Buscar

PPOEB 04

Prévia do material em texto

Políticas Públicas e Organização 
da Educação Básica 
Prof.: Jorge Magalhães
Aula 04 – As Reformas Educacionais da 
Ditadura Militar
• Logo após a promulgação da primeira Lei de 
Diretrizes e Bases, o Brasil mergulhou em um 
novo momento político quando se instalou em 
1º de abril de 1964, através de um Golpe de 
Estado, outro governo autoritário, fase 
conhecida como Ditadura Militar. 
• Foram anos marcados por uma intensa 
repressão que perseguia opositores, cassando 
e torturando políticos, e impedia os 
movimentos sociais, inclusive a organização 
de estudantes que lutavam contra a ditadura.
• Uma nova Constituição foi redigida e 
outorgada à sociedade pelo governo militar, 
esta foi a sexta Carta Constitucional do Brasil. 
Nela, os direitos dos cidadãos foram 
restringidos, o Executivo Federal concentrava 
poderes, além de ser eleito de forma indireta 
pelo Congresso Nacional.
• Na nova constituição, o capítulo sobre educação 
reafirma o direito de todos à educação, apesar de 
também ficar expresso que o ensino é livre à ação da 
iniciativa privada, que continua a ter acesso a 
incentivos e facilidades financeiras dos cofres 
públicos, como disposto na Constituição anterior. 
• Esse momento histórico exigiu alterações na 
legislação educacional. Não foi elaborada nova Lei de 
Diretrizes e Bases, mas sim, duas leis que 
reformaram alguns aspectos da LDB vigente. Uma 
tratou de modificar os ensinos primário e 
secundário, enquanto outra abordou o superior. As 
diretrizes básicas, estabelecidas pela 4024/61 (os 5 
primeiros títulos) não são alteradas, demonstrando a 
continuidade da ordem socioeconômica mantida 
pelo golpe. 
LEI 5540/68: A Reforma do Ensino Superior.
• Tinha por finalidade a desmobilização dos 
estudantes universitários. Para tanto, instituiu o 
sistema de créditos que obrigava os alunos a 
realizarem a matrícula por disciplinas. Dessa forma, 
impedia a formação de grupos nas mesmas turmas, 
como no tradicional curso seriado, dificultando a 
organização de grupos de pressão.
• A Lei 5540/68 também determinou que as disciplinas 
passassem a ser agrupadas por departamentos, 
deixando de se organizar por cursos, reforçando o 
caráter da fragmentação. Por fim, estabeleceu o 
vestibular unificado, desarmando as crescentes 
demandas, sobretudo dos estudantes secundaristas, 
por mais vagas nas universidades públicas.
LEI 5692/71:A Reforma do Ensino de 1º e 
2º graus. 
• Essa lei foi criada por um grupo de trabalho 
instituído pelo Presidente Médici, que tinha por 
objetivo adequar o ensino ao momento político 
instaurado pelo Golpe de 1964, e às necessidades 
sociais e econômicas que o governo militar se 
empenhava em garantir. 
• criou a estrutura de ensino que se organizava em 1º 
e 2º graus. O primeiro grau passou a abranger os 
antigos ensino primário e ginásio, atendendo às 
crianças dos 7 aos 14 anos;
• ampliou a obrigatoriedade escolar de quatro para 
oito anos.
• A lei 5692/71, transformou o antigo curso 
secundário, que se apresentava como clássico, 
científico ou normal, em ensino de 2º grau, 
nivelando todos os cursos, e possibilitando que 
qualquer concluinte pudesse prestar vestibular para 
qualquer área universitária. 
• O ensino profissionalizante tinha o objetivo de 
atender à formação de mão-de-obra no sentido de 
garantir o suporte para a ampliação do parque 
industrial brasileiro, em reposta aos preceitos liberais 
de divisão internacional do trabalho. Para isso, foi a 
primeira legislação educacional que criou um 
capítulo para tratar do ensino supletivo. 
• O ensino supletivo abrangeria cursos e exames a 
serem organizados nos vários sistemas de acordo 
com as normas baixadas pelos respectivos Conselhos 
de Educação. 
A Lei 5692/71 também introduziu algumas 
propostas, que contribuíram para o debate 
pedagógico. 
• Integração vertical.
• Integração horizontal.
• Valorização do magistério.
Reflexos da profissionalização obrigatória 
no 2º grau.
• Foram enormes as dificuldades financeiras de 
implantação de laboratórios e de instalação de 
equipamentos nas escolas, para o atendimento da 
obrigatoriedade da profissionalização cobrada pela 
Lei 5692/71. Muitas instituições escolares nunca 
chegaram a disponibilizar as disciplinas 
profissionalizantes para os estudantes, gerando uma 
pressão muito grande para o fim da exigência.
• A Lei nº. 7044, que entrou em vigor em 1982, alterou 
os dispositivos da Lei 5692/71, que estabeleciam a 
profissionalização do ensino de 2º grau. Essa reforma 
acarretou algumas mudanças na estrutura curricular 
vigente, liberando as escolas de segundo grau da 
obrigatoriedade da profissionalização, retornando a 
ênfase deste curso à formação geral.
• De acordo com essa lei, o 2º grau tornou-se 
obrigatoriamente profissionalizante. Essa medida se 
restringiu em grande parte apenas às escolas 
públicas que submetidas à exigência, procedem às 
adaptações, no prazo previsto na lei. Entretanto, as 
escolas particulares, se aproveitando dos prazos para 
a adequação, e por não sofrerem rigorosas 
fiscalizações, mantiveram, em sua maioria, o ensino 
propedêutico, até a revogação da obrigatoriedade do 
ensino profissionalizante.

Outros materiais

Perguntas Recentes