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Aula 4.1 Estrutura Cristalina 2ºQ - 2014 ESTO006-17 Materiais e suas propriedades Profa. Dra. Vânia Trombini Hernandes - Sala 711-1 E-mail: vtrombini@ufabc.edu.br Quando estiver lidando com materiais cristalinos, às vezes se torna necessário especificar algum plano cristalográfico de átomos ou uma direção cristalográfica. Foram estabelecidas convenções de nomenclatura onde 3 números inteiros ou índices são usados para designar direções e planos. A base para determinar valores dos índices é a célula unitária, com um sistema de coordenadas consistindo de 3 eixos (x, y e z) situados num dos cantos e coincidindo com as arestas da célula unitária Coordenadas em Células Unitárias ❖ As direções cristalográficas são usadas para indicar uma orientação específica em um cristal simples ou em um material policristalino. ❖ O conhecimento de como descrever as direções cristalográficas é de grande utilização em muitas aplicações. ❖ Os metais, por exemplo, deformam mais facilmente nas direções ao longo das quais os átomos estão em contato mais próximo (direções mais compactas). ❖ A notação usada para descrever essas direções é denominada índices de Miller. ❖ No sistema cúbico, as direções cristalográficas são obtidas a partir de seus componentes relativos aos três eixos cartesianos. Coordenadas em Células Unitárias Coordenadas em Células Unitárias Indicação de direções e planos envolve o estabelecimento de posições no cristal, e das suas coordenadas. Sistemas Cúbicos Coordenadas em Células Unitárias ❖ A geometria é definida em termos de seis parâmetros: Os comprimentos das três arestas do paralelepípedo (a, b e c); e os três ângulos entre as arestas ( α, β e ). Esses parâmetros são chamados: parâmetros de rede Para sistema cúbico a=b=c e α= β = = 900 possui o maior grau de simetria. O sistema cristalino está baseado na geometria da célula unitária, na forma do paralelepípedo. Cada eixo tem um comprimento que é medido pela aresta do cubo Coordenadas de pontos Sistema Cúbico de corpo centrado Principais posições (000) e ( 𝟏 𝟐 𝟏 𝟐 𝟏 𝟐 ) Indicação de direções e planos envolve o estabelecimento de posições no cristal, e das suas coordenadas. a) Eixos ortogonais x, y, z utilizados para localizar as posições dos átomos nas células unitárias cúbicas. (b) Posições atômicas na célula unitária CCC. Sistemas Cúbicos Coordenadas de pontos Determine as posições atômicas dos átomos da estrutura CFC. Exercício para entrega: dia 08/03 Direções Cristalográficas ❖Direção entre colchetes [ ] sem virgula. ✓Para determinar os índices da direção considera a projeção que ela faz sobre cada eixo. ✓Sempre a base no vetor vai estar na origem ou transladada. ✓Direção menores números inteiros se tiver fração usa a multiplicação. Definição: vetor entre dois pontos na célula unitária. Direções Cristalográficas Uma direção cristalográfica é definida como uma linha entre 2 pontos, ou um vetor. As seguintes etapas são utilizadas na determinação dos 3 índices direcionais: Direções Cristalográficas ✓ Transladar “vetor direção” de maneira que ele passe pela Origen do sistema de coordenadas. ✓ Determinar o comprimento da projeção do vetor sobre cada um dos 3 eixos de coordenadas; estes comprimentos são medidos em temos das dimensões da célula unitária a, b e c. ✓Multiplicar ou divididir esses 3 números por um fator comum, para reduzi-los aos menores valores inteiros; ✓ Representar a direção escrevendo os 3 números entre colchetes: [u v w], não separados por vírgulas. ✓ Os índices negativos são representados