20% das crianças no mundo apresentem um transtorno psiquiátrico, o que o coloca entre as cinco principais causas de doença acima de cinco anos de idade. Apesar do conhecimento sobre taxas, etiologia e tratamento da psicopatologia infantil ter avançado muito nos últimos anos no cenário internacional, no Brasil há escassez de estudos. Dentre os problemas de comportamento mais estudados estão os problemas emocionais (por exemplo, depressão e ansiedade), os comportamentais (a exemplo da agressividade) e as dificuldades de atenção. Esses problemas de saúde mental estão intimamente relacionados à capacidade de lidar e responder à demanda do mundo externo, à sua competência social. Na infância, a relação com amigos na escola e o desempenho acadêmico são expressões mais relevantes da competência social de uma criança. O desenvolvimento de habilidades sociais é crucial, especialmente nas fases pré-escolar e escolar, quando a criança começa a ampliar as redes sociais e despender maior tempo fora de casa. A competência social auxilia o estabelecimento de relações estáveis e positivas com pares, além de ser preditora de ajustamento atual e MAYRA MAISA – 3º PERIODO UNIFG futuro da criança e de ausência de psicopatologias. Crianças oriundas de famílias em desvantagem socioeconômica, inclusive em gerações anteriores, tendem a começar suas vidas com “pobre plataforma de saúde”. Este fenômeno social e multidimensional varia de acordo com os sistemas políticos, econômicos, sociais e culturais. Apesar de existirem várias medidas de aferição, é difícil mensurar tal fenômeno principalmente pelo fato de se ter como fonte de correlação o desenvolvimento humano. Isto prejudica sua capacidade de se beneficiar de avanços sociais e econômicos e resultam em maiores problemas de saúde ao longo da vida,20 dos quais fazem parte os problemas de comportamento e aquisição de competência social. Estimulação qualificada e cuidado do ambiente social em que a criança vive, tanto no entorno mais próximo como em outros grupos sociais, afetam sobremaneira o seu desenvolvimento. Desnutrição é um estado patológico causado pela falta de ingestão ou absorção de nutrientes. Essa doença é responsável por um terço das mortes infantis de cada ano. Entre as mais comuns faltas de nutrientes estão: glicose, proteínas, ferro, iodo e deficiência de vitamina A. É mais comum em países subdesenvolvidos, mas em qualquer lugar pode ficar desnutrido. Mesmo pessoas que parecem gordinhas podem sofrer com a falta de nutrientes em seu corpo. Classificação: ❖ Desnutrição primária: causada por dieta inadequada, sendo uma desnutrição cuja única causa é a falta de nutrientes na alimentação. ❖ Desnutrição secundária: causada por alguma coisa externa à alimentação. Como parasitas e doenças que deixam o corpo com dificuldade de absorção dos nutrientes. ❖ Desnutrição e obesidade: apesar de parecer que a desnutrição e o excesso de peso são opostos, não é real. É possível haver desnutrição e obesidade ao mesmo tempo. Tipos: ❖ Kwashiorkor: Carência de proteínas. ❖ Marasmo: Carência de calorias. ❖ Kwashiorkor-marasmático: Forma mista, existe falta de fontes energéticas e proteínas. Pode ser dividida em três fases: leve, moderada e grave. Desnutrição crônica – Na desnutrição crônica, a criança sofre com problemas no crescimento (nanismo). Os mecanismos desencadeadores são os agravos para tal doença, e dentre elas, estão: desmame precoce, alimentação pobre nutricionalmente, infecções intestinais com sintomas de diarreia e vômito, problemas no sistema gastrointestinal como doença de Crohn e doença celíaca, transtornos alimentares como anorexia e bulimia. Em crianças, a desnutrição pode comprometer o desenvolvimento mental e físico. Nos casos mais graves pode levar até a morte. O crescimento como aumento do tamanho corporal e, portanto, ele cessa com o término do aumento em altura (crescimento linear). De um modo mais amplo, pode-se dizer que o crescimento do ser humano é um processo dinâmico e contínuo que ocorre desde a concepção até o final da vida, considerando- se os fenômenos de substituição e regeneração de tecidos e órgãos. É considerado como um dos melhores indicadores de saúde da criança, em razão de sua estreita dependência de fatores ambientais, tais como alimentação, ocorrência de doenças, cuidados gerais e de higiene, condições de habitação e saneamento básico, MAYRA MAISA – 3º PERIODO UNIFG acesso aos serviços de saúde, refletindo assim, as condições de vida da criança, no passado e no presente. O planejamento familiar, a realização de uma adequada assistência pré-natal, ao parto e ao puerpério,as medidas de promoção, proteção e recuperação da saúde nos primeiros anos de vida são condições cruciais para que o crescimento infantil se processe de forma adequada. O acompanhamento do crescimento