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Polipose e neoplasias intestinais 1 Polipose e neoplasias intestinais Foco do estudo deve ser: Pólipos intestinais 40% Síndromes intestinais com polipose 60% Câncer colorretal hereditário não poliposo - Dx das sindromes que tem risco aumentado pra CCR Conceitos básicos Pólipo intestinal: massa ou estrutura que se projeta a partir da parede do intestino para o lúmen Podem ser benignos ou malignos A maioria dos cânceres colorretais surge a partir de pólipos intestinais que sofrem alterações genéticas Polipose e neoplasias intestinais 2 Classificação Sésseis x Pedunculados Neoplásicos x Não-neoplásicos !!!!!!!!!!!! NN são considerados benignos e com baixo risco de malignização. Subtipos dos não-neoplásicos: Hiperplásico Dentre os NN é o mais comum < 1 cm Rosados, abobadados Idosos principalmente Reto e sigmoide principalmente Hamartomatoso Raros Geralmente em < 20 anos Pólipos juvenis são do tipo hamartomatosos Associação com Síndromes Polipose e neoplasias intestinais 3 Inflamatório constituído de componentes estromais + epiteliais + cél inflamatórias. Ex: Pseudopólipo → formado da regeneração de uma mucosa cronicamente inflamada ( diverticulite, infec bacteriana) Pseudopólipo → RCU Neoplásicos podem ser benignos (Adenomas) ou malignos (adenocarcinoma, carcinoide) mas tem um risco de malignizar. Pensar em Adenoma. Adenoma tubular 65 a 80% dos adenomas!!!!! menor risco de malignizar (menos atipias) mais de 75% de componente tubular Adenoma tubulo-viloso 10 a 25% dos adenomas mistura os dois componentes taxa intermediária de malignizar Adenoma viloso (VILÃO!) 5 a 10% dos adenomas Apesar de ser o mais maligno, é menos frequente maior risco de malignizar (mais atipias) mais de 75% de componente viloso obs: Adenoma avançado: → Adenoma viloso → Alto grau de displasia → Mais de 1 cm Polipose e neoplasias intestinais 4 💡 Se considerar todos os pólipos,Neo e Não-neo, adenomas são os mais comuns, mas se considerar apenas os Não-neo os hiperplásicos que são os mais comuns. Pólipos serrilhados Aspecto de dente de serra + maior risco de malignização Subtipos Pólipos hiperplásicos (80 a 90%) fique atento porque esse PH pode malignizar! via de regra o PH não maligniza porque é benigno, mas se for de aspecto serrilhado tem esse risco Pólipos ou Adenomas serreados sésseis (18 a 22%) se transforma em câncer por meio da mutação K-RAS Adenomas serrilhados tradicionais (0,6 a 1,3%) (trad - braf) se transforma em câncer por meio da mutação BRAF que gera instabilidade microssatelite Fisiopato: Sequência- Adenoma Carcinoma 1. Mutação gene APC 2. Ativação do K- RAS 3. Mutação do gene DCC 4. Mutação do Gene supressor tumoral p53 Classificação de Haggitt Classifica o grau de penetração do adenocarcinoma no pólipo , seja ele séssil ou pedunculado Polipose e neoplasias intestinais 5 Carcinoma invasivo: quando se estende através da muscular da mucosa (nível 1 em diante) Síndromes Hereditárias e CCR Síndromes de polipose adenomatosa familiar Polipose Adenomatosa Familiar (PAF) PAF classica autossomica dominante mutação do APC centenas a milhares de adenomas TGI (colon e duodeno) e polipos hiperplasicos no estômago manifestações extraintestinais podem estar presentes!!!! hipertrofia do epitélio retiniano osteomas Cistos epidermicos Lipomas tumores desmoides dentes supranumerários Polipose e neoplasias intestinais 6 Risco de 100% de evoluir com câncer colorretal Indicada proctocolectomia + anastomose ileoanal e mucosectomia retal Retirar o reto e o colon (proctocolectomia) + reestabelecer o trânsito com anastomose de bolsa