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1 OBSTETRÍCIA – ATD2 ISABELLA S S BORGES TXXII-B HIV - Gestação HIV • Vírus de dupla cadeira de RNA • Retrovírus • 2 tipos: HIV-1 e HIV-2 (são muito semelhantes) • Causam os mesmos processos HIV x AIDS 1) Quando está infectado pelo vírus, sem sintomas clínicos 2) Manifestações clinicas da infecção Características da AIDS → Síndrome da deficiência adquirida → É um processo crônico → Deficiência imunológica pelo combate a infecção → Não está associado a mal formações fetais Transmissão ✓ Sangue ✓ Fluidos corporais ✓ Relações sexuais desprotegidas ✓ Secreções anais ✓ Transmissão vertical -> aula de hoje o Ocorre da mãe para o feto o Intrauterina o Momento do parto quando o bebe entra em contato com secreções vaginais o Amamentação Após o contato 1.período sintomático (febre, rash cutânea, cefaleia, adenomegalia, diarreia e hepatometalia) • É um processo agudo que desaparece rapidamente 2.Passa para um período assintomático (maioria dos casos percorrem esse processo); que podem durar anos 3.Por fim, AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida) o Alguns evoluem com infecções oportunistas (candidíase, diarreia, etc) → Em todos esses estágios existem a possibilidade de transmissão (direta ou vertical) → A gestação não altera a evolução da doença (a evolução da doença é constante, independentemente de estar gravida ou não) → Maior morbidade da gestação quando há a doença (DM gestacional, pré-eclampsia, prematuridade e restrição de crescimento fetal) Transmissão vertical o Ocorre de 25-30% (em pacientes NÃO tratadas); o Quando há planejamento da gravidez e a gestante possui a doença, a transmissão é de <2%; o Quando não há planejamento a transmissão varia de 15-45%; 2 OBSTETRÍCIA – ATD2 ISABELLA S S BORGES TXXII-B o Pode ocorrer no trabalho de parto ou no parto (75%); intraútero (25%); amamentação (7-22%) 92% DAS CRIANÇAS INFECTADAS, ADQUIREM A INFECÇÃO DURANTE O PERIPARTO Fatores de risco ✓ Carga viral elevada (o controle dessa carga durante a gravidez é muito importante); ✓ Ausência de terapia antirretroviral durante a gestação; ✓ Vaginoses (candidíase, bacteriana); ✓ Sífilis; ✓ Uso de drogas ilícitas; ✓ Sexo sem preservativo; ✓ Prematuridade; ✓ Baixo peso; ✓ Procedimentos invasivos; ✓ Bolsa rota por >4h; ✓ Trabalho de parto prolongado; ✓ Parto vaginal operatório Prevenção → Controlar fatores de risco + 4 fatores 1) Uso de terapia antirretroviral ao longo da gestação 2) AZT parenteral por pelo menos 3h antes do parto; 3) AZT xarope para o RN; 4) Contraindicação da amamentação Complicações • incidência da prematuridade • incidência da pré-eclâmpsia • incidência de DMG • incidência de restrição de crescimento fetal o Crescimento não está adequado para aquela idade gestacional Rastreamento pré-natal → Sorologia para HIV na 1ª consulta pré- natal e no início do 3º trimestre OBS: A SOLICITAÇÃO DE TESTE DEVE SER ACOMPANHADA DE AUTORIZAÇÃO VERBAL DA PACIENTE. - A RECUSA DEVE SER DOCUMENTADA NA FICHA PRÉ-NATAL → O teste de rastreamento inicia com ELISA • Pode ser falso positivo em doenças autoimunes, outras infecções e até mesmo na gestação • Se der+ fazer teste confirmatório TESTES CONFIRMATÓRIOS: Western-blot ou Immuno-blot RESULTADOS: ELIZA - Se houver duvidas (prostituta, vários parceiros), fazer recoleta em 30 dias ELIZA indeterminado Repetir o exame ELIZA e WB + Realizar ELIZA em nova amostra para excluir troca de amostra ELIZA + e WB - Repetir exame em 30 dias e solicitar teste molecular 3 OBSTETRÍCIA – ATD2 