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APS 7 SEMESTRE

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Universidade Paulista Instituto Ciências da Saúde Curso de Graduação em Enfermagem
Campus CAMPINAS
SILVIA LEÃO CANGUSSÚ F0587I0
ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS
CAMPINAS 2022
SILVIA LEÃO CANGUSSÚ F0587I0
ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS
Trabalho da disciplina Atividades práticas supervisionadas do curso Graduação em Enfermagem Universidade Paulista – UNIP.
Orientador: Prof.ª Dra. Vanessa Mangani Menke Rocco.
CAMPINAS 2022
SILVIA LEÃO CANGUSSÚ F0587I0
ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS
Trabalho da disciplina Atividades práticas supervisionadas do curso Graduação em Enfermagem Universidade Paulista – UNIP.
Orientador: Prof.ª Dra. Vanessa Mangani Menke Rocco.
BANCA EXAMINADORA
/	/
Universidade Paulista – UNIP
CAMPINAS 2022
SUMÁRIO
1	INTRODUÇÃO	....................................................................................	7
2	OBJETIVO	...............................................................................................	8
2.1	Objetivo geral	....................................................................................	8
2.2	Objetivo específico	..........................................................................	8
3.	MÉTODOS	.....................	..........................................................................	9
4.	REVISÃO DE LITERATURA – Caso clínico: Pré eclampsia	..........	10
4.1 Teoria do autocuidado, de Dorothea E. Orem – 1991	................................10
4.2	Diagnóstico clínico – Pré eclampsia	.....................................................	11
4.2.1	Definição	...............................................................................................	11
4.2.2	Etiologia	...............................................................................................	12
4.2.3	Fisiopatologia	....................................................................................	12
4.2.4	Avaliação diagnóstica	..........................................................................	13
4.2.5	Tratamento	...............................................................................................	13
4.2.6	Complicações	....................................................................................	15
4.3	Sistematização da assistência de enfermagem	...............................	16
4.3.1	Investigação	...............................................................................................	16
4.3.2	 Diagnósticos de enfermagem - NANDA	...................................................	18
4.3.3	 Intervenções (condutas) - NIC	...............................................................	19
4.3.4	 Resultados esperados (evolução) – NOC 22	.......................................... 22
5	CONSIDERAÇÕES FINAIS	...............................................................	24
6	REFERÊNCIAS	....................................................................................	25
RESUMO
Essa atividade acadêmica abordará um caso clínico real identificado durante o estágio acadêmico. Nesse caso irei trabalhar a aplicabilidade da enfermagem no cotidiano do enfermo, durante o tratamento e internação hospitalar, mas também em sistemas primários de saúde, abordando, também os métodos preventivos utilizados nessas instituições, visando as maiores necessidades do público-alvo. Os métodos teóricos escolhidos para a abordagem de enfermagem incluem as bases do NANDA International Nursing Diagnoses: Definitions & Classification, NIC Nursing Interventions Classification e NOC Nursing Outcomes Classification. No caso clínico iremos abordar as problemáticas do público-alvo, com sua necessidade específica, procurando um atendimento humanizado, claro e individualizado. O caso aborda uma patologia da gestante que leva preocupações e exige um bom diagnóstico e tratamento, a pré-eclâmpsia. A atividade aborda todo o contexto saúde-doença do caso, estudando as teorias relacionadas com a patologia, definição, etiologia, fisiopatologia, sinais e sintomas, diagnóstico e tratamento, adaptando os achados clínicos ao diagnóstico de enfermagem conforme o NANDA, as intervenções conforme o NIC e a evolução esperada conforme o NOC e definindo abordagens com a Sistematização da Assistência de Enfermagem, a SAE. Nessa sistematização podemos abordar as cinco etapas do processo de enfermagem, investigação, diagnóstico, planejamento, intervenção e avaliação. Ao final temos uma breve discussão sobre os achados mais importantes no decorrer da atividade, com a conclusão do caso.
Palavras-Chave: Processos de Enfermagem, Sistematização de Enfermagem, Doença, Saúde.
