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PROCESSO DO TRABALHO História (no mundo): 1806 – França; 1808 – Alemanha; 1908 – Espanha. Em 1888 aconteceu a abolição da escravidão, esse é um dos motivos para o Brasil ter demorado a falar em processo do trabalho. História (Brasil): 1ª Fase – Institucionalização – 1907 (1º período), 1922 (2º período) e 1932 (3º período); 2º ª Fase – Constitucionalização (CF/1934, CF/1937 E CLT/1943; (Só em 1934 que foi reconhecido na constituição). 3ª Fase – Reconhecimento (Poder Judiciário) – CF/1946, CF/1967, com a EC 1/1969 e CF/1988. A Reforma Trabalhista alterou 117 artigos; Direito Material: 83 artigos, sendo 77 da CLT; Dos 77 artigos que foram alterados no Direito Material: 70 pró empregador, 7 pró empregado. Direito Processual: 34 artigos da CLT. Sistema processual pátrio: • Teoria Geral do Processo Civil; • Teoria Geral do Processo Penal; • Teoria Geral do Processo do Trabalho; • Crítica de Bezerra Leite. FLEXIBILIZAÇÃO DA CLT FRENTE A CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO CPC. Conceito: É o "ramo da ciência jurídica, constituído por um sistema de valores, princípios regras e instituições próprias, que tem por objeto promover a concretização dos direitos sociais fundamentais individuais, coletivos e difusos dos trabalhadores e a pacificação justa dos conflitos decorrentes direta ou indiretamente das relações de emprego e de trabalho, bem como regular o funcionamento e a competência dos órgãos que compõem a Justiça do Trabalho". (LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 16. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018, p. 129). O Direito processual do trabalho vai desde a relação do empregado (a) individual contra a empresa (x) até uma ação envolvendo trabalhadores de uma empresa (x) contra empresa (y). Ação envolvendo trabalhadores do setor (x) contra setor (y) e envolvendo números de trabalhadores para o tanto de serviço. O que foi acordado vai além do que está na lei. Processo do Trabalho Conceito: O processo do trabalho é o conjunto de princípios, normas e instituições destinado a regular as atividades dos órgãos jurisdicionais na solução de dissídios individuais ou coletivos decorrentes da relação de trabalho em sentido amplo. Natureza Jurídica: de direito público, por ter a finalidade de regular a atividade desenvolvida pelo Estado de pacificar os conflitos decorrentes das relações de trabalho. Formas de Solução dos Conflitos Autodefesa: as próprias partes procedem à defesa de seus interesses, buscando impor a sua vontade à outra. Exemplo: greve; locaute; O nosso sistema é construído para autodefesa não ser regra, pois a autodefesa é fazer justiça com as próprias mãos. Autocomposição (mediação): aceitação da solução de um conflito pelas próprias partes, de forma pacífica e negociada, sem a imposição de uma solução por um terceiro. Exemplos: acordo coletivo, convenção coletiva de trabalho e as Comissões de Conciliação Prévia – CCP (art. 625-E, da CLT); Obs.: A reforma trabalhista criou um tipo de procedimento para a homologação de acordos extrajudiciais, conforme artigos 855-B a 855-E da CLT. Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado. § 1º As partes não poderão ser representadas por advogado comum. § 2º Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua categoria. Art. 855-C. O disposto neste Capítulo não prejudica o prazo estabelecido no § 6º do art. 477 desta Consolidação e não afasta a aplicação da multa prevista no § 8º art. 477 desta Consolidação. Art. 855-D. No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o juiz analisará o acordo, designará audiência se entender necessário e proferirá sentença. Art. 855-E. A petição de homologação de acordo extrajudicial suspende o prazo prescricional da ação quanto aos direitos nela especificados. Parágrafo único. O prazo prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte ao do trânsito em julgado da decisão que negar a homologação do acordo. Jurisdição Voluntaria: quando não há LIDE. Jurisdição contenciosa: é estabelecida quando existem partes antagônicas, havendo, de um lado, o autor, que busca conseguir uma solução judicial a um