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UNIVERSIDADE PAULISTA ENGENHARIA CIVIL Experimento 01: Perda de Carga Distribuída DAPHINNE SILVA DE OLIVEIRA RA F315398 LUCAS LIMA DOS REIS RA T441005 PEDRO EXPEDITO B, GOMES RA T035433 RONALDO ROSA SILVA JÚNIOR RA F3067D2 VINICIUS ARAUJO DOS SANTOS RA N5670C0 YAGO FARINHA DOS ANJOS RA N621052 PROFESSOR: Me. Esp. Eng. Marcus Vinícius Martins Freitas Goiânia, GO 19 de Março de 2022 INTRODUÇÃO O que é Perda de Carga? Perda de carga pode ser definida como sendo a perda de energia que o fluido sofre durante o escoamento em uma tubulação. É o atrito entre o fluido (no nosso caso a água) e a tubulação, quando o fluido está em movimento. Inicialmente acreditava-se que a perda de energia no processo de escoamento era constituída do resultado da área do fluido com as paredes da tubulação. Ao longo do tempo foi identificado que existe uma camada de velocidade v=0 junto as paredes (camada limite). Isso significa que as camadas internas do fluido não possuem atrito com as paredes do conduto, sendo denominado, regime laminar. A perda de carga deve-se unicamente à resistência das camadas limites com as paredes da tubulação e as camadas centrais do fluido, ou seja, a energia hidráulica é transformada em Trabalho (T) na anulação da resistência oferecida pelo fluido em escoamento em função da sua viscosidade. A resistência ao escoamento devido ao atrito entre o fluido e a tubulação que pode ser maior ou menor devido a outros fatores tais como o tipo de fluido (viscosidade do fluido), ao tipo de material do tubo (um tubo com paredes rugosas causa maior turbulência), o diâmetro do tubo e a quantidade de conexões, registros, etc. existentes no trecho analisado. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O líquido ao se escoar através de uma canalização sofre um tipo de resistência ao seu movimento, em razão do efeito causado pela viscosidade e inércia. Essa resistência é superada pelo líquido em movimento, mediante a diminuição de parte de sua energia disponível, o que se chama de perda de energia, usualmente conhecido como “Perda de Carga”. Sempre que um líquido escoa no interior de um tubo de um ponto para outro, haverá uma certa perda de energia. Segundo Streeter e Wylie, 1984, citados por Melo (2000), o termo perda de carga é usado como sendo parte da energia potencial, piezométrica e cinética que é transformada em outros tipos de energia, como por exemplo, o calor durante o processo de condução de água. A perda de energia ocorre devido ao atrito com as paredes do tubo e devido à viscosidade do líquido em escoamento. Quanto maior for a rugosidade da parede da tubulação, isto é, a altura das asperezas, maior será a turbulência do escoamento e logo, maior será a perda de carga. As perdas por resistência ao longo dos condutos são ocasionadas pelo movimento da água na própria tubulação. As canalizações não são constituídas exclusivamente por tubos retilíneos e de mesmos diâmetros, pode haver ao longo da tubulação peças especiais como joelhos, cotovelos e registros, que ocasionam também perda de carga do líquido ao passar por eles. O coeficiente de atrito (f) da equação de