ileal/ anal A cirurgia geralmente é feita na adolescência ou 20 anos Associação com outras neoplasias neo periampular neo tireoide neo snc PAF atenuada 10 a 99 polipos adenomatosos surgem tardiamente acometimento de colon proximal Sindrome de Gardner polipose adenomatosa familiar em que o paciente tem acometimento de tumores extraintestinais benignos (osteomas e tumores desmoides) + anormalidades dentárias = Síndrome de Gardner Síndrome de Turcot polipose no TGI tumor de SNC = principal tumor é o meduloblastoma Polipose Associada ao MUTYH é autossomica recessiva Promove polipose adenomatosa no colon com menos de 500 polipos Associação com pólipos gastricos e duodeno Maior incidência de neo Polipose e neoplasias intestinais 7 Duodeno Ovario Bexiga Tireoide Pele Síndromes de polipose hamartomatosa familiar todas autossômicas dominantes Síndrome PTEN- Harmartoma Síndrome Cowden (muito importante) autossômica dominante mutação no gene Pten múltiplos pólipos hamartomatosos no TGI e na PELE manifestações triquilemomas queratomas acrais/ papulas queratosicas em mãos e pés papilomas orais outros tumores associados: CA mama risco de 13% evoluir para CCR Síndrome Bannayan Riley Ruvalcaba autossômica dominante mutação do gene Pten manifestações mais precoces que Cowden macrocefalia lentigos penianos ( maculas hipercromicas) lipomas Polipose e neoplasias intestinais 8 anormalidades vasculares atraso no desenvolvimento Polipose juvenil familiar autossômica dominante mutação do SMAD4 e BMPR1A pacientes em torno de 10 anos multiplos polipos hamartomatosos risco aumentado de câncer gástrico e CCR (68%) manifestações clinicas anemia sangramento TGI telangectasias hemorrágicas Malformações arteriovenosas em órgãos pólipos hamartomatosos diagnóstico Polipose e neoplasias intestinais 9 Síndrome de Peutz Jeghrs autossômica dominante mutação no gene STK11 risco aumentado de CCR (36%), mama e pulmão manifestações clínicas máculas hipercrômicas cavidade oral, lábios e extremidades Câncer colorretal hereditário não poliposo (Sd Lynch) Constitui uma síndrome hereditária SEM POLIPOS que aumenta risco de CCR Autossômica dominante Mutação em genes de reparo MLh1 Msh2→ instabilidade microssatélite → predisposição ao câncer Não há múltiplos pólipos!!! Associação de Sd Lynch e CA endométrio e CA colorretal 10-47% sendo mais comum a direita Devido ao risco aumentado de CCR e por ser uma condição geneticamente determinada Está indicada vigilância endoscópica nesses pacientes e nos seus familiares com realização de colonoscopia 20-25 anos repetindo a cada 1-2 anos Subtipos Síndrome de Muir torre : neoplasia de glandula sebácea associada Síndrome de Turcot: pode ser presente na Sd Lynch e o tumor será glioma Polipose e neoplasias intestinais 10 Critérios diagnósticos (decorar) 💡 Sempre que estivermos diante de um paciente com suspeita de câncer e vários familiares dele com diagnóstico prévio de câncer colorretal: pensar em SINDROMES HEREDITÁRIAS QUE CURSAM COM RISCO AUMENTADO DE CÂNCER COLORRETAL, as quais podem cursar com pólipos (adenomatosos, hamartomatosos) ou não cursar com pólipos. Se a questão não fizer menção aos pólipos, pensar em Síndrome de Lynch ou Câncer colorretal hereditário não poliposo Câncer colorretal (3º tema que mais cai) Introdução neoplasia mais frequente do TGI junto ao câncer de estômago 3ª mais frequente no homem e 2ª mais frequente na mulher (excluindo cancer de pele não melanoma) 40% dos CCR são em retossigmoide (maioria dos CCR É esquerda) Subtipo histológico mais comum é Adenocarcinoma Polipose e neoplasias intestinais 11 No IDelgado Proximal (duodeno): adenocarcinoma é mais comum Distal (ileo): tumores neuroendocrinos (ou carcinoide) Pode cursar com sindrome carcinoide (serotonina) Rubor facial Colicas Broncoespasmo Os tumores neuroendócrinos superaram o adenocarcinoma no ID Epidemiologia Câncer de colon é o câncer de TGI mais frequente no Brasil e no mundo Mais comum em idosos , em homens e em países desenvolvidos → aumento em pacientes jovens 70 a 80% dos casos são forma esporádica (pacientes sem fatores de risco) 30 a 20% são forma hereditária (pacientes com fatores de risco, isto é, história familiar deCCR, síndromes que predispõem ao CCR) Fatores de risco x proteção Polipose e neoplasias intestinais 12 Polipose e neoplasias intestinais 13 Manifestações clinicas A depender da localização a sintomatologia pode variar Idoso com alteração do habito intestinal : constipação e ou diarria Sangramento via retal : hematoquezia (sangue vivo, cânceres à esquerda porque não dá tempo o sangue ser metabolizado) ou melena (sangue digerido, em cânceres à direita, porque ainda há trânsito pra o sangue ser digerido) Anemia: pela perda de sangue pelo TGI Dor abdominal: difusa inespecífica ou localizada à esquerda (já que é mais comum o CCR a esquerda) Perda ponderal Tenesmo + Dor retal + fezes em fita (Tumor retal) Quando as fezes ultrapassam a válvula ileocecal e chegam ao cólon ascendente, elas ainda estão bastante líquidas. Além disso, o cólon direito apresenta maiores dimensões do que o cólon esquerdo. Portanto, tumores que se situam à direita (ceco e cólon ascendente) dificilmente provocam obstrução intestinal ou constipação, a menos que estejam muito grandes. Assim, esses tumores podem ulcerar e determinar perda sanguínea crônica e anemia. Como o sangue ali perdido ainda irá passar por grande parte do cólon, ele costuma não ser visualizado nas fezes ou apresentar-se como melena (sangue escurecido). A ANEMIA é uma importante característica das neoplasias situadas à direita, geralmente associada à FADIGA. De forma contrária, exibindo raciocínio semelhante, o câncer de cólon esquerdo (mais estreito e no qual as fezes já estão mais sólidas) obstrui e promove constipação de uma forma muito mais fácil. Em caso de sangramento, cursa com sangue vermelho vivo e mais perceptível ao olho nu. Assim, ALTERAÇÃO DO HÁBITO INTESTINAL (CONSTIPAÇÃO), OBSTRUÇÃO E HEMATOQUEZIA são importantes características das neoplasias situadas à esquerda. Polipose e neoplasias intestinais 14 Diagnóstico diferencial Hemorroidas O sangramento oriundo das hemorroidas é o sintoma cardinal e é caracteristicamente vermelho-vivo, em razão da presença de anastomoses arteriovenosas abundantes! Os pacientes notam o sangue ao se limpar com papel após defecação, ou referem que o sangue pinga ou esguicha no vaso sanitário. Atenção! Sangramento não associado a evacuação é incomum. A presença de sangramento que não é vermelho-vivo ou sangue misturado às fezes, são sintomas atípicos e com frequência sugerem origem mais proximal. Sangramento oculto crônico levando a anemia também é raro Doença inflamatória intestinal Polipose e neoplasias intestinais 15 Rastreio de câncer colorretal O rastreio são possíveis e são formas de PREVENÇÃO SECUNDÁRIA ( o indivíduo já tem o câncer, você está impedindo as complicações dela, ) buscamos fazer o diagnóstico precoce de uma condição maligna uma vez que, em uma fase mais precoce, ela apresentaria uma maior chance de cura. O racional do rastreio do CCR visa a identificação dos pólipos intestinais que possam representar um risco de evolução maligna como, também, a detecção precoce de CCR localizados e superficiais. Inúmeras