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Tratamentos de trauma em Odontopediatria Distruibuição das lesões traumáticas na dentição decídua Faixa etária - a faixa etária de 1 a 3 anos é mais atingida por traumatismo, provavelmente devido ao aumento das atividades físicas e á coordenação motora limitada Gênero - de acordo com a maioria dos trabalhos na literatura, não há diferença entre os gêneros. Esse fato ocorre, pois na idade pré- escolar meninos e meninas possuem comportamento e brincadeiras semelhantes Localização - os incisivos centrais superiores são os dentes mais acometidos, sem diferença entre os lados direito e esquerdo. Tipo mais prevalente - as lesões em tecido periodontal são mais prevalentes na dentição decídua devido as menores dimensões dos dentes e ao fato de o osso ser mais poroso nas crianças. Fatores predisponentes das lesões traumáticas na dentição decídua - há particularidades na criança que predispõem a ocorrência de traumatismos na região da cabeça e pescoço. - cabeça proporcionalmente grande em relação ao restantes do corpo, posição verticalmente dos dentes decíduos, curiosidade e imprudência. - traumas grandes na cabeça > levar imediatamente para o hospital. - má oclusão: as crianças portadoras de mordida aberta, sobressaliencia acentuada ou protusao dos incisivos e a consequente falta de selamento labial, normalmente encontradas em pacientes com hábitos de sucção de dedo e chupeta prolongados e em respirações bucais, são mais propensas a fraturas dentárias. Hora do Atendimento : - annamese, história médica e odontológica: a anamnese detalhada deve incluir investigação da história médica é fundamental investigar se a criança bateu a cabeça, podendo ou não haver perda de consciência no momento do traumatismo - avaliar o estado neurológico da criança e sinais e sintomas como inconsistência, cefaleia, amnésia, náusea, vômito, sangramento nasal podem indicar a ocorrência de traumatismo craniano e do sistema nervoso central, que pode comprometer a vida do paciente. ↘ o profissional deve encaminhar e/ou acompanhar o paciente ao médico. Exames clínicos e radiografico são fundamentos para a elaboração do diagnóstico - selamento labial inadequada: respirador bucal, observar se tem má oclusões, se é necessário encaminhar a criança Anamnese - história médica avaliar o estado de saúde geral, alergias, uso de medicamentos, pois a condição sistêmica pode interferir na recuperação da área traumatizada. Experiência odontológica quando e como foi. Idade do paciente - mostra o ciclo biológico em que o dente decíduo se encontra. Atendimento do traumatismos e uso de medicamentos, avaliar o que já foi feito e se o paciente foi medicado e com qual medicamento. Como ocorreu o traumatismo? Deve-se checar história do traumatismo e achados clínicos (devido a possibilidade de maus- tratos) Onde ocorreu o traumatismo? Se ocorrer em área contaminada, existe a necessidade de administrar antibióticos e medicamentos. Questionar a validade da vacina antitetânica em casos de perfurações e arranhões. Quando ocorreu o traumatismo? Avaliar o tempo que passou e as possíveis sequelas sem o tratamento. Se houve traumatismo anterior? Analisar a capacidade da respostauu biológica da região á reparação. Sintoma,liga dolorosa, dor espontânea, provocada ou à mastigação Exame fisico: observar ferimentos em outras regiões do corpo que necessitam de atendimento médico, limpezas das áreas traumatizadas (joelhos, braços) ↘ podemos limpar as áreas com clorexidina, gel a base de água, usar sabonete neutro. 