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1 Clara Rêgo – 7° Semestre Manejo de Vias Aéreas CONCEITOS: • Vias aéreas superiores: nasofaringe + orofaringe + hipofaringe. Após esta já está a glote e a traqueia. • Maior causa que bloqueio de VA → queda de base de língua. • Quando uma pessoa perde a consciência, há relaxamento da língua causando obstrução de vias aéreas. • Dispositivos para manter VA pérvea podem ser divididos em básicos (leigos conseguem usar) e avançados (apenas profissionais de saúde). DISPOSITIVOS BÁSICOS: • Oxigenoterapia suplementar; • Manobras manuais; • Aspiração; • Dispositivos auxiliares de permeabilização – cânula orofaríngea (Gedel) ou cânula nasofaraíngea; • Bolsa-válvula-Máscara (Ambu). DISPOSITIVOS AVANÇADOS: só serão usados depois que o básico funcionar. • Dispositivos extraglóticos; • Intubação orotraqueal; • Intubação nasotraqueal; • Via aérea cirúrgica. • Estridor → som de obstrução de VA superior a nível de cordas vocais. • Causas de obstrução de VA: anafilaxia, MANTER VIA AÉREA PÉRVIA: A língua está ligada a mandíbula, então em casos de redução do nível de consciência, haverá relaxamento da língua e assim obstrução de via aérea. Para mantê-la pérvia, é necessário fazer: ➔ HIPEREXTENSÃO DO PESCOÇO : head tilt e chin lift. Não realizar essa manobra em casos de TRAUMA pelo risco de lesão medular. Obs: se melhora, mas permanece respiração ruidosa após hiperextensão do pescoço, provavelmente há queda de base da língua. Se a respiração não melhora, há alguma obstrução que não da língua, como um corpo estranho ou secreções e sangue. Se após manobra manual, permanência de respiração ruidosa, presença de secreção? Faz aspiração. Se corpo estranho? Retirada do corpo estranho. Obs2: a sonda de aspiração pode ser rígida ou flexível, em situação de emergência é melhor sonda rígida. ➔ JAW THRUST : usado no trauma para não mexer o pescoço. Polegares na região malar e os outros dedos no ângulo da mandíbula, de forma que há elevação da mandíbula. APÓS DESOBSTRUÇÃO DE VIA AÉREA → MANTER VA PÉRVIA: ➔ Dispositivo para manter via aérea pérvia: o Pacientes inconscientes: cânula de Guedel (ter atenção ao tamanho, então importante medir como na foto abaixo → região 2 Clara Rêgo – 7° Semestre anterior na comissura bocal e a posterior precisa chegar até o lóbulo da orelha). Obs: se paciente apresentar reflexo de vômito = está consciente, não usar Guedel. Obs2: Importante inspecionar se a VA está livre, para estar sem nenhum corpo estranho. Como colocar a cânula de Guedel? Inserir na VA com a parte posterior do Guedel para cima até encontrar o palato duro. Após girar 180° e encaixa na base da língua. Também é possível usar um abaixador de língua e inserir o guedel. Exceção: em crianças não encostar a cânula no palato. ➔ Nasofaríngea: será usado para pacientes que estão consciente. Mais usado no CC, não no trauma. ➔ Se secreção: sonda de ponta rígida. DEPOIS DE DESOBISTRUIR A VIA AÉREA, VAMOS OFERECER O2 OFERECER OXIGÊNIO SUPLEMENTAR PARA PACIENTE COM SINAL DE HIPOXIA DISPOSITIVOS: São divididos nos de oxigenação (para os pacientes que tem ventilação espontânea) e os dispositivos de ventilação (para pacientes com ventilação ausente ou insuficiente). Os de oxigenação são: cateter nasal, máscara de oxigênio simples, Venturi e mascara não reinalante. • Cânula nasal: administra concentrações baixas de O2. Fluxo mínimo = 1L/min (24%); fluxo máximo = 6L/min (44%). Geralmente não chega e nem se passa de 6L, pois alto fluxo causa lesões na mucosa nasal → por isso se necessário oxigênio > 44%, usar dispositivos de moderado fluxo. A principal indicação para cateter nasal é a hipoxemia leve com diminuição leve de SatO2 (92 a 94%). • Máscara simples: aumenta a FiO2 até 60%. Fluxo mínimo de 5L/min. Pode ser usada em casa. • Máscara de Venturi: moderado fluxo e concentração. Fluxo mínimo 4L/min e fluxo máximo 15L/min (50%).recomendada para fazer desmame de oferta de O2 ou quando necessário oferta exagerada como em DPOC. • Máscara facial não reinalante: alto fluxo e alta concentração – ar só de oxigênio. A oferta de O2 chega próximo aos 80%. Usada principalmente no trauma – quando intubação não esta indicada e em casos de hipoxemia moderada a grave que n foi revertida com cânula. o ESSA É SEMPRE A ESCOLHIDA NO TRAUMA. ASSEGURAR SUPORTE VENTILATÓRIO Se paciente não estiver respirando suficientemente, mesmo após oferta de oxigênio, vamos assegurar suporte ventilatório. • Dispositivo bolsa-válvula-máscara: o Pode ser usado com ou sem fonte de oxigênio. o Cada ventilação deve ser feita em 1 segundo. o Intervalo entre uma ventilação e outra de 6 segundos. o Atenção para distensão gástrica. IDENTIFICAR INEFICÁCIA DE DISPOSITIVO BÁSICO OU PIORA CLÍNICA DO PACIENTE Por exemplo, uma paciente com hipóxia que passa a ficar sonolenta, sem conseguir se sentar e apresentando respiração ruidosa → depressão do SNC por acúmulo de CO2. Investigar e intervir! 