tem como objetivos promover o processo de crescimento para que se dê na plenitude do potencial da criança; sinalizar precocemente anormalidades, propiciando uma intervenção imediata nos casos de desvio, impedindo o progresso de agravos já instalados. Para o acompanhamento e avaliação do crescimento é necessária a tomada de medidas do tamanho do corpo, ou seja, medidas antropométricas. As medidas antropométricas básicas são o peso, estatura (comprimento ou altura) e o perímetro cefálico. O peso foi um índice priorizado no nível de atenção básica de saúde por ser de fácil aferição e também porque a sua variação pode refletir, de uma forma rápida, diversos tipos de problema que possam estar afetando a saúde da criança. Já o ganho de estatura é relativamente lento, e a diminuição da velocidade em relação ao ganho de peso pode refletir problemas crônicos. A medição do perímetro cefálico deve ser feito, prioritariamente, nas crianças de 0 a 24 meses, tendo em vista que esse período é o de maior crescimento pós-natal da cabeça e cérebro. É importante saber que a antropometria é um dos componentes da avaliação clínica, mas não deve ser utilizada de maneira isolada para diagnóstico e/ou acompanhamento de puericultura. A avaliação do crescimento deve ser realizada periodicamente. O MS preconiza pelo menos sete consultas no primeiro ano de vida (iniciando-se na primeira semana de vida), duas consultas no 2º ano e uma consulta por ano até os dez anos. A coleta das medidas antropométricas deve ser realizada com metodologia padronizada, com pessoal capacitado, com instrumentos de boa qualidade e calibrados e que a criança a ser medida esteja na posição certa para a leitura. Alguns procedimentos devem ser realizados como: antes da pesagem tarar a balança, as crianças devem ser pesadas sem roupa. A medição do comprimento da criança menor de dois anos é feita com a criança deitada, utilizando-se um antropometria horizontal, enquanto que a medição da altura da criança maior de dois anos é feita com a criança em pé, utilizando-se a balança-plataforma ou o antropometria vertical. Após a coleta das medidas, relacioná-las com os valores de referência: peso para a idade, estatura para a idade (comprimento ou altura), perímetro cefálico para a idade e índice de massa corporal (IMC=P/E2) e verificar se os valores encontrados estão dentro dos limites estabelecidos como normais. Para isso se faz necessária a utilização de padrões de referência. Em 2006 e 2007, a OMS lançou as novas curvas de crescimento como referência internacional para o crescimento de crianças de 0 a 5 anos e de 5 a 19 anos, consecutivamente. O MS adotou as novas curvas de crescimento, e elas se fazem presentes na Caderneta de Saúde da Criança, com nova edição lançada em 2009. A análise dos parâmetros antropométricos de uma criança deve ser feita levando-se em conta a variabilidade individual em uma população saudável. Isso faz com que o melhor critério para a normalidade seja um intervalo de valores situados entre o escore Z 2 e o escore Z -2. O escore Z é a terminologia mais atual utilizada para representar a variabilidade de um determinado parâmetro entre indivíduos e representa a distância, medida em unidades de desvio padrão, que os vários valores daquele parâmetro podem assumir na população em relação ao valor médio. Várias medidas de crescimento colocadas como pontos no gráfico ao longo do tempo e unidas entre si formam uma linha. Esta linha representa o canal de crescimento da criança, que sinaliza se a criança está crescendo adequadamente ou não. A curva de MAYRA MAISA – 3º PERIODO UNIFG crescimento de uma criança que está crescendo adequadamente tende a seguir um traçado paralelo ao escore Z O, que na Caderneta da Criança representa a linha verde. Qualquer mudança rápida nessa tendência (desvio da curva para cima ou para baixo) deve ser investigada para determinar a causa e orientar a conduta. O crescimento é um processo e não uma qualidade estática, por isso, ao se avaliar o crescimento de uma criança, é fundamental a realização de uma boa anamnese, incluindo a história da gestação, o pré-natal, condições do nascimento, tipo de parto, tempo de gestação e peso ao nascer. Sendo assim, é importante acompanhá-lo desde o momento da concepção, pelo obstetra, e do nascimento até o final da adolescência pelo pediatra. É importante realizar a correção para vários fatores na representação e interpretação dos gráficos de crescimento, incluindo as crianças prematuras e aquelas com retardo do crescimento intrauterino (RCIU). Crianças geneticamente grandes nascidas de mães pequenas apresentam peso de nascimento mais baixo, como crianças geneticamente pequenas nascidas de mães grandes apresentam peso de nascimento mais alto. Sendo assim, ao longo dos 18 meses de vida muitos bebês podem