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Tipos e Riscos anestésicos e a Assistência de Enfermagem ao paciente cirúrgico

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Nathalia de Tarso 
Tipos e Riscos Anestésicos 
 A Assistência de Enfermagem ao Paciente Cirúrgico
Padrões Básicos da 
Monitoração Intraoperatória 
A American Society of Anestesiologist (ASA) propõe como: 
o Presença do anestesiologista na SO; 
o Avaliação contínua da oxigenação, ventilação, 
circulação, temperatura e eletrocardiografia; Acesso 
à via aérea; 
o Aspiração das vias aéreas; 
o Acesso venoso periférico e/ou central. 
 Classificação das Anestesias 
 
1. Anestesia geral: 
Conceito: é um estado de inconsciência reversível, 
caracterizado por amnésia, analgesia, depressão dos reflexos, 
relaxamento muscular e depressão neurovegetativa, 
resultante da ação de uma ou mais drogas no sistema nervoso. 
Objetivo: depressão irregular e reversível do sistema nervoso 
central (SNC), produzida por fármacos, que determinarão 
graus variados de bloqueio sensorial, motor, de reflexos e 
cognição. 
Fases da anestesia geral: 
o Fase da indução: período entre a administração de 
agentes anestésicos até o início do procedimento 
cirúrgico (início da incisão cirúrgica). 
o Fase da manutenção: período entre o início do 
procedimento cirúrgico até o seu término. 
o Fase da emergência (despertar): reversão da 
anestesia ou período em que o paciente começa a 
“acordar” da anestesia e termina quando está apto 
para saída do SO. 
OBS.: Como ocorre um comprometimento significativo do 
SNC, é necessário que o paciente tenha a permeabilidade das 
vias aéreas garantida, logo, é necessária a intubação 
orotraqueal (IOT). 
 
Classificação: 
1.1. Inalatória: os agentes anestésicos voláteis são utilizados 
sob pressão e o estado de anestesia é alcançado quando o 
agente inalado atinge concentração adequada no cérebro, 
levando à depressão (EX.: éter dietílico). 
Estágios: analgesia, excitação, anestesia cirúrgica e 
sobredose. 
 
 
Agentes inalatórios disponíveis 
→ Óxido nitroso (N2O) 
o Não é inflamável, porém mantém combustão, atentar-
se quando há uso de bisturi elétrico ou qualquer outro 
equipamento gerador de faísca. 
o Efeito no SNC: produz inconsciência, analgésico fraco 
e potencializador do efeito de hipnoanalgésicos e 
barbitúricos. 
o Efeito no sistema cardiovascular: vasodilatação 
periférica. 
o Efeito no sistema respiratório: produz hipóxia por 
difusão e deve sempre ser administrado em conjunto 
com o O2. 
 
→ Halogenados 
o Todos apresentam efeitos dose-dependentes. 
o Efeito no sistema respiratório: diminuição do volume-
minuto, depressão dos reflexos laríngeos e faríngeos, 
diminuição das secreções e relaxamento da 
musculatura brônquica. 
o Efeito no sistema cardiovascular (SCV): depressores 
do SCV (com exceção do enflurano e do isoflurano), e 
potencializadores da ação dos bloqueadores 
neuromusculares. 
*Efeito comum: relaxamento da musculatura uterina, com risco 
de hemorragias graves, não só em pacientes, mas também em 
profissionais que atuam em SO onde se utilizam esses 
gases. Ex.: halotano, enflurano, isoflurano, sevoflurano, 
desflurano, metoxiflurano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Importante: 
→ A relação do halotano com a Hipertermia Maligna 
(HM) com associação com a succinilcolina. Porém, não se 
deve desconsiderar a possibilidade de outros halogenados 
desencadearem essa grave síndrome hereditária. 
→ O tratamento é realizado com dantrolene associado ao 
resfriamento do corpo e das cavidades, ventilação com 
oxigênio a 100%, hidratação, tratamento da acidose e da 
hipercalemia (decorrentes da liberação de cálcio 
citoplasmático). 
 
→ O enflurano e o halotano associados ao N2O, podem 
desencadear convulsões e reduzir o consumo de oxigênio 
pelo cérebro. 
 