conflito de interesses e, do outro, o réu, que é a pessoa sobre a qual se pressupõe atitudes que vão contra o interesse e a ordem social. Petição conjunta: feita em conjunto, onde os advogados estão representando clientes diferentes. É obrigatória a representação por advogado, onde os advogados devem ser de bancas diferentes. A participação do sindicato é facultativa, ou seja, o trabalhador que decidirá se vai querer advogado sindical ou particular. As verbas rescisórias deverão ser cumpridas no prazo da lei (10 dias), já as verbas do acordo deverão ser pagas após a homologação. O Juiz não é obrigado a aceitar o acordo e designara audiências se achar necessário, isto é, a audiência é optativa. Más na prática é obrigatória. Prazo prescricional: (2 anos para entrar com a ação) e (5 anos de trás para frente pois se o funcionário trabalhou 10 anos em uma empresa ele só terá direitos dos últimos 5 anos). Heterocomposição (arbitragem e jurisdição): a solução do conflito fica por conta de um terceiro, independentemente de aceitação das partes inseridas na controvérsia. A decisão é obrigatória e vinculante para as partes. Vide mudança na CLT A Lei n° 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) acrescentou à CLT o artigo 507-A, com a seguinte redação: Art. 507-A. Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do empregado ou mediante a sua concordância expressa, nos termos previstos na Lei n° 9.307, de 23 de setembro de 1996. Obs. 1: Nos dissídios coletivos, a arbitragem se mostra possível em virtude do parágrafo 2° do artigo 114 da CF. Obs. 2: Portanto, no atual cenário se mostra possível a arbitragem em dissídios individuais trabalhistas. ESPÉCIES DE DISSÍDIOS TRABALHISTAS Os dissídios individuais de trabalho referem-se aos conflitos decorrentes das relações individuais de trabalho, envolvendo partes determinadas, tratando de interesses individualizados (concretos); Os dissídios coletivos de trabalho referem- se aos conflitos decorrentes das relações coletivas, os de natureza sindical e os relativos a direitos metaindividuais. a) Coletivo em sentido tradicional, são os decorrentes das relações coletivas, envolvendo um grupo de trabalhadores, normalmente representados pelo ente sindical, e um empregador ou grupo de empregadores representado pelo respectivo ente sindical; Podendo influenciar relações coletivas entre sindicato A contra empresa B, ou sindicato A contra sindicato B. *O dissídio coletivo é possível em virtude do poder normativo conferido à Justiça do Trabalho, busca-se obtenção de decisão a respeito de novas normas e condições de trabalho para determinadas categorias ou sobre a interpretação de certa norma jurídica aplicável à categoria. b) O processo coletivo trabalhista (Lei n° 7.347/85 - Lei da Ação Civil Pública) tem como objetivo a resolução de questões metaindividuais, pertinentes aos direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos (artigos 81 e seguintes do Código de Defesa do Consumidor), através da atuação dos entes legitimados coletivos (em especial o Ministério Público do Trabalho). Desastre de Mariana, de Brumadinho, dos jogadores do Flamengo, entre outros. LACUNAS DA LEI PROCESSUAL TRABALHISTAE APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DO NCPC. Apesar da CLT prever regras processuais próprias, elas são repletas de vazios normativos, incompletas e muitas defasadas. Na omissão da lei processual do trabalho vamos buscar no CPC. Art. 769 CLT. Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título. Art. 15 CPC. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. Fontes do direito processual do trabalho Fontes materiais: consistem no momento pré-jurídico, são os acontecimentos, os fatos reais, de ordem social, econômica ou psicológica, os quais inspiram o Legislador a editar a norma. Ex: greves dos trabalhadores resultaram na limitação de jornada, desastres como Brumadinho e o próprio direito material, CRISE ECONÔMICA, PANDEMIA etc. Situações que acontecem no mundo que podem de certa forma impactar numa mudança de lei. O direito ainda tem formação, sob influência dos componentes sociais: Economia, religião, moral, costumes, ética, pressão