estratégias podem ser adotadas para rastreamento do câncer colorretal, a saber: toque retal pesquisa de sangue oculto nas fezes - o CCR pode, em um primeiro momento, se apresentar apenas com sangramento detectável na pesquisa de sangue oculto nas fezes e mais nada. Trata-se de neoplasia rastreável e, com exame de pesquisa de sangue oculto positivo, devemos buscar o método padrão- ouro para diagnóstico do câncer colorretal, que é a colonoscopia. pesquisa de DNA fecal enema baritado colonografia por tomografia computadorizada retossigmoidoscopia flexível colonoscopia. Polipose e neoplasias intestinais 16 💡 O câncer de colon direito não costuma alterar o habito intestinal, por isso todo paciente com mais de 50 anos com diagnóstico de anemia ferropriva deve ser submetido a uma colonoscopia, mesmo se a EDA mostrar ulceras ou ele comprovadamente tem hemorroida. Fatores que influenciam no rastreio • Idade do paciente 💡 O risco relativo de indivíduos com faixa etária em torno de 80 a 84 anos apresentar CCR é sete vezes superior ao das pessoas com idade entre 50 e 54 anos. • Síndromes hereditárias associadas a CCR • História familiar ou pessoal de CCR • Presença de pólipos adenomatosos ou serrilhados • Doença inflamatória intestinal • Exposição à radioterapia abdominal Rastreio em população de médio risco (sem fatores de risco) Em pacientes que se recusam a realizar colonoscopia, pode-se realizar colonografia por tomografia computadorizada a cada 5 anos sigmoidoscopia flexível a cada 5 anos. pesquisa de DNA fecal a cada 3 anos Polipose e neoplasias intestinais 17 🥇MINISTÉRIO DA SAÚDE: rastreamento para CCR por meio da pesquisa de sangue oculto nas fezes, colonoscopia ou sigmoidoscopia, em adultos entre 50 a 75 anos (grau de recomendação A). Entretanto nesse guideline reforça-se que a adoção de programas populacionais de rastreamento para CCR no Brasil não é considerada viável e nem o custo-efetivo, devendo-se focar nas seguintes estratégias de diagnóstico precoce: • Divulgação ampla dos sinais de alerta para a população e profissionais de saúde; • Acesso imediato aos procedimentos diagnósticos para os casos suspeitos; e • Acesso a tratamento adequado e oportuno. obs: novo guideline da US Preventive Services Task Force defende rastreio para CCR 50-75 anos grau A e entre 45-49 anos grau B, ou seja há um benefício moderado e deve-se considerar um rastreio precoce. 💡 Paciente sem queixas, sem HF, sem FR para CCR, os melhores exames para rastreio e diagnóstico precoce seriam Toque Retal e Colonoscopia , e não PSOF + Colono, porque se paciente já fará colonoscopia, a pesquisa de sangue oculto nas fezes é dispensável pois a colonoscopia já é padrão-ouro para diagnóstico do CCR. A sensibilidade da PSOF não é tão boa. Rastreio em população com HF positiva de CCR Polipose e neoplasias intestinais 18 Se for um parente com 60 anos ou mais, inciar aos 40 e realizar colono de 10 em 10. Se for 2 parentes de 1 grau com CCR ou se um deles tiver menos de 60 anos iniciar aos 40 anos ou 10 anos antes do mais jovem e realizar colono de 5 em 5 Rastreio do câncer colorretal em Síndrome de Lynch ou iniciar 2 a 5 anos antes do caso mais jovem de CCR na família, se diagnosticado antes dos 25 anos. Rastreio do câncer colorretal em pacientes com Doença Inflamatória Intestinal seus portadores apresentam risco aumentado para câncer colorretal, sobretudo aqueles indivíduos com retocolite ulcerativa (RCU). A probabilidade de o portador de RCU evoluir para CCR é de 2% em 10 anos, 8% em 20 anos e 18% em 30 anos Rastreio em população com polipose Polipose e neoplasias intestinais 