ABSTRACT
This academic activity will address a real clinical case identified during the academic internship. In this case, I will work on the applicability of nursing in the daily life of the sick, during treatment and hospitalization, but also in primary health systems, also addressing the preventive methods used in these institutions, aiming at the greatest needs of the target audience. The theoretical methods chosen for the nursing approach include the bases of the NANDA International Nursing Diagnoses: Definitions & Classification, NIC Nursing Interventions Classification and NOC Nursing Outcomes Classification. In the clinical case, we will address the problems of the target audience, with their specific needs, looking for a humanized, clear and individualized service. The case addresses a pathology of the pregnant woman that raises concerns and requires a good diagnosis and treatment, preeclampsia. The activity addresses the entire health-disease context of the case, studying theories related to the pathology, definition, etiology, pathophysiology, signs and symptoms, diagnosis and treatment, adapting clinical findings to the nursing diagnosis according to NANDA, interventions according to the NIC and the expected evolution according to the NOC and defining approaches with the Systematization of Nursing Care, the SAE. In this systematization we can approach the five stages of the nursing process, investigation, diagnosis, planning, intervention and evaluation. At the end we have a brief discussion about the most important findings during the activity, with the conclusion of the case.
Keywords: Nursing Processes, Nursing Systematization, Illness, Health.
1	INTRODUÇÃO
Sistematização da Assistência de Enfermagem, ou apenas SAE, é um sistema que garante o padrão nos processos de enfermagem, buscando um atendimento personalizado para cada paciente, além de seguro e com qualidade. Para realizar a SAE, o enfermeiro deve seguir alguns passos do processo de enfermagem que incluem investigação, diagnóstico, planejamento, intervenção e avaliação da doença e do paciente. Esse instrumento deve ser utilizado em todas as instituições de atendimento de saúde que tenham o serviço de enfermagem. 1
Como o próprio nome diz, a SAE tem como objetivo sistematizar a assistência, para que assim o enfermeiro possa gerenciar com maior destreza os cuidados que serão realizados com o paciente, controlando também o trabalho da equipe. É uma forma de organização do atendimento, da equipe e dos instrumentos que serão utilizados. Todas as condutas a serem realizadas com o paciente, como intervenções e informações devem estar registradas no prontuário, assim o enfermeiro responsável pode analisar os dados, avaliando os resultados e a evolução do paciente, assim como os procedimentos realizados e o trabalho da equipe. 1
Nessa atividade começaremos a abordar o trabalho do enfermeiro com a SAE, tendo como base teórica o uso do NANDA International Nursing Diagnoses: Definitions & Classification, NIC Nursing Interventions Classification e NOC Nursing Outcomes Classification. O foco central inicial é o uso dessas taxonomias para a criação da SAE. 1
Para a realização do processo de enfermagem, foi identificado e escolhido por mim uma paciente para o estudo, apresentando pré-eclâmpsia como hipótese diagnóstica. Ao final, podemos identificar que todo o organismo da gestante se conecta, sendo necessáriouma avaliação ampla e integral do enfermeiro, com foco no paciente e em seu estilo de vida, olhando além da doença, porém com um cuidado hospitalar diferenciado, para que sua internação seja humanizada e sem traumas, visando a experiência final e o tratamento da doença. 1
2	OBJETIVO
2.1	Objetivo geral
Realizar levantamento geral sobre as principais informações de Sistematização da Assistência de Enfermagem, com uso do NANDA, NIC e NOC e revisão teórica sobre patologias. Focando nos fundamentos do processo de enfermagem idealizando a SAE para o caso clínico.
2.2	Objetivo específico
-	Ampliar o conhecimento de informações essenciais relacionados à pré-eclâmpsia;
-	Informar sobre os mecanismos do processo de enfermagem na saúde da gestante;
-	Aprimorar o conhecimento sobre a realização do trabalho prático do enfermeiro, com a utilização do NANDA, NIC e NOC.