por uma barra sobre os mesmos Direções Cristalográficas O vetor, representado passa através da origem do sistema de coordenadas, portanto não é necessário qualquer translação. As projeções sobre os eixos x,y,e,z, são respectivamente a/2, b, 0c Determinar os índices para a direção indicada na figura abaixo (b) Direções Cristalográficas A determinação dos índices da direção pode ser feita considerando os acréscimos entre a posição inicial e final. Exemplificando: Pi Pf O Pi Pf O Direções Cristalográficas para direções negativas Direções Cristalográficas O Direções negativas Direções Cristalográficas Ex: Desenhe os seguintes vetores-direção, em célula unitária cúbica: Direções Cristalográficas 1 - Desenhe os seguintes vetores-direção, em célula unitária cúbica: a) [100] b) [112] c) [110] d) [321] Direções Cristalográficas Exercício para entrega: dia 08/03 2 - Determine os índices da direção da célula cúbica ao lado FAMÍLIA DE DIREÇÕES Direções Cristalográficas A simetria desta estrutura permite que as direções equivalentes sejam agrupadas para formar uma família de direções: ➢ <111> para as faces ➢ <110> para as diagonais das faces ➢ <100> para a diagonal do cubo Conjunto de direções equivalentes, ou seja, conjunto de direções que possuem o mesmo espaçamento atômico. São representadas por u v w ✓ No sistema CCC os átomos se tocam ao longo da diagonal do cubo, que corresponde a família de direções <111>. ✓ Então, a direção <111> é a de maior empacotamento atômico para o sistema CCC. DIREÇÕES PARA O SISTEMA CCC Direções Cristalográficas ✓ No sistema CFC os átomos se tocam ao longo da diagonal da face, que corresponde a família de direções <110>. ✓ Então, a direção <110> é a de maior empacotamento atômico para o sistema CFC. DIREÇÕES PARA O SISTEMA CFC ➢ Baseados num sistema de coordenadas de três eixos, especificados pelos índices de Miller (hkl). ➢ Planos paralelos são equivalentes e têm índices idênticos. ➢ Os pontos onde o plano cristalográfico (ou um outro paralelo) interceptam cada um dos três eixos é determinado em termos de parâmetro de rede a, b e c. ➢ Os inversos destes números são obtidos. ➢ Se necessário, estes três números são modificados para os menores inteiros pela multiplicação ou divisão por um fator comum. ➢ Os índices inteiros, não separados por vírgulas, dentro de parêntesis, representam o plano cristalográfico: (hkl). Planos Cristalográficos Planos Cristalográficos ✓ Os índices de Miller de um plano cristalográfico são definidos como os inversos das coordenadas de interceptação do plano com os eixos cristalográficos x, y e z; ✓ As arestas da célula unitária representam comprimentos unitários; e as interseções do plano são medidas em termos destes comprimentos unitários. Determinação dos índices de Miller de um plano cristalográfico: ✓ Para identificar planos cristalinos cúbicos, o sistema de notação de índices de Miller deve ser utilizado; Procedimento para determinar os índices de Miller de um plano num cristal cúbico 1. Plano a ser determinado não pode passar pela origem origem (0,0,0); Se o plano passar pela origem, transladar o plano para uma nova posição no sistema de coordenadas. 