19 Polipose e neoplasias intestinais 20 Polipose e neoplasias intestinais 21 Diagnóstico Polipose e neoplasias intestinais 22 Exame físico: Toque retal Diante de paciente com história suspeita para câncer colorretal, o exame proctológico é obrigatório na avaliação desse doente. Permite a avaliação do reto distal e médio quanto à presença de tumores, hemorroidas, pólipos etc. suma importância na suspeita do câncer de reto, sendo relevante, inclusive, para o estadiamento Toque retal é capaz de diagnosticar até 50% dos cânceres que acometem o reto Exames em amostras fecais (pesquisa de sangue oculto nas fezes) 💡 Se o paciente visualiza sangue nas fezes não é necessário fazer Teste O-toluidina ou guaiaco - necessita de dieta específica Reduziu a mortalidade mas não a incidência do CCR!! Teste de imunocromatografia - não necessita de dieta especifica; S75% E40-50% Análise DNA fecal - como rastreio é recomendado a cada 3 anos, não é amplamente disponivel S92%E87% 💡 Pacientes de alto risco para CCR devem ser rastreados com Colonoscopia apenas e não com PSOF! A PSOF tem baixa sensibilidade para pólipos < 1 cm Exames endoscópicos Retossigmoidoscopia rigida - permite avaliar ate 25cmda borda anal e por ser rigida consegue dimensionar a distancia do tumor à borda anal Polipose e neoplasias intestinais 23 flexivel - avalia até 60cm da borda anal; 40% dos CCR acometem retossigmoide, sendo bastante util nesses casos Colonoscopia - padrão ouro, diagnóstico e terapêutico Enema baritado com duplo contraste - sinal da maçã mordida fala a favor da presença de tumor = Representa enchimento irregular, concêntrica e estenosante causada pela presença de tumor no cólon ou reto, obstruindo parcialmente a passagem do contraste e formando essa imagem. Colonografia por TC não invasivo permite visualizar o lumen intestinal; bom para os casos em que não se consegue progredir na colonoscopia por lesão obstrutiva mostra reconstruções bi e tridimensionais da luz do cólon, Polipose e neoplasias intestinais 24 Estadiamento ‼ (10% das questões) Paciente com manifestações clínicas típicas, realizada colonoscopia e biópsia: adenocarcinoma de colon → Estudar a extensão locorregional + Investigar presença de metástase cTNM - estadiamento clinico Polipose e neoplasias intestinais 25 alguns pacientes tem lesões avançadas e que geram obstrução à passagem do colonoscópio → colonoscopia virtual (colonografia por TC) TC de abdome e pelve → metástase a distância principalmente Nos tumores retais distais seriam benéfico fazer TC de tórax pq primariamente pode dar meta pra pulmão, mas nos tumores de colon, pode fazer só Rx tórax Exame retal - consegue estimar invasão do esfincter, distancia do tu a borda anal e mobilidade do tu (tu aderidos invadem camadas profundas) CEA - não aumenta apenas no CCR neo tireoide linfoma melanoma condições benignas: DM, ulcera peptica, diverticulite, DPOC POUCO UTIL EM DIAGNOSTICO OU RASTREIO, É PRA SEGUIMENTO!! Baixa sensibilidade e especificidade Polipose e neoplasias intestinais 26 💡 A dosagem do CEA pre op ajuda a definir prognóstico. CEA > 10 é alta chance de metastase pTNM- estadiamento patológico (após a cirúrgia) Polipose e neoplasias intestinais 27 ypTNM - estadiamento patológico de pacientes submetidos a radio ou quimioterapia antes da cirurgia (tratamento neoadjuvante) Revisão Camadas do intestino: colon tem camada mucosa de onde surge o tumor de colon e aprofunda ao longo das camadas (disseminação por contiguidade) Polipose e neoplasias intestinais 28 Quando atingem a serosa, as celulas tumorais podem se desprender e atingir outras porções peritoneais (disseminação transcelômica ou transperitoneal = carcinomatose peritoneal) Drenagem linfatica acompanha a drenagem arterial e venosa intestinal os primeiros linfonos acometidos são epicólicos (na parede intestinal)→ paracólicos → intermediários (nos ramos dos grandes vasos) → primários (em contato direto com AMS e AMI) os vasos linfáticos fazem trajeto paralelo às artérias que irrigam o cólon 💡 A disseminação linfática é mais precoce que a disseminação hematogênica no CCR!!!! A disseminação hematogênica é principalmente para fígado. Polipose e neoplasias intestinais 29 Drenagem venosa Cólon ascendente + parte proximal do colon transverso → ramos que drenam para a VMS Porção distal do colon transverso + Colon descendente + Sigmoide + Reto superior → ramos que drenam para VMI A VMI drena para esplênica V. esplênica + VMS = Veia porta Veias retais médias e inferiores não drenam para circulação mesentérica, mas para a veia cava inferior (circulação sistêmica) Polipose e neoplasias intestinais 30 Tratamento câncer de cólon tratamento curativo: cirurgia = colectomia segmentar + linfadenectomia regional (pelo menos 12 lnn) retira-se o segmento vascular e linfatico e pedaço do colon suprido por ele fixação ou infiltração em estrutura potencialmente ressecável → ressecção em bloco do tumor se CCR não obstruído e não perfurado, não é localmente avançado, não houve cirurgia abdominal prévia → técnica preferida é colectomia laparoscópica reconstrução do trânsito se foi colectomia não complicada, reestabelece trânsito por meio de anastomose primária se houve peritonite / perfuração livre / instabilidade, reestabelece por meio de colostomia Cirurgia é importante pois linfadenectomia → prognóstico e manejo tem que ter sido retirados pelo menos 12 linfonodos se < 12 linfonodos retirados → paciente vai para quimioterapia adjuvante Polipose e neoplasias intestinais 31 Polipose e neoplasias intestinais 32 Polipose e neoplasias intestinais 33 A meta da terapia cirúrgica consiste na ressecção completa da lesão primária, do principal vaso nutridor, dos linfonodos regionais e dos órgãos adjacentes quando está presente a invasão local, de modo a proporcionar uma ressecção R0. Ressecção R0: margens cirúrgicas proximal, distal e radiais sem invasão tumoral à avaliação intraoperatória macroscópica e margens microscópicas negativas para comprometimento neoplásico. Ressecção R1: margens cirúrgicas macroscópicas negativas, mas avaliação anatomopatológica evidencia comprometimento microscópico das margens. Ressecção R2: margens macroscópicas e microscópicas positivas, ou seja, a doença macroscópica não pôde ser totalmente ressecada durante a abordagem cirúrgica do tumor Quimioterapia adjuvante objetiva erradicar micrometástases → recidiva do CCR relacionada a micrometa Estadio III: esquema Folfox (5 fluoracil + leucovorin + oxaliplatina) Estádio II recebem mais frequentemente um regime que não inclui oxaliplatina É iniciada 6 a 8 semanas após a ressecção do tumor primário. Polipose e neoplasias intestinais 34 o intestino delgado, incluído no campo de irradiação, não tolera radioterapia! Os maiores riscos implicados ao órgão seriam: enterite por irradiação, incluindo estenoses, hemorragias e perfuração. Portanto, a radioterapia não faz parte do arsenal terapêutico para o câncer de cólon não retal, mas você verá a seguir que essa modalidade de tratamento é amplamente utilizada no câncer de reto. Tratamento da doença metastática Polipose e neoplasias intestinais 35 💡 Tem sido usados anticorpos monoclonais (inibidores de EGFR Panitimumabe e Cetuximabe e Bevacizumabe inibidor