Projeto de Serraria de médio porte

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Universidade Rural Federal da Amazônia – UFRA
Campus de Capitão Poço – CCP
Curso de Engenharia Florestal – 2017
Disciplina de Serraria
Docente: Pamella Carolline Marques dos Reis Reis 
 PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE UMA SERRARIA NO BAIRRO VILA NOVA DO MUNICÍPIO DE CAPITÃO POÇO - PA
Discentes:
Antônio Elson Ferreira Borges
Líbina Costa Santos
Lídia da Silva Amaral
Maria Joseane Marques de Lima
Mayara de Lima Ferreira
Rayane de Castro Nunes
Capitão-Poço-PA
2022
Antônio Elson Ferreira Borges
Líbina Costa Santos
Lídia da Silva Amaral
Maria Joseane Marques de Lima
Mayara de Lima Ferreira
Rayane de Castro Nunes
PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE UMA SERRARIA NO BAIRRO VILA NOVA DO MUNICÍPIO DE CAPITÃO POÇO - PA
Trabalho referente à Disciplina de Serraria do 9º semestre do Curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal Rural da Amazônia, ministrada pela Professora: Pamella Carolline Marques dos Reis Reis. 
Capitão-Poço-PA
2022
SUMÁRIO
1.	Introdução	3
2.	Objetivo	3
3.	Planejamento da serraria	4
4.	Produção	10
5.	Custo de implantação	11
6.	Considerações finais	12
7.	Referências bibliográficas	12
1. Introdução
A madeira tem uma grande importância na vida do homem desde os primórdios dos tempos, sendo um dos componentes principais na habilitação e nas construções em geral, seja na produção de embalagens, no mobiliário entre outros tipos de uso (MENDONZA et al., 2010). Devido à grande diversidade de espécies florestais madeireiras na Amazônia, o Brasil se tornou umas das principais produtoras de madeiras do mundo, perdendo apenas para Indonésia e Malásia (CLEMENT; HIGUCHI, 2006). 
O segmento das madeiras serradas traz consideráveis contribuições socioeconômicas, em que os produtos e subprodutos madeireiros ganharam espaço nas propriedades dos consumidores. Seja na construção de casas ou móveis, a madeira tornou-se um produto de grande relevância ocasionado a competição no mercado nacional e internacional (POLZL et al., 2003).
E nesse contexto a serraria possui papel importante no processamento da madeira, o que permite a venda tanto em tora bruta quanto em madeira serrada, de modo geral as toras são recebidas nas serrarias, armazenadas e processadas e em seguida estocadas para determinados períodos de secagem (ROCHA et al., 2002). 
O rendimento da madeira serrada está relacionado com características da espécie, dos produtos, dos maquinários, da mão de obra e principalmente o diâmetro das toras, além desses fatores as serrarias são responsáveis pelo desdobro primário da madeira tanto em tora como serrada, tal processo é essencial para o bom desempenho das demais atividades (BALDISSERA et. al, 2015).
Desta maneira, a construção de uma serraria permite aos seus usuários a valorização da madeira, que uma vez beneficiada permite maior campo de utilização e comercialização. Onde a serraria contribui no aumento da renda de pequenos produtores bem como na geração de novos empregos (BARBOSA et al., 2014). 
A maioria das serrarias depende da mão-de-obra humana e de esforços contínuos dos operários, a decisão pessoal de um operador em como dividir um tronco ou mesmo desdobrar dificilmente obterá um nível ótimo, isso porque o mesmo raramente conseguirá obter a melhor visualização de todas as alternativas devido ao pouco tempo para tomada de decisões (LEITE 1994). 
Na produção florestal, a matéria-prima pode ser proveniente de florestas plantadas ou de florestas naturais. A transformação da matéria-prima florestal resulta em produtos madeireiros e não madeireiros (MURARA JÚNIOR, 2005).
O produto madeireiro é todo o material lenhoso que pode ser aproveitado para serraria, estacas, lenha, poste, moirão, dentre outros produtos. Em que a alta competitividade no mercado em que as firmas estão inseridas faz com que elas procurem melhores estratégias administrativas, buscando cada vez mais a eficiência na implantação da serraria (BALDISSERA et. al, 2015).
2. Objetivo
Implantação de uma serraria de médio porte na comunidade Vila Nova, no município de Capitão Poço - PA. 
3. Planejamento da serraria 
3.1. Localização
O projeto será implementado no município de Capitão Poço PA, situado a 6 km de distância do centro da cidade, com coordenadas geográficas de 01°73’60” S de latitude e 47°06’77” E de longitude, no sentido Norte-Sul, na entrada da cidade, quem vem de sentido Belém via Ourém para Capitão Poço.
 O município está inserido na mesorregião do Nordeste Paraense e microrregião do Guamá. Com uma área de 2.899,5 km2 e uma população total de 51.893 habitantes (IBGE, 2010).
Figura 1. Mapa de localização de Capitão poço- Pa.
 
