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ARTHUR BITTENCOURT DRGE • Definição: doença crônica devido refluxo patológico de parte do conteúdo gástrico para esôfago ou órgãos adjacentes (faringe, laringe, traqueia), gerando sintomas esofágicos e/ou extraesofágicos que pode ou não ter lesão tecidual. • Fisiológico: casual, curta duração, durante as refeições • Epidemio o Distúrbio mais comum do TGI alto o Prevalência aumenta com idade, obesidade, gestação o Risco de Ca associado é baixo • Patogênese o Relaxamento transitório do EEI não relacionado co a deglutição – principal o Hipotonia verdadeira do EEI § Principal mecanismo para se ter esofagite erosiva – refluxo mais intenso que mais prolongado o Destruturação anatômica da junção esofagogástrica § Hernia de hiato – nem sempre acompanha o DRGE o Defesa § Bicarbonato salivar § Peristalse esofagiana o Acid pocket: bolsao de ácido, o que gera episódios mais graves nas primeiras 3h da alimentação • MC o Pirose – principal sintoma, em geral nas 3 primeiras horas após refeição e ao deitar. Pode ou não ser associada com regurgitação. Podem ou não ter disfagia (1/3 dos casos – sugere estenose péptica e AC ou apenas inflamação esofágica ou distúrbio motor) § Fala a favor de AC: disfagia rapidamente progressiva em semanas a meses + sinais de alarme (perda ponderal, SOF, anemia) o Dor precordial – uma das principais causas de dor torácica não cardíaca o Sintomas atípicos: erosão de esmalte do dente, irritação da garganta, sensação de globus, rouquidão, granuloma de corda vocal, sinusite crônica, otite média, tosse crônica, broncoespasmo, pneumonite aspirativa. Se tiver esses sintomas, é porque também há incompetência do EES § Sintomas atípicos junto com os típicos cogitar possibilidade de patologia extraesofagiana de base. o Anemia por perda de sangue em pctses com esofagite erosiva grave. Raramente tem perfuração • DD o Esofagite infecciosa, esofagite eosinofílica, dispepsia não ulcerosa, úlcera péptica gastroduodenal, doença do trato biliar, distúrbio motor do esôfago, doença coronariana • Dx ARTHUR BITTENCOURT o Clínico, com queixa de pirose ≥ 1x/semana por > 4-8 semanas. Resposta a prova terapêutica, com redução dos sitomas em > 50% após 1-2 semanas de uso de IBP é o principal teste confirmatório o EDA: para ver complicações § Indicação • Sinais de alarme: disfagia, emagrecimento, odinofagia, sgto do TGI, anemia • Sintomas refratários • História prolongada de pirose (>5-10 anos): risco de EB • > 45-55 anos • Presença de náuseas e vômitos, HF de Ca, sintomas intensos ou noturno § Em geral a EDA é normal § Esofagite de importância é a que tem erosão • Classificação de Los Angeles para estratificar a gravidade da esofagite de refluxo o Grau A: ≥ 1 erosão < 5mm de extensão, restrita ao fundo das dobras da mucosa o Grau B: ≥ 1 erosão >5mm, sendo todas restritas ao fundo das dobras da mucosa o Grau C: erosões contínuas que cruzam o topo das dobras da mucosa, acometendo < 75% da circunferência luminal o Grau D: erosões contínuas que acometem ≥ 75% da circunferência do esôfago • Deve ser feito bx de mucosa para ver se há EB o pHmetria de 24h: padrão ouro § Indicação • Sintomas refratários ao tto • Avaliação de sintomas atípicos • Documentação real da DRGE antes de uma cx de antirrefluxo • Reavaliação de pctes com sintomas após cx § Dx: índice de De Meester > 14,7, ou pH intraesofagiano < 4,0 por > 7% do tempo § Não usar bloqueador de H2 de histamina 3d antes do exame. Não usar IBP por 14 dias antes. Para avaliar refratariedade, deve ser feito na vigência das medicações o Impedanciometria § Pode ser associada com a pHmetria § detecta refluxo independendo do pH, podendo ser se há refluxo não ácido. o Esofagomanometria: não serve para dx, mas auxilia no planejamento da cx § Indicação • Localizar o EEF para colocar corretamente o cateter da pHmetria ARTHUR BITTENCOURT • Antes da cx antirrefluxo para determinar o tipo de fundoaplicadura • Suspeita de distúrbio motor associado o Esofagografia baritada: para ver hernia de hiato. Tbm serve para avaliar disfagia quando EDA não disponível. • Complicações o Estenose péptica do esôfago § 5% dos portadores de esofagite erosiva § MC mais marcante é disfagia, insidiosa, precedida anos por pirose que costuma diminuir ou sumir após a intalação