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Resenha Descritiva do Livro- _o Que É Direito__ de Roberto Lyra Filho (1)

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RESENHA DESCRITIVA DO LIVRO- "O QUE É DIREITO?" DE ROBERTO LYRA FILHO 
 
 
Dhenny Almeida de Morais
Roberto Lyra Filho foi um jurista renomado brasileiro, tendo atuação na literatura como também na área jurídica. É graduado em Letras pela Universidade de Cambridge e em Direito pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Exerceu tanto na área da advocacia, quanto da docência com destaque para as áreas de Direito Penal, Processo Penal, Filosofia Jurídica, Criminologia, Direito Comparado e Sociologia jurídica. Além disso, motivou a criação do Centro Universitário de Brasília (CEUB) e laborou como examinador em bancas de concursos na área jurídica.
O objetivo principal de Roberto Lyra na obra "O que é Direito?" é facilitar a compreensão de forma didática sobre o Direito fazendo uso de uma linguagem simples. Para isso, ele esclarece e descontrói falácias, bem como, explica princípios fundamentais do Direito à fim de esclarecer algumas definições para auxiliar o entendimento do leitor. O livro é dividido em seis capítulos o qual o último é destinado às indicações para leitura. 
1  Direito e Lei
O primeiro capítulo inicia informando que para entender o Direito é necessário, primeiramente, quebrar as distorções e equívocos criados pelas pessoas. Isso ocorre, segundo o autor, devido a influência das palavras utilizadas para entender o Direito. Como exemplo, é mencionado o uso do termo "law", usado pelos autores ingleses para se referir tanto ao Direito quanto à lei.
 Roberto Lyra explica que a lei sempre emana do Estado e está associada a uma classe dominante que possui o controle do poder econômico. A legislação é constituída pelo Direito e Antidireito, ou seja, do direito propriamente dito e pelo direito pautado nos interesses da classe dominante, respectivamente. A dificuldade em diferenciar os dois conceitos é favorável ao Estado o qual deseja convencer a todos que não existe contradições ente Direito e lei.
O Direito indica os princípios e normas libertadoras podendo conduzir a novas conquistas, porém, isso depende do tipo de Estado, a forma de governo, estrutura e classe social, a participação das bases no processo político, a busca dos grupos minoritários por direito e a eficácia da garantia dos Direitos Humanos. Caso o Direito seja reduzido à legalidade pura,  isto é, não ocorre modificações e crescimento constante da abrangência das leis, ele se tornará ineficiente, inaplicável e dogmático. 
É importante ressaltar que o Direito está em contínuas transformações conforme a evolução da sociedade, desse modo, nunca será completo, visto que não é constituído como um conhecimento estático, imutável e acabado.
2 Ideologias jurídicas  
No início desse capítulo o autor busca explicar a origem da palavra "ideologia" que é abordada com vários sentidos por diferentes autores, mas os significados se integram auxiliando na forma de observar o mesmo fenômeno. Primeiramente, ideologia significava o estudo da origem e funcionamento das ideias em relação aos que as representam, porém, o conceito se transformou em um estrutura de opiniões do conjunto de ideias de uma pessoa ou grupo. 
Contudo, o estudo da ideias demonstrou existir deformações do raciocínio que não correspondiam precisamente com a realidade. Nesse sentido, há três principais modelos no que diz respeito as abordagens diferentes sobre ideologia, são: ideologia como crença, ideologia como falsa consciência e ideologia como instituição.
A ideologia como crença representa opiniões pré-estabelecidas  que não são analisadas afundo, apenas adquiridas por influência do meio que a pessoa está inserida, como a educação e o status social. Muitas vezes, uma crença está consolidada fortemente em tal circunstância que dificilmente será identificada e questionada, apenas aceita. Desse modo, a crença está encoberta no inconsciente da pessoa passando a direcionar as atitudes e o raciocínio.
De acordo com o pensador espanhol, Ortega y Gasset, há uma diferença entre crença e ideologia, enquanto uma crença provém de conhecimentos aprendidos conscientemente sendo facilmente questionados, a ideologia se manifesta inicialmente como crença mas vai se enraizando no psicológico do sujeito, resultando em um pensamento irrefutável e inconsciente. 
Segundo Marx e Engels, a ideologia não se trata de má fé, já que esta corresponde a uma distorção consciente e voluntária, mas sim, de uma cegueira parcial entorpecida pela propaganda dos que a elaboraram. Roberto Lrya afirma que o marxismo propôs uma explicação das origens ideológicas, destacando a apropriação de tudo que representa poder e força para controlar a vida social. 
Desse modo, as ideologias estariam relacionadas com a divisão de classes na qual ocorre uma dominação da mais privilegiada sobre a outra, mas o autor esclarece que esse controle não será eterno pois os oprimidos podem se conscientizar e contestarem as ideologias.
Roberto Lyra exprime o pensamento de que a abordagem da ideologia como instituição fica clara, pois elas não são criadas, apenas recebidas, sendo manifestadas na sociedade e não na cabeça dos indivíduos. Nesse sentido, a ideologia é fato social antes de se tornar um fato psicológico
3 Principais modelos de ideologia jurídica
Nesse capítulo, é simplificado o repertório de doutrinas jurídicas da antiguidade até a contemporaneidade, com ênfase  em dois modelos específicos: direito natural e o direito positivo que correspondem, respectivamente, às concepções jurisnaturalista e juspositivismo. Primeiramente, o autor trata do positivismo que está pautado nas ideologias burguesas, porém, reflete que a visão socialista busca uma teoria jurídica mais flexível, adaptável e mutável à fim de se libertar da noção de um Direito estático e incontrolável.
