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Neste ebook
1. Introdução
2. Audiência trabalhista
3. Princípios norteadores 
4. Tipos de audiência trabalhista
5. Como se preparar para a audiência trabalhista 
6. O que você deve observar durante a audiência?
7. Conclusão
 O trabalho é parte integrante na vida da maioria dos 
cidadãos, seja o trabalho formal, em que há carteira 
de trabalho assinada ou o trabalho informal, na forma 
de prestação de serviços autônomos, por exemplo.
 Por esse motivo, o trabalho e as relações trabalhistas 
possuem relevância e tratamento diferenciado pela 
Justiça. Salário, décimo terceiro, férias, dentre outras 
verbas, possuem caráter alimentar, ou seja, são par-
celas que precisam ser pagas corretamente para que o 
ser humano possa atender suas necessidades básicas, 
como moradia e alimentação.
 Quando não há o correto pagamento dessas parcelas 
pelo empregador(a), o(a) trabalhador(a) pode recor-
rer à Justiça do Trabalho para reclamar seus direitos, 
momento este que se inicia o processo trabalhista.
 
 No processo do trabalho, a parte pode se valer de 
recursos, petições, sustentação oral, testemunhas e 
demais manifestações que entender necessárias para 
Introdução
garantia do seu Direito.
 Em todos os casos, pode-se observar que um dos 
atos mais relevantes para o processo é a audiência 
trabalhista, pois é quando o julgador(a) se aproxima 
da realidade dos fatos, o(a) trabalhador(a) e a empresa 
podem expor verbalmente seus interesses e apresen-
tar as provas que pretendem produzir.
 Por ser um ato processual relevante, o advogado ou 
advogada deve ter muito conhecimento técnico so-
bre o que fazer para não prejudicar os interesses do 
seu cliente.
	 No	 entanto,	 não	basta	 a	 esses	 profissionais	 o	 co-
nhecimento sobre a lei, mas principalmente, preci-
sa saber como aplicá-la no momento da audiência. 
Infelizmente, os cursos tradicionais de Direito não 
ensinam a prática da audiência trabalhista, o que faz 
com	que	o	mercado	tenha	bons	profissionais	teóricos	
e não práticos.
 Neste material estão as principais dicas sobre audi-
ência trabalhista, inclusive, as questões práticas e co-
tidianas que te ajudarão a conseguir resultados favo-
ráveis para o seu cliente.
 A audiência trabalhista é muito dinâmica e, por isso 
mesmo,	considerada	por	muitos	profissionais	como	
uma atividade complexa. Nesse ato, existe a premissa 
de que tudo pode acontecer, sendo assim, os(as) ad-
vogados(as) devem se preparar da melhor forma para 
imprevistos.
	 É	comum	ouvirmos	histórias	de	profissionais	que	
vão para uma audiência inicial, em que, geralmente, 
não existe produção de prova oral, mas, ao chegar lá 
o(a) julgador(a) resolve interrogar as partes sobre al-
gum	ponto	específico	do	processo.
 Esse tipo de procedimento varia entre os Tribunais 
e Varas do Trabalho e isso gera enorme inseguran-
ça jurídica em advogados(as), ou seja, uma audiência 
inicial realizada no Tribunal Regional do Trabalho 
da Oitava Região, como no Pará, não é igual a uma 
audiência inicial realizada no Tribunal Regional do 
Trabalho da Terceira Região, como em Minas Ge-
rais.
	 As	regras	para	audiências	costumam	ser	bastante	fle-
xíveis, em razão do dinamismo comum à Justiça do 
Trabalho mas, mesmo com toda diversidade, existem 
princípios que devem ser observados por todos.
	 Por	esses	motivos	é	que	o	profissional	deve	com-
preender os princípios jurídicos que estabelecem di-
retrizes	a	serem	seguidas	durante	a	audiência,	a	fim	
de garantir o bom senso e a preservação dos direitos 
das partes durante o ato.
 A seguir, listamos os princípios mais relevantes que 
podem ser aplicados na audiência trabalhista. Cabe 
esclarecer que existem outros princípios importan-
tes no Direito do Trabalho que, a depender do caso, 
também podem ser aplicados durante a audiência.
 A audiência trabalhista é o ato processual que ocor-
re	sob	a	direção	do	juiz,	a	fim	de	ouvir	as	alegações	
das partes e buscar a verdade real sobre o contrato de 
trabalho.