Nathalia de Tarso 
1.2 Intravenosa: a infusão de fármacos é realizada por 
venóclise, visando atingir os cinco elementos de uma boa 
anestesia. São empregados os anestésicos venosos não 
opióides (barbitúricos, cetamina, droperidol, etomidato, 
propofol e benzodiazepínicos), opióides (fentanil, alfentanil, 
sufentanil e remifentanil) e bloqueadores neuromusculares. 
 
Agentes intravenosos disponíveis 
→ Barbitúricos 
o Tiopental 
 Induz ou mantém a anestesia, principalmente a de 
curta duração associada ao N2O, resultando em 
analgesia mínima; 
 Produz sono superficial e controla convulsões; 
 Efeito dose-dependente no SNC, variando de 
sedação leve a inconsciência e apneia. 
→ Cetamina 
o Uso na anestesia geral, age rapidamente no SNC, 
provoca inconsciência e estado descrito como 
anestesia dissociativa, com intensa analgesia e amnésia, 
além da sedação superficial. 
→ Droperidol 
o Neuroléptico maior 
o Provoca estado de indiferença e imobilidade, com 
profunda analgesia e supressão dos reflexos 
autonômicos, com manutenção da estabilidade 
cardiovascular. 
→ Etomidato 
o Efeito semelhante aos barbitúricos; 
o Principal característica é a estabilidade cardiovascular; 
o Baixa interferência na frequência respiratória (FR); 
o Alta incidência de náuseas e vômitos; 
o Provoca um despertar agitado. 
→ Propofol 
o Aspecto leitoso 
o Armazenado em T° <24°C. 
o Baixa incidência de náuseas e vômitos, sendo útil em 
anestesias ambulatoriais e em procedimentos 
endoscópicos. 
→ Benzodiazepínicos 
o Medicamentos pré-anestésicos; 
o Associado aos opióides são utilizados na anestesia 
geral, em virtude de suas propriedades hipnóticas, 
sedativas, ansiolíticas, amnésicas, anticonvulsivantes e 
miorrelaxantes de origem central. 
→ Opióides 
o Grupo da morfina e derivados (fentanil, alfentanil, 
sufentanil e ultiva); 
o Produz analgesia, sonolência, hipotermia; 
o Produz queda de débito urinário (DU); 
o Diminuição da resposta afetiva aos estímulos 
nociceptivos; 
o Miose, depressão dos centros respiratórios, náuseas e 
vômitos. 
o Antagonista: naloxona. 
 
1.3 Balanceada: 
o Realizada pela combinação de agentes anestésicos 
inalatórios e intravenosos; 
o Amplamente empregada; 
o Técnica antiga e difundida, uma vez que não existe um 
anestésico intravenoso ideal e único que proporciona 
anestesia adequada. 
 
2. Anestesia regional 
Definida como a perda reversível da sensibilidade, em 
decorrência da administração de um agente anestésico para 
bloquear ou anestesiar a condução nervosa a uma extremidade 
ou região do corpo. 
 
Classificação: 
2.1 Peridural (epidural): Realizada mediante aplicação de 
anestésico no espaço peridural (localizado entre a membrana 
dura-máter e o espaço subaracnoide), bloqueando a condução 
nervosa e causando insensibilidade aos estímulos. 
→ O anestésico administrado sofre difusão nesse espaço e 
depois vai para outros locais, como o espaço subaracnoide. 
Após a difusão, o anestésico local se fixa ao tecido nervoso, 
bloqueando raízes nervosas intra e extradurais. 
→ O posicionamento e o local de punção para a anestesia 
peridural são os mesmos da raquianestesia. 
 
Agentes anestésicos disponíveis 
o Bupivacaína, lidocaína e cloroprocaína. 
 
Complicações 
→ Punção subaracnoide acidental: podendo causar cefaleia 
(decorrente da punção), hipotensão (decorrente da 
vasodilatação), bradicardia (decorrente do bloqueio dos nervos 
simpáticos do coração) e parada respiratória (decorrente de 
anestesia espinhal total). 
→ Punção vascular com infusão do anestésico local em uma 
veia: podendo acarretar toxicidade sistêmica (dependendo da 
toxicidade do anestésico administrado, pode ocorrer 
hipotensão repentina e profunda, convulsões decorrentes dos 
efeitos sobre o SNC, taquicardia e parada cardíaca); 
 
Nathalia de Tarso 
→ Retenção urinária. 
→ Infecção local/abscesso epidural: causado mais comumente 
por infecção do cateter por Staphylococcus aureus e 
Staphylococcus epidermidis, decorrente de sua utilização 
incorreta, ou por tempo de permanência prolongado (mais de 
96 horas). 
→ Hematoma peridural. 
→ Dor lombar. 
 