3.	MÉTODOS
Esse trabalho foi redigido individualmente, de natureza básica, descritiva, onde foi realizado pesquisas em bibliográficas, artigos científicos e sites da área da saúde como: MSDManuals, MedicinaNet, artigos do Dr Dráuzio Varella e artigos encontrados no Scielo. Redigido nas normas Vancouver e em português, esse trabalho foi organizado em forma de tópicos com títulos e subtítulos, subdivididos conforme os objetivos, procurando dar enfoque ao trabalho do enfermeiro com a Sistematização da Assistência de Enfermagem.
4.	REVISÃO DE LITERATURA – Caso clínico 1: Pré-eclâmpsia
4.1 Teoria do autocuidado, de Dorothea E. Orem – 1991
Para Orem, o autocuidado é o desempenho ou a prática de atividades que as pessoas realizam em benefício próprio a fim de manter a vida, a saúde e o bem- estar. Este, quando bem executado, auxilia a manter a integridade estrutural e funcionamento do organismo humano, favorecendo seu desenvolvimento. Essa capacidade do autocuidado está relacionada com fatores como idade, sexo, estado de desenvolvimento e saúde, cultura, sistema familiar, padrão de vida, ambiente, adequação e disponibilidade de recursos. Dorothea vinculou o autocuidado em três categorias: 2
· Universal: está relacionado com as atividades diárias do indivíduo, como a respiração eficiente, ingesta de água e de alimentos, cuidados acerca da eliminação de excrementos, equilíbrio entre solidão e interação social, prevenção aos riscos à vida. 2
· Desenvolvimento: promoção do bom funcionamento do homem nos grupos sociais, de acordo com cada individualidade 2
· Desvio de saúde. 2
Orem específica que a enfermagem deve auxiliar o indivíduo no autocuidado, guiando e orientando, proporcionando apoio físico e psicológico, mantendo um ambiente de apoio, ensinando, mantendo um relacionamento com o paciente e sua família até sua alta da enfermagem, avaliando se/e como o paciente deve receber apoio da enfermagem, procurar atender suas necessidades, direcionar e implementar a enfermagem em seu dia a dia. 2
Basicamente, a teoria de Orem diz que a enfermagem deve intervir quando o paciente não tem a capacidade do autocuidado, estando atento às suas necessidades e orientando. A classificação do autocuidado é dividida em três partes, sendo elas: 2
· Totalmente compensatório: quando a enfermagem é totalmente necessária, pois o paciente encontra-se incapaz de praticar o autocuidado, como os comatosos, ou pacientes que não podem realizar tarefas que necessitem de deambulação e manipulação, ou pacientes que não estejam em plena capacidade de tomar decisões. 2
· Parcialmente compensatório: quando o paciente tem capacidade de realizar algumas tarefas, porém com limitações, necessitando do auxílio da enfermagem, como na troca de curativos após uma cirurgia, no auxílio a deambulação. 2
· Sistema de apoio-educação: quando o paciente tem plena capacidade de realizar todas as tarefas relacionadas ao autocuidado, tendo a enfermagem o papel de educador, apoiador, consultor. 2
A teoria de Dorothea é de simples entendimento, mostra quando e como a enfermagem é necessária, sendo que as situações podem ocorrer simultaneamente, mais de uma, com o mesmo paciente. Sua teoria é baseada na promoção e manutenção da saúde, avaliando o indivíduo como um todo em seu biopsicossocial. 2
4.2	Diagnóstico clínico – Pré-eclampsia
4.2.1	Definição
	A pré-eclâmpsia se define com o aumento da pressão arterial durante a gestação, sendo o reaparecimento ou a piora da hipertensão crônica. Essa hipertensão vem acompanhada de proteinúria e acontece após 20 semanas de gestação. 3
	A pré-eclâmpsia surge antes da eclampsia, que é o acontecimento de episódios de convulsões generalizadas e sem explicações em gestantes com o diagnóstico de pré-eclâmpsia. 3
