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INFERTILIDADE · Fertilidade: capacidade de estabelecer gravidez clínica · Fecundidade: capacidade de ter um filho vivo · Fecundibilidade: probabilidade mensal de estabelecer gravidez que culmine em filho vivo · Taxa de fecundação em casais normais: 20 a 25% (com no mínimo 6 relações sexuais/mês) · Infertilidade: incapacidade de estabelecer gravidez clínica após 12 meses de relações sexuais regulares e desprotegidas · Esterilidade: estado permanente de infertilidade · Primária: nunca houve gravidez clinica previa · Secundaria: incapacidade de estabelecer gravidez clinica, mas que teve diagnostico prévio de gravidez · Infertilidade inexplicada: casal com ausência de anormalidade detectáveis - epidemiologia: · 50 a 70 milhões de casais no mundo · 2 a 31% de incidência – dependente de critério usado · Variação para faixa etária e ausência de dados em casais que buscam contracepção · UK: 1:8 mulheres e 1:10 homens tem infertilidade em algum ou todo o período reprodutivo · Subnotificação por ausência de busca de avaliação e tratamento (50%) - fertilização normal: · Produção de espermatozoides masculinos normais, em quantidade, forma e motilidade = função testicular NORMAL · Esperamatozoides depositados numa vagina pervia = ejaculação e integridade anatômica genital (masculina e feminina) · Relação sexual no momento oportuno do ciclo (fase ovulatoria) · Migração espermática normal = colo e útero normais · Folículo ovariano desenvolve normalmente (interação hormonal) = ovulação · Canal tubário pérvio e normal (motilidade e manutenção do ovo fecundado) · Endométrio apto a receber e nidor o concepto = CONDIÇÕES NORMAIS DE FERTILIZAÇÃO - Fator ovulatorio: · 25 a 40% dos casos de infertilidade · Anovulação ou oligovulação: · Central: hipotalâmica ou hipofisária · Ovariana · Causas mistas: · SOP: causa mais frequente de anovulação (75%) · Hiperprolactinemia (predomínio entre 25 e 34 anos) · Insuficiência ovariana prematura (perda da função ovariana definitiva antes dos 40 anos) - reserva ovariana (RO) · Numero de oócitos = indicação de capacidade reprodutiva · Fatores de queda de RO: · Idade > 35 anos · Historico familiar de menopausa precoce · Alterações genéticas (mosaico de turner, FMR1, BRCA) · Lesão ovariana direta (endometriose, infecções) · Cirurgia ovariana previa (endometriose, cistos) · Quimioterapia ou radioterapia · Tabagismo - fator tuboperitonial: · 30% dos casos de infertilidade · Tem-se comprometimento da permeabilidade tubárea: · Motilidade global · Quimiotaxia fimbrial · DIP – causa mais importante = fimose fimbrial (a porção das trompas gruda uma na outra) e aderências; hidrossalpinge, lesão muscular (motilidade) · 12 a 15% após 1 episodio · 23 a 25% após 2 episódios · 54 a 75% após 3 episódios · Cirurgias pélvicas e abdominais previas (aderências pos cirúrgica) · Outro: gravides ectópica – principal consequência de DIP - endometriose: (infértil – a que tem endometriose profunda) Multifatorial: · Casos graves: fator ovariana e tuboperitoneal · Casos leves e moderados: duvidoso · Disfunções hormonais secundarias: desenvolvimento folicular anomlo, pico de LH prematuro, luteinização folicular, defeitos da fase lutea · Alterações endometriais: alterações genéticas associadas a qualidade endometrial (HOXA10), aromatase endometrial, resistência progestagenica 25 a 50% das mulheres inférteis tem endometriose 30 a 50% das mulheres com endometriose são inférteis - fator uterino: · Congênitas e adquiridas: anatômicas ou endometriais · Malformações mullerianas · Lesões adquiridas: · Síndrome de asherman (sinequia endometrial) – DIP ou cureta de aborto (infectado) · Miomatose: 5 a 10% dos casos de mulheres inférteis; 40% das mulheres em idade reprodutiva com múltiplos miomas (submucosos) · Pólipos endometriais – incomum causar infertilidade - fator cervical: · Alteração anatômica (impede passagem) ou na qualidade do muco cervical - fator imunológico: · Produção materna de anticorpo anti-espermatozoide INVESTIGAÇÃO · Acompanhamento multidisciplinar (inicial com