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47 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Auxiliar de Secretaria e Secretário de Escola EVENTOS ESCOLARES OBJETO DE REGISTRO: MATRÍCULA E TRANSFERÊNCIA. Na sua escola, qual o destino dado àquelas duas ou três folhas de papel que os pais preenchem no início do ano le- tivo ao efetuar a matrícula do filho? Elas simplesmente são arquivadas conforme mandam as normas burocráticas? Ou, antes disso, a equipe gestora as utiliza para conhecer me- lhor seu público e embasar o planejamento? Afinal, quando se conhecem as condições socioeconômicas e culturais dos estudantes, fica mais fácil tomar decisões administrativas, elaborar ações pedagógicas, organizar eventos e estreitar a parceria com a comunidade e as famílias. Na elaboração ou revisão do projeto político-pedagó- gico (PPP), é indispensável levar em consideração os da- dos coletados na matrícula. Essa é uma maneira de garan- tir que os alunos tenham, de fato, seus direitos atendidos. Veja nos infográficos o que os itens da ficha de matrícula comunicam aos gestores e como usá-los no planejamento da escola. Para facilitar a análise das informações, elas precisam ser sistematizadas. Isso significa organizá-las por temas e transformá-las em gráficos e tabelas. Assim, fica mais fá- cil fazer a leitura quantitativa e qualitativa das necessida- des dos alunos ao tomar decisões. Um exemplo: quando os dados referentes à questão “Como o aluno vai para a escola?” forem tabulados e cruzados com os de “Distância percorrida”, eles mostrarão a porcentagem de estudantes que gastam muito tempo no trajeto casa-escola. O que é possível fazer com isso? Perceber se é preciso oferecer um lanche aos que chegam com fome ou cansados e pensar nas primeiras atividades do dia - mais agitadas ou mais relaxantes, conforme o caso. Ou, ainda, para organizar as reuniões de pais - se são viáveis à noite e se terão adesão das famílias que moram longe. Questionário complementar ou entrevista com a família Em geral, é a Secretaria de Educação que disponibiliza o formulário para as escolas. Cada rede tem um modelo e, certamente, eles diferem entre si e deste que NOVA ES- COLA GESTÃO ESCOLAR optou por mostrar - um questio- nário bem completo para que você, gestor, analise quais itens são úteis para sua escola e quais precisam de apro- fundamento. Se a ficha enviada pela rede não contemplar todos os aspectos que devem ser observados, você pode entrar em contato com a secretaria local e sugerir mudanças para o ano seguinte. Enquanto elas não ocorrem, uma saída é elaborar um questionário complementar, pedindo que as famílias o respondam, ou marcar entrevistas com elas para conversar sobre os temas necessários, principalmen- te no caso de alunos novos. Uma vez preenchido o docu- mento, vale a pena digitar todos os dados e guardá-los em arquivos no computador da escola. No ano seguinte, basta imprimi-lo e entregar aos pais, pedindo que confi- ram as informações e modifiquem apenas as que sofre- ram alterações. Os erros mais comuns Atenção na hora de avaliar as informações da ficha de matrícula para não cometer enganos como: - Interpretar de maneira preconceituosa os dados relati- vos a grupos étnicos, raciais e religiosos. As informações ser- vem para conjugar diferenças - não para segregar as crianças. - Enxergar estudantes e famílias de baixa renda com piedade ou sob uma ótica assistencialista. O contexto em que o aluno vive deve ser levado em conta para assegurar o direito à Educação. - Justificar a falta de participação dos pais na escola por causa dos índices de baixa renda ou escolaridade. - Rotular alunos pela situação familiar (“a família é de- sestruturada”, “filho único é mimado”, “crianças com pais ausentes são rebeldes”). A matrícula por transferência ocorre quando o(a) estudante, ao se desvincular de um estabelecimento de ensino, vincula-se, ato contínuo, a outro, para prossegui- mento dos estudos em curso. A matrícula por transferência é assegurada na Institui- ção de Ensino, aos(às) estudantes que se desvincularam de outro, devidamente integrado ao sistema de ensino, mediante apresentação da documentação de transferên- cia, contendo o com aproveitamento e assiduidade, com observância da proximidade residencial. Os registros da Instituição de Ensino de origem serão transpostos ao estabelecimento de destino, sem modifi- cações. Antes de efetivar a matrícula, se necessário, é solicitado à Instituição de Ensino de origem os relatórios pedagógi- cos e da equipe multiprofissional para a interpretação das intervenções pedagógicas a serem realizadas com o(a) es- tudante. O(a) estudante ao se transferir da Instituição de Ensino, receberá a documentação escolar necessária, devidamente assinada, para matrícula na instituição de destino. No caso de transferência em curso, será entregue ao(à) estudante: I. Histórico Escolar da(s) etapa(s) e ciclo(s) concluídas; II. Ficha Individual referente à(s) etapa(s) em ciclos em curso; III. Relatório da Avaliação Qualitativa da Aprendizagem; IV. Cópia da Avaliação Psicoeducacional de Ingresso. Na impossibilidade da emissão dos documentos, no ato da solicitação da transferência, o estabelecimento for- necerá Declaração de Escolaridade e compromisso de ex- pedição de documento definitivo no prazo de 30 (trinta) dias. 48 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Auxiliar de Secretaria e Secretário de Escola Implicações da transferência A Transferência não é um termo da psicanálise. É um vocábulo utilizado em diversos