	Estima-se que a pré-eclâmpsia acometa cerca de 3% a 7% das gestantes, sendo que 25% acontecem no pós-parto, acontecendo mais regularmente nos quatro primeiros dias. Em raros casos, pode acontecer até seis semanas de pós-parto. 3
	Sabe-se que 1 a cada 200 gestantes com pré-eclâmpsia não tratam a patologia, fazendo com que a doença fique latente por tempo variável, evoluindo para eclampsia, que pode ser fatal. 3
4.2.2	Etiologia
	Ainda não se sabe a origem da pré-eclâmpsia, o que é conhecido pela ciência são os fatores de risco, que incluem: 3
· Hipertensão crônica já existente; 3
· Nuliparidade; 3
· Idade materna avançada ou muito jovem; 3
· Distúrbios trombolíticos; 3
· Gestação multifetal; 3
· Obesidade; 3
· Pré-eclâmpsia anterior; 3
· Histórico familiar de pré-eclâmpsia; 3
· Maus resultados em gestações anteriores; 3
· Diabetes já existentes ou diabetes gestacional; 3
· Distúrbios vasculares. 3
4.2.3	Fisiopatologia
	A fisiopatologia da eclampsia ainda está sob estudos, mas sabe-se que pode estar relacionado com alguns fatores como anormalidades no cromossomo 13, pouco desenvolvimento das arteríolas espiraladas uteroplacentárias, isquemias, infartos placentários ou anormalidades imunológicas, assim como a peroxidação lipídica da membrana das células, induzida por radicais livres. 3,4
4.2.4	Avaliação diagnóstica
	O diagnóstico da pré-eclâmpsia se dá pela hipertensão arterial durante a gestação, somado a uma proteinúria inexplicada, normalmente após as 20 semanas de gestação. Alguns dos exames que podem ser realizados são o hemograma completo, ácido úrico, contagem de plaquetas, nitrogênio da ureia sanguínea, testes de função hepática, creatinina e depuração da creatinina. Avalia-se o feto com os exames de cardiotoco ou perfil biofísico, além de testes para estimar o peso fetal. 3,5
	Une-se esses exames aos sintomas, avaliação clínica e histórico da gestante. Caso a gestante não apresente proteinúria, mas apresente trombocitopenia, insuficiência renal, função hepática comprometida, edema pulmonar ou sintomas cerebrais ou visuais, o diagnóstico de pré-eclâmpsia também pode ser positivo. 3,5
	A pré-eclâmpsia pode ser assintomática, mas dentre os sinais e sintomas clínicos, pode-se observar edema, ganho de peso excessivo, reatividade reflexa aumentada e petéquias. Na pré-eclâmpsia grave, temos como diferencial a cefaleia intensa, distúrbios visuais, dor abdominal no epigástrico ou no hipocôndrio direito, dispneia, oligúria, confusão, acidente vascular encefálico, náuseas e vômitos, sendo sinais de danos nos órgãos. 3,5
4.2.5	Tratamento
	Utiliza-se de anti-hipertensivos, normalmente mantém-se a gestante hospitalizada para monitorização, acompanhadas por um obstetra e um especialista em medicina materna-fetal. Em alguns casos realiza-se o parto, além do uso de sulfato de magnésio para evitar ou tratar convulsões. 3,6,7
	O tratamento permanente para a pré-eclâmpsia é o parto, mas avalia-se os fatores de risco antes de tomar essa decisão, como o risco de parto pré-maturo, idade gestacional, gravidade da pré-eclâmpsia, reação a outros tratamentos. O parto, normalmente é indicado após a estabilização da gestante, somado a alguns casos, como gestação com mais de 37 semanas, eclampsia ou pré-eclâmpsia grave com gestação com mais de 34 semanas, degeneração de órgãos maternos, síndrome HELLP e resultados preocupantes dos testes fetais. 3,6
	É importantetentar postergar gestações que tem menos de 34 semanas, otimizando a saúde materna é possível otimizar a saúde do feto. Em alguns casos utiliza-se corticoides por 48 horas para estimular a maturidade pulmonar do feto. 3
	Nos casos mais leves da doença, em gestantes com menos de 37 semanas, é recomendado manter o repouso, monitorização da pressão arterial e laboratorial, realização de cardiotocografia fetal e consultas médicas ambulatoriais pelo menos uma vez por semana, acompanhando evidências de convulsões, sintomas de agravamento da doença, sangramento vaginal. Mesmo com características leves, inicialmente a maioria das gestantes precisam ser internadas apenas para acompanhamento e monitorização. 3