Roberto Lyra associa duas palavras-chaves para se referir ao positivismo e jurisnaturalismo, para o primeiro, ordem e, para o segundo, Justiça. Posteriormente, ele define o positivismo como justo por ser ordenado, isto é, limitado a normas estabelecidas que se articulam pelo Estado ou por uma classe dominante; o jusnaturalismo, ao contrário, é indicado como ordenado porque é justo, uma vez que as normas obedecem a algum padrão superior, fixo e inalterável.
É destacado três tipos de positivismo principais: positivismo legalista, o positivismo historicista ou sociologista e o direito psicologista. O primeiro, é fundamentado na lei a qual é superior e tudo fica subordinado a ela; o segundo se baseia nas normas jurídicas não escritas, não estruturada em leis e códigos, mas admite o " espírito do povo" que fornece costumes centrais com influência de uma classe dominante expressa pelo Estado; o terceiro está relacionado com o positivismo historicista por ser uma generalização deste, ou seja, o Direito aparece como forma de controle social pelo poder classístico que é representado pelo Estado.
Roberto Lyra observa as questões voltadas à segurança jurídica, estabelecendo que os preceitos legais asseguram essa segurança devido os cidadãos cumprirem seus deveres e evitarem as sanções impostas pela lei. Além disso, é explicado concepções jusnaturalistas na qual o direito natural é proveniente da própria " natureza das coisas" e buscar estabelecer padrão jurídico, sendo de três formas: direito natural cosmológico (relacionado ao universo), direito natural teológico (voltado para Deus) e direito natural antropológico ( refere-se ao homem).
4 Sociologia e Direito
Há duas formas de observar as relações entre Sociologia e Direito: a que origina uma Sociologia Jurídica e a que produz uma Sociologia do Direito, elas estão interligadas mas possuem abordagens diferentes. A primeira  está associada à História Social que estuda os princípios socias de um direito específico e a forma que está inserido na sociedade; a segunda está ligada á Sociologia Geral e analisa o Direito  como mecanismo de controle, de mudança e social.
O sociólogo alemão, Ralf Dahrendorf definiu a Sociologia Geral e a Sociologia Jurídica como: Sociologia "da estabilidade, harmonia e consenso" e Sociologia "damudança, do conflito e coação". O primeiro é considerado a raiz social do positivismo jurídico já que as normas são decididas coletivamente e legítimas por conta do equilíbrio  nas relações sociais; a segunda possui o espaço social marcado por conflitos de grupos que dificultam a formação de normas legítimas. 
Desse modo, é necessário o aperfeiçoamento da dialética social do Direito à fim de ocorrer uma melhoria contínua pautada nos modelos sociológicos para alcançar a essência do Direito. Até porque o Direito não é norma e a sua essência deve ser encontrada no meio social.
5 A dialética social do Direito
No início desse tópico, o autor menciona a facilidade e agilidade no processo de comunicação e aponta a existência de consequências na forma de transmissão de uma mensagem, uma vez que esta pode conter produtos ideológicos de nações politicamente organizadas com a tecnologia a seu favor. Desse modo, os imperialistas são fortalecidos já que influenciam intensivamente nas culturas e meios de comunicação, gerando mecanismos favoráveis à censura.
As dominações modernas controlam e mantém a vigilância no qual as instituições de âmbito internacional se caracterizam pela coexistência de modos de produção diferentes, além de formar uma superestrutura dialética entre os países. Já as sociedades nacionais são homogêneas, possuem seu modo próprio e único de produção, e também, têm as classes divididas.
Posteriormente, o autor apresenta dois tipos de forças: centrípeta e centrífuga. A primeira, se forma pela dominação da classe dominante que se exprimem nos usos, costumes, folkways e mores os quais são meios de controle e atraem os princípios ideológicos, estes são apresentados na forma de "cultura". Ao contrário dessa, a segunda envolve a atividade anômica (contestação das normas dominantes) organizada ou espontânea presente na norma das classes dominadas, estas anseiam por mudanças.
Essa contestação se estabelece de dois tipos: reformista que visa a mudança sem alterar a estrutura global; revolucionário busca uma mudança completa, iniciando pela remodelação das bases. Ambas não são necessariamente pacíficas ou violentas. O entendimento dessas estruturas ajuda entender a "essência" do Direito , tendo como base a dialética social que está dividida por nove pontos.
Já no final do capítulo, Roberto Lyra afirma que o Direito é o reino da libertação que possui limites na própria libertação; já a Moral é o reino da contensão no qual a liberdade é controlada. Além disso, é mostrado que nenhum dos dois tolera dogmas ou princípios eternos, e sim que ambas são conquistas sociais e históricas conseguidas pela estrutura social, as quais surgem na oposição, no contraste de modelos diferentes conforme a divisão de todas as classes e grupos.
Roberto Lyra desenvolveu o livro em uma abordagem simples, direta e de fácil entendimento, no qual é mostrado um modo diferente de entender o Direito. O autor direciona e amplia a concepção do leitor sobre o papel social do Direito por meio de fundamentos teóricos, apresentando o pensamento de diversos estudiosos com ideias distintas de modo a incentivar o aperfeiçoamento do senso crítico do leitor.
Referências
Filho, Roberto Lyra. O que é direito?. 11° ed. Brasiliense, 2017. 61 p. (Primeiros 62 passos).

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