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Clínica da reprodução em grandes animais Profa. Dra. Vanessa Storillo veterinariavanessa@yahoo.com.br 2 3 ÚTERO FASE ESTROGÊNICA: estro e parto Maior atividade dos neutrófilos, motilidade, presença de Ig, maior fluxo sanguíneo, produção de muco FASE PROGESTERÔNICA Menor resistência às infecções Diminuição da contratilidade uterina, da atividade leucocitária Defesas físicas: esfíncter vulvar e cérvix. Danos à vulva e cérvix: parto 4 ÚTERO PÓS PARTO Involução uterina ÉGUA: 9 dias VACA: 50 dias Eliminação do lóquio: sangue, líquidos fetais, restos de anexos fetais... Eliminar maior parte em 48h Reconstituição epitelial Fechamento da cérvix: 24-36h 5 METRITE, ENDOMETRITE E RETENÇÃO DE ANEXOS FETAIS 6 INFECÇÕES ÚTERINAS Via hematógena ou outros órgãos pode ocorrer Maioria por via ascendente Causas: Infecção: bactérias saprófitas genitais Químicos: soluções de lavagem, medicamentos oleosos Físicos: trauma tração, na IA pela pipeta 7 METRITE Metrite = parede uterina inteira Afeta o estado geral do animal Pode levar à toxemia = Temperatura pode estar elevada, mais comum é baixa, anorexia, desidratação, diarreia. Útero com grande volume de conteúdo fétido, vermelho, saindo pela vagina por esforços de expulsão. Pode levar à mastite 8 9 METRITE - TRATAMENTO Antibioticoterapia sistêmica de amplo espectro Retirar gentilmente anexos fetais que estejam pendentes pelo lado de fora (não ir até vagina e útero com a mão) CUIDADO: útero friável Tratamento de suporte: fluidoterapia e AINE 10 METRITE - TRATAMENTO Infusões uterinas: diminuição da defesa do útero Diluições de iodo / lugol: são agressivos Infusão de tetraciclinas: casos de endometrite medianas é efetivo, mas não suficiente para uma metrite. Estrógenos nessa fase não são indicados: aumento do fluxo sanguíneo e absorção de toxinas. 11 TRATAMENTO ➢ Quando o animal estiver melhor Lavagem uterina com fisiológica morna Tubo de silicone ou plástico mole, com furos na ponta Sifão Remoção mecânica e estímulo uterino Continuar com o antibiótico sistêmico Talvez o antibiótico intrauterino traga benefícios Tratamento diário 12 INFLAMAÇÃO ÚTERINA - PROGNÓSTICO PROGNÓSTICO: reservado Lesões uterinas? Aderências uterinas? Tubáricas? 13 ENDOMETRITE Não afeta o estado geral do animal Mas afeta muito a fertilidade SINAIS CLÍNICOS Descarga vaginal branca, esbranquiçada, amarelada Volume varia, mas aumenta no estro Palpação: útero ainda volumoso, não involuído Biópsia: para clínica e subclínica (repeat breeder syndrome) 14 15 ENDOMETRITE - TRATAMENTO Alta taxa de autocura (30%) Antibioticoterapia intrauterina para endom. Crônica Cuidado com dose, alto risco de subdose Amplo espectro, incluindo anaeróbios Eficácia em ambiente anaeróbio Não usar com veículos propileno glicol, óleo, que formem depósitos 16 ENDOMETRITE - TRATAMENTO Aminoglicosídeos não são efetivos no ambiente anaeróbio Sulfonamidas (Sulfas) – são inativadas por metabólitos Penicilinas – são inativadas por metabólitos PGF = 6-8 dias reexamina 3-5 dias estro 17 RETENÇÃO DE ANEXOS FETAIS Eliminação dos anexos fetais: 6h pós-parto Menos comum 12h Égua: 30 min – 3h 24h – retenção Etiologia: Maturação da placenta - estresse Contrações uterinas fracas Placentite (B. abortus) 18 RETENÇÃO DE ANEXOS FETAIS Miométrio pára com 36 h pós-parto Se não eliminou anexos... 