	Mesmo após o parto, é ideal que as pacientes sejam acompanhadas e avaliadas a cada 1 ou 2 semanas após o parto, para aferição da pressão arterial, para avaliar em caso de desenvolvimento de hipertensão arterial crônica. 3
	Tratamento farmacológico: É recomendado a utilização do sulfato de magnésio para evitar as convulsões em casos mais graves, a dose padrão é de 4 g intravenoso por 20 minutos, seguido por infusão continua intravenoso de 1 a 3 g/hora, com doses ajustadas conforme avaliação médica. Em pacientes com níveis elevados de magnésio, disfunção cardíaca ou hipoventilação devem ser tratadas com gliconato de cálcio 1g intravenoso. Em caso de persistência das convulsões, é recomendado a utilização de Diazepam ou lorazepam intravenosos. 3,8
	Para aumentar o débito urinário, administra-se soro fisiológico 0,9% ou ringer lactato intravenosos, em caso de persistência de oligúria, realiza-se testes de provação de líquido rigorosamente monitorados, somente em alguns casos é recomendado a utilização de diuréticos. 3,8
	Em casos graves de hipertensão não controlada com as medicações de entrada, utiliza-se hidralazina ou labetalol intravenosos, em doses escalonadas. 3,8
	As gestantes que apresentam maior risco de desenvolver pré-eclâmpsia é recomendado doses baixas de ácido acetilsalicílico, 81 mg por dia. Esse tratamento deve ser iniciado entre 12 e 28 semanas de gestação, preferencialmente antes das 16 semanas até o parto. 3,8
	Tratamento cirúrgico: O parto é o tratamento cirúrgico e o tratamento final para a pré-eclâmpsia. Deve-se escolher o mais eficiente, caso a cérvice seja favorável e apontar para um parto vaginal rápido, administra-se ocitocina intravenoso para acelerar o trabalho de parto, em caso de trabalho de parto ativo e membranas rotas. Em caso de negativas para um parto vaginal imediato e não for possível prolongar a gestação, realiza-se a cesariana. Geralmente a pré-eclâmpsia ou eclampsia desaparecem após ao parto, em 6 a 12 horas. 3,8
4.1.6	Complicações
		Uma das principais complicações da pré-eclâmpsia é a Síndrome HELLP, que ocorre entre 10% e 20% das gestantes com eclampsia, essa síndrome consiste na hemólise e nos danos ao fígado, com níveis elevados de enzimas hepáticas, além do número baixo de plaquetas, aumentando o risco de sangramento, tanto durante quanto após o parto. 4,6
	Outras complicações importantes são a restrição do crescimento do feto, assim como morte fetal. Na gestante, o vasoespasmo pode causar isquemia, lesionando múltiplos órgãos, os mais frequentes sendo o cérebro, rins e fígado. Há, também, o risco de descolamento prematuro da placenta, tanto na gestação atual quanto em gestações futuras. 3
4.3	Sistematização da assistência de enfermagem
4.3.1	Investigação
Cliente ACC compareceu no dia 14/03/2022 ao Hospital Municipal de Paulínia queixando-se de dores nas costas e secreção vaginal transparente sem odor, sem coceira. Tem 26 anos, é casada, G1Pn0A0, está de 37 semanas e 2 dias de gestação, refere estar com consultas ginecológicas antes da gravidez e C.O em dia, sexualmente ativa, mantém parceiro fixo. Refere ter uma alimentação equilibrada, sendo mais frequente fast food a noite, ingere bastante água, porém nos últimos dias vem ingerindo pouca água, não realiza atividades físicas. Nega tabagismo, alcoolismo, comorbidades, alergias, cirurgias anteriores. Refere evacuação diária e diurese amarelo claro em grande quantidade, sendo que nos últimos dias a diurese apresenta menor quantidade e um amarelo mais escuro. Em sua casa mora apenas com o marido, é dona de uma padaria, onde não parou de trabalhar durante a gestação, não teve complicações durante a gestação. Cliente refere DLD como posição mais confortável para dor.