ISABELLA S S BORGES TXXII-B Limitações ao diagnóstico ➢ Janela imunológica (teste dá negativo) ➢ 1% da população infectada mantém carga viral indetectável, mesmo sem tratamento ➢ Indivíduos imunosilenciosos -> mantém níveis baixos ou indetectáveis de anticorpo anti-HIV Possível resultado FALSO-POSITIVO: gestação, doenças autoimunes, algumas não autoimunes, vacinação (tétano, hepatite, covid) Assistência pré-natal → Gestantes HIV+ ou AIDS+ deve ser acompanhada por equipe multidisciplinar (obstetra, psicólogo, nutricionista, infectologista, enfermeiro, assistente social) ABORDAGEM: ✓ Orientação da transmissão vertical ✓ Avaliação social, hábitos ✓ Comorbidades ✓ Infecções oportunistas ✓ Uso prévio de antirretroviral ✓ Uso de substancias ✓ Imunização ✓ Orientar uso de preservativos em todas as relações Tratamento → Pacientes com CD4 normal (anticorpos específicos - >500cel/mm3) iniciar o tratamento após 14 semanas de gestação; → Paciente com CD4 <350cel/mm3 ou com sintomas (tem AIDS), iniciar tratamento imediatamente ao diagnóstico; → Se a paciente engravidou fazendo o tratamento para AIDS, deve manter o tratamento Esquema preconizado para pacientes virgens de tratamento -> esquema tríplice Rastreamento laboratorial ➢ Exames de rotina pré-natal de baixo risco o Hemograma o Citologia oncótica o Enzimas hepáticas (saber se pode usar algumas drogas) o CD4 o Carga viral na primeira consulta e repetir a cada 4 semanas o VDRL e FTA-abs -> sífilis o Função renal (principalmente se usa antirretroviral) ▪ Ureia, creatinina e ácido úrico o Avaliar vacinação de rotina (influenza, tétano, coqueluche) ▪ Pode fazer a vacinação desde que o CD4 <200cel/mm3 ➢ Avaliação do CD4 (reflete o estado imunológico e a necessidade de quimioprofilaxia para infecções oportunistas) ➢ Carga viral ➢ PPD 4 OBSTETRÍCIA – ATD2 ISABELLA S S BORGES TXXII-B CD4: Fazer profilaxia com ATB nesses casos <200CEL/MM3 → RISCO DE INFECÇÃO POR PNEUMOCYTIS JIROVECI <100CELMM3 → RISCO DE INFECÇÃO POR TOXOPLASMA <50CELMM3 → RISCO DE INFECÇÃO POR MICOBACTÉRIAS USG Uso de terapia antirretroviral no 1º trimestre e fazer ecocardiografia fetal entre 24-28 semanas Avaliar vitalidade fetal com cardiotocografia e perfil biofísico fetal após 34 semanas Assistência ao parto Vai cair na prova!!! → Cesárea reduz a taxa de transmissão vertical → Parto vaginal deve ser reservado a pacientes com carga viral baixa e que fizeram uso de antirretroviral (3 drogas combinadas) Segundo o ministério da saúde, a via de parto deve ser orientada de acordo com a carga viral e avaliada com 34 semanas de gestação: • Carga viral >1000copias/mL ou pacientes que não fizeram terapia antirretroviral -> cesariana eletiva com 38 semanas • Carga viral <1000cópias/mL e a paciente tenha feito terapia antirretroviral -> via de parto de indicação obstétrica → Gestante com diagnóstico tardio de HIV no pré-natal -> iniciar imediatamente terapia antirretroviral e programar cesariana eletiva com 38 semanas de gestação; → Gestante diagnosticada com HIV na admissão da maternidade -> introdução imediata de AZT • Adiantado trabalho de parto • Colo <4cm (bolsa integra) -> cesárea Amamentação PARAR AMAMENTAÇÃO!!! → Dar cabergolina 0,5mg 2comprimidos em dose única (se persistir a produção de leite ou ingurgitamento mamário, repetir dose de cabergolina) *RN deverá ser conduzido ao infectologista para seguimento sorológico e manutenção do AZT até 4 semanas de vida* 5 OBSTETRÍCIA – ATD2 ISABELLA S S BORGES TXXII-B
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