de VEGF). Usar quando o paciente não tem mutação do K-RAS. Tratamento câncer de reto Revisão o reto na mulher se correlaciona com a parede posterior da vagina e com colo uterino e no homem se situa posterior à bexiga, prostata, vesiculas seminais acesso cirúrgico mais desafiador e dificultam a obtenção de margens radiais negativas em cânceres retais que se aprofundam pela parede intestinal, tornando a recidiva local mais frequente nesses pacientes, quando comparados aos doentes com câncer colônico no mesmo estágio. Anatomia Reto superior 12 a 15 cm da margem anal Polipose e neoplasias intestinais 36 Reto médio 8 a 12 cm da margem anal Reto inferior 4 a 8 cm da margem anal O reto tem uma porção extraperitoneal e uma porção intraperitoneal. O peritônio parietal reveste a cavidade abdominal e continua inferiormente até a cavidade pélvica onde sofre reflexão peritoneal. Dessa forma, o reto fica dividido em uma parte superior revestida por peritônio (cujos tumores se comportam tais quais os tumores de cólon) e uma parte inferior sem peritônio. As paredes laterais e posterior do reto extraperitoneal são envolvidas por um mesorreto, um tecido areolar perirretal, onde estão contidos os vasos sanguíneos e linfáticos do reto. A invasão do mesorreto por um câncer retal aumenta o risco de recidiva local e sua identificação no estadiamento clinico constitui indicação para tratamento neoadjuvante. Irrigação: Arteria retal superior: ramo da AMI Arteria retal inferior e média: ramo da A. Iliaca interna Drenagem venosa: segue a arterial Veia retal superior drena para VMI → Veia porta (meta hepática) Veias retais inferior e média → Veia iliaca interna → VCI (meta pulmonar) Polipose e neoplasias intestinais 37 Tratamento neoadjuvante - quimiorradioterapia Redução darecorrência Melhora sobrevida livre de doença Reduz drasticamente o tamanho do tu (25%) Reduz número de linfonodos acometidos Auxilia a manter a continência fecal mesmo que a quimiorradioterapia neoadjuvante leve à redução drástica do tamanho do tumor com sua aparente redução completa, a ressecção cirúrgica ainda está indicada, sendo a pedra angular do tratamento curativo dos cânceres retais. Recomenda-se a TERAPIA MULTIMODAL SEQUENCIADA: radioterapia com quimioterapia infusional concomitante com 5-fluoracil durante 5 a 6 semanas, seguidas por ressecção cirúrgica radial, que é realizada 6 a 10 semanas após ser completada a radioterapia Tratamento adjuvante: Quimioterapia Indicada para todos que fizeram radioquimio neoadjuvante Polipose e neoplasias intestinais 38 Paciente T2N0 que apos cirurgia foi visto N1 Esquema: Folfox (5 fluoracil + leucovorin + oxaliplatina) 24 semanas Tratamento cirúrgico cânceres do reto iniciais (estágio I) → definitivamente tratados apenas com a cirurgia; cânceres de reto estágios II e III → terapia neoadjuvante (quimiorradio) + cirurgia A escolha do procedimento depende principalmente da localização do tumor na extensão do reto e do estágio clínico. Uma excisão local é geralmente realizada transanalmente. Uma excisão radical é realizada transabdominalmente, com um procedimento poupador de esfíncter ou uma ressecção abdominoperineal. A) Ressecção transanal (tumores tranquilos) Tumores móveis < 3-4cm < 40% da circunferência do reto envolvida localizados a até 6-8 cm da margem anal T1 bem diferenciados, ausência de invasão linfovascular, ausência de doença linfonodal (US endorretal ou RNM) B) Ressecção radical Polipose e neoplasias intestinais 39 RAB Ressecção do reto abaixo da reflexão peritoneal + Anastomose coloanal Polipose e neoplasias intestinais 40 Colostomia temporaria