Dados antropométricos:
Peso= 75 kg, altura= 1,60 m
SSVV:
 Pulso radial: 72 bpm FR: 20 irpm PA: 151x91mmHg	BCF: 150 bpm
Exame Físico:
Corada, hidratada, lúcida, eupneico, MV + sem RA, FC regular, mamas D e E túrgidas, mamilos D e E protusos, com pele íntegra, abdômen gravídico com RHA +, perfusão periférica + normal, edema +++/4+ em MMSS e MMII, pulsos presentes, apresentando dor 5/10 em MMSS apresentando expressão de dor, pele íntegra apresentando sudorese, apresenta dificuldade de deambulação. 
Exames laboratoriais:
Bilirrubina total: 0,50 mg/dL
DHL: 220,6 U/L
Creatinina: 0,57 mg/dL
TGO: 20,2 U/L
TGP: 11,8 U/L
Proteína urinária: 148,90 mg/dL
Creatinina urinária: 172,40 mg/dL
Relação proteína/creatinina: 0,86 mg/dL
HB: 13,4 g/dL
HT: 39,9%
Leucócitos: 10,4 mil/mm³
Plaquetas: 211 mil/mm³
Secreção vaginal/anal negativo para Streptococcus agalactiae
HIV não reagente
Sífilis não reagente
Conduta médica:
Administrado 1 amp de hidralazina + 1 amp de dipirona em 100 ml SF 0,9% EV, realizado punção com abocath 20 em MSE. Internação para acompanhamento, solicitado monitoramento fetal com cardiotoco. Identificado diabetes gestacional negligenciada.
HD: Pré-eclâmpsia
Evolução:
Solicitado por PM 25 mcg VV mesoprostol para indução de parto, às 16 h.
Às 22 h evoluído para parto cesárea por sofrimento fetal e DHEG (doença hipertensiva específica da gestação).
4.3.2	 Diagnósticos de enfermagem - NANDA
Volume de líquidos deficiente relacionado a Ingestão de líquidos insuficiente, evidenciado por Aumento na concentração urinária, Diminuição do débito urinário. (NANDA – pág. 326 PDF).
	Dor aguda evidenciado por Alteração no parâmetro fisiológico, Autorrelato da intensidade usando escala padronizada da dor, Comportamento expressivo, Expressão facial de dor, Posição para aliviar a dor. (NANDA – pág. 889 PDF).
	Dor no trabalho de parto relacionado a Expulsão do feto, evidenciado por Alteração na função urinária, Alteração na pressão arterial, Alteração na tensão muscular, Contração uterina, Diaforese, Dor, Expressão facial de dor, Posição para aliviar a dor. (NANDA – pág. 897 PDF).
	Risco de síndrome do desequilíbrio metabólico relacionado a Pressão arterial instável, evidenciado por Estilo de vida sedentário, Risco de glicemia instável. (NANDA – pág. 322 PDF)
	Integridade tissular prejudicada relacionado a Volume de líquidos deficiente, Dano tecidual, Dor aguda, Sangramento, Tecido destruído, evidenciado por Alteração na sensibilidade, Alteração no metabolismo, Mobilidade prejudicada, Procedimento cirúrgico, Trauma vascular. (NANDA – pág. 776 PDF)
	Deambulação prejudicada relacionado a Dor, evidenciado por Prejuízo musculoesquelético. (NANDA – pág. 397 PDF).
	Risco de glicemia instável relacionado a Controle insuficiente do diabetes, Média de atividade física diária inferior à recomendada para idade e sexo, Monitoração inadequada da glicemia, evidenciado por Gravidez. (NANDA – pág. 314 PDF).