 O objetivo da audiência é colher as provas, ouvir 
as partes e testemunhas, para que o juiz forme o seu 
convencimento sobre aquele determinado processo 
e dê a sentença.
 Para tanto, existem alguns princípios que servem 
para	fazer	com	que	a	audiência	cumpra	sua	finalida-
de e que devem ser observados. Nesse sentido, cabe 
citar:
Princípio do devido processo
 Previsto no artigo 5º, inciso LIV da Constitui-
ção Federal de 1988, e cita que o processo trabalhista 
deve seguir as regras estabelecidas em lei, para que o 
direito das partes seja preservado. 
	 Isso	significa	que	o	juiz	e	as	partes	devem	obedecer	
ao	procedimento	legal,	a	fim	de	que	não	haja	arbi-
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm#art5
trariedade e atos abusivos.
 Um exemplo disso é que o artigo 844 da Conso-
lidação	das	Leis	do	Trabalho	(CLT),	afirma	que	se	o	
reclamante não comparecer à audiência inicial, sem 
justo motivo, o processo deve ser arquivado. Assim, 
suponhamos que você compareça em uma audiên-
cia em que o reclamante não compareceu e também 
não	apresentou	justificativa.	O	magistrado	não	quer	
arquivar o processo alegando que não pode prejudi-
car o direito do autor. Neste caso, o(a) juiz(a) viola 
o	princípio	do	devido	processo	legal,	pois	a	própria	
lei, citada neste parágrafo, estabelece o procedimen-
to a ser adotado no caso.
Princípio do contraditório e ampla defesa
 Previsto no artigo 5º, inciso LV da Constituição 
Federal de 1988. Este princípio garante que todas as 
partes envolvidas em um processo podem apresentar 
seus argumentos e provas, de forma igualitária. Ser-
ve	para	evitar	que	uma	parte	seja	beneficiada	em	de-
trimento de outra.
 Por exemplo, em uma audiência de instrução e 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art844
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm#art5
julgamento o advogado pede o depoimento pessoal 
do preposto da empresa, mas o(a) magistrado(a) não 
quer ouvir, por acreditar que o seu depoimento não 
é importante para o processo. Neste caso há uma 
clara	violação	ao	devido	processo	legal	e	contraditó-
rio, pois os artigos 848 da CLT e 344	do	Código	de	
Processo Civil (CPC), garantem que as partes po-
dem ser ouvidas em audiência de instrução e julga-
mento para provar os fatos necessários.
Princípio da oralidade
 Este princípio prioriza a manifestação verbal, ou 
seja, a palavra falada. Diferentemente de outras áreas 
jurídicas, no processo do trabalho e, principalmente, 
em audiências trabalhistas, a comunicação oral pos-
sui	muita	relevância	para	o	resultado	final	do	proces-
so.
Tanto que, nas audiências, podem ocorrer manifes-
tações orais em vários atos processuais, como: apre-
sentação de contestação, impugnação à contestação, 
depoimentos das partes e testemunhas e, até mesmo, 
sentença. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art848
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art332
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art344
A	oralidade	serve	para	simplificar	o	trâmite	da	ação	
trabalhista e assim conferir mais celeridade ao pro-
cesso	e	garantir	a	eficiência	da	jurisdição.
Princípio da concentração dos atos
processuais
 Todas as questões relativas ao processo devem ser 
resolvidas, preferencialmente, em audiência (art. 
849 da CLT),	a	fim	de	que	a	tramitação	do	processo	
seja mais rápida e efetiva.
Assim, na audiência o magistrado pode, além de ou-
vir	as	partes	e	testemunhas,	expedir	ofício	para	ór-
gãos auxiliares à Justiça, como por exemplo, ao 
Ministério Público para apurar irregularidades na 
empresa. Ou, em outros casos, determinar a realiza-
ção de perícia para apuração de pedidos como insa-
lubridade e periculosidade. 
Princípio do ônus da prova
 Este princípio rege a distribuição do ônus da pro-
va, sendo que, regra geral, cabe ao autor provar os 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art849
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art849fatos constitutivos do seu direito e ao réu a prova 
dos	fatos	extintivos,	modificativos	e	impeditivos	do	
direito do autor.
