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ADUBAÇÃO VERDE UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO” 15 de maio de 2014 HISTÓRICO 3000 anos a.C - gregos 1143-247 a.C - China Dinastia Chou 327-287 a.C. - Macedônia e Thessalia HISTÓRICO BRASIL: Primeiros relatos (D’Utra - 1919) IAC (1934 e 1958) - Projetos IAPAR (1973/1974) - Adubos Verde de Inverno Cerrado: Miyasaka (1967) HISTÓRICO Brasil: utilização e trabalhos científicos desde o inicio do século XX, porém nas décadas de 50 e 60 com a chegada dos adubos químicos foi abandonado, só retornando como pesquisa na década de 70 e consumo a partir da década de 80. Hoje a pesquisa esta bastante adiantada faltando a divulgação dos benefícios da adubação verde. Adubação verde é definida como prática conservacionista pela qual certas espécies de plantas são cultivadas e, a seguir, incorporadas ou mantidas na superfície do solo, em determinado estádio fenológico, com a finalidade de assegurar ou aumentar a capacidade produtiva do solo (CALEGARI et al., 1993). CONCEITO DE ADUBAÇÃO VERDE Consiste na utilização de determinadas e s p é c i e s d e p l a n t a s a p r e s e n t a n d o características peculiares, com finalidade de melhorar ou preservar as características físicas, químicas e biológicas do solo, de forma a contribuir para o incremento da produtividade do sistema (FANCELLI, 2004). CONCEITO DE ADUBAÇÃO VERDE • melhorar ou manter o potencial produtivo do solo em médio e em longo prazo; • controlar as erosões hídrica e eólica; • preservar o meio ambiente mediante uso r a c i o n a l d o s r e c u r s o s n a t u r a i s , principalmente, solo e água. OBJETIVOS DA ADUBAÇÃO VERDE • A espécie escolhida deve ser apta ao cultivo na época em que o produtor normalmente deixa suas terras em pousio; • Espécie escolhida não deve ser da mesma família das espécies econômicas; • A espécie escolhida deve ser capaz de se adaptar às condições de fertilidade das terras, a fim de potencializar a produção de massa vegetal. CARACTERÍSTICAS DESEJADAS NOS ADUBOS VERDES • Espécies de adubos verdes são cultivadas para serem decepadas, incorporadas ou não ao solo, antes de serem capazes de produzir e jogar ao solo sementes viáveis, evitando que se estabeleçam na área e dificultem o seu controle. • Deve concorrer minimamente em luz, água e nutrientes com a espécie comercial cultivada e, • Em casos de plantio consorciado, a espécie de adubo verde escolhida não deve ser trepadeira. CARACTERÍSTICAS DESEJADAS NOS ADUBOS VERDES CARACTERÍSTICAS DESEJADAS NOS ADUBOS VERDES Ø Produzir grande biomassa em pouco tempo. Ø Cobrir o solo com rapidez e eficiência. Ø Fixar N (leguminosas). Ø Ter uma alta afinidade com micorrizas, para melhorar o poder de inóculo do solo para a disponibilização do P “fixado”. Ø Ter sementes disponíveis e baratas, sendo fácil seu cultivo para obtenção de sementes. Ø Demandar pouca mão-de-obra e ser de fácil cultivo. Ø Não ser planta hospedeira das mesmas doenças e pragas das culturas agrícolas locais. CARACTERÍSTICAS DESEJADAS NOS ADUBOS VERDES Ø Possuir robusticidade e praticabilidade fitossanitária. Ø Possuir alta resistência a doenças. Ø Ser facilmente controlável, para não haver algum descontrole de população (tornando-se invasora, agressiva e indesejável). CARACTERÍSTICAS DESEJADAS NOS ADUBOS VERDES ADUBAÇÃO VERDE: FUNÇÕES EFEITOS DA ADUBAÇÃO VERDE NAS PROPRIEDADES DO SOLO EFEITOS QUÍMICOS Os efeitos promovidos pela adubação verde nas propriedades químicas do solo são bastante variáveis, dependendo de fatores como: v espécie utilizada; v manejo dado a biomassa; v época de plantio; v corte do adubo verde; v tempo de permanência dos resíduos no solo; v das condições locais. EFEITOS QUÍMICOS EFEITOS