Risco para infecção no sítio cirúrgico associado à Diabetes melito, Duração da cirurgia, Hipertensão, Tipo de anestesia, Tipo de procedimento cirúrgico. (NANDA – pág. 745 PDF).
4.3.3	 Intervenções (condutas) – NIC
Cuidados na GRAVIDEZ de Alto Risco (NIC – pág. 442 PDF)
Atividades:
1. Determinar a presença de fatores clínicos relacionados ao risco na gravidez (p. ex., diabetes, hipertensão, lúpus eritematoso, herpes, hepatite, HIV e epilepsia).
2. Orientar a paciente sobre uso da medicação prescrita (p. ex., insulina, tocolíticos, anti-hipertensivos, antibióticos, anticoagulantes e anticonvulsivantes).
3. Escrever as orientações em relação a sinais e sintomas que exijamatenção médica imediata (p. ex., sangramento vaginal vermelho-vivo, mudança no líquido amniótico, redução dos movimentos fetais, quatro ou mais contrações/hora antes de 37 semanas gestacionais, dor de cabeça, perturbações visuais, dor epigástrica e aumento rápido de peso, com edema facial).
4. Relatar imediatamente ao médico ou a parteiros, desvios da normalidade nas condições maternas e/ou fetais.
Controle da Eliminação URINÁRIA (NIC – pág. 759 PDF)
Atividades:
1. Monitorar a eliminação urinária, inclusive frequência, consistência, odor, volume e cor, conforme apropriado
2. Ensinar o paciente a beber 250 mL de líquido às refeições, entre as refeições e no início da noite.
3. Restringir líquidos sempre que necessário.
4. Monitorar o surgimento de sinais e sintomas de retenção urinária.
Controle da DOR (NIC – pág. 311 PDF)
Atividades:
1. Realizar uma avaliação completa da dor, incluindo local, características, início/duração, frequência, qualidade, intensidade e gravidade, além de fatores precipitadores.
2. Investigar com o paciente os fatores que aliviam/pioram a dor.
3. Oferecer ao indivíduo um excelente alívio da dor mediante a analgesia prescrita. 
4. Reduzir ou eliminar fatores que precipitam ou aumentam a experiência de dor (p. ex., medo, cansaço, monotonia e falta de informação). 
Proteção contra INFECÇÃO (NIC – pág. 490 PDF)
Atividades:
1. Monitorar sinais e sintomas sistêmicos e localizados da infecção;
2. Monitorar vulnerabilidade da infecção;
3. Orientar o paciente a tomar antibióticos conforme prescrito.
4. Providenciar cuidados adequados à pele em áreas edemaciadas.
Cuidados no PARTO Cesáreo (NIC – pág. 598 PDF)
Atividades: 
1. Determinar a percepção da paciente e os preparativos para a cesariana, conforme apropriado.
2. Encorajar o pai a observar o parto, conforme apropriado.
3. Dar oportunidade para ver ou segurar o bebê após o nascimento, conforme apropriado.
4. Oferecer medicação para a dor para facilitar o repouso, o relaxamento, a lactação e os cuidados do bebê, conforme apropriado.
