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Constitucional - Controle de Constitucionalidade I
Humanas / Sociais
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Gabriele F Vellozo Dias 
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muito embora não sejam formalmente constitucionais, vinculam os atos e procedimentos legislativos, constituindo-se normas constitucionais interpostas” (ZAGREBELSKY, Gustavo. La giustizia costituzionale. Bologna, Mulino, 1979, p. 40-41). Ocorre que o Mandado de segurança que apreciava a matéria no STF foi extinto sem adentrar nessa questão, de modo que não é possível afirmar que tal teoria é ou será acolhida. De toda forma, fica o registro. Pergunta da prova oral do TJ-PA: O Supremo Tribunal Federal pode fazer controle de constitucionalidade preventivo de norma em fase de elaboração? Padrão de resposta da banca: Classicamente, o Poder Judiciário realiza o controle repressivo de constitucionalidade, cabendo aos Poderes Executivo e Legislativo a primazia do controle preventivo. Contudo, como exceção, admite a jurisprudência do STF o controle de constitucionalidade em relação aos requisitos formais. Nesse caso, o parlamentar, e somente ele, possui legitimidade para impetrar mandado de segurança “com a finalidade de coibir atos praticados no processo de aprovação de lei ou emenda constitucional incompatíveis com disposições constitucionais que disciplinam o processo legislativo” (STF, MS 24.667, min. Carlos Velloso, Pleno, DJ de 23/4/2004). Sobre o tema da inviabilidade do controle de constitucionalidade preventivo para verificação de requisitos materiais pelo Poder Judiciário (salvo manifesta ofensa à cláusula pétrea), confira-se in verbis o seguinte precedente do STF. CONSTITUCIONAL. MANDADO DE SEGURANÇA. CONTROLE PREVENTIVO DE CONSTITUCIONALIDADE MATERIAL DE PROJETO DE LEI. INVIABILIDADE. 1. Não se admite, no sistema brasileiro, o controle jurisdicional de constitucionalidade material de projetos de lei (controle preventivo de normas em curso de formação). O que a jurisprudência do STF tem admitido, como exceção, é “a legitimidade do parlamentar - e somente do parlamentar - para impetrar mandado de segurança com a finalidade de coibir atos praticados no processo de aprovação de lei ou emenda constitucional incompatíveis com disposições constitucionais que disciplinam o processo legislativo” (MS 24.667, Pleno, min. Carlos Velloso, DJ de 23.04.04). Nessas excepcionais situações, em que o vício de inconstitucionalidade está diretamente relacionado a aspectos formais e procedimentais da atuação legislativa, a impetração de segurança é admissível, segundo a jurisprudência do STF, porque visa a corrigir vício já efetivamente concretizado no próprio curso do processo de formação da norma, antes mesmo e independentemente de sua final aprovação ou não. 2. Sendo inadmissível o controle preventivo da constitucionalidade material das normas em curso de formação, não cabe atribuir a parlamentar, a quem a Constituição nega habilitação para provocar o controle abstrato repressivo, a prerrogativa, sob todos os aspectos mais abrangente e mais eficiente, de provocar esse mesmo controle antecipadamente, por via de mandado de segurança. 3. A prematura intervenção do Judiciário em domínio jurídico e político de formação dos atos normativos em curso no Parlamento, além de universalizar um sistema de controle preventivo não admitido pela Constituição, subtrairia dos outros Poderes da República, sem justificação plausível, a prerrogativa constitucional que detém de debater e aperfeiçoar os projetos, inclusive para sanar seus eventuais vícios de inconstitucionalidade. Quanto mais evidente e grotesca possa ser a inconstitucionalidade material de projetos de leis, menos ainda se deverá duvidar do exercício responsável do papel do Legislativo, de negar-lhe aprovação, e do Executivo, de apor-lhe veto, se for o caso. Partir da suposição contrária significaria menosprezar a seriedade e o senso de responsabilidade desses dois Poderes do Estado. E se, eventualmente, um projeto assim se transformar em lei, sempre haverá a possibilidade de provocar o controle repressivo pelo Judiciário, para negar-lhe validade, retirando-a do ordenamento jurídico. 