 Alguns casos podem fugir à regra acima, como por 
exemplo,	quando	o	trabalhador	afirma	que	trabalha	
em regime de horas extras. Se a empresa conta com 
mais de vinte empregados, conforme artigo 74, §2º 
da CLT, nesse caso, é ônus da reclamada demonstrar 
por meio dos cartões de ponto que o(a) emprega-
do(a) cumpria jornada legal.
 Este princípio é muito relevante na área trabalhis-
ta, pois é com base no ônus da prova que os advoga-
dos irão produzir suas provas em audiência, seja para 
ouvir uma testemunha, apresentar um documento 
ou ouvir a parte contrária.
Princípio da informalidade
 Segundo este princípio, a audiência trabalhista 
deve ser informal, ou seja, os atos praticados não de-
vem possuir formalidades ao ponto de inviabilizar 
ou	dificultar	a	prática	dos	mesmos.
 Como exemplo, pode-se citar a linguagem sim-
ples adotada nas audiências, bem como a possibili-
dade de apresentar petição inicial e contestação ver-
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art74
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art74
bais (arts. 840 e 847 da CLT) e comparecimento das 
testemunhas independentemente de intimação (art. 
825 da CLT).
Princípio da conciliação
 Segundo este princípio, as partes e o juiz devem 
priorizar a conciliação em audiência trabalhista, a 
fim	de	evitar	processos	morosos	e	custos	para	as	par-
tes.
	 Na	audiência	trabalhista	é	obrigatória	a	proposta	
de conciliação em dois momentos, sendo o primei-
ro	após	a	abertura	da	audiência	de	instrução	e	julga-
mento (art. 846, CLT)	e,	após	as	razões	finais	(art. 
850, CLT).
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art825
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art825
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art846
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art850
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art850
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art840
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art847
 De acordo com o artigo 849 da CLT, todas as audi-
ências trabalhistas são unas, ou seja, todos os atos são 
praticados em uma única audiência, desde o recebi-
mento da contestação até a produção de prova oral.
 Entretanto, o tipo de audiência depende do rito do 
processo. A saber, o processo trabalhista possui três 
ritos diferentes que são determinados pelo valor da 
causa, quais sejam:
Rito ordinário: Valor da causa ultrapassa 40 sa-
lários mínimos vigentes na data do ajuizamento da 
ação.
Rito sumaríssimo: Valor da causa não ultrapassa 
40 salários mínimos vigentes na data do ajuizamen-
to da ação e em que não for parte a Administração 
Pública direta, autárquica e fundacional. 
Rito sumário: Valor da causa não ultrapassa 2 sa-
lários mínimos vigentes na data do ajuizamento da 
ação.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art849
 Nos processos de rito ordinário e, a depender da 
complexidade da ação, as audiências costumam ser 
fracionadas em audiência inicial, instrução e julga-
mento e encerramento. No rito sumaríssimo e su-
mário as audiências costumam ser contínuas ou una, 
ou seja, ocasião em que todos os atos processuais são 
praticados. 
 Na prática, a regra acima estabelecida pode variar, a 
depender da complexidade da ação ou de outras pro-
vas a serem produzidas como a prova pericial. Então, 
como saber qual o tipo de audiência irá ocorrer em 
um processo? Normalmente, basta consultar a noti-
ficação	da	audiência,	lá	consta	se	a	audiência	será	una	
ou fracionada.
	 Independente	do	rito	e	do	procedimento	específico	
de	cada	Vara	ou	Tribunal	do	Trabalho,	o	profissio-
nal	precisa	conhecer	os	tipos	de	audiência	a	fim	de	se	
preparar para o ato.
 Para tanto, segue abaixo as audiências traba-
lhistas que podem ocorrer em um processo:
Audiência inicial
 Nesta audiência ocorre a tentativa de conciliação 
entre as partes e, se não houver acordo, o julgador 
recebe a contestação com os documentos e marca 
audiência de instrução e julgamento, em data poste-
rior, para produção de provas.
Nesta audiência são realizados todos os requeri-
mentos para sanear o processo, como por exemplo, 
marcação de perícia para apuração de insalubridade, 
periculosidade ou doença ocupacional.
Audiência de instrução e julgamento
 Também chamada de AIJ, é a audiência em que as 
partes produzem as provas que entendem devidas.