ginecologia e urologia) · Anamnese rigorosa do casal (filhos prévios de um cônjuges, doenças pessoais, doenças hereditárias, hábitos pessoais..) · Exame clinico detalhado da mulher, incluindo avaliação de sinais de defeitos anatômicos, estigmas genéticos, sinais de doenças infecciosas.. - obs: tipos de IG (lais) *importante* - avaliação do fator ovulatorio: · Metodologia indireta · LH seriado urinário · Progesterona no dia 7 ou 9 após pico de LH · USG seriada (folículo e endométrio) – PO · Curva de temperatura basal · Biopsia endometrial (pouco utilizada atualmente) - avaliação de fator e tubarioperitonial: · USG transvaginal e 3D (pode-se associar histerossonografia) · Ressonância magnentica · HISTEROSSALPINGOGRAFIA – indicação PADRÃO em suspeita de lesão tubaria · Histeroscopia – alto custo com máxima sensibilidade para avaliação da cavidade endometrial – normalmente após US ou RM alterados · Laparoscopia e cromotubagem – padrão ouro com alto custo na avaliação tubárea Lado direito com obstrução - avaliação de fator cervical: · Teste pós-coital: coleta de muco cervical após relação sexual e avaliar o perfil de motilidade dos espermatozoides – se for circular, fator cervical positivo (IG) - avaliação de reserva ovariana: · FSH e estradiol no terceiro dia do ciclo: FSH elevado ou normal com estradiol elevado (leve) = perfil adequado; FSH alto e estradiol baixo = problema · Teste do clomifeno: 100mg dias 5 e 9 do ciclo com dosagem de FSH no 3° e 10° dias – aumento no 10° dia = redução de RO · Hormônio antimulleriano: padrão atual com valores devendo ser acima de 1ng/m · Contagem de folículos antrais (USG) – alterado < 6 foliculos de 2 a 10 mm na fase folicular precoce - outras avaliações: · TSH e prolactina · Avaliar cariótipo se amenorreia primaria ou secundaria (com níveis elevados de FSH) · Investigação masculina adequada pelo urologista com espermograma detalhado e outros exames pertinentes TRATAMENTO - indução da ovulação: Ação direta no eixo hipotálamo-hipofise-gonadal: · SERM: citrato de clomifeno – ação direta no hipotálamo liberando GnRH e consequentemente FSH com maturação folicular – 50 mg/dia do 5° ao 9° dia do ciclo *importante* (tbm é o tratamento de SOP para quem quer engravidar) · Inibidores da aromatase: letrozol – bloqueio do retrocontrole de estrogênios periféricos (estrona) · Gonadotrofinas: utilizadas em esquemas especializados Ação metabólico periférica: · Metformina: utilização em pacientes de SOP reduzindo a hiperinsulinemia e hiperandrogenismo - tratamento de baixa complexidade · Indução da ovulação e coito programado: com ou sem monitoramento ovulatorio por USG + relações em dias especificados pela maturação folicular · Inseminação intracervical · Inseminação intrauterina: coleta de espermatozoides com capacitação em meio adequado e injeção intrauterina – monitoramento por USG – concepção tubaria natural - tratamento de alta complexidade: · Transferência intratubária de gametas · Fertilização in vitro: coleta de oócitos por punção ovariana (em geral em protocolo de indução com gonadotrofinas) e fecundação extracorpórea · “natural” – colocação dos espermatozoides sobre os oócitos e livre de penetração · ICSI – microscopia para injeção intracitoplasmática de espermatozoides (o que se faz hj) Consequências da FIV: · Síndrome de hiperestimulo ovariano: múltiplas alterações metabólicas associadas a hiperprodução estrogênica – risco de óbito se não tratada precocemente (alta produção de estrogênio por conta da quantidade de folículos) · Gestação gemelar: incidência extrema nos anos 90 (3 ou mais conceptos) – reduzida em dias atuais por limitação ao numero de embriões transferidos (UK – 28,3% para gemelar e 1,0% para trigemelar) Aspectos éticos da FIV: · Numero de embriões transferidos: 2 (até 35 anos) ou 3 (acima de 35 anos) – CFM 2168/2017 · Redução embrionária: casos de gemelaridade – proibida no BR · Manipulação genética: prevenção de doenças hereditárias – riscos éticos futuros · Sexagem e outras manipulações comtecnologia existente
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