7-10 de retenção Sem complicações: Não afeta a fertilidade (60 dias pós-parto monta) 19 RETENÇÃO DE ANEXOS FETAIS - TRATAMENTO Não tracionar Pode-se retirar a parte que já está exteriorizada Ocitocina – aumenta a contração uterina, mas precisa ser administrada antes de 24h. PGF – Não obteve efeito Cálcio 20 21 LEPTOSPIROSE Zoonose Leptospira sp (250 sorovares) Leptospira interrogans - hardjo Morte fetal Aborto (> 6 meses) Natimorto Bezerros fracos 22 LEPTOSPIROSE Penetra via pele, mucosas, sêmen Colonização dos rins, feto e placenta Excreção urinária – muitas semanas até a vida toda Dano renal, hemólise, hepatite, febre, hemoglobinúria, icterícia Aborto é menos comum em animais de corte pq se infectam quando bezerros 23 LEPTOSPIROSE DIAGNÓSTICO: Sem lesões patognomônicas Sorologia em feto, nas vacas TRATAMENTO E CONTROLE Vacinação Di-hidroestreptomicina 24 BVD – DIARREIA VIRAL BOVINA Morte embrionária, anormalidades fetais e aborto Isolamento viral em tecido fetal Infecção perto da cobertura = impede concepção Infecção nos primeiros 4m = morte fetal, aborto 18-125d cepas não citopáticas= portador assintomático 100-150 dias = defeitos congênitos Vacinação + eliminar persistentemente infectados + impedir a entrada de PI na propriedade. 25 IBR – HERPESVÍRUS BOVINO TIPO I – RINOTRAQUEÍTE INFECCIOSA BOVINA Causa doença respiratória aguda Vulvovaginite pustular Aborto – após a forma respiratória - > 4m Transmissão venérea e contato com as pústulas Alguns animais ficam com infecção latente Pústulas, descarga vaginal, infertilidade 26 27 Semiologia e afecções da glândula mamária Parênquima Cél. secretoras de leite ÚBERE - Bovinos: 4 gll. individuais e INDEPENDENTES Pequenos ruminantes: 2 glândulas individuais BUDRAS, K. D.; HABEL, R. E. Bovine anatomy. 1 ed OCITOCINA Estímulo tátil do úbere, auditivos, visuais e olfativos. 1 min. pós estímulo: aumento de pressão no úbere = ejeção do leite / descida do leite 30 Wattiaux, M.A. – Essenciais em gado de leite – 21 Princípios da ordenha https://kb.wisc.edu/dairynutrient/page.php?id=52752 Estímulo Ordenha ou Bezerro ao pé Hipófise posterior Ocitocina Contração Células Mioepiteliais Descida Leite Medo, Estresse, Dor Doenças sistêmicas Adrenalina Supra renal Ação oposta Não Descida Leite Canal do teto Cisterna do teto Cisterna da glândula DOI: 10.1007/s10911-018-9395-1 h tt p s :/ /o p e n .l ib .u m n .e d u /l a r g e a n im a ls u rg e ry /c h a p te r/ u d d e r- a n a to m y / Roseta de Fürstenberg MAMITES OU MASTITES PROCESSOS INFLAMATÓRIOS de origem infecciosa ou não que atingem a mucosa, tecido secretor e/ou intersticial da glândula mamária Raça, idade e sistema de produção Boas Práticas de Manejo – Ordenha, 2014 www.grupoetco.org.br EXAME FÍSICO – INSPEÇÃO DO ÚBERE EXAME FÍSICO – INSPEÇÃO DO ÚBERE antes, durante e após a ordenha alterações de: atitude, local, volume maior ou menor VANESSA M STORILLO EXAME FÍSICO – PALPAÇÃO DO ÚBERE Normal: granulação fina e macio Antes e depois da ordenha Todo o conjunto, cada quarto, cisternas Sinal de Godet Marcio Nunes Corrêa – Universidade Federal da Bahia Palpação do linfonodo retromamário BUDRAS, K. D.; HABEL, R. E. Bovine anatomy. 