popular. Fontes formais: A) Constituição Federal. A mais importante. B) Leis: B.1) CLT: artigos 643 a 910, que tratam das normas de direito processual do trabalho; B.2) Posteriormente, as leis que regulam determinados assuntos e microsistemas: - Lei n° 5.584/70 – procedimento sumário etc.; - Lei n° 7.347/85 – Ação Civil Pública; - Lei n° 8.078/90 (CDC) – coisa julgada, ação coletiva; - Lei n° 6.830/80 – execução fiscal, aplicação subsidiária em primeiro lugar na execução trabalhista nos termos do artigo 889 da CLT. No tocante a ordem de bens à penhora, o artigo 882 da CLT determina a aplicação do 655 do CPC; LEF: lei tributaria com aspectos do direito do trabalho. - CPC – aplicado subsidiariamente ao processo do trabalho, nos termos do artigo 769 da CLT. c) Regimentos internos dos Tribunais; d) Instruções Normativas (IN 39 e 41, do TST); e) Tratados Internacionais; f) Jurisprudência: interpreta a lei; adequa à realidade sócio-temporal, orientando sua aplicação às necessidades sociais existentes em dado momento. Ganhou destaque com o NCPC com a valorização do precedente, especialmente súmulas e OJ. Há quem diga que o sistema da Civil law se aproxima do common law (pós-positivismo); g) Costumes: Exemplos: apresentação de defesa escrita em audiência, protestos anti- preclusivos, cisão da audiência; ESTUDAREMOS ISSO!! Um costume pode mudar uma lei, pode ser fonte para mudar uma lei e também pode ser fonte formal. h) Princípios: deixa de servir apenas para complementar lacunas, tendo força normativa e diretiva, ocupando papel principal na solução do caso concreto. Princípios Funções: informativa: é destinada ao legislador, inspirando-o na atividade legislativa na criação de leis; interpretativa: é destinada ao aplicador do direito para compreensão de determinadas normas e seu alcance; Função normativa: é a eficácia normativa dos princípios equiparando-os à Lei. Sempre temos que nos lembrar dos princípios. Princípios constitucionais Sem esses princípios não tem processo. Inafastabilidade da jurisdição; Art. 5º, XXXV. Uma vez iniciada a jurisdição o juiz é obrigado a dar uma resposta, para pôr bem ou mal ter a resposta da LIDE. Não basta ter a jurisdição, tem que se preocupar em como a jurisdição vai se realizar. Contraditório, ampla defesa e devido processo legal; respeito a outra parte dentro do caminho que o processo deve percorrer Motivação das decisões judiciais; o juiz necessita fundamentar, julgar o caso concreto; Igualdade; princípio material da igualdade. Tratar os desiguais na medida da sua desigualdade. O princípio da igualdade não pode ser uma moleta para tudo. Celeridade e efetividade processual; não existe celeridade andando sem efetividade. Celeridade é importante, mas não da pro juiz uma carta branca para ele quebrar o devido processo legal em prol de uma certa celeridade. Ela é sempre que possível. Além de ser rápido o processo precisa ser efetivo. Razoável duração do processo; Art. 5º. Não precisa ser rápida, a duração é proporcional. Imparcialidade do juiz; o Juiz precisa ser imparcial. Duplo grau de jurisdição; não está escrito de forma expressa. JT TRT TST. Não é regra absoluta, existe procedimentos que é vedado. Princípios NCPC - normas fundamentais – artigos 1º a 12: - Artigo 2º: dispositivo ou inércia da jurisdição; Ela não faz movimentos de forma automática de seu início, isto é, precisa das partes para isso. Se a pessoa lesada não iniciar a jurisdição, nada acontecerá. Princípio do impulso oficial: Precisa do judiciário para andar, depois de provocado, é claro. O fato vai até o juiz e não ao contrário. - Artigo 3°: direito de ação (artigo 5°, inciso XXXV, da CF), permitida a conciliação, a mediação e a arbitragem para a solução consensual dos conflitos (modelo multiportas de solução de litígios); Da a sustentação para exercer nossos direitos por meio de uma ação. - Artigo 4°: celeridade e adequada resolução dos conflitos (artigo 5°, inciso LXXXVIII, da CF); O processo precisa ser rápido e efetivo - Artigo 5°: princípio da boa-fé; Agir nas regras do jogo limpo, sem utilizar malandragem para se beneficiar de outro. Litigância de má-fé: Punição para aquele que não age como deveria. - Artigo 