Darcy-Weisbach pode ser determinado pela Equação 1, proposta por Swamme para regime turbulento, conforme equação (1): Em que: f - Coeficiente de Atrito; D - Diâmetro Interno (m); E – Rugosidade absoluta do tubo; Re - Número de Reynolds; 𝑓 = {( 64 Re) 8 + 9,5 [𝑙𝑛 ( 0,20 37 ∗ d + 5,74 Re0,9 ) − ( 2500 Re ) 6 ] −16 | } 0,125 E para o regime laminar utiliza-se a equação (2) a seguir: f = 64/Re (2) Em que: f – Coeficiente de atrito; Re - Número de Reynolds; Sendo subdividido em 5 (cinco) regiões: Região I = Re < 2000: Escoamento laminar, o fator de atrito independe da rugosidade, devido ao efeito da subcamada limite laminar. Região II = 2000 < Re < 4000: Região crítica onde o valor de f não fica caracterizado. Região III: Curva dos tubos hidraulicamente lisos, influência da subcamada limite laminar, o fator de atrito só depende do número de Reynolds. Região IV: Transição entre o escoamento turbulento hidraulicamente liso e rugoso, o fator de atrito depende simultaneamente da rugosidade relativa e do número de Reynolds. Região V: Turbulência completa, escoamento hidraulicamente rugoso, o fator de atrito só depende da rugosidade relativa e independe do número de Reynolds. Para calcular o número de Reynolds, utilizamos a equação (3) a seguir: 𝑅𝑒 =ρ.v.d/µ ou v.d/υ (3) Em que: v - Velocidade do fluido; d - Diâmetro Interno; ρ - Massa especifica; υ - Viscosidade Cinemática do fluído; µ - Viscosidade Dinâmica do fluído; É possível também calcular perda de carga através de equações empíricas. Porém a aplicação dessas 𝟏,𝟖𝟓 𝟒,𝟖𝟕 equações dependerá de algumas particularidades da tubulação estudada. Uma delas a Equação de Hazen Willians, que é aplicada em cálculos de tubulação de água e esgoto com diâmetros que variam entre 50mm e 3500mm. É representada pela equação 4: 𝑱 = 𝟏𝟎, 𝟔𝟒𝟑 ∗ 𝑸 𝟏,𝟖𝟓 𝑪 ∗𝑫 ∗ 𝑳 Ou 𝑱 = 𝟏𝟎, 𝟔𝟒𝟑 ∗ 𝑸𝟏.𝟖𝟓 ∗ 𝑳 ∗ 𝑪−𝟏,𝟖𝟓 ∗ 𝑫−𝟒,𝟖𝟕 Em que: J - Perda de carga (m.c.a); Q - Vazão (m³ s-1); C - Coeficiente de atrito (adimensional); D - Diâmetro Interno (m); L - Comprimento da tubulação (m). Stamp Neste experimento tomamos J como a perda de carga unitária, que pode ser calculada através da equação 5: ℎ𝑓 = 𝑓 𝐿𝑉² 2𝑔𝐷 Em que: hf - Perda de carga; L - Comprimento da tubulação; V – Velocidade; g – Gravidade; D - Diâmetro; Para calcular a área de uma tubulação utiliza-se a equação (6): A = πr²/2 A = Area da tubulação; r = raio; Para calcular a Vazão (Q) do fluido na tubulação em m³/s, utiliza-se a equação: Q = VπD²/4 V¹= 4∗1,75.10−³ 𝜋∗0,018² V¹=6.88m/s V²== 4∗1,75.10−³ 𝜋∗0,021² V²=5,05m/s Stamp O aumento do coeficiente de atrito ocorre devido ao acúmulo de resíduos que podem se estar presentes no fluido, que geralmente aparece ao longo do percurso na tubulação, como por exemplo, poeira e algas. Estas algas podem aparecer pelo fato do fluido ser reservado em local exposto ao meio ambiente, ou se a água for captada de fontes naturais, como mananciais, lagos ou rios. Esse acumulo de resíduos causa o aumento da rugosidade do tubo, que está diretamente relacionado a perda de carga, que pode ocorrer em tubos de qualquer material. O objetivo deste experimento foi: • Verificar a dependência da perda de carga distribuída (hf) com a vazão (Q) e estudar; • o