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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO - AULA 3 e 4

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→ 1.1 Conceito: Segundo o 
professor Norbeto Bobbio, “O 
Jusnaturalismo é uma concepção 
segundo a qual existe e pode ser 
conhecido um ‘direito natural’ (ius 
naturale), ou seja, um sistema de 
normas de conduta intersubjetiva 
diverso do sistema constituído 
pelas normas fixadas pelo Estado 
(direito positivo)”.
Aula 3 e 4
Juralismo1.
Na definição de Thomas Hobbes, 
temos a seguinte constatação:
“Uma Lei de Natureza (lex naturalis) 
é um preceito ou regra geral, 
estabelecido pela razão, mediante o 
qual se proíbe a um homem fazer 
tudo o que possa para destruir a 
sua própria vida ou privá-lo dos 
meios necessários para preservá-la 
ou ainda omitir aquilo que pense 
melhor contribuir para preservá-la.” 
De acordo com a Teoria do 
Jusnaturalismo, o direito é algo 
natural e anterior ao ser humano, 
devendo seguir sempre aquilo que 
condiz com os valores da 
humanidade (direito à vida, à 
liberdade, à dignidade, etc) e ao 
ideial de justiça.
→ 1.2 Direito Natural: O direito 
natural, por sua vez, diz respeito à 
ordem pública e social como um 
todo, independente de normas 
materiais, pois emana da moral, da 
ética e da consciência de um povo, 
refletindo no direito positivo, 
considerando que o legislador 
deve levar em conta o valor social 
da norma, pois sua finalidade é 
torná-la obrigatória a todos, mas 
principalmente àqueles que não 
respeitam o que é moralmente 
correto se não houver uma 
 Jusnaturalismo teológico: 
direitos estabelecidos e revelados 
por Deus. Surgiu durante a Idade 
Média e tinha como princípio a 
ideia de uma divindade 
onipotente, onisciente e 
onipresente;
Aula 3 e 4
O direito natural não é arbitrário, 
mas um direito sob medida; 
representa um equilíbrio entre o que 
é certo e o que é errado. Não é 
possível afirmar que uma pessoa ou 
uma coletividade agirá desta ou 
daquela forma, mas a probabilidade 
da agir conforme o que determina o 
sistema ético e moral de uma 
sociedade é maior. 
De acordo com a doutrina 
jusnaturalista, existem diferentes 
explicações sobre sua origem ou 
ponto de vista. Por exemplo:
 Jusnaturalismo cosmológico: 
seguindo as leis que são 
consideradas naturais em todo o 
Universo. Esta corrente foi vigente 
durante a antiguidade clássica;
 Jusnaturalismo racionalista: leis 
naturais da vida que são 
estabelecidas pelos humanos com 
base na razão e bom senso. Surgiu 
durante o século XVII e XVIII, num 
período em que as revoluções 
liberais dos burgueses estavam em 
alta (evidência da razão humana).
Aula 3 e 4
Juspositivismo2.
→ 2.1 Conceito: Direito positivo 
consiste no conjunto de todas as 
regras e leis que regem a vida 
social e as instituições de 
determinado local e durante certo 
período de tempo. A Constituição 
Federal é um exemplo de direito 
positivo, pois assim como as outras 
leis e códigos escritos, serve como 
disciplina para o ordenamento de 
uma sociedade.
→ 2.2 Origem: O positivismo 
jurídico surgiu em meados do 
século XIX na Europa, como uma 
corrente que defendia o direito 
como a lei de único valor e 
emanada a partir do Estado. Este 
pensamento se contrapunha ao 
modelo do Direito Natural, que 
acreditava na ideia de justiça 
universal baseada nas leis da 
natureza, nas leis de Deus (sob a 
perspectiva da Igreja) ou pela 
razão humana (Iluminismo).
Para os positivistas, a lei é um 
produto do Direito que age como um 
mecanismo de organização social, 
firmada a partir de um "Contrato 
Social". De acordo com as doutrinas 
juspositivas, as normas são justas 
porque são válidas. Este conceito se 
contrapõe ao pensamento das 
doutrinas jusnaturalistas, que 
acreditam serem as normas válidas 
por serem justas, caso contrário não 
deve haver validade. 
→ 2.3 Espécies de Positivismo 
Jurídico: O positivismo jurídico é 
uma corrente da filosofia do direito 
amplamente debatida atualmente. 
Os teóricos do positivismo jurídico 
divergem sobre os fatos sociais que 
definem o direito.