4. Mandado de segurança indeferido. ATENÇÃO! O controle de constitucionalidade preventivo realizado pelo STF é considerado concreto/incidental e não impede posterior controle repressivo. Em outras palavras, o fato de o STF ter indeferido Mandado de Segurança impetrado por parlamentar para trancar projeto de lei supostamente ofensivo ao processo legislativo constitucional não impede posterior análise de ADI contra a mesma lei, nem vincula seu resultado. B) POSTERIOR OU REPRESSIVO (sistema jurisdicional) - É aquele realizado sobre a lei já criada. É por regra exercido pelo Poder Judiciário pelos sistemas difuso e concentrado de controle de constitucionalidade. Entretanto, em determinados casos, o controle posterior poderá ser realizado por outros órgãos que não o Judiciário (exceções - sistema político): B.1. Legislativo - São exemplos de controle posterior/repressivo do legislativo: i) votação sobre Medida Provisória editada pelo Presidente e encaminhamento ao Congresso (art. 62 da CF); ii) sustação pelo Congresso de atos do Executivo que extrapolem competência regulamentar (art. 49, V, 68 e 84, IV da CF); B.2. Executivo - Antes da CF de 1988, o chefe do poder executivo poderia determinar, por decreto, aos órgãos subordinados, que se abstivessem de aplicar determinada lei considerada inconstitucional. A justificativa era que apenas o PGR era legitimado para propor a ADI, e neste contexto, se consolidou que o Chefe do Executivo poderia deixar de aplicar uma Lei por entender que seja ela inconstitucional. Registre-se: “EMENTA: É constitucional decreto de chefe de poder executivo estadual que determina aos órgãos a ele subordinados que se abstenham da prática de atos que impliquem a execução de dispositivos legais vetados por falta de iniciativa exclusiva do poder executivo. Constitucionalidade do Decreto n.7.864, de 30 de abril de 1976, do Governador do Estado de São Paulo. Representação julgada improcedente” (Rp 980/SP, Rel. Min. Moreira Alves, j. 21.11.1979, Pleno, DJ de 19.09.1980, p.7202, RTJ 96-03/496). Nesse mesmo sentido, ainda: “O Poder Executivo não é obrigado a cumprir leis que considere inconstitucionais” (Recurso de MS 13.950, j. 10.10.1968, Min. Amaral Santos, RDA 97/116). 27 Ocorre que o quadro se modificou com o advento da Constituição Federal de 1988, que promoveu significativa ampliação do rol de legitimados à propositura de ADI, inclusive incluindo o chefe do executivo Federal e Estadual. Algumas vozes na doutrina passaram a questionar então o entendimento de que o chefe do executivo não pode determinar descumprimento de lei manifestamente inconstitucional, uma vez que a lei possui presunção de legitimidade, até que se declare o contrário, e com a expansão da legitimação para propor ADI, o mais coerente seria provocar a jurisdição do STF. Tal entendimento, contudo, não é unânime. Pedro Lenza, citando Barroso, entende pela possibilidade de descumprimento da Lei Inconstitucional pelo Chefe do executivo, citando ainda julgado do STF no qual foi validada a possibilidade de impor ao executivo que determine a não observância de leis inconstitucionais; da mesma forma há precedente na 1ª Turma do STJ, consagrando a tese do controle posterior ou repressivo pelo Executivo: “Lei inconstitucional — Poder Executivo — Negativa de eficácia. O poder executivo deve negar execução a ato normativo que lhe pareça inconstitucional” (REsp 23121/GO, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros; 1.ª Turma, j. 06.10.1993, DJ de 08.11.1993, p. 23521, LEXSTJ 55/152). Nos concursos, em provas objetivas deve se atentar aos contornos do enunciado. Havendo expressa menção à jurisprudência do STJ, deve-se acolher a possibilidade de controle posterior e repressivo pelo executivo. No STF, embora o julgado