2. Planos paralelos são equivalentes; 3. Obtenção dos pontos de interceptação do plano com os eixos x, y e z; 4. Obtenção dos inversos das interceptações: h=1/a, k=1/b e l=1/c; 5. Obtenção do menor conjunto de números inteiros; índices obtidos devem ser apresentados entre parênteses: (h k l). Planos Cristalográficos Planos Cristalográficos ❖ Se o plano passa pela origem selecionada, um outro plano paralelo deve ser construído no interior da célula unitária mediante uma translação apropriada ou uma nova origem deve ser estabelecida no vértice de uma outra célula unitária. ❖ Feito isso, o plano cristalográfico ou interceptará cada um dos três eixos ou será paralelo a algum dos eixos; o comprimento da intersecção do plano com cada eixo é determinado em termos dos parâmetros de rede a, b e c. Planos Cristalográficos ❖ Os valores inversos desses números são calculados. Um plano que é paralelo a um eixo pode ser considerado como tendo uma intersecção no infinito e, portanto, um índice igual a zero. ❖ Se necessário, esses três números são modificados para o conjunto de menores números inteiros pela multiplicação ou divisãopor um fator comum. ❖ Finalmente, os índices inteiros, não separados por vírgulas, são colocados entre parênteses, obtendo-se (h k l), os chamados índices de Miller do plano. Os planos são representados como sendo 1/h, 1/k e 1/l, ou o inverso dos índices de cada eixo. Planos Cristalográficos Cristalograficamente equivalentes; ou seja, planos com o mesmo empacotamento atômico. As famílias de planos são representadas por {h k l}. Exemplo, para o sistema cristalino cúbico, a família {111} é composta pelos planos: Família de Planos: conjunto de planos Planos Cristalográficos Família de Planos: conjunto de planos Planos Cristalográficos (0 1 1) EXEMPLOS (2 0 1) Planos Cristalográficos Determinar os índices de Miller para o plano mostrado na figura (a). Construir um plano (011) no interior de uma célula unitária cúbica. Planos Cristalográficos _ Sistemas Cúbicos Planos Cristalográficos Na Figura, estão representados 3 dos mais importantes planos cristalográficos em estruturas cristalinas cúbicas. Índices de Miller de alguns planos importantes, em cristais cúbicos: (a) (100), (b) (110) e (c) (111). intercepta os eixos x, y e z às distâncias 1, ,, respectivamente. As interseções deste plano são 1, 1, As interseções do plano (Figura c) são 1, 1, 1, obtendo-se para os índices de Miller deste plano (111). Planos Cristalográficos Desenhe os seguintes planos cristalográficos de células unitárias cúbicas: a) (101) b) (101) c) (221) (a) Em primeiro lugar, determinam-se os inversos dos índices de Miller do plano (101). Obtém-se 1, ∞, 1. O plano (101) tem de (interceptar) os eixos do cubo unitário às distâncias x=1 e z =1 e ser paralelo ao eixo y. Planos Cristalográficos Fazer o b e c para entregar dia: 08/03 Coordenadas Sistemas Hexagonais ][]'''[ uvtwwvu → ( )''2 3 1 vuu −= ( )''2 3 1 uvv −= ( )vut +−= 'ww = Planos Cristalográficos ❖ Os 3 eixos a1 , a2 e a3 estão todos contidos dentro de um único plano (chamado plano basal) e em ângulos de 120o entre si. ❖ O eixo z é perpendicular a este plano basal. Índices direcionais, que são obtidos como descritos abaixo, serão denotados por 4 índices, na forma [uvtw]. ❖ Por convenção, os 3 primeiros índices pertencem às projeções ao longo dos respectivos eixos a1 , a2 e a3 no plano basal. A conversão a partir do sistema de 3 índices para o sistema de 4 índices Planos Sistemas Hexagonais ( )hkil ( )khi +−= Planos Cristalográficos Como o sistema hexagonal pode ser mais convenientemente descrito por 4 eixos, como na figura abaixo, é definido um conjunto de índices Miller-Bravais (h k i l). ❖ Desde que somente 3 eixos são necessários para definir a geometria tridimensional de um cristal, um dos inteiros no sistema Miller-Bravais é redundante. ❖ Desde que um plano passe por quaisquer dos dois eixos do plano basal da célula unitária também passa pelo terceiro eixo, pode-se mostrar