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intolerância religiosa

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA
CENTRO DE ARTES, HUMANIDADES E LETRAS
Yane Pereira
 	Resenha crítica:
Intolerância religiosa: ameaça à paz
Yane Pereira
Resenha crítica:
Intolerância religiosa: ameaça à paz
Esta resenha foi proposta pelo professor Xavier Vatin como parte de avaliação da disciplina de antropologia visual referente aos conteúdos do semestre remoto de 2020.
Resenha crítica: “Intolerância religiosa: ameaça à paz”
SERRA, Ordep. Intolerância religiosa: ameaça à paz. Documentário nacional: 2004.
	Ordep Serra nasceu em 1943 na cidade de Cachoeira na Bahia, graduou-se em Letras pela UNB, fez mestrado em Antropologia Social pela UNB e possui doutorado em Antropologia pela USP. Suas produções principais estão centrada nas áreas de Antropologia da Religião, Antropologia das Sociedades Clássicas, Etnobotânica, Teoria Antropológica. Traduziu vários textos científicos e literários. Como escritor, foi premiado três vezes em concursos nacionais de literatura, com obras de ficção (conto, novela).  É membro da Academia de Letras da Bahia. 
O filme relata o conflito que é resulta da intolerância dos neopentecostais contra as religiões de matriz africana no Brasil. Retratando diversos casos de intolerância religiosa contra Terreiros de Candomblé e reúne depoimentos de vítimas desses atos. Nas falas dos participantes é possível notar o quanto a intolerância religiosa está atrelada ao racismo e se configura no território baiano de maneira contraditória com a realidade do local, já que na Bahia convivem várias religiões de segmentos diferentes e o estado também possui o maior contingente de negros fora da África.
A religião é um produto cultural e a discriminação religiosa é o resultado de um etnocentrismo que divide as culturas entre melhores e piores. Assistindo ao filme fica possível compreender o papel da educação na perpetuação do racismo religioso, pois os cultos afros são constantemente demonizados por meio de líderes religiosos, principalmente neopentecostais, que manipulam o imaginário dos fiéis para que estes venham a demonizar esses cultos e buscar constantemente uma “conversão” desses povos e de certa forma, termina por beneficiar esses líderes no aspecto financeiro e reflete positivamente no aumento do seu poder ideológico. O documentário traz relatos de ataques terroristas e racistas aos povos de santos e fica evidente o dano psicológico que essas atrocidades causam nas vítimas.
Outro tópico que convém ater-se no filme é a apropriação de elementos do candomblé por meio dos evangélicos, como por exemplo, a venda do acarajé que dentro de certas igrejas protestantes passou a denominar-se “bolinhos de Jesus”, esse fato também corrobora com a ideia de que esses líderes religiosos estão se beneficiando financeiramente com o racismo religioso. 
Ainda sobre a obra, vale lembrar que fica evidente o quanto a liberdade de expressão e de culto garantida pela constituição é contestada diante desses ataques, além do mais, é necessária a compreensão de que se as comunidades neopentecostais continuarem se fortalecendo e os ataques racistas religiosos se tornarem muito mais frequentes, o número de tragédias resultantes aumentará de forma tão absurda que as culturas afros e as vidas de seus povos estarão completamente ameaçadas.
Santo Amaro – BA
Novembro, 2020

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