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Transtorno depressivo

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Transtorno depressivo
Introdução
A prevalência do Transtorno Depressivo Maior (TDM) na vida variou de 2% na China a 21% na
França (18% no Brasil). A prevalência em 12 meses variou entre 1,1% na China e 10,4% no Brasil.
- No mundo, o TDM é responsável por mais “anos perdidos” por incapacidade do que
qualquer outra condição, seja porque muitas pessoas sofrem com depressão - cerca de
350 milhões (OMS) – seja porque sua duração é longa (Nona causa de invalidez e morte
combinados).
- No entanto, a depressão é amplamente não diagnosticada e não tratada por causa do
estigma, falta de terapias e recursos de saúde mental inadequados.
- Quase a metade da população mundial vive em um país com apenas dois psiquiatras por
100.000 pessoas.
Desmoralização e desolamento
O termo depressão é usado muitas vezes para descrever o humor para baixo, triste ou
desencorajado que resulta de desapontamentos (p. ex., calamidade financeira, desastre natural,
doença grave) ou perdas (p. ex., morte de uma pessoa querida).
- Os sentimentos negativos de desmoralização e tristeza, contrariamente aos da depressão,
fazem o seguinte:
● Ocorrem em ondas que tendem a estar vinculadas a pensamentos ou lembranças
do evento deflagrador.
● Desaparecem quando as circunstâncias ou os eventos melhoram.
● Podem ser intercalados por períodos de emoção e humor positivos.
● Não são acompanhados de sentimentos generalizados de inutilidade e
autodepreciação
● O humor para baixo geralmente dura dias, ao contrário de semanas ou meses;
pensamentos de suicídio e perda funcional prolongada são muito menos
prováveis.
● Mas eventos e estressores que causam desmoralização e pesar também podem
precipitar um episódio depressivo maior, particularmente em pessoas vulneráveis
(p. ex., aqueles com história passada ou história familiar de depressão maior).
Impacto da depressão
- Diminuição da adesão ao tratamento de outras doenças.
- Aumento da morbimortalidade de várias patologias.
- Comorbidade com vários transtornos psiquiátricos.
- Altos índices de absenteísmo e desemprego.
- Altas taxas de suicídio (10
a 15%).
- Incapacidade funcional
elevada.
- Custos elevados com
saúde.
Etiopatogenia
- Não há falta de serotonina, o problema é que ela não está funcionando (não há uma
resposta adequada a ela, por isso a reposição de neurotransmissores não resolve o
problema).
- Pode ser que o neurônio pós sináptico esteja pouco responsivo a serotonina.
- Pode ter relação com um padrão crônico de estresse.
- Fatores neurotróficos são responsáveis pela manutenção da atividade neuronal, por isso
pacientes depressivos com o tempo podem ter comprometimento cognitivo para lidar
com coisas novas.
● Processos neurobiológicos: Resposta crônica ao estresse, alterações hormonais,
fatores neurotróficos.
● Psicológicos: Personalidade, relacionamentos interpessoais, traumas emocionais
→ perdas parentais na infância, violência doméstica, abuso sexual / físico.
● Ambientais: dieta, álcool, anfetaminas, sedentarismo, ritmos biológicos - privação
de sono.
● Genéticos: herdabilidade de 40%.
Sintomas associados aos neurotransmissores
DA - Dopamina
- Perda de prazer.
- Humor deprimido.
- Alterações de apetite e libido.
NA - Noradrenalina
- Perda de energia
- Fadiga.
- Disfunção executiva
- Apatia
- Perda de interesse
- Cognição
- Distúrbio do sono
- Agitação/retardo psicomotor
5TH - Serotonina
- Ansiedade.
- Culpa/inutilidade.
- Tensão, irritabilidade.
- Alterações de apetite.
Critérios
Presença de pelo menos 5 entre os 9 critérios.
- Sintomas devem persistir por pelo menos duas semanas e 1 deles é ① ou ②
1. Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, conforme indicado
por relato subjetivo (p. ex. sente-se triste, vazio ou sem esperança) ou por
observação feita por outra pessoa (p. ex., parece choroso) (Nota: em crianças e
adolescentes, pode ser humor irritável).
2. Acentuada diminuição de interesse ou prazer em todas ou quase todas as
atividades na maior parte do dia, quase todos os dias (conforme indicado por
relato subjetivo ou observação).
3. Perda ou ganho significativo de peso (mudança de mais de 5% do peso corporal em
menos de um mês) ou redução ou aumento no apetite quase todos os dias. (Nota:
em crianças, considerar o insucesso em obter o peso esperado).
4. Insônia ou hipersonia quase diária.
5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias.
6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias.
7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada (que podem ser
delirantes) quase todos os dias (não meramente autorrecriminação ou culpa por
estar doente).
8. Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, ou indecisão quase todos os
dias (por relato subjetivo ou observação feita por outra pessoa).
9. Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer), ideação suicida
recorrente sem um plano específico, tentativa de suicídio ou plano específico para
cometer suicídio.
-
- Se não completar 5 sintomas, mas se alguns estiverem presentes pode ser uma depressão
leve: nesse caso deve ser avaliado o grau de comprometimento na vida da pessoa (o quanto isso
afeta).
- Sintomas por menos de 14 dias: pode se pensar em um quadro depressivo porém é necessária
uma nova avaliação, uma vez que para o diagnóstico é necessário no mínimo 14 dias de
sintomas.
Diagnóstico diferencial
1. Doenças neurológicas
- Parkinson.
- Huntington.
- AVC.
- Neoplasia.
- TCE.
- Encefalite.
- Esclerose múltipla.
- Apneia do sono.
- Demências.
2. Doenças endocrinológicas
- Hipo e hipertireoidismo.
- Hipo e hiperparatireoidismo.
- Síndrome de Cushing.
- Doença de Addison.
- Diabetes mellitus.
3. Doenças reumatológicas
- LES.
- Artrite reumatóide.
Tratamento
1. Psicoeducação
- Para a pessoa e sua família, conforme o caso
● A Depressão é um problema muito comum que pode acometer qualquer um.
● As pessoas deprimidas tendem a ter opiniões negativas infundadas sobre si
mesmas, sua vida e seu futuro.
● Existem tratamentos efetivos, que tendem a durar algumas semanas antes que a
depressão comece a ceder. Portanto, a adesão ao tratamento proposto é muito
importante.
● Cuide dos estressores psicossociais recentes.
● Potencialize as redes sociais.
● Pense na possibilidade de usar antidepressivos.
● Caso estejam disponíveis, pense na possibilidade de usar terapia interpessoal,
ativação comportamental ou terapia cognitivo-comportamental.
● Caso estejam disponíveis, pense na possibilidade de usar tratamentos adjuntos:
programa estruturado de atividade física, treinamento de relaxamento ou
tratamento de solução de problemas.
● NÃO maneje as queixas aplicando injeções nem com outros tratamentos
ineficazes (por exemplo, vitaminas).
● Proponha um acompanhamento.
2. Antidepressivos tricíclicos (ADT):
- Na UBS:
● 1ª opção: Sertralina.
● 2ª opção: Fluoxetina (pode gerar desconforto gástrico).
● Amitriptilina.
● Nortriptilina.

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