QUÍMICOS Ø Aumento no teor de MO do solo, ao longo dos anos, pela adição da fitomassa total e outros organismos; Ø Aumento na disponibilidade de macro e micronutrientes no solo, em formas assimiláveis pelas plantas; Ø Diminuição nos teores de Al3+ trocável (complexação). EFEITOS QUÍMICOS A decomposição e a mineralização da MO, principalmente das plantas leguminosas, trazem à camada do solo, exploradas pelas raízes das culturas subseqüentes, o N, o P, o Ca, o S e demais nutrientes, além de, através do húmus, conferir maior capacidade de troca catiônica (CTC) e assim diminuir a taxa de perdas por lixiviação de nutrientes (TANAKA, 1981). EFEITOS FÍSICOS Os efeitos dos resíduos dos adubos verdes ou de outras plantas nas características físicas do solo são função da qualidade e tipo do manejo dado ao material adicionado, bem como dos fatores climáticos e das características específicas do solo. EFEITOS FÍSICOS Características que sofrem influência dos resíduos: q estrutura, agregação; q capacidade de retenção de água; q a consistência; q a densidade; q a infiltração; q a porosidade; q a aeração e a condutividade elétrica. A presença de material orgânico no solo é d e t e r m i n a n t e n a a t i v i d a d e d o s microorganismos, bem como no seu montante populacional, uma vez que a matéria orgânica é fonte de energia para os organismos do solo. EFEITOS BIOLÓGICOS Ø aumento na presença de bactérias fixadoras de N; Ø aumento na presença de minhocas; Ø aumento no número de espécies de organismos que vivem no solo, levando a um equilíbrio natural, sem haver predominância de uma e s p é c i e q u e p o s s a c o m p r o m e t e r o desenvolvimento da cultura. EFEITOS BIOLÓGICOS Efeito de espécies de adubos verdes no controle de nematóides num latossolo vermelho- escuro (LE) de cerrado. P = Pratylenchus brachyurus; M = Meloydogyne javanica; D = Ditylenchus sp A = Aphelenchoides sp; AA = Aphelenchoides avena; T = Tylenchus sp; M = Macrosposthora; PT = Paratrichodorus minor; *aumento da população Fonte: Sharma et al. (1982). Molish (1937) - criou o termo alelopatia - organismo doador e organismo receptor → allelon = mútuo → pathos = prejuízo EFEITOS ALELOPÁTICOS Compreende os e fe i tos benéf icos e prejudiciais, provocados por um organismo (doador) sobre outro (receptor). EFEITOS ALELOPÁTICOS EFEITOS ALELOPÁTICOS Materiais que apresentam efeito supressor e/ou alelopático às diferentes invasoras • Alta porcentagem de P, K, Ca e N; • Fixação simbiótica do N da atmosfera, através da simbiose das bactérias do gênero Rhizobium, que se desenvolvem em suas raízes; LEGUMINOSAS • Plantas muito ricas em N, possuem uma relação C/N estreita, em torno de 12:1, • A fixação biológica é um processo onde ocorre a redução do N2 por ação da enzima nitrogenase, presente em microorganismos LEGUMINOSAS è Fixadores biológicos: • Azotobacter; • Clostridium; • Cianobactérias • Enterobactérias; • Bacillus LEGUMINOSAS è Quantidade de nitrogênio fixado pelas leguminosas depende: • Período vegetativo; • Espécies; • Condições do solo; • Clima; FIXAÇÃO BIOLÓGICA DO NITROGÊNIO è Exemplo: • Alfafa ou trevo - 0 a mais de 200 kg/ha/ano; • Leucena - 400 kg/ha/ano de N; • Mucuna preta - 157 kg/ha/ano; • Crotalária juncea - 155 kg/ha/ano; • Feijão de porco - 190 kg/ha/ano; • Guandu - até 280 kg/ha/ano. • Possuem uma relação C/N larga, como milho e sorgo; • Utilizados em consórcio ou em rotação com as leguminosas; • Diminuir a velocidade de decomposição do material vegetal adicionado ao solo, fazendo com que o material orgânico proteja o solo por mais tempo. GRAMÍNEAS Ø Resíduos com relação C/N alta resultam na perda elevada de C como CO2 (falta de N no solo), na pouca formação de húmus e na deficiência de N para