Fonte: Autores, 2021.
O clima da região, segundo a classificação de Köeppen, apresenta as seguintes características: clima tipo Ami, com maiores índices de pluviosidade de janeiro a maio, e os menores, de agosto a novembro e temperatura em uma amplitude de 25,7ºC a 26,9°C com média anual de 26,2°C, apenas 1,2°C de variação (SILVA et al., 2011).
 De acordo com Rodrigues e seus colaboradores (2018), no município de Capitão Poço - PA, a temperatura do ar é um dos dados meteorológicos na qual tem por características apresentar pequenas variações térmicas ao ano, contudo uma temperatura média anual com valores em torno de 26 °C. Conforme os mesmos autores, as temperaturas máximas médias anuais variam em torno de 32 °C e 33,7 °C, à medida que, as mínimas médias anuais, oscilam entre 21,1 °C a 22,4 °C.
Santos et al. (2015), afirmam que a precipitação pluviométrica média anual de Capitão Poço - PA tem um valor 2.400 mm, com os meses mais chuvosos entre fevereiro e abril, com o pico em março, por estar localizado em uma região sujeita a índices pluviométricos elevados e, contrapartida, a valores elevados de umidade relativa, tendo por médias anuais de umidade relativa em dados de 70% a 85%. 
	A serraria será do tipo fixa com processamento de madeira de espécies nativas da região, com uma produção média de 100 m3 por dia (pranchas, pranchões, tábuas e ripas). A matéria-prima será comprada da empresa PANativa Ltda, localizada no município de Nova Esperança do Piriá - PA . 
3.2. Estruturas
a) Pátio de toras
A estocagem da matéria-prima irá dispor de uma área com uma inclinação de 5% quando comparada com a da serraria, facilitando assim o manejo das toras. Apresentar uma distância do galpão de máquinas é fundamental para evitar riscos de incêndios e melhorar a movimentação de veículos pesados.
As pilhas de toras serão separadas de acordo com o diâmetro e comprimento, contendo uma distância adequada entre elas, onde estarão sobrepostas sobre um suporte metálico que está a 30 cm do chão.
b) Galpão de máquinas
A distribuição dos maquinários será feita para facilitar a distribuição das máquinas e equipamentos, e eliminando a presença de colunas em seu interior. O galpão de apresentar uma relação de comprimento pode variar de 3:1 e 4:1.
c) Setor de secagem 
Considerando, que uma secagem adequada melhora muito a qualidade do produto além de agregar um valor comercial no produto final, onde esse setor apresenta uma área com a secagem ao ar livre que diminuirá os custos e tempo de secagem na estufa. O armazém fica próximo do setor de secagem para assim diminuir o tempo de transporte.
d) Armazém
O armazenamento dos produtos já finalizados será destinado para o estoque comercial, onde serão organizados de acordo com o tipo de produto final.
e) Depósito de resíduos
As cascas das árvores, perdas e serragem são destinadas para uma área próxima ao setor de produção, onde serão vendidos para empresas que utilizam como matéria-prima, como no caso de pellets.
f) Setor de manutenção
Localizado próximo ao galpão de máquinas para facilitar o carregamento das peças e equipamentos que serão reparados.
g) Área de Pessoal 
O local destinado para área pessoal onde estará localizado o escritório administrativo, assim como as instalações do pessoal de produção, como: vestiários, refeitórios.
Figura 2. Layout da Serraria.
Fonte: Autores,2022.
3.3. Maquinários
a) Esteira de transportadora
A esteira transportadora de tora é utilizada no transporte da tora do pátio para o interior da serraria, sem haver o acúmulo de toras. O sistema com disco tombadores pneumáticos acionados pelo painel eletrônico ou por válvula pedal, possibilitando uma dosagem ideal de toras para o processo seguinte, mantendo uma alimentação da mesma continua (SERENA, 2022).
Figura 3. Esteira transportadora.
Fonte: Serenamaquinas, 2022.
b) Engenho principal - serra fita vertical dupla
O maquinário principal apresenta uma serra fita vertical com 2 cabeçotes, no qual o equipamento realiza dois cortes paralelos na madeira, que são retirados nas esteiras de saída às 2 costaneiras e um semibloco. A máquina apresenta pressões superiores, e robustez, assim como uma precisão no corte, ótimo aproveitamento do bloco e uma velocidade de avanço razoável, com sistema de tensionamento hidráulico.
 O modelo do equipamento SFV - 800/02 apresenta um diâmetro dos volantes de 800 mm, com uma velocidade de avanço de 12 a 36 m/min, a largura da serra e de 31,7 mm, com espessura de corte de 1,7 mm e um comprimento da serra de 4800 mm.
Figura 4. Serra Fita Dupla Vertical – Modelo SFV-800/02
Fonte:giacomelli, 2022.
c) Serra Circular Múltipla
Sendo um equipamento bem reforçado, foi projetado para receber semi blocos de qualquer tipo de madeira, com apenas uma passada do bloco a mesma efetua vários cortes simultâneos, formando tábuas de qualquer espessura. O modelo recomendado na compra pertence à linha MILL SCM 1.6, ideal para a linha principal de produção, com 8 rolos tracionados para haver uma melhor tração do bloco de madeira, os rolos superiores apresentam prensores pneumáticos para a maior tração e precisão, é um equipamento simples mais robusto, com fácil instalação e baixa manutenção, o equipamento e motorizado e com painel eletrônico, além de poder, ser fabricada com 1 ou 2 eixos de corte, incluindo CLP de controle touch screen com o variador de velocidade de avanço incluso. 
Como o equipamento permite o corte de qualquer madeira, seja ela pinus, eucalipto, teca, além de madeiras nativas de alta densidade. O mesmo apresenta uma abertura da boca para a entrada do bloco de 160 mm, com altura máxima de corte de 155 mm(6”), e largura útil da boca de entrada de 450 mm (18”), com um comprimento da madeira de 1 a 5 m, a uma velocidade de 10 a 30 m/min. As serras têm diâmetro máximo de até 450 mm(18”), com uma espessura de corte de 4 a 5,2 mm, o equipamento apresenta um comprimento de 2.850 mm, com 1.600 mm de largura, e uma altura de 1.900 mm, com um motor de 5cv (MILL, 2022).
Figura 5. Serra Circular Múltipla “SCM 1.6”
Fonte: MILL, 2022.
Figura 9. Layout do galpão de máquinas.
 