2.2 Bloqueios de nervos periféricos (bloqueio de plexos 
nervosos): Consiste na administração de um anestésico local, 
provocando perda da sensibilidade local. 
→ O início e a duração do bloqueio estãorelacionados com o 
fármaco usado e com a concentração e volume; 
 
Complicações 
→ Injeção acidental intravascular. 
→ Superdose do anestésico local. 
→ Lesão do nervo, decorrente do trauma causado pela agulha. 
→ Compressão do nervo, decorrente do volume de anestésico 
administrado. 
 
2.3 Espinhal: ou anestesia raquideana ou raquianestesia é 
realizada mediante a aplicação de anestésico local no espaço 
subaracnoide, espaço que contém o líquido cefalorraquidiano 
(LCR), localizado entre as membranas dura-máter e 
subaracnóidea, resultando em: 
→ bloqueio simpático; 
→ bloqueio motor; 
→ analgesia e 
→ insensibilidade aos estímulos. 
 
→ Indicada para procedimentos cirúrgicos realizados abaixo da 
cicatriz umbilical, isto é, correções de hérnias umbilical e 
inguinal, cirurgias urológicas, ginecológicas, vasculares e 
ortopédicas. 
Posicionamento cirúrgico 
 
 
 
 
 
 
 
Objetivo do posicionamento: é garantir a flexão máxima das 
vértebras lombares. A punção subaracnoidea é realizada no 
espaço intervertebral lombar de L2 e L3 ou L3 e L4 ou, ainda, 
L4 e L5, utilizando agulhas calibres 25G, 26G, 27G do tipo 
cortante (Quincke), ponta de lápis (Whitacre) ou ponta de 
Huber (Atraucan). 
 
Agentes anestésicos disponíveis: 
o Bupivacaína, lidocaína, procaína, mepivacaína e 
prilocaína. 
 
→ Associadas aos agentes anestésicos podem ser 
administradas, de forma intratecal: 
o Epinefrina e Fenilefrina: aumentando a duração do 
bloqueio; 
o Opioides: como o fentanil, aumentando a duração da 
analgesia espinhal. 
 
Classificação 
→ Raquianestesia simples: na qual o anestesiologista, após a 
punção, faz uma única dose de anestésico local; 
→ Bloqueio combinado raquiperidural: no qual é realizada, com 
um sistema próprio de punção única, a introdução da agulha de 
raqui e, em seguida, o cateter de peridural para manutenção da 
analgesia; 
→ Raquianestesia contínua: na qual é inserido um cateter 
subaracnoide. 
 
Complicações 
→ Cefaleia pós-raquianestesia: pode ocorrer quando o 
paciente assume a posição ortostática, em decorrência do 
extravasamento do LCR pela dura-máter, estando 
intimamente relacionado ao calibre da agulha utilizada para a 
anestesia. 
o O tratamento inclui hidratação, analgésicos e cafeína. 
→ Retenção urinária; 
→ Lesão das raízes nervosas durante a introdução da agulha, 
desencadeando dor e parestesias, persistentes no pós-
operatório. 
→ Sintomas neurológicos transitórios: caracterizados por dor 
de moderada intensidade na região lombar com irradiação para 
as nádegas e face dorso-lateral das pernas, bilateralmente. 
o Iníco: 24 horas após a regressão da raquianestesia e 
duração média 2 a 3 dias. 
→ Hipotensão: causada pelo bloqueio dos nervos simpáticos, 
que controlam o tônus vasomotor, levando a uma 
vasodilatação. 
→ Parada respiratória: resultante de bloqueio acidentalmente 
alto (anestesia espinhal alta ou total), causando paralisia dos 
músculos respiratórios e necessitando de intubação imediata e 
ventilação. 
O enfermeiro deve auxiliar o paciente no posicionamento 
para a anestesia, proporcionando-lhe conforto e segurança. 
Que neste caso é o decúbito lateral na posição fetal (pernas 
fletidas com os joelhos próximos do abdome e o mento do 
tórax), ou sentado sobre a mesa cirúrgica, aproximando o 
mento do tórax. 
Nathalia de Tarso 
→Hematoma espinhal: atentar-se para pacientes com 
coagulopatias, trombocitopenias graves e terapia 
tromboembolítica. 
→ Meningite séptica (cultura do líquor positiva): decorrente da 
contaminação do líquor por germes patogênicos, com quadro 
de cefaleia, a rigidez de nuca e a fotofobia. 
→ Meningite asséptica (cultura do líquor negativa): por 
irritação meníngea. 
→ Síndrome da cauda equina: por trauma direto ou indireto das 
raízes nervosas, isquemia, infecção ou reações neurológicas, 
sendo caracterizada por disfunção vesical e intestinal, perda 
de sensibilidade no períneo e graus variáveis de fraqueza 
muscular nos membros inferiores. 
→ Problemas de posicionamento: por bloqueio dos estímulos 
dolorosos e sensitivos para uma porção do corpo do paciente; 
além de queimaduras ou lesões. 
3. Anestesia Local 
Realizada pelo médico, que é responsável pela prescrição e 
administração de todas as drogas anestésicas na área a ser 
manipulada. 
 
