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Aula 3 Perspectivas de análise da profissão

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Unidade I: Tendências teórico-metodológicas na trajetória da profissão no 
Brasil
Prof.ª Elizete Alvarenga
Perspectivas teóricas no Serviço Social brasileiro e o arranjo 
teórico-metodológico
Livro: Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: Um esboços de
uma interpretação histórico-metodológica.
Autores: Marilda Iamamoto e Raul de Carvalho
Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 1A. Graduação em
Serviço Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1971), mestrado
em Sociologia Rural pela Universidade de São Paulo (1982) e doutorado em
Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2001).
É professora Titular (aposentada) da Escola de Serviço Social na
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professora titular (aposentada) da
Faculdade de Serviço Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
atuando no Programa de Pós-graduação em Serviço Social. Professora
visitante na Universidade Federal de Juiz de Fora atuando no Programa de
Pós-Graduação em Serviço Social. Selecionada para o Programa de
Incentivo à Produção Científica, Técnica e Artística PROCIÊNCIA
(FAPERJ/UERJ), Pesquisadora integrante do Programa de Estudos e
Pesquisas Pensamento social e realidade brasileira na América Latina e do
Centro de Estudos Octávio Ianni. Coordenadora do Núcleo de Estudos
Estado, Classes Trabalhadoras e Serviço Social - NECLATSS. Ex-
coordenadora Adjunta da CAPES para a área de Serviço Social (triênio
2008-2010). Tem experiência na área de Serviço Social e Sociologia Rural
com ênfase em Serviço Social, atuando principalmente nos seguintes
temas: serviço social, história do serviço social, serviço social na divisão do
trabalho, formação profissional e ensino superior. Autora de livros com
várias edições e artigos em revistas nacionais e internacionais. Fonte:
Plataforma Lattes
Raul de Carvalho - Bacharel em Ciências Econômicas pela Faculdade de Ciências
Políticas e Econômicas do Rio de Janeiro e Mestre em História Social pela
Universidade de São Paulo (USP). Em sua vivência profissional tem se dedicado a
atividades e pesquisas no campo socioambiental.
Fonte: Relações sociais e serviço social no Brasil: esboço de uma interpretação
histórico-metodológica, 2012.
O livro Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: Um esboços de uma
interpretação histórico-metodológica é resultado de trabalhos realizados por
Marilda Iamamoto e Raul de Carvalho.
O trabalho está vinculado à investigação do Centro Latino Americano –
CELATS sobre a história do Serviço Social na América Latina.
O CELATS resolveu publicar o resultado em co-edição com a editora Cortez
para facilitar o acesso no Brasil.
Relações sociais e Serviço Social é uma obra necessária para compreender
o ponto de partida das relações sociais, o posicionamento do Serviço Social.
Oferece elementos de interpretação histórica das principais forças
determinantes na origem e evolução do Serviço Social no Brasil.
A igreja e o Estado surgem como protagonistas principais na formação do
Serviço Social na América Latina.
Marilda Iamamoto e Raul de Carvalho tiveram subsídios de diversas
instituições e organizações e grupos de Assistentes Sociais para
compreender:
- Como surge nossa profissão no Brasil
- Como se desenvolve
- Como se delineia na atualidade
Capítulo II – O Serviço Social no processo de reprodução das relações
sociais
Perspectiva de análise
• Compreender a profissão historicamente situada, como um tipo de
especialização do trabalho coletivo, dentro da divisão social e técnica do
trabalho na sociedade industrial.
• Estabelecer eixos que caracterizam a participação do Serviço Social no
processo de reprodução das relações sociais, na perspectiva do capital e
do trabalho.
• A reprodução das relações sociais é a reprodução da totalidade do
processo social, a reprodução de determinado modo de vida, que envolve
o cotidiano da vida em sociedade: o modo de viver e de trabalhar.
Considera-se a profissão sob dois ângulos não dissociáveis:
- Como realidade vivida e representada na e pela consciência de seus agentes
profissionais, o discurso teórico - ideológico sobre o exercício profissional.
- a atuação profissional como atividade socialmente determinada pelas circunstâncias
sociais objetivas que conferem uma direção social à prática profissional.
Perspectivas unilaterais
- Serviço Social como profissão conservadora que reforça e apoia o poder vigente
(profissão como esforço da classe dominante).
- Reforço à dimensão transformadora ou revolucionária da atividade profissional
(superestima eficácia política da atividade profissional, subestima o lugar das
organizações políticas e desconsidera os determinantes do mercado de trabalho.
Reprodução do capital
- Recria o móvel básico da continuidade da organização dessa sociedade
(a criação e apropriação do trabalho excedente, sob a forma de mais-valia)
- Recria também os antagonismos de interesses objetivos inerentes às
relações sociais, através dos quais se efetiva a produção.
- São reproduzidas as condições de exploração ou da reprodução da riqueza
pelo trabalhador como riqueza alheia.
- As relações sociais que sustentam o trabalho alienado com seus
antagonismos.
- Mascaramento ideológico que encobre e revela sua verdadeira natureza.
Atuação profissional
- As classes sociais fundamentais e suas personagens só existem em relação,
pela mútua mediação entre elas.
- A atuação do Assistente Social tende a ser cooptada por aqueles que tem
uma posição dominante.
- Reproduz interesses contrapostos que convivem em tensão.
- Responde tanto a demandas do capital como do trabalho e só pode fortalecer
um ou outro pela mediação do seu oposto.
- A perspectiva analítica está voltada para efetuar a reconstrução da profissão
na ótica das relações de classes, em que as personagens sociais envolvidas
na prática profissional, diante das quais o Assistente Social exerce uma
função mediadora.
- Não se nega a singularidade dos indivíduos.
- Numa sociedade determinista da história, mas essa individualidade como
expressão e manifestação de seu ser social.
- “Os contratantes” do profissional – os capitalistas e seus representantes no
aparelho de Estado – e os “clientes” ou usuários dos serviços prestados pelo
Assistente Social.
- Os trabalhadores assalariados a quem se dirigem são apreendidos enquanto
representantes de interesses de classes, personificando categorias
econômicas
Próxima aula, dia 06/03
IAMAMOTO, M. V. O Serviço Social no Processo de Reprodução das relações Sociais.
In:IAMAMOTO e CARVALHO (2007)
A Intervenção do Agente Profissional nas Relações Sociais (p. 76-89)

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