Os atos ocorrem nesta ordem:
 • Proposta de conciliação;
 • Depoimento pessoal do reclamante;
 • Depoimento pessoal do preposto da empresa;
 • Oitiva das testemunhas do reclamante;
 • Oitiva das testemunhas do reclamado;
 • Oitiva de perito e assistes (se houver);
	 •	Razões	finais	orais	(caso	haja	necessidade	e	re-
querimento da parte);
	 •	Renovação	da	proposta	conciliatória;
 • Encerramento e designação de audiência de en-
cerramento, onde ocorre a prolação da sentença, 
sem o comparecimento das partes.
Audiência de encerramento
 O magistrado designa essa audiência apenas para 
proferir sentença. Não é necessário o compareci-
mento das partes.
Audiência de conciliação
 Estas audiências podem ocorrer em qualquer fase 
do processo, pois visam fazer com que as partes fa-
çam	um	acordo	e	coloquem	fim	ao	processo	judicial.
 É comum que ocorram na fase de execução, pois é 
o momento em que as partes apresentam os cálculos 
de liquidação da sentença. Assim, se houver diver-
gência entre os cálculos apresentados, o magistrado 
designa audiência de conciliação para que entrem 
em composição.
 As audiências de conciliação podem ocorrer na 
Central de Conciliação do Tribunal, seja em pri-
meira	ou	segunda	instância,	ou	na	própria	Vara	do	
Trabalho. O despacho que designa essa audiência 
informa também hora e local para sua realização e se 
é necessário o comparecimento de partes e procura-
dores.
 Para realizar uma audiência trabalhista bem sucedi-
da é importante que o advogado ou advogada esteja 
bem preparado. 
 Como a audiência trabalhista é complexa e dinâmi-
ca,	não	basta	ao	profissional	conhecer	a	lei,	os	prin-
cípios e o procedimento que deve ser obedecido em 
audiência. Ele precisará ter raciocínio rápido, para 
agir quando preciso e se comunicar bem para apre-
sentar os seus argumentos.
 Apesar disso, é com a prática que se adquire segu-
rança para realizar audiência trabalhista, pois com o 
tempo	e	a	vivência,	o	profissional	começa	a	ter	mais	
familiaridade com o ato.
 Sem dúvidas, é impossível se sair bem em uma au-
diência	sem	que	o	profissional	tenha	se	preparado	an-
teriormente quanto aos seguintes aspectos:
Ler a notificação e identificar qual o tipo 
de audiência acontecerá: 
Como já falamos, cada Tribunal ou Vara adota um pro-
cedimento	 específico	 quanto	 às	 audiências,	 seja	 para	
realizar todos os atos em uma audiência única ou para 
fracionar. 
	 Seja	qual	for	o	procedimento,	a	notificação	da	audi-
ência irá informar como se dará o ato e se existe alguma 
questão que foge à regra, como por exemplo, quando 
há audiência inicial, mas o magistrado pede para que as 
testemunhas compareçam.
Verificar se foi obedecido o quinquídio
legal 
 Segundo o artigo 841 da CLT, a audiência inicial 
deve ser designada para depois de transcorridos cinco 
dias	da	notificação	do	reclamado.
 Assim, o reclamado deve observar se o prazo acima 
foi respeitado, para que seja observado o princípio do 
devido processo legal.
Estudar o processo
 O advogado ou advogada deve conhecer todos os 
detalhes do processo, mesmo que seja para comparecer 
em uma audiência inicial.
 
	 O	profissional	precisa	saber:
 • Os pedidos da petição inicial;
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art841
 • As principais teses de defesa; 
 • Os valores dos cálculos (caso o processo já esteja 
em fase de liquidação de sentença);
	 	 •	As	principais	decisões(sentença,	acórdãos);
 • Se houve pedido de liminar e qual a decisão;
 • Resultado da perícia, se for o caso. 
 Durante a audiência, você pode ser questionado sobre 
algum	ponto	que	ficou	obscuro	e	deve	ter	as	respostas	
certas e rápidas. Vale lembrar que você será observa-
do pelo cliente, que lhe acompanhará no ato, além do 
magistrado e dos colegas que estarão assistindo, já que 
a audiência é pública.
Preparar o seu cliente e testemunhas para 
a audiência
 Em relação ao cliente, é importante que você conver-
se com ele antes da audiência sobre o que irá aconte-
cer naquele ato, quais as possíveis estratégias que serão 
adotadas e o que ele deve responder, se for questionado 
pelo(a) advogado(a) da outra parte ou pelo juiz.