Aula 3 e 4
Duas importantes correntes teóricas 
podem ser identificadas: Positivismo 
jurídico inclusivo ou moderado e 
Positivismo jurídico exclusivo ou 
radical.
a) Positivismo jurídico exclusivo ou
radical:
A primeira abordagem é 
conhecida como exclusive legal 
positivism, nonincorporationism 
ou hard positivism (positivismo 
jurídico exclusivo; anti- 
incorporacionismo; positivismo 
radical ou inflexível). Seu mais 
conhecido representante é Joseph 
Raz, apesar de os referidos termos 
terem sido propostos não por ele, 
mas por críticos de sua 
abordagem. 
Um conceito crucial da 
abordagem de Raz sobre o 
positivismo exclusivo é a 
autoridade, tida como única fonte 
do direito. Para Raz, exerce-se 
“autoridade” quando são reunidas 
duas condições. Em primeiro lugar,
os destinatários do comando 
obedecem porque confiam na 
autoridade ou se sentem por ela 
intimidados – e não porque agiriam 
da mesma forma se a autoridade 
não tivesse emitido o comando.
Em segundo lugar, as ordens da
autoridade são obedecidas 
independentemente do juízo de 
valor que o destinatário faz sobre 
essas. Isso significa que as razões 
que oferece a autoridade 
conseguem “vencer” as razões do 
próprio interessado que acaba 
seguindo a autoridade mesmo 
contra a sua convicção. Em virtude 
disso, Raz considera que a atuação 
Aula 3 e 4
de autoridade facilita a vida 
social, já que as pessoas 
obedecerem prontamente, sem 
dever sopesar argumentos a favor 
e contra determinada conduta
EX.:EX.:
Durante sua vida Maria nunca cometeu furto. 
Podemos dizer que Maria agiu de maneira conforme 
às normas penais que tipificam e punem o furto. Raz 
perguntaria também quais foram as razões que 
fizeram Maria atuar dessa maneira. Se a resposta for 
que Maria nunca furtou em razão de suas fortes 
convicções religiosas e morais contrárias ao furto, 
temos um caso no qual a lei não exerceu sua 
“autoridade” em sentido raziano. Havendo ou não 
havendo essa lei, Maria teria atuado da mesma 
maneira. Se, ao contrário, Maria deixou de furtar 
porque sempre confia nas orientações do legislador 
sem analisá-las e sem questionálas, ou porque se 
sentiu intimidada pela ameaça de sanções, diremos 
que o legislador exerceu autoridade raziana
Para Raz, fonte de validade do 
direito é a autoridade nesse 
sentido. A moral não deve ser 
utilizada como critério de 
identificação do direito positivo 
porque não apresenta relevância para 
a constatação da validade jurídica ou 
para a interpretação das normas 
vigentes.
b) Positivismo jurídico inclusivo ou 
moderado: 
O positivismo jurídico inclusivo 
(inclusive legal positivism) é também 
conhecido como incorporationism ou 
soft positivism (termo traduzido para 
o português como: positivismo 
moderado). Essa abordagem é 
adotada por muitos autores 
contemporâneos, podendo citar os 
nomes de David Lyons, Jules Coleman e 
Wilfrid Waluchow. O próprio Hart, em 
texto postumamente publicado, 
considerou que sua visão sobre o 
direito corresponde “àquilo que foi 
designado como ‘positivismo flexível’”.
Aula 3 e 4
Acreditam na (possível) existência 
de sistemas jurídicos que adotam 
“critérios de juridicidade de cunho 
moral": “O caráter jurídico de 
normas pode depender algumas 
vezes de seus méritos (morais) 
substanciais e não somente de sua 
origem ou fonte social”. Pode ocorrer 
que, em determinado território e 
momento, sejam reconhecidos como 
jurídicos regulamentos feitos 
“conforme a justiça”, “promovendo o 
bem -estar de todos”, “segundo 
valores morais da comunidade” 
segundo a “moralidade política” ou, 
nas palavras de Hart, “conforme
princípios morais e valores 
substantivos”. Em tais situações, uma 
norma jurídica só é válida se for 
submetida e aprovada em “exame
moral”, dependendo sua validade e a 
forma de aplicação de qualidades 
morais, conforme decisão do 
aplicador.
Principais diferenças 
entre o Jusnaturalismo 
e o Juspositivismo
3.
• Jusnaturalismo• Jusnaturalismo 
- Leis superiores.- Leis superiores. 
- Direito como produto de- Direito como produto de 
ideias (Metafísico).ideias(Metafísico). 
- Pressuposto: Valores.- Pressuposto: Valores. 
- Existência de leis naturais- Existência de leis naturais
X
• Juspositivismo• Juspositivismo 
- Leis impostas.- Leis impostas. 
- Leis como produto da ação- Leis como produto da ação 
humana (empírico-cultural).humana (empírico-cultural). 
- Pressuposto: o próprio- Pressuposto: o próprio 
ordenamento positivo.ordenamento positivo. 
- Existência de leis formais.- Existência de leis formais.

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