1 ed EXAME FÍSICO – INSPEÇÃO TETOS EXAME FÍSICO – PALPAÇÃO TETOS Marcio Nunes Corrêa – Universidade Federal da Bahia FONSECA; SANTOS - Qualidade do Leite e Controle da Mastite, 2000 www.qualileite.org MASTITE CLÍNICA SUBCLÍNICA MASTITE CLÍNICA CATARRAL AGUDA CRÔNICA APOSTEMATOSA FLEGMONOSA Mastite Catarral Aguda • Exame Leite: grumos, alcalinidade, ↑CCS, ↑Ne • Bactérias Staphylococcus spp e Streptococcus spp • Sintomas Clínicos: - dor – atitude - posições antiálgicas - calor - rubor - sinal de Godet + - assimetria generalizada Mastite Catarral Crônica • Sintomas Clínicos - Inflamação aguda: regressão ou s/sintomas - endurecimento parênquima - Nódulos/endurecimento extensos Podem ocorrer pelo abrandamento dos sintomas agudo ou desenvolverem-se gradativamente (micro-organismos de baixa patogenicidade e/ou animais com alta resistência). Mastite Flegmonosa • Processos inflamatórios graves, extensos e difusos = todos os tecidos glândula • Leite: secreção sero-sanguinolenta serosa com flocos flutuantes ou sanguinolenta de cor “vinho tinto” • Bactérias: coliformes, Staphylococcus aureus e Clostridium spp • Fase Puerperal ARAÚJO, W. P. Mastite Flegmonosa • Sintomas Clínicos:• Gerais - Toxemia grave - inapetência - dist. cardiocirculatórios - dist. Respiratórios - dist. entéricos - hipertermia - desidratação • Locais - ↓produção/agalaxia - Inflamação grave - Distúrbio de atitude e locomoção - Cianose - Diminuição temperatura - Gangrena Mastite Apostematosa • Processo Inflamatório Profundo da Mama com abundante produção de pus e formação apostemas • Bactérias: Corynebacterium pyogenes, Staphylococcus spp e Streptococcus spp • Secreção láctea: massa purulenta homogênea, filamentosa, fibrina, sero-sanguinolenta HOVET UNIP-SP, 2009 Mastite Apostematosa • Sintomas Clínicos • Gerais - hipertermia - inapetência - toxemia - abscessos hepáticos - poliartrites • Locais - deformação mama - abscessos - endurecimento - supurações - secreção purulenta CBPR, 2011 Minerva MASTITE SUBCLÍNICA MASTITES CLÍNICAS Inspeção do leite Exame do fundo escuro: Usar os 3 primeiros jatos de cada teto. C o m o i d e n ti fi c a r a v a c a c o m m a s ti te e m s u a p ro p ri e d a d e E M B R A P A , 2 0 1 5 MASTITE SUBCLÍNICA Parâmetros citológicos Contagem de células somáticas= leucócitos (origem sangue) e cél de descamação do epitélio glandular. CCS saudável: 50.000 cél/mL CCS subclínica: 200.000 cél/mL CCS clínica: > 5.000.000 cél/Ml Indiretos – California Mastitis Test (CMT) Como controle uma vez ao mês. MASTITE SUBCLÍNICA Parâmetros citológicos Inspeção Primeiros 3 jatos = fundo escuro 2ml para CMT ORDENHA Palpação do úbere Escore CMT Descrição da reação 0 (negativa) A mistura permanece fluida (+) (traços) Forma-se ligeiro precipitado que desaparece com a movimentação + (fracamente positiva) Há um aumento de viscosidade sem formação de gelatina, raramente desaparece com a movimentação ++ (positiva) A mistura imediatamente torna-se viscosa, durante a movimentação a mistura dirige-se em sentido centrífugo, deixando o centro do receptáculo descoberto. Sugere-se ocorrência de gelificação +++ (fortemente positiva) Ocorre gelificação imediata e evidente; durante a movimentação a mistura dirige-se em sentido centrípedo, acumulando-se no centro do receptáculo, com convexidade; a massa adere ao fundo da placa Interpretação do California Mastitis Test (CMT) - vacas Perda de Símbolo Significado Schalm et al., 1971 (%Ns) Produção (%) Negativo - 0-200.000 (0-25%)* - Traços (+) 150.000-500.000 (30-40%)* 3-6 Ligeira/e positivo + 400.000-1.500.000 (40-60%) 10-11 Franca/e positivo ++ 800.000-5.000.000 (60-70%)* 16-26 Forte/e positivo +++ + de 5.000.000 (70-80%)* 26-46 * Ns = neutrófilos Análise microbiológica • Colheita: gl normal é estéril, manter Esterilidade na coleta Culturas – bactérias (Krieg e Holt, 1994; Lennete et al., 1985) – fungos (Kreeger-Van-Rig, 1984) – algas (Costa et al., 1996) – Virus (Gregory et al., 2004) • Testes de sensibilidade “in vitro” - Antibiograma Tratamento Subclínica: antib intramamário ao final da lactação - Ordenhar - Aplicação ocitocina 10UI IV (clínica) - Tratamento intra-mamário: Assepsia do teto; Introdução cânula estéril; Massagem cisternas – sentido proximal. Vaca seca Persistência do antimicrobiano = veículos oleosos ↑concentração antib. Vaca lactação Antib. c/ veículo aquoso Difusão na mama e menor período de carência Indicações Objetivos Mastite Catarral Mastite Apostematosa Mastite Flegmonosa Antibiótico intramamário Ver indicação X X X Antibiótico sistêmico Ver indicação X X Antitérmico Dipirona X Antiinflamatório Banamine 2,2mg/Kg Inflamação X Casos Agudos X Toxemia Glicose 10-20% Metionina Gluconato de cálcio a 10% X X Fluidoterapia Ringer com lactato X Estado alérgico* Anti-histamínicos X Mucolíticos X Secagem** Iodo 2% X *Arcanobacterium pyogenes – produtor toxinas = estado alérgico *Antigamente: Corynebacterium/Actinomyces pyogenes ** Indicação quando houver bolsas purulentas Prognóstico • Mamite catarral aguda: bom • Mamite catarral crônica: reservado • Mamite flegmonosa - Quanto à vida: reservado - Quanto à função: reservado a mau • Mamite Apostematosa • Quanto à vida: reservado • Quanto à função: mau Staphylococcus aureus = dificilmente é eliminado pela antibioticoterapia PREVENÇÃO DA MASTITE Boa alimentação e instalação dos animais Sem estresse – na instalação e na ordenha Limpeza dos tetos = se necessária Boas Práticas de Manejo – Ordenha, 2014 www.grupoetco.org.br PREVENÇÃO DA MASTITE Pré-dipping: desinfecção do teto antes da ordenha (iodóforo, clorexidina, hipoclorito) Equipamento de ordenha regulado Pós-dipping: desinfecção do teto após a ordenha (iodóforo, clorexidina, hipoclorito) Manter a vaca em pé por 30 min após a ordenha = alimentar ao sair da ordenha Terapia da vaca seca Descarte de vacas infectadas PREVENÇÃO DA MASTITE Realizar teste do fundo preto antes de todas as ordenhas CMT a cada 15 dias. Com o resultado construir a ordem de ordenha PREVENÇÃO DA MASTITE Ter uma ordem de ordenha Link CMT https://www.youtube.com/watch?v=BvbZPk5riEc INÍCIO 2MIN https://www.youtube.com/watch?v=BvbZPk5riEc Links http://www.agricultura.gov.br/assuntos/boas- praticas-e-bem-estar-animal/arquivos- publicacoes-bem-estar-animal/ordenha.pdf https://www.embrapa.br/busca-de- publicacoes/-/publicacao/970072/o-uso-do-kit- embrapa-de-ordenha-manual-para-produzir- leite-com-qualidade-cartilhas-adaptadas-ao- letramento-do-produtor http://qualileite.org/publicacoes/ http://www.agricultura.gov.br/assuntos/boas-praticas-e-bem-estar-animal/arquivos-publicacoes-bem-estar-animal/ordenha.pdf https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/970072/o-uso-do-kit-embrapa-de-ordenha-manual-para-produzir-leite-com-qualidade-cartilhas-adaptadas-ao-letramento-do-produtor
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