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Fernanda Jorge Martins – 5º Período Introdução Devemos considerar dois aspectos: 1. Compreender suas origens e desencadeantes ao nível da população, das políticas e dos profissionais; 2. Desenvolver uma abordagem minimamente disruptiva para os cuidados clínicos da pessoa. É uma arte importante administrar medicamentos de forma adequada, mas saber quando suspendê-los ou omiti-los por completo é uma arte ainda maior e mais difícil de aprender; A qualidade dos cuidados de saúde será determinada mais pelas decisões de não administrar ou de suspender medicamentos e por um pensamento mais abrangente do que pela crença de que um bom cuidado envolve necessariamente o uso de um medicamento; O principal a fazer é pensar sobre e revisar as medicações utilizadas com regularidade, sob o ponto de vista explícito de minimizar seu número, suspendendo o máximo que for possível (e, quando não for, é importante tentar reduzir a dose). Uso de Medicações e Aspectos Psicológicos O uso de medicamentos envolve alguns aspectos psicológicos e a influência das crenças no uso da medicação: Ex: “Medicação de psiquiatra deixa a pessoa lesada”: As pessoas tem resistência em tomar a medicação embora aquele medicamento seja necessário pra ela usar. “Medicação para ansiedade faz o homem não funcionar mais”: Gera resistência ao uso da medicação e a pessoa evita mesmo que ele precise tomar. “Se eu for ao médico e ele não passar nada é sinal que o médico não é bom”: A pessoa às vezes é hipocondríaca ou pode ser só uma crença de que o médico fez a avaliação e não prescreveu nada e em seguida ela fala que vai procurar outro profissional até que ela saia com uma lista de medicamentos. Fernanda Jorge Martins – 5º Período Relevância Aproximadamente 30 % das admissões hospitalares de idosos: Problemas relacionados ao uso inapropriado de medicamentos e não só por conta da quantidade de medicamentos que tomam para vários problemas de saúde que ele tem e vários diagnósticos, mas também porque às vezes o idoso mora só e ele mesmo controla a medicação que ele toma e por conta de não ter mais o mesmo entendimento, às vezes pode possuir alguma demência e às vezes terminam tomando medicamentos mais que o necessário; Prescrições sem evidências: Muitos médicos não se atualizam, são médicos há bastante tempo e não se atualizam mais e algumas medicações já nem deveriam ser prescritas, porque existem outras muito mais eficazes que resumem em uma medicação a necessidade de três questões que precisaria tratar e essas medicações continuam a serem passadas; Prescrições para satisfazer as expectativas das pessoas: A pessoa chega com uma expectativa de uma lista de medicamentos e o médico as vezes pra agradar pra manter a relação terapêutica ele passa a medicação solicitada pelo paciente. Polimedicação Aspectos quantitativos: A polimedicação é definida como o emprego de cinco ou mais fármacos de uso crônico por um paciente determinado; OBS: Desde 2017 a partir de 4 medicamentos já é considerado polimedicação. Aspectos qualitativos: Analisa-se uso de ao menos um medicamento considerado inadequado. Se existe outro medicamento que substitua ou que pode ser associado para evitar danos ao paciente. Polimedicação em Idosos Efeitos adversos e reações medicamentosas: Os principais estudos sobre polimedicação são relacionados aos idosos, porque querendo ou não eles são o público mais atingido e por conta de já ter algumas enfermidades eles vão acumulando uma série de medicações. Geralmente os idosos são assim eles tem uma farmácia em casa e toda hora vai lá se medicar; Redução da funcionalidade: O idoso vai tomar medicação pra insônia e ele passa o dia dormindo e por ficar o dia dormindo passa a ficar sedentário e ficando sedentário atrofiam Fernanda Jorge Martins – 5º Período os músculos, nervos, pernas e braços ficam sem tanta movimentação que vai prejudicar o estado de saúde dele e então por ser uma população que estão aposentados que ficam mais em casa a gente precisa ter esse cuidado também; Comprometimento da qualidade vida: Quando prescrever medicamentos para os idosos é importante considerar se esse idoso é ativo com quem ele mora, se tem alguém que vai cuidar dele, se essa medicação que estou prescrevendo vai fazer bem ou mal para o estado de saúde dele, porque às vezes melhora uma coisa e piora em outra e a polifarmácia pode piorar o estado físico e mental do paciente e gerar maior utilização dos serviços de saúde. OBS: Ler o capítulo de livro sobre expectativa de vida (GUSSO e cols). Nele consta a relação à expectativa de vida e a nossa população como um todo, ela tem crescido mais por causa da redução da mortalidade e do aumento da natalidade que fez com que a nossa população a mudasse um pouquinho. Então com o aumento da expectativa de vida as pessoas também poderão ter mais doenças crônicas e uso simultâneo de medicamentos que geram danos aos pacientes, então isso é extremamente importante ser considerado. Desprescrição Consiste na retirada de um medicamento inadequado ou um processo de análise da medicação para mostrar e resolver o paradoxo por trás do regime terapêutico; Sobre a desprescrição existem contradições em relação: há