da estenose. Não perdem peso, pois mudam a dieta, uma vez que o apetite se mantém. Abaixo da estenose em geral tem epitélio metaplásico. § Bx sempre indicada § Tto: • Dilatação endoscópica por balão, em número de sessões variando devido grau de fibrose. • IBP em longo prazo • Cx é medida de exceção o Úlcera esofágica § Odinofagia, hemorragia oculta. Raramente ocorre perfuração. o Asma relacionada a DRGE § DRGE pode gerar asma e o próprio tratamento da asma gerar refluxo, pois beta-2-agonista relaxa o EEI § Suspeitar quando • Asma de difícil controle • Crises asmáticas que predominam após se alimentar • Coexistência com sintomas típicos de DRGE § Dx • Pode ser feito pHmetria 24h § Tto • Com sintomas típicos, não precisa de exame, pode-se usar IBP pode dobrada (2x/dia) por 2-3 meses • Tto pode ser de manutenção ad aeternum com a menor dose de IBP tolerável ou cx o EB § Substituição do epitélio escamoso normal por um epitélio colunar de padrão intestinal, altamente resistente ao pH ácido (metaplasia intestinal) § Epidemio • Homem, branco, 45-60 anos, obesidade • Fator de proteção: vinho tinto, infecção crônica por H. pylori, negros § O epitélio do EB pode reduzir os sintomas da DRGE § Dx suspeitando na EDA e confirmado com bx § É lesão precursosa de AC de esôfago em 10% dos casos § Tto ARTHUR BITTENCOURT • Todos devem receber IBP • Tto o Medidas antirrefluxos e drogas antissecretoras o 80% tem recidiva após suspensão do tto e se beneficiando após o retorno. o Cx SN o Medidas antirrefluxos § Elevar cabeceira § Reduzir ingesta que alimentos irritantes: gorduras, cítricos, café, bebidas alcoólicas e gasosas, menta, hortelã, molho de tomate, chocolate, condimentos em excesso § Evitar deitar logo em seguida, esperar 2-3h e ainda mais se ingeriu gordura § Evitar refeição copiosa § Suspender fumo § Evitar líquido na refeição § Evitar atitude que aumente a pressão intra-abd (agachar, fazer abd, usar roupa/cintos apertados) § Reduzir peso em obeso § Evitar, se possível, drogas que relaxem o EEI: ACC, nitratos, morfina e derivados, anticolinérgicos, progesterona, Diazepam, barbitúricos, teofilina o Farmacológico § Bloqueador de receptor H2 de histamina • Inibe uma das 3 vias de estímulo da secreção ácida (as outras duas são mediadas pela gastrina e Ach) • Menos eficaz que IBP • Fármacos o Ranitidina 75-150 mg 2x/d o Nizatidina 75-150 mg 2x/dia o Famotidina 10-20mg 2x/d o Cimetidina 200-400 mg 2x/dia § IBP • Bloqueia via final de secreção ao inibir a bomba H/K- ATPase • Droga de escolha para pcte muito assintomático ou com complicações • 50% desaparece pirose. Resolução da esofagite em >80% em dose padrão e quase todo restante melhora com dose dobrada • Fármacos o Omeprazol 20-40 mg 1-2x/dia o Pantoprazol 20-40 mg 1-2x/dia o Esomeprazol 20-40 mg 1-2x/dia o Lansoprazol 20-40 mg 1-2x/dia o Rabeprazol 20-40 mg 1-2x/dia ARTHUR BITTENCOURT • Uso crônico pod gerar: enteroclite infecciosa, PNM, má abs de Fe, Ca, Mg e Vit B12, fraturas osteoporosas especialmente de quadril, pólipos gástricos fúngicos § Antiácido • Com Mg evitar em DRC § Alginato § Procinéticos • Não indicado de rotina § Escolha do tto • Sintomas leves e intermitentes e <1x/semana: sob demanda, com antiácido ou BH2 • Graves e frequentes o Tto inicial: IBP dose padrão por 4-8 semanas. Se não melhorar em 2-4 semanas dobrar a dose e passar de 1x/d para 2x/dia. Se ainda não responder, fazer exame. Pctes virgens de tto que já iniciam com complicações já podem tomar dose dobrada o Manutenção:tentar suspender após tto inicial, caso haja resposta. 80% tem recidiva em até 3 meses, podendo reintroduz IBP ou usar IBP em cursos de 2-4 semanas de forma intermitente. Pctes que iniciam dobrar dose no tto inicial não deve ser retirada a medicação e deve continuar com a menor dose possível. § EB • Bx para procurar displasia e neoplasia • Se não for encontrado nada, repetir EDA a cada 3-5 anos. • Displasia de baixo grau: EDA anual ou tto endoscópico (esta é a preferencia) • Displasia de alto grau/carcinoma in situ: tto endoscópico ou esofagectomia. • Contraindica uso de bifosfonados o Cx. • H. pylori na DRGE o Infecta mucosa gástrica e reduz produção acidopéptica, protegendo da DRGE o Segue tto conforme recomendações atuais, independente da DRGE
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