3 Clara Rêgo – 7° Semestre INDICAÇÕES DE VIA AÉREA AVANÇADA. • Falha dos outros métodos em manter a via aérea pérvia; • Parada cardiorrespiratória; • Dificuldade em manter uma boa oxigenação e ventilação; • Escore de coma de Glasgow < /= 8; • Piora neurológica; • Risco de obstrução das vias aéreas superiores; • Risco de aspiração para vias aéreas; • Queimadura que ameaçam as vias aéreas; • Lesões por inalação; • Quadros tóxicos metabólicos graves. Obs: “se paciente aceitou guedel, merece tubo”. SE CHEGO NO D E O PACIENTE ESTÁ COM REBAIXAMENTO DE CONSCIÊNCIA, O PACIENTE PRECISA DE VIA AÉREA DEFINITIVA PARA PROTEÇÃO DE VA, NÃO É POR NECESSIDADE DE O2. VIA AÉREA AVANÇADA: ➔ Via aérea definitiva: precisa ter cânula na traqueia, balonete insuflado, fixado, fonte de oxigênio, ventilador com pressão positiva. Se não tiver uma desses, não é VA definitiva. o Intubação orotraqueal ou nasotraqueal; o Via aérea cirúrgica. ➔ Via aérea extraglótica: máscara laríngea e tubo mono lúmen. SEQUÊNCIA RÁPIDA DE INTUBAÇÃO = 7 P’s (essa é a feita na emergência, dentro de centro cirúrgico é um pouco diferente). 1. Preparação (MOVE, equipamentos e medicações (SEDATIVO E BLOQUEADOR NEUROMUSCULAR) já preparados); 2. Pré-oxigenação; o Na emergência recomenda-se não ventilar o paciente, apenas se saturação < 93%. Isso evita insuflação do abdome.... o Importante oferecer oxigênio antes da intubação por mínimo 3 minutos antes da indução hipnótica, com objetivo de saturar pulmão e tecidos com bastante oxigênio. o Podem ser feitas com bolsa-válvula-máscara (apenas acoplar no rosto, deixando o paciente respirar sozinho) ou com máscara reinalante. 3. Pré-intubação (otimização) = estabilização clínica (reposição volêmica, depressão torácica, DVA – droga vasoativa para otimização de DC e circulação sistêmica). 4. Paralisia após indução de amnésia → administrar em bolus o hipnótico e bloqueador muscular. 5. Posição: hiperextensão do pescoço. 6. Prova (confirmação): ausculta (primeiro ponto de ausculta é o epigástrio), expansibilidade do tórax, embaçamento do tubo, mudança de cor da pele. Além desse podemos usar a oximetria para provar. 7. Pós-intubação: estabilização clínica, então reavaliação, ventilação mecânica, exames laboratoriais e de imagem... FALHA NA INTUBAÇÃO Há falha quando: três tentativas de IOT falhadas OU não mantem saturação > 93%. PEDIR AJUDA É ESSENCIAL. ➔ Máscara laríngea: não é uma via aérea definitiva, por não chegar na traqueia. Mas pode ajudar em uma situação dessa até conseguir uma via aérea definitiva. ➔ Tubo laríngeo: também não é definitiva. Não é usado na prática. ➔ Via aérea cirúrgica: é a última opção. Se não consegue nenhuma via aérea definitiva, vamos pra ela: o CRICOTIREOIDOSTOMIA CIRÚRGICA : incisão é feita entre a cartilagem tireóide e cricóide. Obs: a traqueostomia não é feita na emergência. AVALIAÇÃODA NECESSIDADE DE INTUBAÇÃO: 4 Clara Rêgo – 7° Semestre Precisamos fazer as 4 perguntas para avaliar a necessidade de intubação: 1. O PACIENTE CONSEGUE PROTEGER VIA AÉREA? o Paciente que fala de forma clara, deglute normalmente = mantem VA pérvia. o Paciente que fala com dificuldade, apresenta secreções na orofaringe = indica que não protege bem VA. 2. HÁ FALHA DE VENTILAÇÃO OU DE OXIGENAÇÃO? Existem 3 mecanismos que influenciam nisso; o Obstrução de via aérea (corpo estranho, secreção...); o Má troca gasosa pelo parênquima pulmonar (doenças pulmonares como DPOC, asma ou outras doenças intersticiais pulmonares); o Doenças neuromusculares que não consegue manter ventilação adequada – como miastenia graves. o INDICADORES DE FALHA VENTILATÓRIA: taquipneia, estridor e respiração superficial. Obs: desenvolvimento de bradipneia ou eupneia indica piora. o Obs: nunca se deve aguardar exames laboratoriais para intubar em contexto de doença aguda. 3. QUAL A EVOLUÇÃO CLÍNICA ESPERADA DO PACIENTE? Pensando no possível agravamento que aquela doença irá trazer; o Grandes queimados e anafilaxia → intubação imediata pelo risco de mudança na anatomia glótica; o Lesão expansiva cervical ou de SNC, deterioração de anatomia e de VA → intubação precoce pelo risco de evolução perigosa. 4. QUAIS OS PRÓXIMOS PASSOS NO MANEJO DO PACIENTE? Pensando em pacientes que tem risco de não manter VA pérvia. o Pacientes que vão para o CC; o Setor de radiologia; o Pacientes que irão entrar em analgesia profunda ou grande doses de analgésico. PREFERÍVEL SEMPRE REALIZAR A INTUBAÇÃO MESMO QUE NÃO SEJA NECESSÁRIA, DO QUE COLOCAR PACIENTE EM RISCO POR ATRASO DA IOT.
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