 Caso a audiência seja inicial ou de conciliação, é de 
praxe que essa conversa aconteça um pouco antes da 
audiência. Assim, advogado(a) e cliente marcam de en-
contrar na Vara do Trabalho alguns minutos antes e, 
assim, tratam sobre o que irá acontecer. Se a audiência 
for de instrução e julgamento, é recomendável que o(a) 
advogado(a) converse com o cliente alguns dias antes 
da	audiência,	a	fim	de	evitar	imprevistos.
 Em relação às testemunhas, cabe esclarecer que nos 
processos com valor da causa até 40 salários mínimos, 
as partes podem apresentar até 2 testemunhas e, quan-
do o valor da causa for superior a 40 salários mínimos, 
podem ser ouvidas até três testemunhas para cada par-
te.
 Quando há oitiva de testemunha a audiência é mais 
complexa e, por isso, é melhor se preparar com antece-
dência para evitar surpresas e acontecimentos inespe-
rados.
 A testemunha é uma das provas mais importantes na 
audiência,	por	isso,	o	profissional	deve	se	atentar	às	se-
guintes questões:
 • A testemunha deve ter conhecimento sobre os fa-
tos;
 • A testemunha tem compromisso com a verdade, 
isso	significa	que,	não	pode	mentir	em	juízo	ou	omitir	
alguma	situação	para	beneficiar	alguém,	sob	pena	de	
multa de 1% a 10% sobre o valor da causa (Art. 793-
D, Lei nº 13.467/ 2017);
 • A testemunha que prestar falso depoimento em 
juízo pratica o crime de falso testemunho e pode ser 
presa (Art. 342 do Código Penal);
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm#art793d
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm#art793d
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10268.htm#art342
	 	 •	A	testemunha	deve	ser	contraditada	após	a	sua	qua-
lificação	em	juízo	(nome,	estado	civil,	endereço,	etc.);
 • A testemunha que for parente até o terceiro grau 
civil, amigo íntimo ou inimigo de qualquer das par-
te pode ser considerada suspeita para depor (Art. 829, 
CLT). Além disso, no caso concreto, podem existir ou-
tras situações em que a testemunha se mostra parcial 
e	com	interesse	em	beneficiar	ou	prejudicar	uma	das	
partes.
 Nessas situações, a testemunha pode ser ouvida, apesar 
da relação com a parte, contudo, não prestará compro-
misso com a verdade e seu depoimento valerá como in-
formante,	com	força	probatória	menor	ao	depoimento	
prestado quando a testemunha é imparcial e está sob 
compromisso (Art. 829, CLT).
 Ainda, sobre o assunto, a Súmula 357 do Tribunal 
Superior do Trabalho dispõe que a testemunha que 
possui ação contra a mesma empresa não é suspeita.
 Em resumo, a suspeição ou não de uma testemunha 
será analisada pelo julgador no ato da audiência. Por 
isso,	é	importante	que	o(a)	advogado(a),	verifique	an-
tes	qual	a	relação	da	testemunha	com	a	parte	a	fim	de	
garantir um bom depoimento. 
http://www.tst.jus.br/sumulas
http://www.tst.jus.br/sumulas
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art829
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art829
Analisar se existe possibilidade em
conciliar
 Antes mesmo da audiência, você deverá analisar se é 
possível fazer acordo no processo. Para isso, alguns as-
pectos devem ser considerados:
• Qual o risco do seu cliente ter êxito no processo;
•	Qual	o	prejuízo	financeiro	que	o	seu	cliente	pode	ter	
com o processo;
• Se o seu cliente pode arcar com o pagamento do acor-
do e qual seria o valor e a forma de pagamento.
Se há alguma preliminar ou prejudicial de 
mérito a ser alegada antes da instrução:
 Antes da produção de provas, se houver alguma preli-
minar, prejudicial de mérito ou outra questão que con-
sidere relevante para o processo, devem ser alegadas 
inicialmente. 
 Como por exemplo, a exceção de incompetência em 
razão do lugar, quando a ação é distribuída em comarca 
diversa. Assim, para que a ação seja julgada pelo juízo 
competente,	o	profissional	deve	alegar	a	questão	ini-
cialmente na audiência.
Ônus da prova
 Antes de ir para a audiência de instrução e julgamen-
to,	você	deverá	verificar	qual	seu	ônus	de	prova	no	pro-
cesso. 
