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Resumo Direito civil geral

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Dolo
É a ação ou omissão ilícita, intencional, por 
parte de quem, mediante artimanha, ardil, 
procura manter alguém inconscientemente em
erro, visando obter dessa situação, para si 
ou para outrem, vantagem ilícita. 
- Álvaro Villaça Azevedo – 
Ex.: Alguém que induz outrem 
à venda de um objeto valioso 
por preço ínfimo, convencendo 
a vítima, por artimanhas, de 
que esse objeto vendido é de 
pequeno valor. Certamente, se 
a vítima conhecesse o real 
valor da coisa, não a venderia 
por preço irrisório.
Conhecimento
O dolo não existe sem embuste, sem premeditação, sem vontade objetivando 
especificamente a causação de prejuízo, sem a vontade de enganar (animus dicipiendi).
Orlando Gomes explica que o dolo “ consiste em manobras ou
maquinações feitas com o propósito de obter uma declaração de
vontade que não seria emitida se o declarante não fosse
enganado. É a provocação intencional de um erro.” 
Dolus malus e Dolos bonus
É preciso considerar que o dolo que leva à anulação do negócio jurídico é o 
dolo principal e mau (dolus malus), em que se concretiza o prejuízo à 
vítima com a manobra ardilosa do agente. Sim, porque o dolo bom (dolus 
bonus) não chega a causar prejuízo, pois qualquer pessoa pode detectá-lo, 
com facilidade, como por exemplo a publicidade exagerada, que exalta 
muito a qualidade de um produto, sem enquadrar-se como enganosa.
Diferença entre erro e dolo
O erro apresenta muita semelhança com o dolo, pois em ambos está 
presente a incorreção, o equívoco; somente que, no erro, a vítima se 
engana sozinha, independente de provocação de outra pessoa; no dolo, 
por outro lado, essa provocação, esse induzimento por outrem está 
presente.
Coaçãocoação
“É a pressão psicológica ou física, exercida sobre alguém para conduzilo à
prática de um ato jurídico”. - Rubens Limongi França - 
Para que se configure a coação, é preciso que a ameaça seja injusta. Se for 
justa, não existe coação, mas exercício normal de um direito, embora com 
alteração do consentimento.
Ex.: Quando o locador de um imóvel diz a seu inquilino que ingressará contra ele 
com ação de despejo se ele não pagar o aluguel, tal não considera coação, pois 
ajuizar com ação de despejo por falta de pagamento, neste caso, é direito do locador.
VIS COMPULSIVA X VIS ABSOLUTAvis compusiva x vis absoluta
A coação, também conhecida como violência, em alguns ordenamentos 
legislativos estrangeiros, quando se realiza por pressão mental, moral ou 
psíquica, é conhecida por vis compulsiva; quando se exerce física ou 
materialmente, chama-se vis absoluta. 
Em qualquer das hipóteses, a coação de que se cogita é a coação moral, a vis 
compulsiva, não a coação calcada em violência física, vis absoluta, que retira ao 
agente qualquer capacidade de escolha. Assim, se alguém aponta uma arma a 
outra pessoa, ordenando que assine o contrato, o negócio jurídico não é 
anulável, mas inexistente, por ausência de vontade. Não se trata de vício do 
consentimento, mas de uma ausência de consentimento, razão pela qual o negócio 
jurídico nem chega a existir. 
Três meios de coação: Pressão psicológica, ameaça, violência física.
Artigos sobre coação no Código Civil: 151 ao 155.
Lesão
A lesão é instituto milenar, que tem origem na laesio enormis do direito 
romano, vício que assentava sobre a desproporção das prestações 
contratadas. Por todo o tempo de nossa civilização ocidental e cristã. Os 
juristas, os filósofos e os moralistas pensaram e repensaram a questão, em 
busca de uma fórmula segura. Ora abrem-lhe os braços para nele enxergar o 
remédio contra as injustiças, e chegam a emprestar-lhe maior préstimo do 
que normalmente se lhe deveria reconhecer, ora fecham-lhe as portas, por 
considerá-lo contrário ao progresso, e atentatório do princípio da liberdade. 
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, 
se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
O desequilíbrio entre as prestações deve ser manifesto, não se qualificando a 
lesão a partir do simples lucro, ainda que elevado, de uma das partes. O que se 
coíbe é a desproporção exagerada entre as prestações. O código civil deixou de 
traçar parâmetros, ficando a matéria reservada à apreciação judicial em face 
dos valores praticados no mercado para hipóteses semelhantes. 
A lesão não se aplica aos contratos gratuitos e aos contratos aleatórios.
O fenômeno da lesão, no direito contratual, deve ser
encarado objetivamente. Causado o prejuízo, estabelecido
o nexo de causalidade e ocorrendo o desequilíbrio nas
prestações, deve ser restabelecida a igualdade entre os 
contratantes.
Um contrato, cujo desequilíbrio de prestações seja
evidente, deve suportar a impugnação por lesão.
 