6°: princípio da cooperação para atingir decisão de mérito justa e efetiva; Precisa da colaboração das partes, isto é, as partes se juntarem para chegar numa decisão justa. - Artigo 7° e 9°: contraditório efetivo e substancial; Necessidade do cumprimento dessas regras para termos o processo, não da pra se pensar em processo sem contraditório, é para que as partes tenham oportunidade dentro do processo. - Artigo 8°: caráter sociológico e teleológico da decisão judicial, com promoção da dignidade humana – proporcionalidade, razoabilidade, legalidade, publicidade e eficiência; Um manual de procedimentos que o juiz precisa cumprir. O juiz não pode mais se limitar a sua decisão, pois acaba prejudicando aas partes. - Artigo 10: desdobramento do contraditório efetivo, vedado ao juiz decidir com base em fundamento não cogitado no processo; O juiz não pode dar um pronunciamento de ofício sem escutar as duas partes. - Artigo 11: publicidade (artigo 93, inciso IX, da CF); - Artigo 12: decisões deverão ser proferidas conforme a ordem cronológica de conclusão. Instrumentalidade; esse princípio dá a seguinte, o processo precisa terminar, e pra isso o juiz precisar dar a máxima eficiência aos atos do processo. É possível concertar os vícios do processo Impugnação especificada; Eventualidade; Ambos estão relacionados ao direito de defesa. Caso não impugnar algo, o mesmo será considerado como inconstitucional. A eventualidade é um subprincípio da impugnação especificada, que dá a cautela da possibilidade de se defender e teses alternativas de defesa. Estabilidade da lide; Uma vez que eu já sei quais são as partes do processo e o que está sendo pedido, o autor já sabe o que quer, a causa de pedir, a partir daí a lide já está estabilizada e se torna a jurisdição perpetua, não se tem a escolha do juiz. “Perpetuatio jurisdictionis”; Primazia da decisão de mérito. Buscar ferramentas no processo para julgar o mérito e decidir as questões. PRINCÍPIOS PROCESSUAIS TRABALHISTAS Jus postulandi: na JT empregado e empregador podem atuar sem necessidade de advogado (artigo 791 da CLT), no dissídio individual e no coletivo, perante a Vara do Trabalho e TRT; 1ª e 2ª instancia é permitido sem o advogado. Exceções: Súmula425 do TST: Ações Cautelares; Mandados de segurança; Ação rescisória; Recursos de competência do TST; Súmula 425 do TST: JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE. Res. 165/2010, DEJT divulgado em 30.04.2010 e 03 e 04.05.2010 O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho. OBS: com o PJE fica cada vez mais raro, mas é assegurado procurar o diretor da VT para redigir. Oralidade: audiência, reclamação verbal, defesa oral em 20 minutos (artigo 847 da CLT), razões finais orais em 10 minutos (artigo 850 da CLT). A contestação pode ser feita oralmente por um tempo de 20 minutos. Caso você pratique o ato uma vez não poderá utilizar de outro método, isto é, caso tenha praticado a contestação escrita, não poderá fazer oralmente. Princípio da Proteção: Visa colocar as partes em patamar de igualdade, ao dar tratamento mais protetivo ao empregado, devido a disparidade entre as partes. O juiz só fará isso caso tenha necessidade. Ex. Inversão do ônus da prova, isenção de custas e do depósito recursal, AJG, execução de ofício (até a reforma trabalhista, hoje há controvérsias); PRINCÍPIO PROCESSUAL MAIS ABALADOS PELA REFORMA - Informalidade (observação da Profa. Vólia) Processo do Trabalho era o carioca de chinelo e o Processo Civil vivia de smoking. Agora ambos estão de terno, mas o Processo do Trabalho de terno sem marca e o Processo Civil de Armani; - Conciliação: artigos 846 e 850 da CLT (vide artigo 334 do NCPC). É desejável em qualquer momento do processo. Ela é muito mais interessante do que o Juiz pôr a sua vontade. Vale lembrar que a conciliação não é obrigatória, e sim opcional, caso uma das partes não queira, não terá. Já na área trabalhista ter audiência de conciliação é obrigatório, podem não aceitar a conciliação, más a audiência precisa ser executada, em dois momentos, na abertura da audiência pois o processo ainda está em fase de construção, A tentativa de conciliação no processo do trabalho é