Não deixa a anastomose funcionar ainda, faz uma colostomia temporária por 10 semanas pra garantir que essa anastomose vai funcionar RAP Resseca reto e ânus Fecha o orificio anal Colostomia anal definitiva → por isso que é indicada pros pacientes que nao vao ter controle do esfincter Metástases hepáticas o principal sitio de disseminação hematogênica é FÍGADO Mais de 50% dos pacientes com tumor colorretal vão ter metastase hepatica em algum momento Polipose e neoplasias intestinais 41 Se ressecável → tratar cirurgicamente, porque se não tratadas o prognóstico é péssimo Metastáses hepáticas podem ser sincrônicas - ao diagnóstico ou até 6 meses (até 25%) metacronicas - mais de 6 meses após diagnóstico do tumor (até 40%) Avalie melhor a lesão hepática + extrahepáticas Realizar RNM ou Realizar PET CT vai me dizer se é ressecável ( manter parênquima hepático viável) ou não Tratamento metástases ressecáveis - O tratamento das metástases hepáticas diz respeito às metacrônicas pois as sincrônicas é controverso: Polipose e neoplasias intestinais 42 Avaliar escore de risco clínico (escore de Fong) - A terapêutica cirúrgica inicial, sem o emprego da quimioterapia neoadjuvante, é reservada principalmente para os pacientes com baixo risco clínico e sem fatores de mau prognóstico, sendo os principais candidatos a essa conduta os portadores de nódulo metacrônico único ou poucos nódulos, de tamanho pequeno (até 5cm), localizados em posição favorável para a ressecção. Em ambos os casos, seja o paciente submetido à ressecção cirúrgica imediata ou ao tratamento neoadjuvante, realiza-se quimioterapia adjuvante As metástases hepáticas são consideradas ressecáveis quando é possível retirar todas as lesões, preservando 20 a 25% de parênquima hepático em fígados não cirróticos, com efetiva drenagem biliar, vascularização e drenagem venosa Tratamento de metástases irressecáveis Quimioterapia de conversão Polipose e neoplasias intestinais 43 para distinguí-la da terapia neoadjuvante que é administrada a pacientes que apresentam antecipadamente doenças aparentemente ressecáveis. Dessa forma, mesmo pacientes selecionados com metástases hepáticas inicialmente irressecáveis podem tornar-se elegíveis para ressecção se a resposta à quimioterapia for suficiente. Embolização portal com hepatectomia em 2 tempos o parênquima hepático funcional insuficiente após ressecção é um dos principais limitantes à exérese das metástases. O risco de insuficiência hepática pós-operatória é elevado quando não se consegue preservar ao menos 25% de parênquima hepático funcional. A embolização portal visa induzir atrofia do hemifígado a ser ressecado e hipertrofia compensatória do fígado remanescente em um primeiro tempo, o fígado “residual” (geralmente um setor hepático ou um hemifígado que será mantido) é completamente “limpo” de lesões por meio de ressecções e/ ou técnicas ablativas. Segue-se com a embolização portal do hemifígado contralateral e consequente atrofia do fígado a ser ressecado Indicado: sempre que existir dúvida quanto ao volume de parênquima residual. Métodos ablativos (necrose por coagulação do tumor e áreas proximas ) Ablação por radiofrequência é o principal método Não pode fazer quando a meta está proxima a estruturas nobres como biliares principais ou grandes vasos Devido às altas taxas de recidiva local e às limitações anatômicas descritas, a radiofrequência não está indicada em pacientes com metástases ressecáveis Indicado: até 3 lesões metástaticas hepaticas e a maior delas até 3cm Polipose e neoplasias intestinais 44
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