comportamento do fator de atrito (f) em função do Número de Reynolds (Re); MATERIAIS E METODOS O equipamento a ser utilizado para o desenvolvimento experimental é constituído por: • bomba hidráulica conectada ao conjunto de linhas de tubulação, a fim de preenchê-las com água; • registro regulador de vazão ou válvula da instalação; • trena para a medição do comprimento das tubulações entre os pontos de tomada de pressão; • rotâmetro empregado para as medições de vazão da água; • manômetro digital; • bancada de fluidos contendo três tipos de tubulação: tubo com mola, tubo liso e tubo com menor diâmetro; • dois pontos de tomada de pressão para cada um dos tubos. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os cálculos realizadospara termos resultados serão apresentados a seguir: Valores anotados Pa¹=5900Pa Pa²=7200Pa Pa³=8200Pa g = 9,79 m²/s D1 = 0,018 m D2,3 = 0,21m L = 1,70 m Diâmetro para o cálculo da seção A do tubo 01 é 1,8 cm = 0,0018 m, sendo: A = π (0,018)² 4 A = 2, 54 ∗ 𝟏𝟎−4𝒎𝟐 Diâmetro para o cálculo da seção A dos tubos 2 e 3 é 2,1 cm = 0,0021 m, sendo: A = π (0,021)² 4 A = 3,46*10−4𝒎𝟐 Cálculo da vazão A vazão utilizada neste experimento foi obtida através de medição direta, utilizando um rotâmetro, o qual nos dá os dados de 6,3m³/h, convertendo obtemos 1,75.10-³/s. Cálculo da perda de carga A perda de carga foi calculada com h1 e a equação 5: 𝒉𝒇 = 0,036869∗1,70∗6,882 2∗9,79∗0,018 𝒉𝒇 = 8,417m A perda de carga foi calculada com h2 e h3 e a equação 5: 𝒉𝒇 = 0,35∗1,70∗5,052 2∗9,79∗0,021 𝒉𝒇 = 3,69m Isolando o coeficiente de atrito 𝑓 no tubo 01, na equação temos: 𝑓 = {( 64 138678,61) 8 + 9,5 [𝑙𝑛 ( 0,00016 37 ∗ 0,018 + 5,74 138678,610,9 ) − ( 2500 138678,61) 6 ] −16 | } 0,125 Substituindo com os valores de Q, D e J que já foram calculados acima, obteremos o valor de 𝑓: 𝑓 = 0,036869 Isolando o coeficiente de atrito 𝑓 no tubo 02 e 03, na equação temos: 𝑓 = {( 64 118756,9 ) 8 + 9,5 [𝑙𝑛 ( 0,00016 37 ∗ 0,021 + 5,74 118756.90,9 ) − ( 2500 118756,9 ) 6 ] −16 | } 0,125 Substituindo com os valores de Q, D e J que já foram calculados acima, obteremos o valor de 𝑓: 𝑓 = 0,035 Stamp Stamp Stamp FreeText 0,035 TUBO 02 - LISO D=0,021m L (m) = 1.70m Q (m³/s) V (m.s) AP (Pa] hf (m) f V Re 0,00175m³/s 5,05m/s 7200 Pa m 0,35 5,05m/s 118756.9 Tabela 1 - Valores medidos com padrão magnético de vazão e maleta eletrônica de diferencial de pressão. Comprimento da tubulação 1 em teste 1,70 metros. A= 2, 54 ∗ 𝟏𝟎−4𝒎𝟐 Comprimento da tubulação 2 e 3 em teste 1,70 metros. A= 3,46 ∗ 𝟏𝟎−4𝒎𝟐 TUBO RUGOSIDADE RELATIVA D (tubo) (m) = RUGOSIDADE (mm) 1 0.00016 0.0018 8,69.10-³ 2 0.00016 0.0021 7,62.10-³ 3 0.00016 0.0021 7,62.10-³ TUBO 01 - LISO DIAMENTRO MENOR D=0,018m L (m) = 1.70m Q (m³/s) V (m.s) AP (Pa] hf (m) f V Re 0,00175m³/s 6,88m/s 5900 Pa 0,46 m 0,0036869 6,88m/s 138.678 TUBO 03 - COM MOLA D=0,021m L (m) = 1.70m Q (m³/s) V (m.s) AP (Pa] hf (m) f V Re 0,00175m³/s 5,05m/s 8200 Pa m 0,35 5,05m/s 118756.9 MATERIAL Fator “C” Coeficiente “f” “f” = f (V, D, e.) Tubo de aço Galvanizado 125 -x-x-x-x-x-x- Tubo de aço soldado 130 -x-x-x-x-x-x- Tubo de cimento- amianto 130 -x-x-x-x-x-x- Tubo de aço fundido revestido 125 -x-x-x-x-x-x- Tubo de