Prescrição de enfermagem
1. Determinar a presença de fatores clínicos relacionados ao risco na gravidez. M/T/N
2. Orientar a paciente sobre uso da medicação prescrita. M/T/N
3. Escrever as orientações em relação a sinais e sintomas que exijam atenção médica imediata. M/T/N
4. Relatar imediatamente ao médico ou a parteiros, desvios da normalidade nas condições maternas e/ou fetais. M/T/N
5. Monitorar a eliminação urinária, inclusive frequência, consistência, odor, volume e cor, conforme apropriado. M/T/N
6. Ensinar o paciente a beber 250 mL de líquido às refeições, entre as refeições e no início da noite. M/T/N
7. Restringir líquidos sempre que necessário. M/T/N
8. Monitorar o surgimento de sinais e sintomas de retenção urinária. M/T/N
9. Realizar uma avaliação completa da dor, incluindo local, características, início/duração, frequência, qualidade, intensidade e gravidade, além de fatores precipitadores. M/T/N
10. Investigar com o paciente os fatores que aliviam/pioram a dor. M/T/N
11. Oferecer ao indivíduo um excelente alívio da dor mediante a analgesia prescrita. CPM M/T/N
12. Reduzir ou eliminar fatores que precipitam ou aumentam a experiência de dor. M/T/N
13. Monitorar sinais e sintomas sistêmicos e localizados da infecção. M/T/N
14. Monitorar vulnerabilidade da infecção. M/T/N
15. Orientar o paciente a tomar antibióticos conforme prescrito. CPM M/T/N
16. Providenciar cuidados adequados à pele em áreas edemaciadas. M/T/N
17. Determinar a percepção da paciente e os preparativos para a cesariana, conforme apropriado. M/T/N
18. Encorajar o pai a observar o parto, conforme apropriado. M/T/N
19. Dar oportunidade para ver ou segurar o bebê após o nascimento, conforme apropriado. M/T/N
20. Oferecer medicação para a dor para facilitar o repouso, o relaxamento, a lactação e os cuidados do bebê, conforme apropriado. CPM M/T/N
21. Aferir SSVV 2/2 h. 08/10/12/14/16/18/20/22/00/02/04/06
22. Aferir glicemia capilar 4/4 h. 10/14/18/22/02/06
4.3.3 Resultados esperados (evolução) – NOC
1 - Mobilidade
Indicador: Movimentos realizados com facilidade 
Manter em 2 aumentar para 3 em 24 horas.
2 - Nível de Glicemia
Indicador: Glicose do sangue
Manter em 4 aumentar para 5 em 48 horas.
3 - Cicatrização de Feridas: primeira intenção
Indicador: Formação de cicatriz
Manter em 1 aumentar para 2 em 48 horas.
4 - Conhecimento: Controle da Hipertensão
Indicador: Pressão arterial almejada
Manter em 2 aumentar para 5 em 2 horas.
5 - Estado Nutricional: ingestão de alimentos e líquidos
Indicador: Ingestão oral de líquidos
Manter em 1 aumentar para 3 em 24 horas.
6 - Controle da Dor. 
Indicador: Relata dor controlada
Manter em 2 aumentar para 3 em 2 horas.
6	CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final dessa atividade, foi possível compreender melhor sobre o trabalho do enfermeiro na assistência primária, em saúde coletiva, assim como entender melhor o funcionamento do NANDA, NIC e NOC, que é um sistema importante na ajuda do trabalho do enfermeiro, que auxilia na avaliação do paciente, assim como na padronização da assistência com as intervenções de enfermagem a serem realizadas, garantindo uma assistência de enfermagem integral ao paciente e individualizada, visando não somente a doença, mas toda a história que envolve o paciente e sua saúde. 
Toda essa padronização do atendimento de enfermagem, do diagnóstico à avaliação é compreendida na Sistematização da Assistência de Enfermagem, a SAE, que é o objetivo a ser realizado nessa atividade. Foi, então, possível compreender que há um estudo profundo não só dos sinais e sintomas apresentados pelo paciente, mas também na anamnese, exame clínico, físico, exames laboratoriais, o papel do enfermeiro e as patologias que ele apresenta ou pode apresentar, visando eliminar os riscos de complicações à vida do paciente. Foi possível compreender que a SAE visa atender as necessidades do paciente, não só relacionadas à sua patologia atual, que, por tanto, é um instrumento de grande importância e complexidade no atendimento da enfermagem.
Além de ter compreendido alguns pontos acerca da SAE, a utilizar e relacionar o referencial teórico que envolve a profissão da enfermagem, também foi possível compreender melhor sobre a patologia apresentadas nos estudos de caso, entender que ela apresenta sintomas específicos que se destacam, assim como pode apresentar sintomas generalizados. E qual o curso de desenvolvimento a patologia deve ter, guiando o enfermeiro em seu atendimento.
7	REFERÊNCIAS
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