 
 
 
 
→ Há o bloqueio da condução de impulsos nos tecidos 
nervosos, em virtude da afinidade que possuem por tal tecido 
(ação reversível). 
→ Extensão da anestesia: depende do local da aplicação, do 
volume, da concentração e da difusibilidade do fármaco 
utilizado. 
→ Possuem efeito vasodilatador e as mais usuais são lidocaína, 
bupivacaína e ropivacaína. 
 
Classificação 
 
→ Local tópica 
o Aplicação de anestésicos locais em mucosas, como 
oral, nasal, esôfago e no trato geniturinário. 
→ Local Infiltrativa 
o São administrados no meio intra e/ou extravascular 
e atingem seu objetivo quando chegam às terminações 
nervosas específicas. 
 
→ Deve-se manter infusão intravenosa, pois o acesso pode 
ser crucial em situações que ameacem a vida. 
→ Os sinais vitais devem ser verificados pelo menos a cada 15 
minutos. 
→ Após o término do procedimento, as condições gerais do 
paciente são avaliadas e ele pode retornar para o quarto. 
Essas decisões sempre devem ser documentadas no 
prontuário. 
 
Complicações 
→ Apesar da simplicidade da técnica, da exigência de poucos 
equipamentos, assim como do fato de ser econômica, não 
inflamável e apresentar quase ou nenhuma incidência de 
complicações, podem ocorrer reações tóxicas sistêmicas e 
locais, geralmente de maneira discreta e, consequentemente, 
tratável. 
o Relacionadas, ou não, aos erros de técnica ou 
superdosagem. 
o Os pacientes que não forem assistidos 
imediatamente poderão apresentar reações graves, 
como hipotensão, bradicardia, pulso irregular, palidez, 
sudorese e arritmias, podendo ocorrer inclusive 
parada cardíaca, depressão respiratória, ansiedade, 
tontura e convulsões. 
 
Sedação 
Independentemente do tipo de anestesia programada, a 
sedação é comumente realizada. 
Pode ser feita com a administração de fármacos como 
propofol, midazolam e remifentanila ou, ainda, pela combinação 
dessas drogas. 
 
Sedativos disponíveis: benzodiazepínicos (midazolam, 
lorazepam, opioides e remifentanila), a cetamina e o propofol. 
 
→ Benzodiazepínicos 
o De modo geral, são ansiolíticos, amnésicos, sedativos, 
relaxantes musculares e anticonvulsivantes. 
o Não possuem efeito analgésico e, por isso, podem 
desencadear agitação. 
→ Midazolam 
o A droga mais utilizada para sedação por ser solúvel em 
água, não provocar irritação ou flebite; 
o Maior ação amnésica. 
 
Referências Bibliográficas 
Enfermagem em Centro Cirúrgico e Recuperação / Organizadoras 
Rachel de Carvalho, Estela Regina Ferraz Bianchi. – 2.ed. – 
Barueri, SP: Manole, 2016. – (Série Enfermagem). 
 
 
 
A enfermagem é responsável pela monitoração do 
paciente, devendo contar com cardioscópio, manguito 
para medida de pressão arterial não invasiva e oxímetro 
de pulso.

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