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@NOVAIISVITORIA VITÓRIA NOVAIS – MEDICINA UFJF 1 TÉCNICA OPERATÓRIA PÓS-OPERATÓRIO: Pós-operatório: período que se inicia com o final do ato cirúrgico. Cursa com alterações fisiológicas proporcionais ao tipo/tamanho da cirurgia. A cirurgia é um estressor que altera a homeostase e desencadeia respostas a esse estresse o Respostas Neuroendócrinas e Metabólicas aumento de alguns hormônios e diminuição de outros para que o organismo possa restabelecer sua homeostase o Essa reação neuroendócrina e metabólica desencadeada pela agressão cirúrgica é semelhante à encontrada em qualquer situação de estresse ou trauma A resposta ao estresse busca manter e/ou restaurar a homeostasia através da: o Estabilidade hemodinâmica o Preservação do aporte de oxigênio o Mobilização de substratos calóricos (glicose) o Diminuição da dor o Manutenção da temperatura Entretanto, essa resposta não é única nem constante e depende diversos fatores como: o Características do ato cirúrgico porte da cirurgia o Extensão do traumatismo tecidual o Tipo de anestesia/ analgesia o Individualidade de cada paciente o Condição pré-operatória A equipe multiprofissional deve buscar: o Retorno ao equilíbrio dos sistemas orgânicos o Prevenção de complicações o Plano adequado de alta hospitalar com orientações PRINCIPAIS ALTERAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS FISIOLÓGICAS: São chamadas de componentes biológicos da agressão por provocarem alterações do meio interno Componentes Primários: aqueles que de fato desencadeiam as alterações o Lesão de tecidos/órgãos o Drogas o anestesia Componentes Secundários: o Alterações neuroendócrinas e metabólicas o Alterações hemodinâmicas o Complicações (sempre possíveis) - reoperação - Infecção - complicações clínicas = pneumonias, distúrbios de glicemia, etc A principal forma pela qual o sistema imune inato lida com infecções e lesões teciduais (inerentes ao ato cirúrgico) é através da indução da inflamação aguda, que é o acumulo de leucócitos, proteínas plasmáticas e fluidos derivados do sangue em um sitio de infecção ou lesão no tecido extravascular. Dessa forma, é normal a presença de inflamação no pós-operatório. A Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS) é definida por sinais clínicos e laboratoriais estabelecidos, causada por infecção ou outros fatores, como cirurgias. Componentes Associados: o Alteração do ritmo alimentar jejum, alteração do apetite... o Tempo de imobilização quanto maior, pior a resposta ao estresse = paciente deve levantar-se o quanto antes @NOVAIISVITORIA VITÓRIA NOVAIS – MEDICINA UFJF 2 TÉCNICA OPERATÓRIA o Perdas extra-renais = perda de líquidos além do urinário vômitos, diarreias, fístulas o Doenças Associadas: DM, HAS, cardiopatia, pneumopatias, acamado, etc CONSEQUÊNCIAS DO JEJUM: Mobilização do glicogênio hepático, triglicerídeos do tecido adiposo e aminoácido dos músculos Desvio da fonte energética para os ácidos graxos e corpos cetônicos Sede, fome, ansiedade, tonturas, mau estar e desidratação, resistência à insulina, compromisso da resposta imune e perda de massa muscular A reação ao estresse cirúrgico depende do estado metabólico prévio, como tal, com menor capacidade de resistir à agressão cirúrgica COMPONENTES HORMONAIS E METABÓLICOS DO PÓS-OPERATÓRIO: 4 fases, principalmente em cirurgias de médio a grande porte. 1. Injúria: Fase catabólica que dura de 2 a 3 dias Diminuição de anabolizantes como a insulina pcte tende a evoluir com hiperglicemia Aumento de catabolizantes = catecolaminas, corticoides FC e FR tendem a acelerar e a glicemia também aumenta Aumento da Aldosterona, o que resulta em diminuição da diurese e aumento da retenção de sódio e perda de potássio essa alteração torna importante a atenção quanto à hidratação do pcte, pois se há maior retenção de sódio e eliminação de potássio há maior tendência para a retenção de líquido Existe toda uma resposta endócrina desencadeada pelo ato operatório como a redução da insulina, aumento de corticoides, aumento de glucagon