 Por exemplo, se no pedido inicial há alegação de re-
cebimento de salário extra-folha e a empresa nega que 
havia pagamento desta forma, então o ônus da prova 
em audiência é do reclamante, ou seja, ele que deverá 
provar por meio de testemunha ou depoimento pessoal 
que o autor da ação recebia salário fora do contrache-
que.
 Ter ciência do ônus da prova irá direcionar o advoga-
do durante a audiência, para que ele aborde os aspectos 
que são relevantes para os interesses do seu cliente.
 
Anotar as perguntas ou requerimentos es-
pecíficos que precisam ser feitos
 Para não correr o risco do(a) advogado(a) se esquecer 
de algo durante a audiência, vale anotar os pontos es-
pecíficos	para	usar	como	material	de	apoio.
 Isso pode acontecer, por exemplo, quando ocorrer 
uma audiência de instrução e julgamento com muitos 
pedidos, muitas testemunhas a serem ouvidas, sendo 
assim, o advogado pode ter todas as suas perguntas já 
anotadas em uma folha, para que possa realizar a ins-
trução sem se perder ou deixar passar algum detalhe 
importante.
 Durante a audiência são praticados vários atos, assim, 
para	não	se	esquecer,	o	profissional	também	pode	ano-
tar em seu material de apoio algo novo que precisará 
ser alegado.
 Durante a audiência você precisa se atentar para al-
guns	procedimentos,	a	fim	de		preservar	os	interesses	
do seu cliente, como por exemplo:
Ler a ata de audiência
 Tudo que acontece em uma audiência e que é re-
levante para o processo deve estar registrado na ata 
de audiência, pois é por meio do que está registrado 
neste documento que o juiz profere sentença.
 É muito importante que, durante o ato, o(a) ad-
vogado(a) se atente ao que o escrevente irá colocar 
na ata, pois é muito comum que o nervosismo do 
profissional,	as	discussões	acaloradas	e	a	rapidez	com	
que a audiência ocorre façam com que o advogado 
se esqueça de pedir o Juiz para constar em ata uma 
parte do depoimento, os protestos, dentre outros.
Se uma das partes não comparecer, o que 
pode ser feito?
 Regra geral, se o reclamante não comparecer à au-
diência, o processo deve ser arquivado e, se a ausên-
cia	for	da	reclamada,	ocorre	a	revelia	e	confissão	fic-
ta, de acordo com o artigo 844 da CLT.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art844
 A revelia ocorre quando a reclamada não compa-
rece	à	audiência.	A	confissão	ficta	é	um	dos	efeitos	
da revelia, de modo que, se a reclamada não com-
parece à audiência (revelia), considera que todos os 
fatos	alegados	pelo	autor	são	verdadeiros	(confissão	
ficta).	Essa	presunção	de	veracidade	é	relativa,	pois	
pode ser impugnada por prova em contrário.
Existem	algumas	regras	específicas	sobre	o	assunto:
	 	 •	O	arquivamento	do	processo	só	ocorre	se	o	re-
clamante não comparecer à audiência inicial, pois, se 
a ausência do autor ocorrer em audiência de instru-
ção e julgamento, o processo não é arquivado, mas 
ocorre	confissão	ficta	(presumem-se	verdadeiros	os	
fatos alegados pela outra parte);
 • Se o reclamante se ausentar da audiência sem 
motivo	justificável,	deverá	pagar	custas,	ainda	que	
seja	beneficiário	da	justiça	gratuita;
 • Se o reclamado se ausentar, mas o seu advoga-
do estiver presente, serão aceitos contestaçãoe os 
documentos eventualmente apresentados. Essa regra 
foi introduzida pelo § 5 do artigo 844 da CLT, mo-
dificado	pela		Lei	n	13.467/17,	dispondo	que	ainda	
que a parte não compareça a audiência, se o seu pro-
curador estiver presente, a defesa será recebida pelo 
juiz e a parte poderá, então, se defender das alega-
ções do autor.
Cabe esclarecer que, na audiência trabalhista é fun-
damental a presença das partes e não apenas dos seus 
procuradores,	a	fim	de	que	o	magistrado	consiga	es-
clarecer as questões fáticas que permeiam o contrato 
de trabalho e, também, para tentar um acordo.