o paciente usa essa medicação há 20, 30 anos, mas em 20, 30 anos a farmácia a indústria farmacêutica evoluiu muito e outros medicamentos já foram substituídos como medicamentos antigos que geravam muitos efeitos adversos e reduziam a qualidade de vida do paciente. (Capitulo 109 do livro: GUSSO e cols) - Nesse capítulo tem várias barreiras e existem fatores que favorecem que são considerados facilitadores da desprescrição sendo Fernanda Jorge Martins – 5º Período que todos eles são relacionados tanto ao médico quanto ao paciente e a relação entre ambos relação médico paciente. Um exemplo em relação ao médico em uma barreira (fator que dificulta a desprescrição) é às vezes o médico não tem tanta segurança em relação à farmacoterapia, às vezes o médico não quer questionar a medicação passada por outro profissional ou falta de experiência e de preparo. Em relação ao paciente pode ser um paciente hipocondríaco que tem aquela necessidade de estar o tempo todo investigando e acumulando mais e mais medicações. A relação médico-paciente se não houver um clima uma relação de segurança de confiança no que o médico fala dificilmente eu vou seguir o que ele diz então essa relação médico-paciente é extremamente importante para que o paciente confie que o medicamento está sendo retirado e que não irá ter prejuízos para saúde dele. Desprescrição pode ajudar Reduzir a terapêutica inadequada, ou seja, reduzir o tratamento que esta sendo destinado aquele paciente de forma inadequada; Reduzir o nível de polimedicação, porque depois da desprescrição o paciente só vai tomar realmente o que está ajudando mais a saúde dele. Fases da Desprescrição em Cinco Passos GUSSO e cols., cap. 109 Passo 1: Fatores que dificultam a desprescrição que é o tempo, como por exemplo: nas ubs às vezes está lotado de paciente para atender e não tem tempo para explicar para o paciente os medicamentos prescritos e falar sobre os danos que os medicamentos causam a saúde do paciente e geram tais efeitos colaterais, como é a funcionalidade do medicamento, então às vezes o médico não tem tempo para explicar tudo ao paciente sobre osFernanda Jorge Martins – 5º Período medicamentos, mas é importante nos casos com maior necessidade que sejam dedicados tempo ao paciente para essas explicações; Passo 3: Em relação a valorização das evidências - para profissionais buscar os estudos mais atualizados, que sejam estudos que realmente tenha uma grande relevância que tenha pesquisas publicadas como ensaios clínicos randomizados onde consta estudo feito com uma grande amostra com testes e validações sempre. Em relação a priorizar as preferências do paciente deve ser priorizado, porque ele que percebe os sintomas e o que está o prejudicando; Passo 4: Em relação evitar efeitos adversos, síndrome de retirada e recorrência de sintomas, os psicotrópicos não da pra fazer a retirada de uma vez, porque o paciente sente o impacto, então vai fazendo o desmame dessas medicações uma por uma não todas de uma vez; Passo 5: Monitorar os efeitos adversos, saber como o paciente está sentindo, saber dos benefícios, se ele teve muito efeito adverso e se precisa ser revisto esse processo de desprescrição. Perguntas para ajudar o Paciente a ser ativo no processo de desprescrição – Uso seguro OBS1: Nesse quadro são perguntas feitas pelo paciente. É importante que os pacientes participem do processo de desprescrição medicamentosa. Fernanda Jorge Martins – 5º Período OBS2: Nesse quadro são ferramentas para auxiliar na desprescrição dos medicamentos. Hoje existem aplicativos, sites onde podemos colocar os medicamentos que o paciente toma e que indicam os efeitos adversos dessas medicações que irão nos ajudar a terem decisões mais equilibradas em relação a isso. Essa imagem resume bem o que precisamos considerar: Listar os medicamentos; Verificar a funcionalidade desses medicamentos: O porquê esses medicamentos foram prescritos; Saber o quadro de saúde que o paciente está hoje: Porque pode ser que esse medicamento foi prescrito há um tempo e pode ser que ele não precise mais e ele continua tomando e aumentando os danos para a sua saúde, sempre identificar se tem mais danos ou mais benefícios para o paciente. Essa desprescrição é libertadora, porque para um paciente que toma 20, 25 comprimidos por dia quando eles reduzem para 15, por exemplo, para eles já é um alívio grande, porque essa quantidade de medicamentos pode gerar uma série de efeitos como problemas estomacais, às vezes tem medicamento que precisa tomar antes do café da manha e tem medicamentos que atrapalham até a vida social. Tem relatos de pacientes que chega para o atendimento e fala que depois que está usando a medicação psiquiátrica deixou de sair à noite, porque tem um medicamento que é para tomar no horário tipo 20h e logo da sono e não vai mais pra nenhum aniversário ou outro evento a noite. Então pequenos ajustes em relação ao horário ou verificar se existe outro medicamento outra forma de ajudar aquele paciente até se existem possibilidades não farmacológicas pra que esses pacientes para que possam melhorar um desses exemplos é a terapia. OBS: Aprofundar no capítulo 30 e 109 do Gusso e cols.
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