11/3 K Exame clínico - palpar a face, laceração, dor, edema, presença de corpo estranho, hematoma, sangramento ou hemorragia, verificar se há lesão no mento, pois pode estar associada a fraturas da ATM (restrição de abertura da boca) e ou traumatismos de dentes posteriores. Verificar alterações na oclusão. Exame clínico intrabucal - dentes: observar coloração, presença de trinca e fratura, exposição pulpar. > para dentes decíduos não se realizam os testes de percussão e sensibilidade, na maioria das vezes a criança não sabe distinguir se está doendo por causa do trauma ou se foi provocado. Lesões em tecido mole Laceração - ferimento raso ou profundo resultantes de dilaceração tecidual produzido por objeto cortante. Tratamento - limpeza e remoção de corpos estranhos da região lesada, resposicionamento do retalho e suturar, se necessário. Lacerações menores na gengiva e na mucosa não requerem sutura. Manter a área limpa para a cicatrização adequada. Contusão - ferimento produzido por impacto com objeto sem corte causando hemorragia submucosa (equimose) Tratamento- acompanhar a evolução do quadro, pois o sangramento é reabsorvido localmente e avaliar a necessidade do uso de anti-inflamatório Abrasão - lesão superficial ocasionada por raspagem da mucosa, que deixa uma superfície hemorrágica e escoriada. Tratamento - o tratamento assintomático, gaze embebida em soluções anódina, que contém benzocaína (anestésico), pode ser utilizada para atenuar a dor durante e alimentação Luxação Intrusiva - é o deslocamento do dente para dentro do alvéolo, com compressão ou fratura do processo alveolar, pode estar associada a lesões da mucosa. Tratamento - é importante a palpação do fundo de sulco vestibular para verificar a direção da intrusão e fratura da tábua óssea vestibular. Não reerupcao em 30-40 dias, ou apresente fístula, ou radiotransparencia periapical> é indicada a exodontia. tomada radiográfica oclusal modificada, a radiografia em norma lateral com filme oclusal ou periapical adulto, para avaliar a direção do dente intruído. Concussão - lesão das estruturas de sustentação dos dentes. Hemorragia e edema do ligamento periodontal devidos ao rompimento de pequeno número de fibras e portanto, sem sangramento visível no sulco gengival. Não há deslocamento ou mobilidade. Tratamento - a concussão não requer um tratamento específico Subluxação - lesão traumática de pequena a moderada intensidade nas estruturas de sustenção dos dentes. As fibras do ligamento rompem-se a há ligeiro sengramento no sulco gengival. Esse é o sinal patogênico que diferencia a concussão da subluxacao. Podem ocorrer pequena mobilidade, mas sem deslocamento do dente e ligeiro aumento do espaço pericementario no exame radiografico. Tratamento - nos casos dê concussão e subluxação, pode ocorrer alteração de cor na coroa dental, mas isso pode não ser indicativo de necrose pulpar. Se a alteração de cor ocorrer com fístula e/ou lesão periapical, é sinal de necrose pulpar, sendo necessário o tratamento endodôntico. Exame radiográfico - observar fraturas em tecidos moles, estágio de desenvolvimento da raiz, deslocamento de dentes, estágio de formação de germe dentário. ↘ O ideal é que a radiografia seja realizada por meio da técnica oclusal modificado, com filme periapical adulto em que a criança morde a película no seu longo eixo, pois o filme comum é muito grande para boca da criança. Luxação lateral - lesão das estruturas de sustentação do dente com rompimento de fibras do ligamento periodontal ocasionando: - mobilidade - com ou sem deslocamento associado ou não a mobilidade (travamento no osso alveolar) - com ou sem fratura óssea - laceração dos tecidos adjacentes -> na radiografia é observado aumento do espaço alveolar, dependendo do deslocamento do dente. - Tratamento - em casos de mobilidade, indicase a contenção. Em casos de deslocamento, avaliar a posição do dente e a indicacao reposicionamento e contenção. - A contenção é realizada para manter o dente em posição e em repouso, auxiliando a recuperação das fibras do ligamento periodontal. - contenção flexível ou semirrígida, com fio de nailon ou aço e resina composta, deixada no terço médio das faces vestibulares, tendo 1 ou 2 dentes de suporte de cada