Fonte: Autores, 2022.
4. Produção 
4.1. Método de desdobro
As toras serão agrupadas em quatro classes diamétricas, sendo classe 1 (35-50 cm), classe 2 (51-65 cm), classe 3 (66-80 cm), e classe 4 (81–108 cm). O desdobramento será em uma serra vertical dupla, fazendo os desdobros diferenciados, onde o primeiro o desdobro ocorrerá nas toras maiores (classe 3 e classe 4), iniciando com a retirada das quatro costaneiras resultando em um bloco central. Em seguida, o bloco será desdobrado em cortes tangenciais conforme a Figura 1ª (BATISTA et al., 2013),
As toras menores (classe 1 e classe 2) iniciaram primeiro com o semi-bloco, modelo apresentado na Figura 1b, e posteriormente seguiram o mesmo processo de corte para a obtenção das tábuas das toras maiores.
Figura 10. Modelo de desdobro utilizado nas toras das maiores(a) e menores (b) classes diamétricas. 
Fonte: Batista et al., 2013.
As pranchas serão direcionadas para uma serra circular múltipla onde passarão pela refiladeira, transformando em tábuas, em seguida destopadas, em função dos comprimentos das toras e da presença de defeitos (nós, rachaduras, podridões e ataques de insetos).
4.2. Secagem
Para aumentar a qualidade da madeira já processada será realizada a aplicação de reservantes na madeira, seguindo para secagem natural, que diminuirá o tempo e custo na secagem seguinte que é artificial. Após todos esses processos será feito o armazenamento de com o produto final.
5. Custo de implantação
Fundamentando-se nos dados de valores obtidos no site do SEBRAE (2022), será estimado o custo de implantação de uma serraria devido à época de inflação que o país se encontra, consideram-se os valores máximos para buscar ser o mais fiel possível. Na tabela 1 podemos observar os valores estimados. 
Tabela 1. Custo de implantação de uma serraria de médio porte.
	Setores
	Descrição dos itens
	Preço unitário R$
	 Quantidade
	Valor R$
	PRODUÇÃO
	Empilhadeira de toras
	50.000,00
	1
	50.000,00
	
