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AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA avaliação pré-anestésica Introdução · O objetivo da anestesia é proteger o paciente de uma reposta adaptativa (neuroendócrino metabólica) · As respostas adaptativas são: · Taquicardia · Hipertensão · Hipercoagulabilidade · Insuficiência renal · Aumento do metabolismo: consumo de proteínas e pior cicatrização · Alteração de imunidade: mais infecções · A avaliação pré-anestésica é a obtenção de múltiplas informações do paciente de forma objetiva, dirigida por sistemas, através da revisão do prontuário médico, anamnese, exame físico e exames complementares (quando necessário) · Doenças de base: controladas? Medicamentos? Lesão de órgão alvo? · O paciente precisa estar nas melhores condições possíveis para ser submetido a cirurgia proposta (risco x benefício) para reduzir morbimortalidade Objetivos · Captar a confiança do paciente · Explicar toda a jornada cirúrgica do paciente antes · Redução da ansiedade e do estresse, consequentemente reduzindo a resposta adaptativa · Determinar sua condição física, exames complementares e interconsultas necessárias · Estimar o risco anestésico-cirúrgico do procedimento · Escolher a anestesia · Obter o termo de consentimento informado Sistema cardiovascular · Infarto do miocárdio é a complicação mais comum · Lesão miocárdica após cirurgia não cardíaca (alteração de troponina) – incidência de 8% Complicações cardíacas perioperatórias · Oclusão da artéria coronária · Reação inflamatória · Ruptura de placa · Ativação de leucócitos · Hipercoagulabilidade · Isquemia miocárdica prolongada · Aumento do consumo de oxigênio (VO2) no miocárdio, resultando em um aumento da atividade simpática · Taquicardia · Dor · Drogas simpaticomiméticas · Diminuição da oferta de oxigênio (DO2) no miocárdio · Hipotensão · Vasoespasmo · Anemia · Hipoxia Avaliação de risco cardíaco para cirurgias não cardíacas · Passo 1 · Cirurgia de urgência – centro cirúrgico · Passo 2 · Condição cardíaca ativa – cardiologista · Eminência de infarto · Angina · Infarto prévio · ICC descompensada · Arritmia significativa · Doença valvar grave (ex: estenose aórtica) · Passo 3 · Cirurgia de baixo risco – opera · Cirurgia superficial · Cirurgia de alto risco – vai para o passo 4 · Passo 4 · > 4METs sem sintomas (consegue subir um lança de escada sem sentir dor no peito/falta de ar) · Se conseguir vai para a cirurgia OBS: Nosso organismo consome 3,5ml/kg/min em estado basal (proporcional à quantidade de exercício que fazemos) = MET · Passo 5 · < 4METs ou não avaliado e for fazer uma cirurgia de risco intermediário · Passo 6 · Fatores de risco clínico · História de doença cardíaca isquêmica · História de ICC descompensada · Avaliação de risco adicional (< 3 fatores de risco clínico) · Eletrocardiograma · Ecocardiograma · Se o paciente tiver mais de 3 fatores de risco clínico vai para o cardiologista Sistema respiratório · A complicação de sistema respiratório pode impactar até 10 anos depois da cirurgia · Anestesia · Atelectasia (redução do volume pulmonar) e desabamento dos alvéolos · Diminuição da complacência pulmonar · Aumento do trabalho ventilatório · Broncodilatação ou broncoconstrição · Diminuição da depuração ciliar de muco · Diminuição de resposta ventilatória à hipercapnia e hipoxemia · Diminuição da vasoconstricção pulmonar hipoxica (inalatórios) · Condição fisiológica · Anestesia inibe essa vasoconstricção = shunt Fatores de risco Paciente · Idosos · DPOC · Apneia · Obesidade · IC · Tabagismo Procedimento · Sítio cirúrgico · Duração do procedimento · Técnica anestésica · Geral é pior do que regional · Parâmetros de ventilação · Urgência Score de ARISCAT · Baixo risco: < 26 pontos · Risco moderado: 26 – 44 pontos · Alto risco: > 44 pontos Estratégias para redução de risco · Tabagismo: parar 8 semanas · Escolha da anestesia · Minimizar o uso de opioides · Evitar sedação no pós-operatório · Reversão do bloqueio neuromuscular · Se houver bloqueio de plexo braquial, reduzir o volume de anestésico local (cúpula diafragmática sobe) · Ventilação mecânica protetora com baixo volume corrente · Paciente normal: 8ml/kg e pressão acima de 30cmH2O · Fazer a ventilação para o peso ideal · Homem: altura – 1 metro · Mulher: altura – 1,5 metro Medidas no pós-operatório · Remover sondas · Cabeceira elevada – 30° · Analgesia adequada · Deambulação precoce · Fisioterapia respiratória · Evitar balanço hídrico positivo (hiper-hidratação) Metabolismo Manejo pacientes diabéticos · Tempo de jejum curto (paciente diabético é sempre o primeiro do dia a ser operado) · Evitar medicações com efeito contrarregulador da insulina (ex: corticoide) · Suspender as medicações para diabetes · Hipoglicemiante oral · Metformina (suspender 3 dias antes) · Insulina (reduzir a dose de 30 a 50% no dia da cirurgia) · Análogos da GLP1 · Monitorizar frequentemente a glicemia capilar no pós-operatório · Reintroduzir alimentação assim que possível para combater o estado catabólico · Reconciliação medicamentosa antes da alta hospitalar Vias aéreas · 37% das intercorrências em anestesia são por causa de manuseio de via aérea Anamnese · Ronco · Apneia · Dispneia · Alteração anatômica em face/cabeça/pescoço Exame físico · Inter incisivos > 3cm · Tireo-mento > 5cm · Protrusão voluntaria da mandíbula pois há uma subluxação durante a intubação · Espaço submandibular · Flexão e extensão do pescoço · Largura do pescoço: preditor mais sensível para a dificuldade de intubação · Mallampati: avalia a proporção da língua em relação à cavidade oral (palato mole e úvula) · Classificação de Cormack-Lehane · Classificação do posicionamento das cordas vocais · Classe I – IV Exames laboratoriais · Não devemos pedir exame de rotina, pois em pacientes assintomáticos, não contribuem e modo importante para a avaliação e manuseio · Sempre pedir exames selecionados de acordo com o paciente e com o corte da cirurgia Jejum · Recomendação para adultos ou crianças · Líquido sem resíduos = 2h · Leite materno = 4h · Leite não humano = 6h · Alimentos leves = 6h · Alimentos com gordura ou carne = 8h Encurtamento de jejum · Maltodextrina 12,5% · Reduz a resistência insulínica e melhora o estado catabólico pós-cirurgia · 400mL 6 horas antes da cirurgia · 200mL 2 horas antes da cirurgia Medicações em uso · Anti-hipertensivos: não suspender nem no dia da cirurgia · Antidiabéticos · Hipoglicemiante oral · Metformina (suspender 3 dias antes) · Insulina (reduzir a dose de 30 a 50% no dia da cirurgia) · Análogos da GLP1 · Anticoagulantes · Derivados da IMAO – não suspender · Warfarinicos Classificação do estado físico (ASA) · ASA 1: hígido · ASA 2: doença sistêmica leve, sem limitações · ASA 3: doença sistêmica grave, com limitações (descompensada) · ASA 4: lesão de órgão alvo, muito descompensado – risco de morte · ASA 5: moribundo, sem expectativa de sobrevida nas próximas 24 horas · ASA 6: morte cerebral – doador de órgãos · E = emergência
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