que resultam (através de mecanismos como ativação de vias metabólicas como a gliconeogênese, aumento da lipólise...) em hiperglicemia, cetose, uremia e etc. Tudo isso, leva a um estado fisiológico de desidratação. Porém, existem, por conseguinte, um aumento do hormônio antidiurético que culmina na retenção de líquido. Dessa forma, o estado pós- operatório é um estado hemodinâmico, endócrino e metabólico que pode se tornar complexo caso haja alguma complicação pós- cirúrgica. Tudo se inicia no cérebro através da liberação hipotalâmica de substâncias anabólicas e catabólicas a fim de manter estável o quadro hemodinâmico do indivíduo, através do fornecimento de substratos energéticos. @NOVAIISVITORIA VITÓRIA NOVAIS – MEDICINA UFJF 3 TÉCNICA OPERATÓRIA As catecolaminas também são liberadas em maior quantidade para preservar a perfusão sanguínea. Entretanto, podem gerar aumento da FC, FR, broncodilatação... O aumento da produção do ADH pode levar ao edema da ferida operatória, retenção de sódio e maior eliminação de potássio. 2. Supressão da Atividade Endócrina: Fase catabólica Duração de 2 a 3 dias Tendência geral de todos os hormônios voltarem ao normal só não voltarão ao normal se algo de diferente acontecer (necessidade de reoperação, infecções, complicações...) 3. Anabolismo Proteico: Fase anabólica Duração de 2 a 3 semanas 4. Anabolismo Lipídico: Fase anabólica Duração de 2 a 3 semanas PERÍODOS PÓS-OPERATÓRIOS: 1. Imediato = precoce-tardio Primeiras 48 horas Precoce = primeiras 6 horas muito importantes, pois o paciente pode apresentar complicações de diversos sistemas o SCV: pressão, ritmo, frequência principais causas são: anestesia, alterações da volemia, hipóxia, distúrbio hidroeletrolítico o SR: hipóxia efeitos depressivos da anestesia, volemia, obstruções mecânicas (tumores de língua ou vias aéreas superiores ou TGI boral), doenças pulmonares prévias, broncoaspiração, imobilização prolongada, tubo endotraqueal, aumento da secreção brônquica o SNC: convulsão, delírio, calafrio, tremores anest., volemia, hipóxia, temperatura... o Local Operado: sangramentos pcte é colocado em ligeiro quadro de hipotensão para diminuir o sangramento durante a cirurgia, hemostasia feita inadequadamente Tardio = demais 42 horas 2. Mediato após as primeiras 48 horas A avaliação orgânica do paciente deve continuar no pós-op: Sistema Neurológico o Nível de consciência o Pupilas o Padrão de motricidade/mobilidade dos membros Sistema Respiratório o Ventilação o Frequência respiratória o Amplitude o Ruídos Cardiovascular o Sinais vitais o Coloração de pele e mucosas o Temperatura o Umidade da pele o Perfusão @NOVAIISVITORIA VITÓRIA NOVAIS – MEDICINA UFJF 4 TÉCNICA OPERATÓRIA Renal o Diurese – retensão hídrica por aumento do ADH alteração da volemia. Devemos hidratar o pcte de maneira adequada e atentar para o débito urinário de pelo menos 50ml/h Suporte nutricional o Sonda Nasogátrica (SNG) o Sonda Nasoentérica (SNE) o Dieta - ideal Excretas – devem ser respostas o Náusea o Vômito o Diarreia o Fistulas = eliminação de secreções do organismo para o exterior o Sudorese Acessos venosos Drenos, sondas, cateteres, cânulas Aspecto da Ferida cirúrgica Posicionamento no leito/ necessidade de deambulação... Controle da dor CUIDADOS COM O PACIENTE OPERADO: CUIDADOS GERAIS: Dieta – oral, enteral, parenteral Balanço hidroeletrolítico Medicamentos: dor, febre, vômito, antibiótico Mobilização Exame clínico: T.P.R.PA. feito pela enfermagem geralmente (sigla para sinais vitais) Exame do Local Operado CUIDADOS ESPECIAIS: Exames laboratoriais/radiológicos Avaliação de especialistas Curativos, drenos, sondas, cateteres e cânulas Função intestinal tendência a constipação de 1/2 dias ALTAS MÉDICAS: Hospitalar autorização para deixar o hospital, mas ainda sob cuidados do cirurgião ou clínico Definitiva relativa à doença. Em alguns casos, pode nem ocorrer (transplantes, pctes oncológicos...) Alta a pedido pcte pede para ser liberado Evasão pcte simplesmente vai embora Transferência
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