	Esteira transportadora
	2.000,00
	7
	14.000,00
	
	Serra fita vertical
	6.000,00
	1
	6.000,00
	
	Serra circular múltipla
Serra circular simples
	6.000,00
4.000,00
	1
1
	6.000,00
4.000,00
	
	Carrinhos manuais 
Estufa de secagem
	15.000,00
50.000,00
	2
2
	30.000,00
100.000,00
	
	Mesa
	250,00
	1
	250,00
	ESCRITÓRIO
	Cadeira ergonômica
	4500,00
	1
	4500,00
	
	Notebook
	3.000
	2
	6.000
	
	Cadeiras simples 
	200,00
	2
	400,00
	
	Itens para o escritório
	300,00
	1
	300,00
	USO COMUM
	Armários
Energia
	500,00
15.000,00
	3
	1.500
15.000,00
	
	Impressora
	1500,00
	1
	1.500
	
	Telefones e internet
	700,00
	1
	700,00
	
	Mesa de atendimento
	2000,00
	1
	2.000
	COMERCIAL
	
	
	
	
	
	Cadeiras de atendimento
	700,00
	2
	700,00
	
	Sofá de espera
	812,69
	1
	812,69
	 Total = 210.662,69
 Fonte: Autoras, 2022.
5.1. Orçamentos de dados estipulados com trabalho
Tabela 2. Dados adotados e estipulados no trabalho.
	Número de funcionários na produção 
	 8 operários
	Produção média
	50 m³/dia
	Jornada de trabalho
	8 horas
	Horas extras máxima permitida
	2 horas
	Salário mínimo 
	1.500
	Valor da hora/dia de trabalho
	50/dia
	Valor da hora extra 
	6,25/h
	Valor da madeira serrada de eucalipto
	1.112,00/m³
Fonte: Autores, 2021.
6. Considerações finais
 Levando-se em consideração esses aspectos que foram abordados o presente trabalho será possível fazer a implantação da serraria no bairro Nazaré, visto que a escolha do local apresenta-se próximo a fonte de matéria-prima, além de que ela contribuirá na economia e geração de novos empregos para o município.
 Dessa forma a implantação da serraria permitirá uma valorização da madeira no município e região, buscando a valorização da madeira de espécies nativas da região.
7. Referências bibliográficas 
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