mudar seu canal de crescimento para comprimento e altura, mesmo sem a ocorrência de patologias ou alterações na nutrição. O desenvolvimento neuropsicomotor se dá no sentido craniocaudal, portanto, em primeiro lugar a criança firma a cabeça, a seguir o tronco e após os membros inferiores. A maturação cerebral também ocorre no sentido póstero-anterior, portanto, primeiro a criança fixa o olhar (região occipital), a seguir leva a mão aos objetos, etc. Sendo as seguintes etapas para tal desenvolvimento: Estágio sensório-motor, que vai do nascimento aos 2 anos de idade; Estágio pré-operacional, que se estende dos 2 anos até os 6 ou 7; Estágio operatório-concreto, dos 6 ou 7 anos até os 11 ou 12; e. estágio lógico-formal, dos 12 anos em diante. A avaliação do desenvolvimento deve ser baseada nos marcos definidos pela escala de desenvolvimento Denver II. Deve-se avaliar o desenvolvimento social, motor e linguagem. Desenvolvimento social: • Olhar o examinador e segui-lo em 180º = 4 meses • Sorrir espontaneamente = 2 meses • Leva mão a objetos = 5 meses • Apreensão a estranhos = 10 meses • Dar tchau = 14 meses • Bater palma = 11 meses • imita atividades diárias = 16 meses Desenvolvimento Motor: • Sustento cefálico = 4 meses • Sentar com apoio = 6 meses • Sentar sem apoio = 7 meses • Pinça superior = 10 meses • Em pé com apoio = 10 meses • Andar sem apoio = 15 meses Desenvolvimento da Linguagem ❖ Lalação = 6 meses ❖ Primeiras palavras = 12 meses ❖ Palavra frase = 18 meses ❖ Junta duas palavras = 2 anos ❖ Frases gramaticais = 3 anos É um sistema de informação que visa descrever e predizer de maneira contínua, tendências das condições de nutrição e alimentação de uma população, e seus fatores determinantes, com fins ao planejamento e avaliação dos efeitos de políticas, programas e intervenções. MAYRA MAISA – 3º PERIODO UNIFG O SISVAN TEM COMO OBJETIVOS: descrever o estado nutricional da população com particular referência a subgrupos que são identificados como estando sob risco, permitindo o conhecimento do problema nutricional; prover informação que irá contribuir para a análise das causas e fatores associados possibilitando uma seleção de medidas preventivas e/ou educativas que poderão ser ou não nutricionais; permitir predições a serem feitas com base na consolidação e análise dos dados a fim de indicar a evolução provável dos problemas nutricionais; acompanhar e monitorar o estado nutricional da população atendida em Unidades Básica de Saúde e/ou Programa Saúde da Família; monitorar programas e políticas públicas no contexto da alimentação e nutrição, e avaliar sua efetividade. No contexto do setor saúde, o SISVAN contempla quatro eixos interligados: SISTEMA: Padronização de atividades, isto é, tarefas organizadasde receber, tratar, analisarem dados e informações para devolvê-los à rede do Sistema Único de Saúde (SUS) e à sociedade, retro alimentando os setores responsáveis pelo planejamento, gestão e controle social dos programas e políticas públicas. VIGILÂNCIA: Engloba quaisquer atividades rotineiras e contínua de coleta, processando, análise e interpretação dos dados: recomendação de medidas de controle apropriadas: promoções das ações de controle indicadas; ava0liação da eficácia e efetividade das medidas adotadas; e divulgação de informações pertinentes. ALIMENTAR: Envolve os aspectos relativos à promoção de práticas alimentares saudáveis e à prevenção e ao controle dos distúrbios alimentares e de doenças associadas à alimentação. NUTRICIONAL: Considera o estado nutricional de coletividades como resultante do equilíbrio entre o consumo alimentar e a utilização biológico e sua estreita relação com o estado de saúde. ▪ Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A. ▪ Programa Nacional de Suplementação de Ferro. ▪ Programa Bolsa Família. https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neuropediatria-conteudo-didatico/desenvolvimento-neuropsicomotor#desenvSocial https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neuropediatria-conteudo-didatico/desenvolvimento-neuropsicomotor#desenvMotor https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neuropediatria-conteudo-didatico/desenvolvimento-neuropsicomotor#desenvLinguag https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neuropediatria-conteudo-didatico/desenvolvimento-neuropsicomotor#desenvDesenho https://www.saude.mg.gov.br/sisvan/programa-nacional-de-suplementacao-e-nutricao https://www.saude.mg.gov.br/sisvan/programa-nacional-de-suplementacao-e-nutricao https://www.saude.mg.gov.br/sisvan/programa-nacional-de-suplementacao-de-ferro https://www.saude.mg.gov.br/sisvan/programa-nacional-de-suplementacao-de-ferro https://www.saude.mg.gov.br/sisvan/programa-bolsa-familia-condicionalidades-da-saude
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