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DIDÁTICA PEDAGOGIA – DALTA MOTTA REVISÃO AV1 Rio de Janeiro, 19 de maio de 2011 2 REVISÃO AV1 Educação - processo formativo que implica no desenvolvimento global da personalidade e ocorre no meio social. Visa a formação de qualidades humanas. Segundo Haidt (2006, p.11), “(...) a educação é uma manifestação da cultura e depende do contexto histórico e social em que está inserida.” 3 Instrução – domínio de certo nível de conhecimentos sistematizados. Não pode ser confundido com educação. Ensino – é uma ação deliberada e organizada, onde são utilizados métodos adequados buscando orientar a aprendizagem do aluno. 4 PEDAGOGIA => É a ciência que investiga a teoria e a prática educativa (educação, instrução e ensino). Didática => É uma seção ou ramo da Pedagogia que se refere aos conteúdos do ensino e aos processos próprios da construção do conhecimento. 5 Evolução histórica da Didática Sócrates (século V a. C.) – O saber, o conhecimento, é uma descoberta que a própria pessoa realiza. Comenius (1592-1670) – pai da Didática Moderna, escreveu a Didáctica Magna, definida como “tratado da arte universal de ensinar tudo a todos”. 6 Comparava a arte de ensinar com o trabalho do jardineiro no cuidado das plantas – educadores devem semear na alma dos jovens boas lições e cuidar/regar para que floresçam, propunha um ensino do fácil para o mais difícil, das coisas às ideias, do particular para o geral, sem pressa. 7 Pestalozzi (1746-1827) – naturalista. Para ele a transformação da sociedade iria se processar através da educação. Afirmou de forma clara e explícita que a educação deveria respeitar o desenvolvimento infantil. 8 - começando por seus elementos mais simples e concretos, de forma a estimular a compreensão; - utilizar o processo de observação ou percepção pelos sentidos, denominado por ele de intuição; - fixar o conhecimento por uma série progressiva de exercícios graduados. 9 Herbart (1776-1847) – para ele a educação moral é decorrente da educação intelectual (conhecimentos – ideias – caráter). Para ele o conhecimento e o ensino devem estar intimamente relacionados à ação, à vida prática, à experiência. Propõe uma abordagem científica para a educação e funda as bases teóricas da Didática na Filosofia e na Psicologia. Ele desenvolveu um método de cinco passos que o celebrizou: preparação, apresentação, associação, sistematização e aplicação. 10 Dewey (1859 – 1952) – para ele o ensino deve adequar-se aos diferentes níveis de aprendizagem e interesse dos alunos. O professor deverá organizar os conteúdos e atividades em torno dos centros de interesses e criar situações problemas estimuladoras para provocar os sentidos e inteligência dos alunos. 11 Em oposição a Herbart, ele propõe um método de cinco passos: experiência, problematização da experiência, coleta de dados, hipóteses, experimentação/verificação. Essas proposições formaram as bases das concepções pedagógicas que hoje são conhecidas. 12 O aluno é visto como um receptor passivo, que vai conhecer o mundo pelo repasse de informações. O professor é uma figura de autoridade, centro dos processos pedagógicos. Disciplina e controle são utilizados, o conhecimento seja alcançado independente do interesse do aluno, através de aulas expositivas, atividades de repetição e memorização, exercícios, “lições de casa”, privilégio do verbal, escrito e oral. Pedagogia Tradicional 13 Pedagogia Renovada - Pedagogia Nova ou Escola Nova O aluno é ativo, sujeito de seu processo de aprendizagem. O professor é um facilitador da aprendizagem do aluno - aprender experimentando, aprender a aprender (Pedagogia Ativa); conteúdos e atividades organizados em torno de projetos e adequados aos diferentes níveis de aprendizado, às necessidades e interesses dos alunos. 14 Dialógica e democrática – os alunos e professores são vistos como sujeitos socioculturais que criam cultura no ato de conhecer. A prática pedagógica é vista como práxis - prática política. Assim, o professor é engajado, faz a mediação crítica entre a realidade, o conhecimento e os alunos, partindo de temas geradores extraídos da vida dos alunos, saber do próprio aluno; rodas de leitura, discussão/debate com vistas a desvelar contradições que engendram os processos de dominação. Pedagogia Crítica 15 Dimensões que envolvem a situação didática: Técnica – Atenção dirigida, primordialmente, para organização e operacionalização dos componentes do processo ensino aprendizagem; Humana – O processo ensino aprendizagem se realiza através da interação das pessoas com seus sentimentos e ideias, provocando afetos e conflitos. Político-cultural - A educação é vista como uma política social, estando a serviço da manutenção do “status quo” ou da transformação social. 16 Didática – processo educativo - Ensino – conteúdos – alunos – recursos didáticos – metodologias, etc. Outras dimensões: - Contexto social; - Espaço físico; - Objetivos – principal. 