que h + k = -i ❖ Isto também permite que qualquer plano no sistema hexagonal possa ser representado pelos índices de Miller-Bravais (h k i l) ou pelos índices de Miller (h k l) Sistemas Hexagonais Planos Cristalográficos Planos Cristalográficos em Metais: Sistema Hexagonal Planos Cristalográficos A simetria do sistema cúbico faz com que a família de planos tenha o mesmo arranjo e densidade; Deformação em metais envolve deslizamento de planos atômicos: Deslizamento ocorre mais facilmente nos planos e direções de maior densidade atômica CCC Família de planos {110}: maior densidade atômica CFC Família de planos {111}: maior densidade atômica Arranjos atômicos Arranjos atômicos CFC CCC É possível notar que o empacotamento atômico é diferente. Densidade Linear DL = 𝒏ú𝒎𝒆𝒓𝒐 𝒅𝒆 á𝒕𝒐𝒎𝒐𝒔 𝒄𝒆𝒏𝒕𝒓𝒂𝒅𝒐𝒔 𝒏𝒐 𝒗𝒆𝒕𝒐𝒓 𝒅𝒊𝒓𝒆çã𝒐 𝑪𝒐𝒎𝒑𝒓𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒅𝒐 𝒗𝒆𝒕𝒐𝒓 𝒅𝒊𝒓𝒆çã𝒐 A densidade linear é definida como o número de átomos por unidade de comprimento cujos centros estão sobre o vetor direção para uma direção cristalográfica específica. (a) Célula unitária CFC representada por esferas reduzidas com indicação da direção [110] (b) plano da face inferior da célula Calcule a densidade atômica linear DL na direção [110] da rede cristalina do cobre, em átomos por mm. O cobre é CFC e o parâmetro de rede é a=0,361 nm. O número de diâmetros atômicos intersectados por este comprimento é ½ + 1 + ½ = 2 átomos centrados no vetor direção. Densidade Linear - Exemplo A densidade atômica linear é a=0,361 nm DP= 𝒏ú𝒎𝒆𝒓𝒐 𝒅𝒆 á𝒕𝒐𝒎𝒐𝒔 𝒏𝒐 𝒑𝒍𝒂𝒏𝒐 Á𝒓𝒆𝒂 𝒅𝒐 𝒑𝒍𝒂𝒏𝒐 Densidade Planar A densidade planar é definida como o número de átomos por unidade de área que estão contidos em um plano cristalográfica específico. (a) Célula unitária CCC com as posições atômicas,indicado pelo sombreado do plano(110); (b) Áreas dos átomos cortados pelo plano (110) em uma célula unitária. Assim, a densidade atômica planar é: Densidade Planar - Exemplo Calcule a densidade atômica planar DP, em átomos por milímetro quadrado, no plano (110) do ferro-α, cuja rede é CCC. O parâmetro de rede do ferro-α é a= 0,287 nm. 1 átomo no centro + 4 x ¼ átomos nos quatro vértices do plano = 2 átomos A área do plano (110) é dhkl= distancia entre dois planos de índice de Miller a = Parâmetro de rede h,k,l índices de Miller dos planos cristalográficos No sistema cúbico, a distância entre dois planos de átomos, paralelos e sucessivos, com os mesmos índices de Miller, é denominada espaçamento interplanar (dhkl), e sua equação geral é dada por: Metais cúbicos: Planos Cristalográficos Espaçamento Interplanares Metais hexagonais: Estruturas Compactas Fração de um plano compacto de átomos com as posições A, B e C indicadas Sequência de empilhamento AB para planos compactos de átomos Empilhamento HC Estruturas Compactas Empilhamento CFC Sabe-se que o ouro (Au) tem um estrutura cristalina CFC, massa 197,0 g e raio atômico é 1,44 Å. Calcule: (a) o parâmetro de rede da célula unitária (ao); (b) a densidade teórica do ouro; (c) o fator de empacotamento atômico da estrutura cristalina; (d) a densidade atômica linear na direção [110]; (e) a densidade atômica planar no plano (100); (f) o espaçamento entre os planos cristalinos (200); Exercícios Exercícios O titânio apresenta uma transformação alotrópica a 880°C. Durante o resfriamento o metal muda de uma estrutura CCC (ao = 3,32Å) para uma outra HC (ao = 3,32Å; c = 4,683Å). Calcule a variação de volume durante esta transformação, em cm3 por grama de titânio. Massa atômica: 47,9
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