polietileno 120 -x-x-x-x-x-x- Tubo de PVC ou cobre 140 -x-x-x-x-x-x- Tabela 2- Valores de “C” e envelhecimento do tubo segundo Hazen-Wllians Fonte: adaptado Jorcy Aguiar CONCLUSÃO O estudo de perda de carga é um dos principais estudos para o Engenheiro Civil afetando diretamente o dimensionamento da rede hidráulica do projeto, máquinas de fluxo e redes de escoamento. Ressalta-se que os valores podem está longe da realidade por fatores como as calibrações dos aparelhos medidos e pelo tempo de inutilização da rede que foi realizada o experimento (pandemia), podendo ter afetado o sistema analisado, como por exemplo a corrosão na tubulação sofrida pela umidade e inatividade, outro exemplo que pode ser encontrado é a criação de lodos nos tubos. Nesse experimento a perda de carga distribuída é influenciada por fatores que compõem o sistema, como o comprimento do tubo (L), viscosidade do líquido (u), diâmetro da tubulação (D), velocidade do fluido (v), pressão do fluido (P) e o Trabalho (J) realizado na tensão de cisalhamento entre a massa do fluido e as paredes da tubulação, tendo uma influência direta na quantidade de perda de carga distribuída (hf). O experimento realizado em laboratório foi desconsiderada a perda de carga localizada (hf), verificando a Vazão (Q) dada pelo rotâmetro e na equação (7) foi encontrado o valor de Q=0,00175m³/s, encontrando o ε referente ao material dos tubos utilizados no experimento ε = 0,00016 que se trata de um material de aço galvanizado foi realizado o experimento nos 3 (três) tubos de mesmo comprimento L=1,70m com respectivos diâmetros (D) dos tubos, 0,018m, 0,021m, 0,021m. Através do experimento realizado foi possível verificar o comportamento do sistema e sua consequente perda de carga. Pela Vazão (Q) e o funcionamento da queda de pressão . Em tubos retos, com diferentes condições de escoamento, é possível verificar como é realizada a perda de carga, observando também toda tubulação onde passa massa do fluido e onde irá ter perda de carga, independente de qual fluido seja. Observa-se que a velocidade do fluido é um dos principais fatores que influencia nos valores da perda de carga, tendo como resultado valores menores para escoamentos lineares e aumento gradual para turbulência. Como orientado por nosso professor, nossos dados diferem em dados reais, pois os equipamentos usados não tiveram nenhuma calibração antes de nossa obtenção dos dados. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS AZEVEDO NETTO, J. M. de. Manual de Hidráulico. 8.ed. Ed. Edgard Blücher Ltda. São Paulo-SP, 1998. CIRILO, J. A.; COELHO, M. M. L. P.; BAPTISTA, M. B. Hidráulica Aplicada. 1.ed. V.8. ABRH – Associação Brasileira de Recursos Hídricos. Porto Alegre. p. 150-157, 2001. CAVALCANTI, R.A.; CRUZ, O.C.; BARRETO A.C. DETERMINAÇÃO DA PERDA DE CARGA EM TUBO DE PVC E COMPARAÇÃO NAS EQUAÇÕES EMPÍRICAS. II Seminário Iniciação Científica – IFTM, Campus Uberaba-MG. 20 de outubro de 2009. BRUNETTI, F. Mecânica dos Fluidos. 2.ed. Ed. Pearson Prentice Hall. São Paulo, 2008. GILES, R. V. Mecânica dos Fluidos e Hidráulica. Ed. McGRAW-HILL DO BRASIL LTDA. São Paulo, 1976.
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