17 Os processos educacionais podem admitir diferentes formas: 1 – Intencionais ou não intencionais; 2 – Formais ou informais; 3 – Pública ou privada; 4 – Diretas ou mediatizadas; 5 – Participação de leigos ou profissionais. Diferentes espaços sociais têm se especializado na gestão dos processos educacionais. Na prática educativa, mais especificamente, no trabalho docente, estão presentes interesses de toda ordem, sociais, políticos, econômicos, culturais. Essa relação é dinâmica, podendo ser transformada pelos indivíduos que a integra. O campo específico de atuação profissional e política do professor é a escola, à qual cabe a tarefa de assegurar ao aluno um sólido domínio de conhecimentos e habilidades, o desenvolvimento de suas capacidades intelectuais, de pensamento independente, crítico e criativo. É recorrente a discussão sobre os efeitos dos meios de comunicação no meio educacional, alguns autores têm dado grandes contribuições a esse debate com Marshal Mc Luhan (meio social e as novas tecnologias) e Pierri Levi (Internet e sociedade). Perrenoud (1999), lembra que a profissão docente está a caminho de um novo ofício, cuja meta é antes fazer aprender do que ensinar. Ele organizou uma lista de dez (10) competências docentes, buscando orientar a formação atual dos professores, dentre elas “(...) criar ou utilizar outros meios de ensino.” (p. 53). As novas tecnologias educacionais provocam que o professor esteja atento aos seguintes aspectos: - Domínio profundo de sua disciplina ou área de estudo; - Domínio de métodos e técnicas didáticas, adequando- as ao perfil da turma; - Trabalhar para desenvolver o pensamento criativo e independente do aluno. Confronto de diferenças – a complementaridade se constrói pelo respeito às diferenças – relações interculturais. Estudos recentes provam que determinados grupos raciais, como indígenas ou negros, possuem menos possibilidade de ascensão social, contam com menor renda e permanecem por mais tempo na escola devido à necessidade de trabalho. Movimentos populares início década de 60, década de 70 houve o fortalecimento. Diferentes movimentos sociais Diversidade cultural no cotidiano escolar - “Parâmetros Curriculares Nacionais” - diretrizes elaboradas pelo Governo Federal que orientam a educação no Brasil. Temas Transversais - temas que devem ser tratados por todas as disciplinas – tais como sexualidade, ética, diversidade cultural, etc. Como incluir a diversidade cultural em nossos projetos? - Entender os processos de formação de identidades; - Conhecer e reconhecer as identidades culturais representadas no espaço educativo - desenvolvendo atividades que contribuam para a valorização dessa diversidade. - Iniciar um processo de desconstrução de visões estereotipadas. - Incluir esses temas no programa disciplinar, incentivar o debate e a troca de ideias. Diferentes formas: MONOCULTURALISMO – compartilhar uma cultura universal. MULTICULTURALISMO– cada grupo social tem uma cultura, o que permite pensar alternativas para as minorias e justificar a fragmentação que reproduzem desigualdades sociais. INTERCULTURALISMO – reconhece a identidade de cada grupo social. A função do currículo e da programação didática será a de prever e preparar recursos capazes de ativar a elaboração e circulação de informação entre sujeitos a partir de seus contextos culturais. Sujeitos: Professores – ensino, alunos – aprendizagem, coordenadores/orientadores – mediação, diretores – gerência, funcionários – tarefas de apoio e família – condições e apoio. Professores e alunos são figuras centrais no processo ensino aprendizagem. Para Haidt (2006, p. 57) “No processo de construção do conhecimento, o valor pedagógico da interação humana é ainda mais evidente, pois é por intermédio da relação professor-aluno e da relação aluno-aluno que o conhecimento vai sendo construído coletivamente.” Alunos e professores são sujeitos do conhecimento, mas também “pessoas vivas e reais, existindo a partir de uma corporeidade e lugar social, a partir de sua condição de mulheres, homens, negros, brancos. Pertencem a diferentes raças e etnias. São crianças, jovens ou de mais idade; adeptos de variadas crenças e costumes. Têm desejos, projetos e atribuem variadas significações às suas experiências e ao mundo”. (TEIXEIRA, 2001). Para entendê-los, portanto, será preciso considerar não apenas seu lugar nos processos de ensino- aprendizagem, mas suas condições de existência. Uma das marcas das condições de trabalho do professor, que tem grande impacto sobre sua vida, é a baixa remuneração e o regime de horas-aulas. As contradições inerentes às novas e maiores demandas sociais e suas condições de vida e trabalho têm gerado dúvidas, angústias, uma verdadeira crise de identidade no professor. Vários estudos têm mostrado a emergência de doenças funcionais relacionadas a essa crise como a culpa depressiva (mal estar docente, sentimento de impotência ou incapacidade de cuidar adequadamente de seus alunos) ou síndrome de burnout (comportamento mecânico descomprometido emocionalmente). Considerações de alguns pensadores sobre o processo ensino aprendizagem: - Carl Roger – aplicou à educação os princípios da Psicologia. Destacou três qualidades que considera fundamentais aos professores facilitadores: autenticidade, confiança e compreensão empática. José Carlos Libâneo – Filósofo e educador Destacou dois aspectos nessa interação: - Aspectos cognoscitivo – diz respeito às formas de comunicação dos conteúdos escolares; - Aspectos sócio-emocional – diz respeito às relações pessoais entre professores e alunos, e às normas disciplinares indispensáveis ao trabalho docente. Paulo Freire - um dos maiores Pedagogos da atualidade Para ele a relação professor aluno tem que ser mais que afetuosa = compromisso. - Postura problematizadora e dialógica, diferente do educador bancário. Educador problematizador – estabelece relação horizontalizada, democrática – o aluno é visto como sujeito sócio-cultural – mantém vivo no aluno o `gosto pela rebeldia`. Educador bancário – estabelece relação verticalizada, autoritária – vê o aluno esvaziado de conhecimento e desconsidera sua realidade. Para ele o diálogo supõe troca, os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo. "(...) e educador já não é aquele que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando, que ao ser educado, também educa (...)"
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