obrigatória em 02 momentos: - na abertura da audiência (art. 846 CLT), e, - após o término da instrução e razões finais pelas partes (art. 850 CLT). A ausência da primeira tentativa (na abertura), não gera nulidade se suprida pela segunda (no término da instrução). Irrecorribilidade das decisões interlocutórias: artigo 893, parágrafo 1°, da CLT, artigo 203, par. 2°, do NCPC, e Súmula 214 do TST. 1 – tutela de urgência (indefere); 2 – juntada de documento (indefere); 3 – AUD – pergunta para a testemunha (indefiro) MANDADO DE SEGURANÇA – NÃO CONCEDE RECURSO PRÓPRIO – TRT - liminar As decisões interlocutórias (ato pelo qual o juiz decide questões incidentais sem colocar fim ao processo) não são recorríveis de imediato, sendo somente permitida sua apreciação no recurso da decisão definitiva - SENTENÇA. A todo momento o Juiz está tomando decisões no processo (decisões interlocutórias), está tendo um posicionamento e consequentemente esse posicionamento pode acabar agradando apenas umas das partes ou nenhuma. Desse princípio decorreu o uso do “protesto antipreclusivo” em audiência que é um costume na Justiça do Trabalho, uma vez que não é possível recorrer imediatamente. Todas as decisões proferidas em audiência precisa passar pelo processo antipreclusivo. No processo civil a forma de solução é totalmente diferente, no processo do trabalho não é cabível recurso imediatamente, apenas terá um momento próprio para isso. Ex: Uma empregada gestante que quer integração, pois foi mandada embora sem justa causa em seu período de instabilidade. Foi pedido uma tutela de urgência para que ela fosse reintegrada imediatamente ao seu cargo. O juiz ao analisar diz que não concorda com a reintegração dela. (Foi a primeira decisão interlocutória dele). Na audiência a parte autora convida uma testemunha X para que testemunhe os fatos que aconteceram. Porém essa testemunha já trabalhou na empresa e tem um processo contra a mesma. Desta forma o advogado da empresa contradita a testemunha X. Nesse momento o juiz tem que dar uma decisão interlocutória. Sendo assim o Juiz aceita a contradita e o Juiz não ouve a testemunha. Logo depois da audiência a autora juntou um documento novo no processo. Más o Juiz quando vê esses documentos novos tem que fazer uma terceira decisão interlocutória e indefere a juntada da prova. E por fim a sentença final. Por mais que as três decisões sejam interlocutórias, são diferentes: A primeira é uma Decisão Interlocutória com Urgência. Segunda é uma Decisão Proferida em Audiência. E a terceira uma Decisão Interlocutória Comum, não tem urgência e não foi proferida em audiência. Por fim é hora de impugnar a sentença e as decisões interlocutórias. No recurso ordinário é hora de apresentar o recurso das decisões interlocutórias. Quando for uma decisão de cunho urgente, mesmo sendo irrecorrível a legislação permite usar o mandado de segurança proposto no TRT, pedindo uma liminar para rever a decisão do Juiz. Lei 12.016. Se no momento o Juiz acolher a contradita do nosso exemplo, imediatamente os advogados da gestante precisa pedir a palavra e falar “gostaria de impugnar a sua decisão e que conste na ata da audiência a sua decisão e a minha impugnação contra a sua decisão”. Se não estiver na ata, você acaba perdendo o seu direito, pois isso é importante colocar, para a decisão do Juiz não se tornar definitiva. Na decisão interlocutória comum não precisa registrar nada, pois já estará escrita. Se o TRT achar que o Juiz realmente errou em sua decisão, o TRT irá anular a sentença, o Juiz terá que aceitar a Maria, isto é, fazer uma audiência só para escutá-la e aceitar a juntada de documentos e por fim realizar uma segunda sentença. Após a segunda sentença cabe recurso Não irá cair na prova a súmula nº 214. Súmula nº 214 do TST DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE (nova redação) - Res. 127/2005, DJ 14, 15 e 16.03.2005 Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT. Há exceções: O TST, através da Súmula n° 214, excepciona tal princípio ao autorizar recurso imediato contra decisão interlocutória nas seguintes hipóteses: a) De decisão interlocutória do TRT contra súmula ou OJ do TST (decisão monocrática – Rec) - COLEGIADO; b) De decisão interlocutória suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal (1021, CPC – Ag Interno e; TRT c) De decisão interlocutória que acolhe a exceção de incompetência territorial com a remessa dos autos para TRT diverso ao qual o juiz excepcionado está vinculado. Em decorrência de tal princípio não cabe agravo de instrumento como ocorre na Justiça Comum. ESQUEÇAM O ART. 1015 DO CPC!! Busca da verdade real: artigo 765 da CLT. Dispõe que o Juiz tem ampla liberdade na direção do processo para andamento célere da ação, podendo determinar qualquer diligência necessária para o esclarecimento da lide, independentemente de requerimento das partes. Art. 765 da CLT. Os juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo evelarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas. O juiz pode se basear em prova documental, pericial, testemunhais etc. Eficácia da lei processual no tempo e no espaço Leva em consideração o “Tempus regit actum” ou seja, o tempo rege o ato, o que vale é a lei que está no momento do ato. A lei processual tem eficácia imediata, aplicando-se aos atos processuais ainda não praticados ou não consumados sob a vigência da lei antiga. Pouco importa quando entrou com a ação, o que vale é o momento do ato. Prevalece também a irretroatividade da lei. Tem previsão legal nos artigos 912 e 915 da CLT e artigo 1.046 do NCPC. Aplica-se a lei processual brasileira em todo território nacional, independentemente de ser a pessoa nacional ou estrangeira. No tocante à lei processual o princípio que prevalece é o da territorialidade. Se o processo diz respeito a uma questão dentro do Brasil, mesmo que a pessoa ou empresa seja estrangeira vale a lei processual brasileira. Organização da Justiça do Trabalho Os órgãos da JT se espalham por todo o território nacional, com a existência de 24 Tribunais Regionais do Trabalho e diversas Varas do Trabalho. No 1° grau de jurisdição (primeira instância) da JT não existem órgãos ou Varas especializadas, como ocorre na Justiça Comum (Família, Sucessões, Criminal, Cível, Fazenda Pública etc.). Todas as Varas do Trabalho julgam as mesmas matérias. Isso porque a JT já é uma Justiça Especializada. A JT é regional, por isso o Juiz do trabalho não é chamado de Juiz de Direito, pois essa denominação é na área Estadual. Uma das justiças mais importantes hoje, pois é ela que tutela direitos sociais fundamentais. A Justiça do Trabalho está em todo o território nacional. Os Tribunais têm sido criados por regiões e não por Estados, como ocorre na Justiça Comum Estadual. São 24 Regiões, na maioria coincidentes com o espaço geográfico atinente à unidade federada em questão, uma para cada Estado, salvo exceções de alguns. O TRT não é pertencente a região “estado”, isto é, não é todo estado que tem o TRT. (não é como o TJ que cada estado tem a sua justiça estadual) Existem hoje 24 TRTs. TRTs que não se limitam à divisão territorial de Estado: 8ª Região (Pará e Amapá), 10ª Região (Distrito Federal e Tocantins), 11ª Região (Amazonas e Roraima), 14ª Região (Rondônia e Acre). O Estado de São Paulo é dividido em duas regiões, o TRT da 2ª Região (São Paulo, Grande São Paulo e grande parte do litoral da Baixada Santista) e o TRT da 15ª Região, sede em Campinas, com competência para atuação no restante do Estado. Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) Os Tribunais Regionais do Trabalho, criados por Regiões, nos termos do artigo 115 da CF: Compõem-se de: no mínimo, sete juízes, recrutados (população e quantidade de processos, isto é, isso que definirá o número máximo de desembargadores), quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros, com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos. A ampliação varia de acordo com a necessidade. O art. 115, I, do respectivo artigo prevê que 1/5 (um quinto) dos componentes do TRT devem ser advogados e membros do Ministério Público do Trabalho. Assim, todo TRT será composto por 20% de advogados e membros do MP. Apesar de na Constituição Federal constar que os TRTs serão compostos por juízes, os TRTs através de normatização interna, têm adotado a denominação de