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1 Samille Donato – 5° período – QUESTÃO 1 – J.B., 25 anos, sexo masculino, procura o infectologista com quadro de febre prolongada, com relato de vária idas à UBS, com uso ocasional, nesse período, de antibióticos, sem melhora da febre. Relata ainda perda ponderal significativa e aumento do volume abdominal. Ao exame: PA 120/80 mmHg, FC 78 bpm, FR 16 irpm, hipocorado +3/4; hidratado, eupneico, regular estado geral; hepatomegalia 5 cm rebordo costal direito; esplenomegalia 7 cm rebordo costal esquerdo. Trouxe exames já realizados: hemograma com anemia, leucopenia e plaquetopenia; albumina 2,5 mg/dl (reduzida) e globulina 4,0 mg/dl (aumentada). Realizou o seguinte mielograma: ANALISE o caso, considerando a fisiopatologia das manifestações clínicas e alterações laboratoriais. O caso clínico acima apresenta um quadro de Leishmaniose Visceral em sua forma crônica “calazar clássico”, que tem como etiologia o parasita Leishmania. A presença de sinais e sintomas auxiliam na confirmação dessa hipótese, visto que o paciente apresenta uma resposta imunológica do tipo TH2, com expressão de IL-4 e IL-6 principalmente, acarretando em uma resposta humoral que é incapaz de conter o parasita, evoluindo para a forma do calazar. Quando o parasita se dissemina, 2 Samille Donato – 5° período alcança o sistema reticuloendotelial principalmente as células de Kupfer localizadas no fígado (ocorre hepatoesplenomegalia com posterior aumento do volume abdominal). Tal fisiopatologia explica a pancitopenia (leucopenia, anemia e plaquetopenia), decorrente da sobrecarga da medula, baço e fígado ocasionando um sequestro esplênico e hemólise imune, acarretando nas mucosas hipocoradas. Além disso, por ocorrer uma inversão albumina-globulina devido a um comprometimento hepático que vai gerar em uma redução na produção de albumina, associado à infecção que eleva os níveis de globulina. A febre é ocasionada pela expressão das interleucinas 6. Estes sinais e sintomas demonstram a tríade clássica do calazar: hepatoesplenomegalia, inversão albumina- globulina e febre. Com relação aos achados do mielograma é possível detectar parasitas da Leishmania na medula óssea. QUESTÃO 2 – P.A.S., 34 anos, sexo feminino, sofreu acidente automobilístico, com trauma torácico contuso, evoluindo com hemotórax (aproximadamente 300 ml estimado pelo ultrassom de tórax). Foi optado pela conduta conservadora (não foi submetida à drenagem do tórax), contudo, passou a apresentar icterícia, sem colúria ou acolia fecal. EXPLIQUE a provável causa da icterícia. O caso apresenta uma provável situação de icterícia pré-hepática decorrente de uma hiperbilirrubinemia não conjugada – indireta. Este sinal clínico se manifestou devido ao acidente automobilístico e hemotórax de 300 ml (reabsorção sanguínea de hemorragias internas) que ocasionou no aumento de hemólise, uma superprodução na destruição de hemácias, tendo como consequencia a hiperbilirrubinemia. O aspecto amarelado é decorrente de um tecido impregnado de bilirrubina. Além disso, a bilirrubina quando não conjugada é lipofílica, circula no plasma ligado à albumina, é capaz de passar pela barreira hematoencefálica e não é captada pelo rim. A falta de 3 Samille Donato – 5° período colúria e acolia fecal são explicadas pelo fato da excreção e captação de bilirrubina estarem preservadas. QUESTÃO 3 – R.P.A., 34 anos, morador da zona rural de Matina-BA, é levado ao serviço de emergência médica pelo SAMU após ter sido encontrado desacordado em rodovia (queda de motocicleta). Ao exame: PA 120/80 mmHg, FC 78 bpm, FR 12 irpm, escala de coma de Galgow 6, corado, hidratado, sem sinais de baixa perfusão tissular. Lesão conto contusa em região parietal à direita, sem sinais de sangramento. DESCREVA a conduta inicial para o caso. Devido ao fato de ter ocorrido um acidente motociclístico, do paciente estar em coma (Glasgow 6) e bradipneico será necessária a realização de monitorização, oxigênio e acesso venoso (MOV). De início realiza-se o acesso venoso para administrar um betabloqueador neuromuscular com o objetivo de sedar o paciente e evitar broncoaspiração durante a intubação. Posteriormente, realiza-se a intubação orotraqueal, sendo necessário proteger as vias aéreas e encaminha R.P.A para uma tomografia computadorizada de crânio (devido ao coma e contusão da região parietal à direita). Além disso, é importante que o profissional de saúde busque saber quando os sintomas se iniciaram, pois tal fato influenciará na conduta terapêutica. Devido o estado de saúde do paciente ele deve ser monitorado na unidade de terapia intensiva (UTI).
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