Protestos
 Em regra, as decisões proferidas em audiência são 
irrecorríveis.	Isso	significa	que,	não	há	possibilidade	
de recorrer naquele exato momento em que o ma-
gistrado decide sobre algo em audiência.
	 O	que	pode	ser	feito	pelo	profissional	é	protestar	
da decisão, mostrando ao juiz que o advogado não 
concorda com o que foi decidido.
Sobre o protesto, resta esclarecer:
 • Deve ser feito de forma imediata ao proferi-
mento da decisão, sob pena de preclusão;
 • O protesto deve constar expresso na ata de au-
diência;
 • Uma vez que o protesto está registrado na ata, 
o advogado poderá recorrer da decisão em sede de 
recurso ordinário;
 • O protesto não precisa ser fundamentado.
E se as testemunhas não puderem com-
parecer?
 A regra é que as testemunhas comparecem à audi-
ência independente de intimação. Caso alguma tes-
temunha não compareça, o advogado pode pedir o 
adiamento da audiência. 
 Se o processo for do rito sumaríssimo, você pode 
levar uma carta convite que é um documento 
(e-mail, mensagem), que comprova que informou 
àquela testemunha da audiência, o dia e hora da ses-
são. Nesse caso, o juiz adia a audiência. 
 Se o processo for do rito ordinário, não cabe car-
ta convite, contudo, basta pedir ao juiz que a teste-
munha seja intimada para comparecer, sob pena de 
multa	ou	condução	coercitiva.	Só	faça	isso,	caso	te-
nha	certeza	que	ela	irá	comparecer	na	próxima	audi-
ência e se ela for fundamental para o processo.
Razões finais
	 Ao	final	da	audiência,	você	pode	fazer	razões	finais	
orais, desde que não exceda a 10 minutos (art. 850, 
CLT).
	 Não	é	um	procedimento	obrigatório,	portanto,	se	
você	não	fizer	não	trará	prejuízo	ao	seu	cliente,	só	é	
recomendável fazer quando você entender que al-
gum aspecto tratado na audiência ou no processo é 
muito relevante e merece destaque na ata de audiên-
cia.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art850
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art850
 Saber conduzir uma boa audiência trabalhista é um 
processo que exige estudo, muita atenção aos deta-
lhes, raciocínio rápido e boa comunicação.
 Com a prática trabalhista muito se aprende, mas 
a	fim	de	facilitar	o	caminho	é	que	preparamos	este	
conteúdo para você, pois as dicas que estão aqui são 
muito práticas e podem ser usadas independente do 
Tribunal ou Vara em que atue.
 Quando tiver uma audiência trabalhista designada, 
lembre-se sempre que você tem procedimentos pre-
paratórios,	como:	informar	ao	cliente,	conferir	a	no-
tificação,	se	reunir	com	testemunhas	e	preposto,	ve-
rificar	o	risco	do	processo	e	a	possibilidade	de	acordo,	
preparar perguntas para testemunhas e parte, etc.
 Ao ir para o ato, lembre-se que é um ato solene, 
onde as informações precisam estar registradas em 
ata. A ata é o seu grande aliado, pois você pode fazer 
ótimas	 intervenções,	 conseguir	 a	 confissão	de	uma	
Conclusão
parte, mas se nada disso estiver registrado, é como se 
não tivesse existido.
 Além disso, saiba qual matéria você precisa provar 
e qual matéria é da outra parte. Proteste quando for 
preciso e conste este protesto em ata para que possa 
recorrer em momento oportuno.
 Houve algum imprevisto, situação nova, documen-
to novo, testemunha que não compareceu? Tente o 
adiamento ou dilação de prazo para se manifestar e 
argumente com o magistrado em seu favor.
	 Por	fim,	 a	 sua	 comunicação	 deve	 ser	 implacável.	
Tenha	um	tom	conciliador,	mas	firme	em	seus	ar-
gumentos e, principalmente, clareza ao expor suas 
ideias.
 O Juris disponibiliza uma série de materiais auxi-
liares como este que podem lhe ajudar, seja na esfera 
trabalhista ou não. Acompanhar audiências reais pode 
ser de grande ajuda. Já conhece o projeto Audiências 
Online? Se não, clique aqui, conheça e tenha mais 
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experiência prática.
 Nosso desejo é que suas audiências trabalhistas se-
jam aprimoradas e que você consiga excelentes re-
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