Desembargador Federal do Trabalho para o cargo de juiz de segundo grau, ou seja, dos Tribunais Regionais do Trabalho. Em relação à fixação do número de juízes no TRT, a EC 45/04 fixou no inciso XIII do art. 93 CF que o número de juízes na Unidade Jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial e a respectiva população. Tribunal Superior do Trabalho (TST) É único, com sede na Capital Federal e jurisdição em todo território nacional, composto por 27 Ministros (Artigo 111-A da CF). A nomeação dos ministros é feita pelo Presidente da República após aprovação pelo Senado Federal. O inciso I deste artigo impõe que 1/5 (um quinto) dos Ministros do TST deverão ser advogados e membros do Ministério Público do Trabalho. Os demais membros serão Juízes (ou Desembargadores) dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da Magistratura da carreira, indicados pelo próprio TST. Assim, em suma, possui 27 membros, compostos por: 03 advogados, 03 membros do ministério público do trabalho e 21 desembargadores dos TRTs. O TST tem a seguinte formação: O TST tem a seguinte formação: Pleno composto por 27 Ministros: Matéria de grande repercussão trabalhista. Órgão Especial composto por 14 Ministros: Serve para acabar com as divergências entre as seções. SDC (Seção de Dissídio Coletivo) composta por 09 Ministros: Serve para acabar com as divergências das subseções de dissídio individual. Dentre os 24 presentes nas subseções, 9 deles estarão presentes nessa seção. SBDI-I (Subseção de Dissídio Individual) composta por 14 Ministros: Serve para acabar com as divergências das turmas. SBDI-II (Subseção de Dissídio Individual) composta por 10 Ministros: Serve para acabar com as divergências das turmas. 08 (oito) turmas compostas por 03 Ministros cada uma: Julgam a grande parte dos processos. 8 vezes 3 resulta 24, sendo esses de função de admissibilidade e os outros 3 ministros que estão fora os que tem função administrativa (Presidente, Vice-presidente e Corregedor). As turmas são selecionadas pode sorteio. Os seus julgamentos podem divergir as decisões, sendo necessário “subir” o poder. E se não existir VT na localidade? As reclamações serão propostas perante a Justiça Estadual. Em sede de 2° grau de jurisdição a apreciação competirá ao TRT da região abrangida; O Juiz de Direitos vai ter as mesmas funções do Juiz do trabalho. Art. 654, CLT: Ingresso de juízes Art. 654 - O ingresso na magistratura do trabalho far-se-á para o cargo de juiz do trabalho substituto. As nomeações subsequentes por promoção alternadamente, por antiguidade e merecimento. - Juízes - Desembargadores - Ministros As Varas possuem uma Secretaria e não cartório. Outrossim, o responsável pela Secretaria é o Diretor de Secretaria e não escrivão. Juízes de Direito investidos na competência trabalhista Na ausência de Vara do Trabalho, a competência será exercida pelo Juiz de Direito local (Juiz Estadual). O STJ na Súmula 10 entende que instalada a Vara do Trabalho, cessa a competência do Juiz de Direito em matéria trabalhista, inclusive para a execução das sentenças por estes proferidas. A CLT dispõe sobre o tema nos artigos 668 e 669. A competência do Juiz de Direito é a mesma da vara, sendo que se houver mais de um Juiz de Direito, a competência será determinada por distribuição ou pela divisão judiciária local, conforme a lei da organização respectiva. Fluxograma de organização do Judiciário Há uma hierarquia entre os órgãos judiciários. Não existe 3º e 4º grau de jurisdição, pois o TST e o STF não vão julgar o caso novamente. Quando a parte não satisfeita com a sentença recorre, o processo vai ao TRT, que profere um acórdão de acordo com as suas turmas. Não satisfeito, poderá ser feito um recurso de revista que poderá chegar ao TST. A Vara do Trabalho e o TRT analisam o contexto fático. O TST e STF não tem funções de julgar novamente o caso, e não ficarão presos ao contexto fático. O TST tem como função dar pacificação do entendimento do TRT, unificar a jurisprudência e dar uma última interpretação sobre a matéria trabalhista. Para um caso ser julgado pelo TST é necessário haver repercussão.
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