lado, e permanecer de 14 a 21 dias, dependendo da severidade do caso. - atendimento tardio de 3 ou maissemanas após o traumatismo, diminui as chances de sucesso da contenção, em caso de fraturas alveolar, normalmente é indicada a exodontia. Luxação extrusiva - é o deslocamento parcial do dente para fora do seu alvéolo, pouco comum em dentes decíduos. Normalmente, apresenta mobilidade. Avaliar a fratura da tábua óssea alveolar. Tratamento - dependem do tempo decorrido do traumatismo, da gravidade da lesão e do estágio de desenvolvimento do sucessor permanente. - traumatismo no dia do atendimento- reposicionamento do dente com cuidado (coágulo no alvéolo pode descolocar o germe do permanente) e a contenção por 14 a 21 dias. - traumatismo antigo - exodontia, quando houver risco de lesão do germe do dente permanente durante o processo de reposicionamento do dente decíduo traumatizado,e em caso de fratura alveolar ou rizólise avançada. Prootocolo de orientação básica para a reparação do tecido periodontal (7 a 10 dias) Higiene da área - limpeza dos dentes e gengiva com gaze e água oxigenada 10volume ou clorexidina, 3x por dia Repouso do dente - não morder na região, dieta líquida e pastosa. Remoção do hábito de sucção (mamadeira, chupeta, dedo) Prescrição medicamentosa - analgésico em caso de dor, avaliar a necessidade de prescrição de anti-inflamatório e/ou antibiótico Acompanhamento - realizar radiografia para acompanhar a formação do germe permanente até a sua erupção e controle de sequelas. Avulsão - é o deslocamento total do dente do seu alvéolo, avaliar a fratura alveolar Tratamento - reabilitação protetica geralmente é realizada com mantenedor de espaço estético funcional removível, com os dentes avulsionados ou resina acrílica. A reimplantação não é indicada para dentes decíduos, por falta de condições favoráveis e pelo risco de deslocamento do germe do permanente. O acompanhamento clínico e radiografico é importante, pois na avulsão há maior risco de repercussão para o dente permanente. >> acidente menor que 30min, transporte adequado do dente avulsinado (hidratado), região e dente sem contaminação para minimizar a infecção, osso alveolar intacto. Lesões em tecidos duros Trinca em esmalte - é a fratura incompleta do esmalte sem perda da estuprutyra dentária - em alguns casos, o acabamento das margens de esmalte rugosas com disco de lixa vaselinado, seguido da aplicação de flúor ( sensibilidade ) Fratura em esmalte - há perda de estrutura dentária envolvendo apenas o esmalte - depende do local Fratura coronoria de esmalte e dentina sem exposição pulpar - lesão que envolve o esmalte e a dentina, com perda de estrutura dentária, mas sem comprometimento pulpar - restauração da coroa com resina composta ou colagem do fragmento dental, se houver Fratura coronária de esmalte e dentina com exposição pular - deve-se realizar pulpotomia ou Pulpectomia, dependendo da condição pulpar, d tempo decorrido após o traumatismo e da idade da criança. Avaliar a necessidade de pino e coroa Pulpotomia - retirar a polpa apenas da coroa Pulpectomia- retirar a polpa toda. Fratura coronorradicular - fratura envolvendo esmalte, dentina e cemento, podendo ou não haver exposição pulpar. Quando a fratura ocorrer aquém de 4 a 5mm da raiz, deve-se avaliar a possibilidade de tratamento endodôntico ou gengivectomia (aumento de coroa clínica). Quando a linha de fratura se estender de 4 a 5mm abaixo da margem gengival, levando a um diagnóstico duvidoso, a exodontia é o tratamento de escolha. Fratura Radicular - exodontia é indicada, cuidado na hora da cirurgia para não danificar o germe do permanente Fratura alveolar - fratura que é envolve o processo alveolar, caso o fragmento não tenha irrigação deve ser removido por risco de infecção, a avaliar o uso de antibióticos Referência - Aula da Prof Paula Tamião l
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