campos, denota-se, sempre uma idéia de transporte, de deslocamento, de substituição de um lugar para o outro. Freud aponta-o como um fenômeno psíquico que se encontra presente em todos os âmbitos das relações com nossos semelhantes. Ele reconheceu a possibilidade de que a transferência acontecia na relação professor-aluno. Na relação professor-aluno, está implicada uma relação de amor, uma relação afetiva. Uma relação de confiança de valorização do conhecimento, da revelação das habilidades e potencialidades do outro, só é possível através da afetividade. Com o afeto a criança se redescobre, se percebe, se valoriza, aprende a se amar transferindo este afeto em suas vivências e consequentemente na aprendizagem escolar. A noção de transferência pode contribuir para entender esta relação que envolve interesses e intenções, pois a educação é uma das fontes mais importantes do desenvolvimento comportamental e agregação de valores nos membros das espécies humanas. Becker, (1997,111-112), afirma que na transferência, constituir uma identificação simbólica é uma forma de desenvolver ao adolescente sua posição discursiva. Verificar-se, que o aluno precisa admitir estar numa relação transferencial com o professor que não estar ali só para transferir informações, mais para considerar cada aluno singularmente. O sujeito do qual ocupa a psicanálise é o sujeito do inconsciente enquanto manifestação única e singular. Para o aluno ser tomado como sujeito é necessário que o educador também o seja, que envolva sua prática com aquilo que lhe é peculiar, o estilo. Logo a relação professor-aluno depende fundamentalmente do clima estabelecido pelo professor, da relação empática com seus alunos, de sua capacidade de ouvir, refletir e discutir o nível de compreensão dos alunos e da criação das pontes entre o seu conhecimento e o deles. Do Ponto de vista da psicanalista Melaine Klein (1.926), as crianças desenvolvem a transferência de suas mais intensas fantasias, ansiedades e defesas em casa, na creche, na escola, nos diferentes momentos do dia, no convívio escolar e durante as aulas. O educador deve estar atento às manifestações da criança, ele precisa envolver-se com esta criança e procurar levá-la a se perceber, estimular a manifestar, encorajá-la, a tentar experimentar, elogiar suas primeiras tentativas, permitindo-lhe a personificação de papéis sociais presentes em sua realidade, estimulando a criar situações e reproduzi-las a brincar. O educador sendoo mediador fora de sua convivência familiar torna-se um grande interventor para o desenvolvimento emocional e cognitivo dos alunos. Quando é possível ver o afeto nas ações dos alunos diante das propostas dos educadores, constata-se que houve transferência positiva à aprendizagem, há possibilidades de superação dos conflitos internos, será possível aprender e crescer. Conforme Melaine Klein(1926), só o contato direto da criança com a sua realidade psíquica – impulsos, dores, fantasias inconscientes – poderia ajudá- la a encontrar melhores formas de aceitação da realidade e a renunciar a determinadas defesas contra as angustias.A psicopedagoga Leila Sarah Chamat (1997), afirma que um bloqueio na afetividade impede um vínculo saudável ou afetivo entre o ser que ensina e o ser que aprende, seja na família ou escola. Com o trabalho centrado no vínculo pode-se trabalhar os medos, desejos e ansiedades, auxiliados pela transferência de papéis quando a criança pode desenvolver e “buscar sua comidinha”, ou seja, o vínculo com a mãe. Seria bom, se todos os professores conhecessem o conceito de transferência, para melhor entender a sua relação com o aluno. Pois ele pode ser um suporte dos investimentos de seu aluno, porque é objeto de uma transferência. Privilegiar a singularidade do aluno é um aspecto que deve merecer atenção central. Fontes: https://gestaoescolar.org.br/conteudo/558/ as-informacoes-preciosas-das-fichas-de-matricula-dos- alunos // http://www.apr.org.br/Matr%C3%ADcula-por- transfer%C3%AAncia/ // https://meuartigo.brasilescola. uol.com.br/psicologia/conceito-transferencia-relacao- professoraluno.htm REGRAS BÁSICAS DE COMPORTAMENTO PROFISSIONAL PARA O TRATO DIÁRIO COM O PÚBLICO INTERNO, EXTERNO E COLEGAS DE TRABALHO. RELAÇÕES INTERPESSOAIS E A ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO. Falar em relações humanas é considerar todo tipo de ralação social ou interação entre os indivíduos. Esta é uma questão abordada por diversas ciências, dentre elas, a sociologia, a antropologia, a biologia, a política, economia, as ciências naturais, enfim, aquilo que envolve o homem ai estão as relações humanas. Dentro do campo das relações humanas há variações para cada área especificamente, como por exemplo, as relações humanas no trabalho, as relação humanas na saúde, na educação, relação humana social, etc. As Relações humanas no trabalho são necessárias pelo fato de que todos os setores da vida exigem trabalho em grupo, o homem já não pode trabalhar sozinho. A divisão do trabalho cada vez maior torna o dia a dia da empresa mais dependente do grupo, e dos indivíduos que o compõe. No trabalho, estas relações são necessárias, pois toda empresa, seja ela de grande, médio ou pequeno porte, tem como principio de funcionamento a trabalho em conjunto, a coletividade, pois a maioria das tarefas são realizadas por grandes grupos de pessoas, onde cada um tem sua função. Este processo de divisão do trabalho se deu ao longo de tempo e teve seu auge quando foi iniciada a revolução
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