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LEGISLAÇÃO APLICADA À SEGURANÇA DO TRABALHO PROF.A MONICA DE MELO VIANA CONCIANCI Reitor: Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira Pró-Reitoria Acadêmica Maria Albertina Ferreira do Nascimento Diretoria EAD: Prof.a Dra. Gisele Caroline Novakowski PRODUÇÃO DE MATERIAIS Diagramação: Alan Michel Bariani Thiago Bruno Peraro Revisão Textual: Marta Yumi Ando Produção Audiovisual: Adriano Vieira Marques Márcio Alexandre Júnior Lara Osmar da Conceição Calisto Gestão de Produção: Aliana de Araújo Camolez © Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo (a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Primeiramente, deixo uma frase de Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida.” Cada um de nós tem uma grande re- sponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica e profissional, refletindo diretamente em nossa vida pessoal e em nossas relações com a socie- dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente e busca por tecnologia, informação e conhec- imento advindos de profissionais que possuam novas habilidades para liderança e sobrevivên- cia no mercado de trabalho. De fato, a tecnologia e a comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e nos proporcionando momentos inesquecíveis. Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a Distância, a proporcionar um ensino de quali- dade, capaz de formar cidadãos integrantes de uma sociedade justa, preparados para o mer- cado de trabalho, como planejadores e líderes atuantes. Que esta nova caminhada lhes traga muita experiência, conhecimento e sucesso. Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira REITOR 33WWW.UNINGA.BR U N I D A D E 01 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................4 1. HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO ........................................................................................................5 2. BREVE INTRODUÇÃO SOBRE LEGISLAÇÃO PERTINENTE À ÁREA DE SEGURANÇA DO TRABALHO ............ 7 2.1 LEGISLAÇÃO INTERNACIONAL .............................................................................................................................. 7 2.2 LEGISLAÇÃO FEDERAL .......................................................................................................................................... 7 2.3 LEGISLAÇÃO MUNICIPAL APLICADA À SEGURANÇA DO TRABALHO .............................................................. 7 2.4 ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS – LEI 8.112/90 ...............................................................8 2.5 CÓDIGO CIVIL .........................................................................................................................................................8 2.6 CÓDIGO PENAL ......................................................................................................................................................8 2.7 PORTARIA 3.214/78 ...............................................................................................................................................8 2.8 ORDENAMENTO JURÍDICO E HIERARQUIA DAS LEIS .......................................................................................9 3. QUAIS SÃO AS NR EXISTENTES? .......................................................................................................................... 11 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................27 CONCEITOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS REFERENTES AO AMBIENTE DE TRABALHO PROF.A MONICA DE MELO VIANA CONCIANCI ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: LEGISLAÇÃO APLICADA À SEGURANÇA DO TRABALHO 4WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Olá, caro(a) aluno(a)! Seja bem-vindo(a) à disciplina de Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho. Nesta primeira unidade, iniciaremos com a evolução histórica da Segurança do Trabalho, dos primórdios até os dias atuais. Muito mais que contextualizar sobre esse assunto, essa abordagem é muito importante para que possamos refletir sobre as mudanças ocorridas nesse período de evolução, e quão importante foram as conquistas alcançadas. Dando sequência, abordaremos a legislação pertinente à área, dando ênfase nas Normas Regulamentadoras (NR). Atualmente, temos 36 Normas Regulamentadoras vigentes e trataremos com maior ênfase das normas que diretamente estão no dia a dia das atividades do profissional de Segurança de Trabalho. O conhecimento e a aplicação das Normas Regulamentadoras são primordiais para a garantia da integridade física e mental do trabalhador no local de trabalho. Boa leitura! 5WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO A primeira proteção que o homem adotou foram roupas e calçados, pois além de cobrirem a nudez, eram uma proteção contra o frio, calor, umidade, contusões, cortes etc. É possível perceber a preocupação com a segurança em situações pontuais no decorrer da história. A informação mais antiga sobre a segurança do trabalho está registrada em um documento egípcio. O papiro Anastacius V fala da preservação da saúde e da vida do trabalhador e descreve as condições de trabalho de um pedreiro. Também no Egito, no ano 2360 a.C., uma rebelião geral dos trabalhadores, deflagrada nas minas de cobre, evidenciou ao faraó a necessidade de melhorar as condições de vida dos escravos (OLIVEIRA; PIZA, 2017). A saúde dos trabalhadores em um posto de trabalho é resultado das conquistas obtidas com as leis trabalhistas. Grande parte das primeiras indústrias não apresentava condições mínimas de garantia à saúde do trabalhador, pois eram localizadas em imensos galpões, armazéns velhos, com pouca iluminação, ventilação deficiente e excesso de lixo e sujeira. O foco era dado apenas à produtividade, para não desperdiçar tempo e recursos de trabalho. Nesse sentido, os funcionários faziam suas refeições ao lado das máquinas, adoeciam e, assim, transmitiam doenças em razão da falta de circulação do ar nesses ambientes (OLIVEIRA; PIZA, 2017, p. 3). Os primeiros estudos a tratar da relação saúde/trabalho foram publicados em 1556 – a obra De Re Metallica, de Georgius Agricola (1494-1555), que abordou problemas referentes à extração e à fundição de ouro e prata, como acidentes de trabalho provocados pela mineração, e as doenças mais comuns entre os mineiros (OLIVEIRA; PIZA, 2017, p. 3). Conforme os autores Leandro S. Ferreira e Neverton H. Peixoto (2012, p. 15), o homem sempre esteve exposto a riscos, mas com o advento da revolução industrial e a invenção das máquinas a vapor, esses riscos ampliaram-se. O surgimento das máquinas em substituição ao trabalho artesanal multiplicou a produtividade no trabalho. Iniciava-se então a produção em larga escala, através do uso das novas tecnologias. As fábricas da época eram instaladas em locais improvisados, com péssimas condições de trabalho e exploração de trabalhadores (o que incluía também mulheres e crianças) em jornadas diárias de até 16 horas. O resultado disso foi um grande número de acidentes de trabalho, doenças relacionadas ao trabalho e muitos trabalhadores mortos ou mutilados. A partir dessa situação dramática é que se originaram as primeiras leis e estudos relacionados à proteção, à saúde e à integridade física dos trabalhadores. 6WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Observem que é pormeio do trabalho que as pessoas conseguem se desenvolver e gerar conhecimentos, riquezas materiais, satisfação pessoal e desenvolvimento econômico. Entretanto, vários fatores no trabalho podem ser nocivos à segurança individual e coletiva. Portanto, salienta-se a necessidade de as empresas implantarem medidas que efetivamente protejam a saúde e integridade física do trabalhador, pois além de proporcionarem desenvolvimento, tais medidas reduzem os passivos judiciais e administrativos decorrentes de doenças e/ou acidentes ocupacionais, o que certamente é um desafio para a empresa (FERREIRA; PEIXOTO, 2012, p. 16). Segundo Oliveira e Piza (2017, p. 4), alguns fatores levam a acreditar que os altos índices de acidentes de trabalho eram ocasionados em função de: • Postos de trabalho inadequados e deficientes. • Ferramentas utilizadas de maneira imprópria e/ou em más condições. • Extensas jornadas de trabalho. • Ausência de pausas para descanso. • Falta de treinamento para execução das tarefas. • Ritmos excessivos de produtividade, dentre tantas outras causas. Histórico do SESMT no Brasil Na década de 1970, os índices de acidentes de trabalho no Brasil totalizavam 1,7 milhão ao ano. As empresas não possuíam um serviço específico para gestão da prevenção de acidentes, o que desencadeou a necessidade da criação de um órgão que se preocupasse com a saúde e o bem-estar do funcionário, a fim de lhe oferecer um ambiente com melhores condições de trabalho. O desejo de instituir normas que favorecessem a prevenção de acidentes e proteção do trabalhador levou o então Ministro do Trabalho, Júlio Barata, a publicar, no dia 27 de julho de 1974, as Portarias 3.236 e 3.237, regularizando o artigo 164 da CLT. Com essas medidas, ficou determinado que todas as empresas com mais de 100 funcionários tivessem um Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT). ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE MEDICINA DO TRABALHO. SESMT completa 40 anos. 2017. Disponível em: https://www.anamt.org.br/portal/2012/07/27/sesmt- completa-40-anos/. Acesso em: 8 set. 2019. 7WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 2. BREVE INTRODUÇÃO SOBRE LEGISLAÇÃO PERTINENTE À ÁREA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 2.1 Legislação Internacional Em nível internacional, a principal legislação referente à proteção à saúde e à segurança do trabalhador são as Convenções e Recomendações publicadas pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Com o objetivo de promover a justiça social, a OIT tem apresentado, para a adoção por seus Estados membros, convenções e recomendações internacionais do trabalho. Essas normas tratam de temas como liberdade de associação, emprego, política social, condições de trabalho, previdência social, entre outras. Como exemplo, podemos citar a Convenção n° 155, que trata da segurança e saúde dos trabalhadores, a qual objetiva a garantia da implantação de políticas de saúde e segurança dos trabalhadores e do meio ambiente do trabalho. Assim como acontece em outras áreas, as normas jurídicas (CF/88, leis, decretos, resoluções, portarias, instruções técnicas etc.) seguem uma ordem hierárquica. Temos uma Constituição cidadã que assegura direitos fundamentais, a prevalência da vida, a dignidade da pessoa humana, o trabalho digno (BARSANO, 2014, p. 19). 2.2 Legislação Federal No âmbito federal, podemos encontrar a Lei no 6.514, de 22 de dezembro de 1977, a qual altera o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, que trata de segurança e medicina do trabalho. A partir da CLT, tivemos a aprovação das Normas Regulamentadoras (NR), as quais vêm direcionando e atualizando os temas referentes à área de saúde e segurança do trabalho, até os dias atuais. Devido à abrangência do tema, trataremos dela na terceira unidade. 2.3 Legislação Municipal Aplicada à Segurança do Trabalho São as regulamentações (leis, decretos, resoluções, instruções técnicas, entre outras regulamentações) criadas pelo Poder Executivo Municipal, não contrárias aos dispositivos regulamentares estaduais e federais. É importante para o profissional de Segurança do Trabalho, além do conhecimento das NR, saber conceitos de direito trabalhista e previdenciário, conhecer as principais legislações estaduais e federais, decretos e regulamentos municipais pertinentes à segurança do trabalho (BARSANO; BARBOSA, 2012, p. 29). 8WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 2.4 Estatuto dos Servidores Públicos Federais – Lei 8.112/90 Os artigos 68 ao 72 da Lei 8.112/90 garantem direitos à saúde e segurança dos servidores públicos. Tratam de temas como prevenção e a segurança do trabalho, como adicionais de insalubridade, periculosidade ou atividades penosas e o controle dessas atividades: Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade em locais insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida, fazem jus a um adicional sobre o vencimento do cargo efetivo. Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que operam com Raios X ou substâncias radioativas serão mantidos sob controle permanente, de modo que as doses de radiação ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto na legislação própria. Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo serão submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses (BRASIL, 1990). 2.5 Código Civil O CC de 2002 trouxe expressa a obrigação do empregador do ressarcimento ao trabalhador que for vitimado por infortúnios relacionados ao meio ambiente do trabalho. É a chamada responsabilidade civil, sendo que neste caso ela será subjetiva, pois deve ser provada a eventual responsabilidade do empregador para a ocorrência do infortúnio do trabalho. 2.6 Código Penal O art. 136 do código penal dispõe pena de detenção, multa ou reclusão para quem expõe ao risco a vida humana. Entende-se por analogia que está sujeito a tais penas o chefe imediato que, em decorrência de negligência, imperícia ou imprudência, tiver sob a sua responsabilidade trabalhador vitimado fatalmente por acidente de trabalho. Sobre o assunto, trataremos na quarta unidade. 2.7 Portaria 3.214/78 Trata-se da portaria do MTE que regulamenta a legislação de saúde e segurança do trabalho para as empresas privadas. Sobre as NR, falaremos ainda nesta unidade. 9WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 2.8 Ordenamento Jurídico e Hierarquia das Leis O ordenamento jurídico é composto por várias normas que obedecem a um sistema hierárquico, ou seja, umas são subordinadas às outras seguindo uma ordem similar a uma pirâmide, na qual a mais importante é a Constituição Federal. A Constituição brasileira de 1988, em seu art. 59, estabelece a possibilidade da produção de sete espécies de atos legislativos: Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: I - emendas à Constituição; II - leis complementares; III - leis ordinárias; IV - leis delegadas; V - medidas provisórias; VI - decretos legislativos; VII - resoluções. Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis (BRASIL, 2002a). A Carta Magna consagra diversos mandamentos que, direta ou indiretamente, estão relacionados com saúde e segurança do trabalho, conforme expresso em alguns de seus artigos: Art. 7º [...] XXII - Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. XXIII - Adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei. XXVI - Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho. XXVIII - Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em doloou culpa; XXXI - Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência. XXXII - Proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos. XXXIII - Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos. Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça social. Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada, proteção à maternidade, especialmente à gestante, proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário, e pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes (BRASIL, 2002a). 10WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A seguir, falaremos brevemente sobre as Normas Regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho e Emprego, segundo art. 154 a 201 da CLT, Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, Portaria 3.214, de 08 de junho de 1978, e suas alterações, que devem ser seguidas pelas empresas e instituições possuidoras de empregados regidos pela CLT. As Normas Regulamentadoras (NR) são orientações que definem procedimentos que devem, obrigatoriamente, ser aplicadas para proteção da saúde e segurança dos trabalhadores. Seu objetivo é estabelecer regras que irão conduzir o trabalho dos funcionários da melhor forma, garantindo a integridade deles, criando ambientes mais seguros de trabalho. São elaboradas por comissões específicas formadas por representantes do governo, empregadores e trabalhadores. Cada uma das Normas Regulamentadoras visa prevenir acidentes e doenças provocadas ou agravadas pelo trabalho; estabelecer os parâmetros mínimos e as instruções sobre saúde e segurança de acordo com cada atividade ou função desempenhada, como também nortear as ações dos empregadores e orientar os colaboradores, fazendo com que o ambiente de trabalho se torne um local saudável e seguro. Alguns dos objetivos das Normas Regulamentadoras é a promoção da integridade física, psíquica e saúde do trabalhador, promover uma política de segurança e saúde no trabalho nas organizações e regulamentar a legislação relacionada à segurança e medicina do trabalho (BARSANO, 2014, p. 21). O Capítulo V do Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), relativo à segurança e medicina do trabalho, estabeleceu, em sua seção XV, artigo 200, que caberia ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições complementares às normas de segurança e da medicina do trabalho, considerando as particularidades de cada atividade ou setor de trabalho. Conforme expresso no artigo 200, da CLT: Art. 200 – Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições complementares às normas de que trata este Capítulo, tendo em vista as peculiaridades de cada atividade ou setor de trabalho, especialmente sobre: I – medidas de prevenção de acidentes e os equipamentos de proteção individual em obras de construção, demolição ou reparos; II – depósitos, armazenagem e manuseio de combustíveis, inflamáveis e explosivos, bem como trânsito e permanência nas áreas respectivas; III – trabalho em escavações, túneis, galerias, minas e pedreiras, sobretudo quanto à prevenção de explosões, incêndios, desmoronamentos e soterramentos, eliminação de poeiras, gases, etc. e facilidades de rápida saída dos empregados; IV – proteção contra incêndio em geral e as medidas preventivas adequadas, com exigências ao especial revestimento de portas e paredes, construção de paredes contrafogo, diques e outros anteparos, assim como garantia geral de fácil circulação, corredores de acesso e saídas amplas e protegidas, com suficiente sinalização; V – proteção contra insolação, calor, frio, umidade e ventos, sobretudo no trabalho a céu aberto, com provisão, quanto a este, de água potável, alojamento profilaxia de endemias; VI – proteção do trabalhador exposto a substâncias químicas nocivas, radiações ionizantes e não ionizantes, ruídos, vibrações e trepidações ou pressões anormais ao ambiente de trabalho, com especificação das medidas cabíveis para eliminação ou atenuação desses efeitos limites máximos quanto ao tempo de exposição, à intensidade da ação ou de seus efeitos sobre o organismo do trabalhador, exames médicos obrigatórios, limites de idade controle permanente dos locais de trabalho e das demais exigências que se façam necessárias; VII – higiene nos locais de trabalho, com discriminação das exigências, instalações sanitárias, com separação de sexos, chuveiros, lavatórios, vestiários e armários individuais, refeitórios ou condições de conforto por ocasião das refeições, fornecimento de água potável, condições de limpeza dos locais de trabalho e modo de sua execução, tratamento de resíduos industriais; 11WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA VIII – emprego das cores nos locais de trabalho, inclusive nas sinalizações de perigo. Parágrafo único – Tratando-se de radiações ionizantes e explosivos, as normas a que se referem este artigo serão expedidas de acordo com as resoluções a respeito adotadas pelo órgão técnico (BRASIL, 1943). Ainda sobre o tema, o artigo 155 da Consolidação das Leis do Trabalho dispõe que: Art. 155 - Incumbe ao órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho: I – estabelecer, nos limites de sua competência, normas sobre a aplicação dos preceitos deste Capítulo, especialmente os referidos no art. 200; II – coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e as demais atividades relacionadas com a segurança e a medicina do trabalho em todo o território nacional, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho; III – conhecer, em última instância, dos recursos, voluntários ou de ofício, das decisões proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e medicina do trabalho (BRASIL, 1943). 3. QUAIS SÃO AS NR EXISTENTES? Conforme definido pelo MTE, hoje existem 36 NR vigentes, que abrangem as mais diversas atividades a fim de garantir a segurança e a saúde do trabalhador, e também preservar e proteger o meio ambiente. As normas regulamentadoras são: NR1 – Disposições Gerais O objetivo desta Norma é estabelecer as disposições gerais, o campo de aplicação, os termos e as definições comuns às Normas Regulamentadoras (NR) relativas à segurança e saúde no trabalho. Última modificação: Portaria SEPRT 915, de 30/07/2019. NR 2 – Inspeção Prévia A Portaria SEPRT 915, de 30/07/2019 dispõe, em seu art. 2º: Art. 2º Revogar as Portarias SSMT nº 06, de 09 de março de 1983, nº 35, de 28 de dezembro de 1983, que deu redação à NR2 - Inspeção Prévia, nº 03, de 07 de fevereiro de 1988. Norma revogada. A lei n° 6.514 de 22 de dezembro de 1977 contém os artigos 154 a 201 da CLT, que tratam sobre a segurança e a medicina do trabalho. Mais especificamente, no artigo 200, fica definido que cabe ao MTE estabelecer as disposições complementares às normasrelativas à segurança e à medicina do trabalho. 12WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NR 3 – Embargo e Interdição Embargo e Interdição: estabelece situações de emergência nas quais as empresas podem paralisar totalmente ou parcialmente suas obras, considerando obra todo e qualquer serviço de engenharia de construção, montagem, instalação, manutenção ou reforma. É considerado grave e iminente risco toda condição ambiental de trabalho que possa causar acidente do trabalho ou doença profissional com lesão grave à integridade física do trabalhador. Durante o embargo da obra, podem ser desenvolvidas atividades necessárias à correção da situação apresentada, desde que sejam adequadas aos trabalhadores. Esta norma estabelece as diretrizes para caracterização do grave e iminente risco e os requisitos técnicos objetivos de embargo e interdição. Segundo o item 3.1.1.1, a adoção dos referidos requisitos técnicos visa à formação de decisões consistentes, proporcionais e transparentes (Redação dada pela portaria SEPRT nº 1.068, de 23/09/2019, da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho), com início da vigência em 22/01/2020. A Portaria 1.069, de 23/09/2019, disciplina os procedimentos relativos aos embargos e às interdições. NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) Determina que as empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), manterão, obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. Ou seja, todas as empresas que possuam empregados regidos pela CLT, conforme o grau de risco de sua atividade principal e o seu número de empregados, obrigatoriamente, deverão constituir o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT). Última modificação: Portaria MTPS 510, de 29/04/2016. NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. Última modificação: Portaria SIT 247, de 12/07/2011. A CIPA é um comitê constituído por empregados, em grande parte leigos em prevenção de acidentes, enquanto o SESMT é constituído por profissionais especialistas em segurança e saúde do trabalho. O artigo 163 e os seguintes da CLT dispõem sobre a CIPA. O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma reeleição. O empregador designará, entre seus representantes, o Presidente da CIPA, e os representantes dos empregados escolherão entre os titulares o vice-presidente. Importante ressaltar sobre a estabilidade dos Membros da CIPA. O item 5.8 da NR-05 dispõe que é vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato. 13WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A CIPA tem como objetivo investigar os riscos que podem gerar acidentes e doenças do trabalho, prevenindo, dessa forma, acidentes e doenças ocupacionais, mediante planos de ações com o intuito de gerar condições de segurança para os trabalhadores. Boa parte das ações preventivas realizadas pela CIPA é possível através do debate sobre os acidentes ocorridos, da observação e exposição das condições de riscos nos ambientes de trabalho, como também nas ações solicitadas para diminuir os riscos existentes. Por meio do diálogo dos integrantes da CIPA com os demais funcionários no próprio espaço laboral, é possível a conscientização sobre a prevenção de acidentes e a promoção da saúde, preservando, dessa forma, a integridade física dos funcionários. Para isso, a NR-05 determina que o empregador proporcione aos integrantes da CIPA os meios para o desempenho das suas atribuições. Afinal, não adianta ter planos de ações que não saiam do papel. A CIPA deve ser atuante e auxiliar na formação da cultura de segurança na empresa, proporcionando maior conscientização dos funcionários quanto aos riscos de acidentes. Ainda Falando sobre CIPA, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho (SIPAT) tem como seu principal objetivo a divulgação de informações para a promoção da prevenção de doenças e acidentes no trabalho. Promover a conscientização dos funcionários quanto à prevenção de acidentes e promoção da saúde é o maior propósito do evento. Afinal, só a partir do conhecimento, da informação é que podemos reconhecer situações de riscos, mudar atitudes e, principalmente, disseminar a mudança de comportamento e adotar condutas assertivas no local de trabalho e nas nossas rotinas do dia a dia. Como sua periodicidade é anual, pode ser programado com antecedência e trabalhar com temas relevantes e de interesse de todos. Portanto, é interessante diversificar o máximo de ações para que a SIPAT seja produtiva e que integre os participantes. Isso vale desde palestras sobre temas de segurança e saúde, vídeos, apresentações teatrais, gincanas entre os empregados etc. História da CIPA no Brasil A CIPA tem sua origem no artigo 82 do Decreto-Lei 7.036, de 10 de novembro de 1944. Apesar do tempo de existência e da tradição da sigla, a CIPA ainda não adquiriu estabilidade organizacional e funcional. Isso em razão dos avanços e recuos, dos altos e baixos resultantes das diversas regulamentações a que foi submetida em meio século de vida. Amparada por uma legislação específica a partir de 1944 e contemplada nos direitos sociais constitucionais, a segurança do trabalho no Brasil desdobra-se nas atividades das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA), disseminadas no cenário empresarial, e na fiscalização realizada por funcionários de setores da administração pública. Disponível em: https://www.fea.unicamp.br/sites/fea/files/cipa/CIPADOC_ AORIGEMDACIPANOMUNDOENOBRASIL.pdf . Acesso em: 8 ago. 2019. 14WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Figura 1 - Equipamentos de proteção individual para limpeza. Fonte: Freepik (2018). NR 6 – Equipamento de Proteção Individual (EPI) Essa NR estabelece que a empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, os EPIs adequados ao risco do trabalho. Os EPIs devem estar em perfeito estado de conservação e funcionamento, a fim de resguardar a saúde, a segurança e a integridade física dos trabalhadores. Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora (NR), considera-se Equipamento de Proteção Individual (EPI) todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. 15WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Última modificação: Portaria MTb 877, de 24/10/2018. Figura 2 - Equipamentos de proteção. Fonte: Pexels (2016). NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) Estabelece obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), objetivando a promoção e preservação da saúde do conjunto dos trabalhadores. Última modificação: Portaria MTb 1031, de 06/12/2018. Figura 3 - Médico trabalhando. Fonte: Freepik(2017). 16WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A NR 7 estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do PCMSO com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. Neste programa, os empregados serão obrigados a realizar exame médico por conta do empregador nas condições estabelecidas na admissão, na demissão, periodicamente, no retorno ao trabalho ou na mudança de função (SCALDELAI; OLIVEIRA; MILANELI, 2012). NR 8 – Edificações Estabelece requisitos técnicos mínimos que devem ser observados nas edificações, para garantir segurança e conforto aos seus trabalhadores. Última modificação: Portaria SIT 222, de 06/05/2011. Figura 4 - Trabalho na construção. Fonte: Adobe Stock (2020). NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. Última modificação: Portaria MTb 871, de 06/07/2017. 17WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NR 10 – Instalações e Serviços em Eletricidade Estabelece os requisitos e as condições mínimas de execução de medidas de controle e sistemas preventivos, visando garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que direta ou indiretamente atuem em instalações elétricas e serviços com eletricidade. Essa norma regulamentadora dispõe que somente poderão trabalhar com instalações elétricas os trabalhadores que tiverem treinamento sobre os riscos desse tipo de trabalho. Última modificação: Portaria MTPS 508, de 29/04/2016. NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais Essa NR regulamenta as operações de elevadores, guindastes, transportadores industriais e máquinas transportadoras, e os equipamentos para movimentação de materiais, ascensores, elevadores de cargas, pontes-rolantes, talhas, empilhadeiras, guinchos, esteiras-rolantes, inclusive equipamentos com força motriz própria, a fim de garantir resistência, segurança e conservação. Última modificação: Portaria MTPS 505, de 29/04/2016. Figura 5 - Trabalhadores em exercício profissional. Fonte: Adobe Stock (2019). NR 12 – Máquinas e Equipamentos A NR 12 e seus anexos definem referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção para resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores e estabelece requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto e de utilização de máquinas e equipamentos, e ainda para sua fabricação, importação, comercialização, exposição e cessão a qualquer título, em todas as atividades econômicas, sem prejuízo da observância do disposto nas demais NR aprovadas pela Portaria MTb n.º 3.214, de 8 de junho de 1978, nas normas técnicas oficiais ou nas normas internacionais aplicáveis e, na ausência ou omissão destas, opcionalmente, nas normas europeias tipo “C” harmonizadas. 18WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Última modificação: Portaria SEPRT 916, de 30/07/2019. Figura 6 - Trabalhadores. Fonte: Adobe Stock (2019). NR 13 – Caldeiras e Vasos de Pressão Esta Norma Regulamentadora estabelece requisitos mínimos para a gestão da integridade estrutural de caldeiras a vapor, vasos de pressão, suas tubulações de interligação e tanques metálicos de armazenamento nos aspectos relacionados à instalação, inspeção, operação e manutenção, visando à segurança e à saúde dos trabalhadores. Última modificação: Portaria 1082, de 18/12/2018. NR 14 – Fornos Determina recomendações de utilização, instalação, manutenção e construção de fornos industriais em ambientes de trabalho. Os fornos, para qualquer utilização, devem ser construídos solidamente, revestidos com material refratário, de forma que o calor radiante não ultrapasse os limites de tolerância estabelecidos pela Norma Regulamentadora – NR 15. Última modificação: Portaria SSMT 12, de 06/06/1983. NR 15 – Atividades e Operações Insalubres Regulamenta as atividades e operações insalubres, fixando os limites de tolerância e tempo de exposição ao agente e, ainda, o adicional de insalubridade, para o grau máximo, médio e leve. Última modificação: Portaria 1084, de 18/12/2018. Essas atividades são regulamentadas também no art. 189 e seguintes da CLT: Art. 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. 19WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Art. 190 - O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações insalubres e adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a esses agentes. Parágrafo único - As normas referidas neste artigo incluirão medidas de proteção do organismo do trabalhador nas operações que produzem aerodispersóides tóxicos, irritantes, alérgicos ou incômodos. Art. 191 - A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá: I - Com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância; II - Com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância. Parágrafo único - Caberá às Delegacias Regionais do Trabalho, comprovada a insalubridade, notificar as empresas, estipulando prazos para sua eliminação ou neutralização, na forma deste artigo. Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo. Art. 194 - O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho. Art. 195 - A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho. §1º - É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas requererem ao Ministério do Trabalho a realização de perícia em estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou delimitar as atividades insalubres ou perigosas. §2º - Arguida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por Sindicato em favor de grupo de associado, o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho. §3º - O disposto nos parágrafos anteriores não prejudica a ação fiscalizadora doMinistério do Trabalho, nem a realização e ofício da perícia. Art. 196 - Os efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em condições de insalubridade ou periculosidade serão devidos a contar da data da inclusão da respectiva atividade nos quadros aprovados pelo Ministro do Trabalho, respeitadas as normas do artigo 11. Art. 197 - Os materiais e substâncias empregados, manipulados ou transportados nos locais de trabalho, quando perigosos ou nocivos à saúde, devem conter, no rótulo, sua composição, recomendações de socorro imediato e o símbolo de perigo correspondente, segundo a padronização internacional. Parágrafo único - Os estabelecimentos que mantenham as atividades previstas neste artigo afixarão, nos setores de trabalho atingidas, avisos ou cartazes, com advertência quanto aos materiais e substâncias perigosos ou nocivos à saúde. 20WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NR 16 – Atividades e Operações Perigosas Essa norma regulamenta as atividades e operações perigosas, determina as atividades perigosas com explosivos, inflamáveis, radiações ionizantes ou substâncias radioativas e fixa o adicional de periculosidade. Esta norma determina que o exercício de trabalho em condições de periculosidade assegure ao trabalhador a percepção de adicional de 30% (trinta por cento), incidente sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa. Última modificação: Portaria MTE 5, de 07/01/2015. Figura 7 - Posturas corretas e incorretas. Fonte: Freepik (2017). NR 17 – Ergonomia Estabelece parâmetros de ergonomia a fim de garantir a saúde, segurança e conforto do funcionário, de forma a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente, incluindo os aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho. Última modificação: Portaria 876, de 24/10/2018. A NR 17 tem sua existência jurídica assegurada pelos arts. 198 e 199 da CLT, visando estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente (SCALDELAI; OLIVEIRA; MILANELI, 2012). 21WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Figura 8 - Pessoa sentada incorretamente e corretamente. Fonte: Freepik (2017). NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Estabelece as diretrizes de ordem administrativa, de planejamento de organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente na Indústria da Construção. Última modificação: Portaria MTb 261, de 18/04/2018. Figura 9 - Elementos para construção. Fonte: Adobe Stock (2019). NR 19 - Explosivos Determina o parâmetro de depósito, manuseio e armazenagem de explosivos. Para fins desta norma, considera-se explosivo material ou substância que, quando iniciado, sofre decomposição muito rápida em produtos mais estáveis, com grande liberação de calor e desenvolvimento súbito de pressão. Última modificação: Portaria 228, de 24/05/2011. 22WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Conforme leciona Aparecida Valdineia Scaldelai, Cláudio Antônio Dias de Oliveira e Eduardo Milaneli (2012), a NR 19 tem sua existência jurídica assegurada pelo inc. II do art. 200 da CLT, estabelecendo as disposições regulamentares acerca do depósito, manuseio e transporte de explosivos, objetivando a proteção da saúde e da integridade física dos trabalhadores em seus ambientes de trabalho. NR 20 – Líquidos Combustíveis e Inflamáveis Esta Norma Regulamentadora estabelece requisitos mínimos para a gestão da segurança e saúde no trabalho contra os fatores de risco de acidentes provenientes das atividades de extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis. Teve sua última modificação pela Portaria 860, de 16/10/2018. NR 21 – Trabalho a Céu Aberto Normatiza os trabalhos a céu aberto, objetivando proteger os trabalhadores contra intempéries, insolação excessiva, calor, frio, umidade. Nos trabalhos realizados a céu aberto, é obrigatória a existência de abrigos, ainda que rústicos, capazes de proteger os trabalhadores contra intempéries. Serão exigidas medidas especiais que protejam os trabalhadores contra a insolação excessiva, o calor, o frio, a umidade e os ventos inconvenientes. Última modificação: Portaria GM 2037, de 15/12/1999. Figura 10 - Trabalhador desenvolvendo atividades ao ar livre. Fonte: Adobe Stock (2019). Ainda segundo os autores Aparecida Valdineia Scaldelai, Cláudio Antônio Dias de Oliveira e Eduardo Milaneli (2012), a NR 21 tem sua existência jurídica assegurada pelo inc. IV do art. 200 da CLT, que tipifica as medidas prevencionistas relacionadas à prevenção de acidentes nas atividades desenvolvidas a céu aberto, como em minas ao ar livre. 23WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NR 22 – Trabalhos Subterrâneos Determina os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento da atividade mineira com a busca permanente da segurança e saúde dos trabalhadores. Última modificação: Portaria MTb 1085, de 18/12/2018. Figura 11 - Trator de perfuração trabalhando em mina. Fonte: Freepik (2019). NR 23 – Proteção contra Incêndios Normatiza as medidas de proteção contra incêndios, visando à prevenção da saúde e integridade física dos trabalhadores, em conformidade com a legislação estadual e as normas técnicas aplicáveis. Última modificação: Portaria SIT 221, de 06/05/2011. NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho Dispõe sobre condições sanitárias e de conforto em locais como instalações sanitárias, vestiários, refeitórios, cozinhas, alojamentos e refeitórios. Esta norma estabelece as condições mínimas de higiene e de conforto a serem observadas pelas organizações, devendo o dimensionamento de todas as instalações regulamentadas por esta NR ter como base o número de trabalhadores usuários do turno com maior contingente. Última modificação: Portaria 1.066, de 23/09/2019 do Ministério da Economia/Secretaria Especial de Previdência e Trabalho. NR 25 – Resíduos Industriais Normatiza os procedimentos a serem adotados para os resíduos industriais (gasosos, líquidos e sólidos) dos locais de trabalho, bem como os produzidos por processos e operações industriais. A empresa deve buscar a redução da geração de resíduos por meio da adoção das melhores práticas tecnológicas e organizacionais disponíveis. Os resíduos industriais devem ter destino adequado, sendo proibido o lançamento ou a liberação no ambiente de trabalho de quaisquer contaminantes que possam comprometer a segurança e saúde dos trabalhadores. Última modificação: Portaria SIT 253, de 04/08/2011. 24WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NR 26 – Sinalização de Segurança Devem ser adotadas cores para segurança em estabelecimentos ou locais de trabalho, a fim de indicar e advertir acerca dos riscos existentes. Determina as cores utilizadas nos locais de trabalho para identificar os equipamentos de segurança, delimitar áreas, identificar tubulações empregadas para a condução de líquidos e gases e advertir contra riscos, devematender ao disposto nas normas técnicas oficiais. Última modificação: Portaria MTE 704, de 28/05/2015. NR 27 – Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério do Trabalho (Revogada pela Portaria GM nº 262, 29/05/2008). NR 28 – Fiscalização e Penalidades Essa norma disciplina a fiscalização das disposições legais e/ou regulamentares sobre segurança e saúde do trabalhador, estabelecendo os critérios a serem adotados pela fiscalização do trabalho quando da aplicação de penalidades, critérios que devem ser aplicados durante a visita do agente fiscal do trabalho e a interdição de locais de trabalho ou estabelecimentos (Portaria SEPRT nº 1.067, de 23/09/2019, da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho) – início da vigência em 08/11/2019. NR 29 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário Essa norma tem como objetivo regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, facilitar os primeiros-socorros a acidentados e alcançar as melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários, bem como sua aplicabilidade. Última modificação: Portaria MTE 1080, de 16/07/2014. NR 30 – Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário Refere-se à proteção e regulamentação das condições de segurança e saúde dos trabalhadores aquaviários. Essa norma regulamentadora dispõe de 2 anexos: • Anexo I - Pesca comercial e indústria. • Anexo 2 - Plataformas e instalações de apoio. Última modificação: Portaria MTb 1186, de 20/12/2018. NR 31 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura Esta NR tem por objetivo estabelecer os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho. Última modificação: Portaria MTE 1086, de 18/12/2018. NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde Esta Norma Regulamentadora tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. Ou seja, tem a finalidade de cuidar da saúde dos profissionais da área da saúde, tanto da área hospitalar quanto dos que estão no Ensino e Pesquisa. Última modificação: Portaria GM 1748, de 30/08/2011. 25WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NR 33 – Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados Esta NR tem por objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores e que atuam direta ou indiretamente nesses locais. Última modificação: Portaria MTE 1409, de 29/08/2012. NR 34 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval Estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades da indústria de construção e reparação e desmonte naval. Última modificação: Portaria MTb 836, de 09/10/2018. NR 35 – Trabalho em Altura Essa norma estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, como o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade. Última modificação: Portaria MTb 1113, de 21/09/2016. NR 36 – Norma Regulamentadora sobre Abate e Processamento de Carnes e Derivados Essa norma estabelece requisitos mínimos para avaliação, controle e monitoramento dos riscos existentes nas atividades desenvolvidas na indústria de abate e processamento de carnes e derivados destinados ao consumo humano, de forma a garantir a saúde e segurança do trabalhador. Última modificação: Portaria MTb 1087, de 18/12/2018. NR 37 – Segurança e Saúde em Plataformas de Petróleo Esta Norma Regulamentadora estabelece os requisitos mínimos de segurança, saúde e condições de vivência no trabalho a bordo de plataformas de petróleo em operação nas Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB). Última modificação: Portaria MTb 1186, de 20/12/2018. 26WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Ergonomia em empresas é lei A NR 17, Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS), dispõe de várias exigências sobre ergonomia no ambiente de trabalho. Mas apesar de ser lei, muitas empresas ainda precisam se adequar e evitar situações de risco de acidentes e doenças ocupacionais. Um local de trabalho ergonomicamente incorreto pode causar limitações físicas e mentais, além de insatisfação, baixa produtividade e desmotivação funcional. A avaliação ergonômica verifica pontos importantes do local de trabalho, como posição dos monitores e das cadeiras em relação à altura dos funcionários, além de ruídos, iluminação, temperatura do ambiente, entre outros itens. Alerta-se que “das doenças ocupacionais, mais de 20% estão relacionadas a problemas de coluna”. Especialistas explicam que, além de aumentar o conforto, diminuir as lesões e contribuir para a motivação dos colaboradores, o ambiente de trabalho adequado pode reduzir em até 50% os gastos com saúde, uma vez que os funcionários passam a ficar doentes com menos frequência e por menos tempo. Disponível em: http://revistacipa.com.br/ergonomia-em-empresas-e-lei/ Acesso em: 4 set. 2019. O livro Legislação aplicada à segurança do trabalho, de Paulo Roberto Barsano, publicado pela editora Saraiva em 2014, aborda a evolução histórica da saúde e da segurança do trabalho no Brasil; as Normas Regulamentadoras do MTE; a Constituição Federal de 1988; as Convenções da OIT e a legislação trabalhista (contrato de trabalho, direito de recusa, adicionais). Trata dos fundamentos da seguridade social, da previdência social e de outras questões, como acidentes de trabalho, auxílio-doença, auxílio-acidente, pensão por morte e habilitação e reabilitação profissional, além de explicar os objetivos e as características da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). Por fim, expõe as atribuições e o código de ética do profissional de segurança do trabalho. O livro Controle de riscos: prevenção de acidentes no ambiente ocupacional, de Rildo Pereira Barbosa e Paulo Roberto Barsano, publicado pela editora Érika em 2014, tem como objetivo capacitar o aluno, fornecendo, além de fundamentos teóricos, aspectos práticos que geram uma perspectiva de inserção no setor produtivo. 27WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao fim da primeira unidade de estudos, caro(a) aluno(a)! Nesta unidade, pudemos verificar como a Segurança do Trabalho evoluiu ao longo desses anos, não é mesmo? Observem que, apesar de os cuidados com a segurança se iniciar de forma rudimentar, a preocupação com o bem maior, que é a vida, sempre prevaleceu. Conseguimos observar o avanço da legislação pertinente ao tema, entretanto, sabemos que, mesmo com leis direcionadas à segurança do trabalho, ainda temos expressivo número de acidentes do trabalho no Brasil. Isso nos faz refletir que não adianta somente punições em relação às infrações. Precisamos, cada vez mais, promover a cultura da segurança no país, para que cada profissional chegue ao trabalho saudável e volte para sua casa da mesma forma. Sabemos que a formação dessa nova maneirade pensar não é tão rápida, não é imediata. Uma nova cultura leva tempo para se formar, para sedimentar. Mas se cada um de nós disseminar um pouco desse ideal, certamente teremos organizações mais seguras. 2828WWW.UNINGA.BR U N I D A D E 02 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................. 29 1. ASPECTOS GERAIS SOBRE NR 3 - EMBARGO E INTERDIÇÃO E NR 4 - SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO ......................................................................... 30 1.1 NR 3 - EMBARGO E INTERDIÇÃO......................................................................................................................... 30 1.1.1 DA INSPEÇÃO PRÉVIA E DO EMBARGO E INTERDIÇÃO ................................................................................. 31 1.1.2 O QUE MUDA COM A NOVA REDAÇÃO DA NR 3? ............................................................................................ 33 1.2 NR 4 – SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO ..................................................................................................................................................................................... 34 1.2.1 QUAL O PAPEL DO SESMT NAS EMPRESAS? ................................................................................................. 35 1.2.2 QUAIS PROFISSIONAIS FAZEM PARTE DO SESMT? ..................................................................................... 37 1.2.3 RESPONSABILIDADES EM SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL ............................................................. 39 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................................................... 42 NORMA REGULAMENTADORA 03 – EMBARGO E INTERDIÇÃO; E NORMA REGULAMENTADORA 04 – SESMT (SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO) PROF.A MONICA DE MELO VIANA CONCIANCI ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: LEGISLAÇÃO APLICADA À SEGURANÇA DO TRABALHO 29WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Olá, prezado(a) aluno(a)! Dando sequência à nossa disciplina, iniciaremos com a Unidade 2, na qual falaremos sobre as NR 3 - Embargo e Interdição e NR 4 - SESMT (Serviços Especializados de Segurança e Medicina do Trabalho). Iniciando pela NR3 - Embargo e Interdição, falaremos sobre essas medidas de natureza preventiva, as quais possuem a finalidade de evitar danos à integridade física do trabalhador. Importante ressaltar a diferença entre os termos. Há embargo somente de obras. Já a interdição pode recair sobre estabelecimentos, setores de serviços, máquinas, equipamentos, instalações etc. Entretanto, em ambos os casos, para que ocorram, deve haver risco grave e eminente ao trabalhador. A NR 3 passou por alterações recentes, trazendo itens importantes, como as matrizes de risco e os procedimentos a serem utilizados pelo Auditor Fiscal do Trabalho para caracterização do risco grave e iminente. Na sequência, daremos ênfase à NR 4, SESMT (Serviços Especializados de Segurança e Medicina do Trabalho), cuja norma tem como objetivo a promoção da saúde, prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Vamos lá? 30WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. ASPECTOS GERAIS SOBRE NR 3 - EMBARGO E INTERDIÇÃO E NR 4 - SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO 1.1 NR 3 - Embargo e Interdição O que acontece quando o trabalho oferece risco à saúde e/ou à integridade física do trabalhador? A Norma Regulamentar 3 trata exatamente disso. Conforme a norma citada, as empresas que apresentam condições ou situações de risco ao trabalhador, poderão sujeitar-se às medidas de urgência, tais como o Embargo e a Interdição. Essa prevenção é utilizada quando constatadas situações de risco grave e iminente ao trabalhador, ou seja, são medidas de urgência, adotadas a partir da constatação de situação de trabalho que caracterize risco grave e iminente ao trabalhador. Dessa forma, busca-se evitar riscos iminentes e proteger o trabalhador de condições de trabalho que possam causar acidentes ou que ofereçam risco à sua integridade física, evitando, dessa forma, a exposição do trabalhador a agentes nocivos que possam lhe causar doenças. Apesar de ambas serem adotadas em casos de risco ao trabalhador, são aplicadas em casos distintos. O embargo aplica-se na construção civil, ou seja, na paralisação total ou parcial da obra. Já a Interdição refere-se à paralisação de serviços, máquinas, equipamentos, podendo ocorrer de forma total ou parcial. Considerando que o trabalho é o local onde as pessoas passam boa parte do seu tempo, é dever da empresa oferecer um local seguro para seus trabalhadores. Diante do exposto, as empresas devem sempre investir nessa premissa e proporcionar um ambiente livre de riscos e perigos aos seus empregados. A NR 3 está prevista no art. 161 da CLT, o qual estabelece as situações em que as empresas se sujeitam a sofrer paralisação de seus serviços, máquinas e equipamentos, bem como o procedimento a ser observado pela fiscalização trabalhista, na adoção de tais medidas punitivas no tocante à Segurança e Medicina do Trabalho. O embargo é um procedimento fiscal que deve ser adotado pela fiscalização do Ministério do Trabalho, quando ficar comprovada ou constatada a existência de uma ou várias situações de risco grave e iminente, que possam causar acidentes do trabalho ou doença ocupacional com lesão grave à integridade física do trabalhador (SCALDELAI; OLIVEIRA; MILANELI, 2012). Ainda segundo o referido artigo, a interdição ou embargo pode ser requerida pela Delegacia Regional do Trabalho, por agente de inspeção do trabalho ou por entidade sindical. Entretanto, a avaliação e aplicação das medidas de Embargo ou interdição cabem ao Auditor Fiscal do Trabalho, o qual relata, no laudo técnico, as irregularidades que demonstrem grave e iminente risco para o trabalhador, justificando a medida aplicada. Da mesma forma, deverão ser indicadas as providências a se adotar para prevenção de acidentes no trabalho, possibilitando o desenvolvimento de ações para a correção das situações de risco observadas. 31WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.1.1 Da inspeção prévia e do embargo e interdição Os artigos 160 e 161 da CLT dispõem sobre a inspeção prévia, o embargo e a interdição nos postos de trabalho, da seguinte forma: Art. 160. Nenhum estabelecimento poderá iniciar suas atividades sem prévia inspeção e aprovação das respectivas instalações pela autoridade regional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho. §1º - Nova inspeção deverá ser feita quando ocorrer modificação substancial nas instalações, inclusive equipamentos, que a empresa fica obrigada a comunicar, prontamente, à Delegacia Regional do Trabalho. §2º - É facultado às empresas solicitar prévia aprovação, pela Delegacia Regional do Trabalho, dos projetos de construção e respectivas instalações. Art. 161. O Delegado Regional do Trabalho, à vista do laudo técnico do serviço competente que demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou embargar obra, indicando na decisão, tomada com a brevidade que a ocorrência exigir, as providências que deverão ser adotadas para prevenção de infortúnios de trabalho. §1º - As autoridades federais, estaduais e municipais darão imediato apoio às medidas determinadas pelo Delegado Regionaldo Trabalho. §2º - A interdição ou embargo poderão ser requeridos pelo serviço competente da Delegacia Regional do Trabalho e, ainda, por agente da inspeção do trabalho ou por entidade sindical. §3º - Da decisão do Delegado Regional do Trabalho poderão os interessados recorrer, no prazo de 10 (dez) dias, para o órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho, ao qual será facultado dar efeito suspensivo ao recurso. §4º - Responderá por desobediência, além das medidas penais cabíveis, quem, após determinada a interdição ou embargo, ordenar ou permitir o funcionamento do estabelecimento ou de um dos seus setores, a utilização de máquina ou equipamento, ou o prosseguimento de obra, se, em consequência, resultarem danos a terceiros. §5º - O Delegado Regional do Trabalho, independente de recurso, e após laudo técnico do serviço competente, poderá levantar a interdição. §6º - Durante a paralisação dos serviços, em decorrência da interdição ou embargo, os empregados receberão os salários como se estivessem em efetivo exercício (BRASIL, 1943). Observem que a responsabilidade da empresa é do empregador, considerando o artigo 2º da CLT, o qual afirma que o empregador assume os riscos da atividade, sendo responsável pelos lucros e prejuízos da empresa. O empregado não pode ser penalizado pela paralisação da atividade. Dessa forma, conforme o artigo 161, inciso 6º, durante a paralisação dos serviços, decorrentes de interdição ou embargo, os empregados receberão os salários normalmente, como se estivessem trabalhando. Alertar também da importância de o empresário manter um local seguro para seus empregados. Afinal, além dos prejuízos financeiros causados por um possível embargo ou interdição, é importante ressaltar os possíveis danos à imagem da empresa, a qual perde a confiabilidade perante o mercado, muitas vezes levando muito tempo para o restabelecimento da credibilidade empresarial. Portanto, durante o período no qual as atividades estão paralisadas devido a uma das medidas tomadas (Embargo ou Interdição), somente poderão ser permitidas atividades com a finalidade de corrigir as irregularidades elencadas. 32WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA O não cumprimento das medidas de Embargo e/ou Interdição pode acarretar multas ou sanções penais, caso o descumprimento ocasione danos a empregados ou terceiros. Quanto à empresa, ainda no artigo 161 da CLT, prevê-se que os interessados podem recorrer, atendendo ao prazo de 10 dias, ao órgão competente em matéria de segurança e saúde do trabalhador. Ainda sobre o assunto, a Instrução Normativa nº 142 disciplina os procedimentos de fiscalização quanto à atuação da auditoria fiscal do trabalho no que se refere ao Embargo e Interdição. Segundo a IN nº 142, os termos e relatórios técnicos relacionados à medida ora aplicada (embargo ou interdição) devem ser lavrados e transmitidos pelo sistema eletrônico destinado a essa finalidade no prazo de 24 horas após a sua lavratura. Não sendo possível, o auditor tem a incumbência de comunicar a sua chefia imediata, caracterizando elementos fáticos sobre as condições de risco à integridade física ou saúde do trabalhador. Contudo, qual a diferença entre embargo e interdição? Embargo: aplica-se somente à paralisação de obras na construção civil. A NR 3, item 3.3.1, considera obra todo e qualquer serviço de construção, montagem, instalação, manutenção ou reforma. Interdição: refere-se à paralisação de máquinas, equipamentos e setores de serviço, mesmo os que se desenvolvem na construção civil. Na NR 3 vigente, especifica-se: 3.1 Embargo e interdição são medidas de urgência, adotadas a partir da constatação de situação de trabalho que caracterize risco grave e iminente ao trabalhador. 3.1.1 Considera-se grave e iminente risco toda condição ou situação de trabalho que possa causar acidente ou doença relacionada ao trabalho com lesão grave à integridade física do trabalhador. 3.2 A interdição implica a paralisação total ou parcial do estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento. 3.3 O embargo implica a paralisação total ou parcial da obra. 3.3.1 Considera-se obra todo e qualquer serviço de engenharia de construção, montagem, instalação, manutenção ou reforma. 3.4 Durante a vigência da interdição ou do embargo, podem ser desenvolvidas atividades necessárias à correção da situação de grave e iminente risco, desde que adotadas medidas de proteção adequadas dos trabalhadores envolvidos. 3.5 Durante a paralisação decorrente da imposição de interdição ou embargo, os empregados devem receber os salários como se estivessem em efetivo exercício. A nova portaria 1.069, de 23/09/2019 (redação dada pela Portaria SEPRT 1.068, de 23/09/2019, da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho), com início da vigência em 22/01/2020, disciplina os procedimentos relativos aos embargos e às interdições (ESCOLA NACIONAL DA INSPEÇÃO DO TRABALHO, 2019). 33WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.1.2 O que muda com a nova redação da NR 3? A nova redação estabelece as diretrizes para caracterização do grave e iminente risco, como também os requisitos objetivos e técnicos para a devida caracterização das condições de trabalho que resultem em embargo ou interdição. Para que o risco seja caracterizado grave e iminente, devem ser consideradas as consequências e probabilidades. Ademais, há uma tabela para classificação das consequências e probabilidades, a qual deverá auxiliar o Auditor Fiscal do Trabalho na fundamentação da decisão. Figura 1 - Médico observando exames. Fonte: Freepik (2017). Consultas públicas As consultas públicas são parte importante do processo de criação ou modificação das Normas Regulamentadoras (NR). Após a elaboração de uma proposta de texto técnico básico feito por Grupo de Trabalho, é publicada uma consulta pública para recolher críticas e sugestões durante um período, ao fim do qual é elaborada a proposta final por um Grupo Tripartite de Trabalho. Acesso às Consultas Públicas em andamento: participa.br. Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/index.php/seguranca-e-saude- no-trabalho/sst-menu/sst-consultas-publicas?view=default . Acesso em: 9 ago. 2019. 34WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.2 NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segu- rança e em Medicina do Trabalho A NR 4 é prevista no art. 162 da CLT, sendo responsável pelas diligências técnicas de medidas de prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais e, ainda, pela proteção eficaz dos trabalhadores em relação aos riscos porventura existentes no local de trabalho. O SESMT é composto pelos seguintes profissionais: engenheiro de segurança do trabalho, médico do trabalho, enfermeiro do trabalho, auxiliar de enfermagem do trabalho e técnico de segurança do trabalho (SCALDELAI; OLIVEIRA; MILANELI, 2012). Ainda segundo a referida norma, as empresas privadas ou públicas, órgãos públicos da administração direta ou indireta e dos poderes judiciário e legislativo que tiverem empregados sob o regimento da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) devem, obrigatoriamente, ter os serviços do SESMT. O Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), cuja composição é prevista na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) no artigo 162, tem como premissa esclarecer sobre os riscos no ambiente de trabalho, prevenção de acidentes e de doenças ocupacionais, buscando, dessa forma, a integridade dos empregados no local de trabalho: Art. 162 - As empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, estarão obrigadas a manter serviços especializados em segurançae em medicina do trabalho. Parágrafo único - As normas a que se refere este artigo estabelecerão: (a) classificação das empresas segundo o número de empregados e a natureza do risco de suas atividades; b) o número mínimo de profissionais especializados exigido de cada empresa, segundo o grupo em que se classifique, na forma da alínea anterior; c) a qualificação exigida para os profissionais em questão e o seu regime de trabalho; d) as demais características e atribuições dos serviços especializados em segurança e em medicina do trabalho, nas empresas (BRASIL, 1943). Portanto, a função principal do SESMT é assegurar a integridade física dos trabalhadores nas empresas. Entretanto, como é realizado o seu dimensionamento? Como saber quais profissionais são necessários para sua composição em determinada empresa? O dimensionamento do SESMT, conforme previsto nos quadros I e II da NR 04, vincula- se ao número de empregados do estabelecimento e à gradação do risco da atividade principal. Com esses dados, será possível saber quais profissionais serão necessários para sua composição na empresa em questão. Cada profissional possui uma função no SESMT, o qual poderá ser composto por Médico do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e Auxiliar ou Técnico em Enfermagem do Trabalho, a depender, conforme mencionado anteriormente, do número de empregados do estabelecimento e do risco da atividade. 35WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Figura 2 - Médica com estetoscópio. Fonte: Freepik (2017). 1.2.1 Qual o papel do SESMT nas empresas? De acordo com a NR 04, compete ao SESMT as seguintes funções: a) Aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do trabalho ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os riscos ali existentes à saúde do trabalhador. b) Quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação do risco e este persistir, mesmo reduzido, determinar a utilização, pelo trabalhador, de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), de acordo com o que determina a NR 6, desde que a concentração, a intensidade ou característica do agente assim o exija. c) Colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas instalações físicas e tecnológicas da empresa, exercendo a competência disposta na alínea “a”. d) Responsabilizar-se tecnicamente pela orientação quanto ao cumprimento do disposto nas NR aplicáveis às atividades executadas pela empresa e/ou seus estabelecimentos. e) Manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo de suas observações, além de apoiá-la, treiná-la e atendê-la, conforme dispõe a NR 05. f) Promover a realização de atividades de conscientização, educação e orientação dos trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, tanto através de campanhas quanto de programas de duração permanente. g) Esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, estimulando-os em favor da prevenção. h) Analisar e registrar em documento(s) específico(s) todos os acidentes ocorridos na empresa ou estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os casos de doença ocupacional, descrevendo a história e as características do acidente e/ou da doença ocupacional, os fatores ambientais, as características do agente e as condições do(s) indivíduo(s) portador(es) de doença ocupacional ou acidentado(s). 36WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA i) Registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho, doenças ocupacionais e agentes de insalubridade, preenchendo, no mínimo, os quesitos descritos nos modelos de mapas constantes nos Quadros III, IV, V e VI, devendo o empregador manter a documentação à disposição da inspeção do trabalho. j) Manter os registros de que tratam as alíneas “h” e “i” na sede dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho ou facilmente alcançáveis a partir dela, sendo de livre escolha da empresa o método de arquivamento e recuperação, desde que sejam asseguradas condições de acesso aos registros e entendimento de seu conteúdo, devendo ser guardados somente os mapas anuais dos dados correspondentes às alíneas “h” e “i” por um período não inferior a 5 (cinco) anos. l) As atividades dos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho são essencialmente prevencionistas, embora não seja vedado o atendimento de emergência, quando se tornar necessário. Entretanto, a elaboração de planos de controle de efeitos de catástrofes, de disponibilidade de meios que visem ao combate a incêndios e ao salvamento e de imediata atenção à vítima deste ou de qualquer outro tipo de acidente estão incluídos em suas atividades. Importante mencionar que o item 4.19 da NR 04 estabelece: 4.19 A empresa é responsável pelo cumprimento da NR, devendo assegurar, como um dos meios para concretizar tal responsabilidade, o exercício profissional dos componentes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. O impedimento do referido exercício profissional, mesmo que parcial e o desvirtuamento ou desvio de funções constituem, em conjunto ou separadamente, infrações classificadas no grau I4, se devidamente comprovadas, para os fins de aplicação das penalidades previstas na NR-28 (BRASIL, 1983). Figura 3 - Médico em movimento. Fonte: Freepik (2018). 37WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.2.2 Quais profissionais fazem parte do SESMT? Segundo a NR 4.4.2, os profissionais que compõem o SESMT são os seguintes: • Médico do Trabalho: Médico portador de curso em nível de pós-graduação em Medicina do Trabalho ou portador de certificado de residência médica em área relacionada à saúde do trabalhador. • Engenheiro de Segurança do Trabalho: Engenheiro, Arquiteto portador do curso em nível de pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho conforme lei 7410 de 29/11/85. • Enfermeiro do Trabalho: Enfermeiro que possui especialização em nível de pós- graduação em Enfermagem do Trabalho. • Técnico em Segurança do Trabalho: Profissional com registro no Ministério do Trabalho. Profissional formado em nível Técnico conforme lei 7410 de 29/11/85. • Auxiliar de Enfermagem do Trabalho: Portador de certificado de conclusão de curso de qualificação de auxiliar de enfermagem do trabalho, ministrado por instituição especializada, reconhecida e autorizada pelo Ministério da Educação. PROFISSIONAL ATRIBUIÇÕES MÉDICO DO TRABALHO • Realiza consultas e atendimentos médicos. • Trata pacientes e clientes. • Implementa ações de prevenção de doenças e promoção da saúde tanto individual quanto coletiva. • Coordena programas e serviços em saúde, efetua perícias, auditorias e sindicâncias médicas; elabora documentos e difunde conhecimen- tos da área médica no trabalho. • É o responsável pelo Programa de Controle Médico e Saúde Ocupa- cional (PCMSO). ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO • Controla perdas de processos, produtos e serviços ao identificar. • Determina e analisa a causa de perdas, estabelecendo um plano de ações preventivas e corretivas. • Desenvolve, testa e supervisiona sistemas, processos e métodos pro- dutivos. • Gerencia atividades de segurança no trabalho e do meio ambiente. • Gerencia exposições a fatores ocupacionais de risco à saúde do tra- balhador. • Planeja empreendimentos e atividades produtivas. • Coordena equipes, treinamentos e atividades de trabalho. 38WWW.UNINGA.BR LE GI SL AÇ ÃO A PL IC AD A À SE GU RA NÇ A DO T RA BA LH O
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