Estado de perigoEstado de perigo
No estado de perigo, a pessoa encontra-se premida por circunstâncias criadas fora do 
negócio jurídico. Não nascem essas circunstâncias da vontade das partes, mas de 
estado de necessidade, que provoca a realização negocial em excessiva desvantagem de 
um dos contratantes. Na verdade, havendo essa desproporção de valores, uma parte 
tira vantagens despropositadas da extrema necessidade da outra. 
O estado de perigo é, assim, uma espécie do estado de necessidade, de sentido mais 
amplo. Pelo estado de necessidade, por exemplo, pode uma pessoa negar auxílio a 
outra, em um incêndio, para salvar a própria vida.
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da 
necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano 
conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
Ex: Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho afirmam que não há como não se 
reconhecer a ocorrência deste vício (estado de perigo) no ato de garantia (prestação de 
fiança ou emissão de cambial) prestado pelo indivíduo que pretenda internar, em caráter 
de urgência, um parente seu ou amigo próximo em determinada UTI, e se vê diante da 
condição imposta pela diretoria do hospital, no sentido de que o atendimento emergencial 
só é possível após a constituição imediata de garantia cambial ou fidejussória. 
O elemento subjetivo é exigido pelo Código Civil na disciplina do estado 
de perigo tanto em relação à vítima como em relação à parte que se 
beneficia do negócio jurídico. Em relação à vítima, o elemento subjetivo 
caracteriza-se pela situação de inferioridade em que se encontra a 
vítima, qualificada pela necessidade de salvar-se de grave dano. Em 
relação à outra parte, o elemento subjetivo caracteriza-se pelo estado 
de consciência quanto à ameaça que paira sobre o declarante.
Fraude contra credores
A fraude contra credores é um vício social. É praticada com o intuito de prejudicar os credores quirografários ou ainda os 
que possuem alguma espécie de garantia, quando esta é insuficiente diante do negócio praticado pelo devedor. Desde a 
famosa Lex poetelia papiria (ver módulo 2 – História dos contratos) a garantia do cumprimento da obrigação passou a ser 
o patrimônio do devedor, que desde então deixou de responder pelas dívidas com seu corpo ou com sua liberdade, como 
ocorria no antigo direito romano (nexum).
Definição
Configura-se a fraude contra credores quando o devedor insolvente, ou na iminência de se tornar 
insolvente, celebra negócios jurídicos que desfalcam seu patrimônio em detrimento da garantia 
que tal patrimônio representa para os credores. 
Conceito
Do conceito de fraude contra credores resultam dois elementos: 
O elemento subjetivo, representado pelo consílio fraudatório, a 
má-fé, o escopo malicioso de causar dano (consilium fraudis). O 
elemento objetivo, que reside no ato hábil à causação de 
prejuízo ao credor(eventos damni).
Os contratos celebrados mediante fraude contra credores são anuláveis. A anulação é 
demandada pela ação revocatória ou pauliana, assim denominada por um glosador posterior ao 
Digesto, em homenagem ao pretor Paulo, que introduziu tal ação nos editos. Ação revocatória 
tem eficáciaerga omnis e implica na restituição das partes ao estado anterior que se 
encontravam, como se não tivesse havido o negócio fraudulento. Tem legitimidade ativa para 
propor ação pauliana o credor quirografário. Com o advento do novo Código Civil, também o 
credor com privilégio pode propor a ação, quando a garantia se tornar insuficiente.

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