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CICLO MENSTRUAL

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1 MÓDULO II: SAÚDE DA MULHER 
ANA LUÍZA A. PAIVA – T XXV 2022/1 
 
OBJETIVOS 
1. Descrever o ciclo menstrual fisiológico. 
2. Analisar a Síndrome do ovário policístico (fatores 
de risco, quadro clínico, diagnóstico, tratamento e 
prognóstico) 
3. Citar as causas de anovulação 
REFERÊNCIAS 
HALL, John Edward; GUYTON. Tratado de Fisiologia 
Médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. 
 BARBOSA, Mariana Granado; SARTORI, Marair 
Gracio Ferreira. Manual de ginecologia – UNIFESP. 
1° ed. São Paulo: Roca, 2013. 
Hoffman et al. Ginecologia de Williams. 2. ed. 
Porto Alegre: AMGH, 2014. 
CICLO MENSTRUAL FISIOLÓGICO 
O ciclo menstrual está relacionado às variações 
rítmicas mensais da secreção dos hormônios 
femininos e correspondem a alterações nos 
ovários e outros órgãos sexuais. 
Entre os 9 e os 12 anos de idade, a hipófise 
começa a secretar progressivamente mais FSH e 
LH, levando ao início de ciclos sexuais mensais 
normais, que começam entre 11 e 15 anos de 
idade. 
O ciclo dura, em média, 28 dias. Pode ser curto 
como 20 dias ou longo como 45 dias em algumas 
mulheres. 
A perda média de sangue é de 20 a 60 mL. 
SISTEMA HORMONAL FEMININO 
Os principais hormonios femininos são: 
HIPOTÁLAMO: Hormônio liberador de 
gonadotropina (GnRH) 
HIPÓFISE: Hormônio foliculoestimulante (FSH) e 
hormônio luteinizante (LH), 
OVÁRIO: estrogênio, progesterona e inibina 
 
Durante os primeiros dias de cada ciclo menstrual, 
as concentrações de FSH e LH começam a 
aumentar de leve a moderadamente, e o 
aumento do FSH é maior do que o de LH para 
estimular o crescimento inicial do folículo primário. 
O estrogênio é secretado no folículo e faz com 
que as células da granulosa formem quantidades 
cada vez maiores de receptores de FSH, o que 
provoca um efeito de feedback positivo. 
As grandes quantidades de estrogênio do folículo 
em crescimento mais rápido agem no 
hipotálamo, deprimindo a secreção mais intensa 
de FSH pela hipófise anterior, bloqueando, dessa 
forma, o crescimento posterior dos folículos menos 
bem desenvolvidos. 
Cerca de 2 dias antes da ovulação, a secreção 
de LH pela hipófise anterior aumenta e ultrapassa 
o nível de FSH, atingindo seu pico em torno de 16 
horas antes da ovulação. O FSH também aumenta 
ao mesmo tempo e ambos agem causando a 
rápida dilatação do folículo, durante os últimos 
dias antes da ovulação. 
Ciclo Menstrual 
Problema 02 
 
 
2 MÓDULO II: SAÚDE DA MULHER 
ANA LUÍZA A. PAIVA – T XXV 2022/1 
 
Durante os primeiros dias, a concentração de 
estrogênio aumenta até alcançar seu pico e um 
dia antes da ovulação, essa secreção de 
estrogênio começa a cair, enquanto o nível de 
progesterona começa a aumentar, já que, o LH 
atua nas células da granulosa e tecais, 
transformando-as em células secretoras de 
progesterona. 
O estrogênio, em especial, e a progesterona, em 
menor extensão, secretados pelo corpo lúteo 
durante a fase luteínica do ciclo ovariano, têm 
potentes efeitos de feedback negativo na hipófise 
anterior, mantendo intensidades secretoras 
reduzidas de FSH e LH. 
A inibina, que é secretada pelas células da 
granulosa do corpo lúteo ovariano, inibe a 
secreção de FSH e, em menor extensão, de LH 
pela hipófise anterior. 
As progestinas atuam preparando o útero para a 
gravidez e as mamas para a lactação. 
Com a involução, há parada súbita de secreção 
de estrogênio, progesterona e inibina pelo corpo 
lúteo, removendo a inibição por feedback da 
hipófise anterior, permitindo que ela comece a 
secretar novamente quantidades cada vez 
maiores de FSH e LH, inciando um novo ciclo. 
A menstruação é resultante da diminuição de 
estrogênio e progesterona, especialmente da 
progesterona, no final do ciclo ovariano mensal. 
 
CICLO OVARIANO 
FASE “FOLICULAR” 
É a primeira fase do ciclo menstrual, e ocorre do 1° 
dia da menstruação até o dia do pico de LH (14° 
dia). 
Permite que apenas um único folículo se torne 
maduro, preparado para o processo de ovulação. 
Folículo primordial: são oócitos suspensos na 
primeira divisão meiótica, circundado por uma 
única camada de células da granulosa gerados 
durante a vida fetal. 
Obs: as células da granulosa oferecem nutrição 
ao óvulo e secretem um fator inibidor da 
maturação do oócito que mantém o óvulo parado 
em seu estado primordial. 
Durante a puberdade, o FSH e LH da hipófise 
anterior começam a ser secretados em 
quantidades significativas, os ovários, em conjunto 
com alguns dos folículos em seu interior, 
começam a crescer. 
Folículos primários: aumento moderado do 
próprio óvulo, com desenvolvimento de outras 
camadas das células da granulosa. 
Folículo Antral: Durante os primeiros dias de cada 
ciclo sexual mensal feminino, o pico FSH, causa o 
crescimento acelerado de 6 a 12 folículos 
primários por mês. 
Teca: são células derivadas do interstício ovariano 
que se agrupam em diversas camadas por fora 
das células da granulosa. São estimuladas pelo LH, 
e produzem androgênios (testosterona e 
androstenediona - hormônios sexuais masculinos) 
- Teca interna: capacidade de secretar mais 
hormônios sexuais esteroides (estrogênio e 
progesterona). 
-Teca externa: cápsula de tecido conjuntivo muito 
vascular, que passa a ser a cápsula do folículo em 
desenvolvimento. 
Células da granulomatosa: São estimuladas pelo 
FSH e esse FSH estimula a enzima aromatase, 
transformando os androgênios em hormônios 
femininos (estrona e estradiol). 
Depois dessa fase do crescimento, a massa de 
células da granulosa secreta o líquido folicular que 
contém concentração elevada de estrogênio, 
ocasiona o aparecimento de antro dentro da 
massa de células da granulosa. 
 
3 MÓDULO II: SAÚDE DA MULHER 
ANA LUÍZA A. PAIVA – T XXV 2022/1 
 
Folículo maduro: após uma semana de 
crescimento, mas antes de ocorrer a ovulação, 
um dos folículos começa a crescer mais do que os 
outros, e os outros 5 a 11 folículos em 
desenvolvimento involuem (processo 
denominado atresia); 
O folículo único atinge diâmetro de 1 a 1,5 
centímetro na época da ovulação, tornando-se 
maduro. 
FASE OVULATÓRIA 
A ovulação na mulher que tem ciclo sexual de 28 
dias se dá 14 dias depois do início da menstruação 
e é estimulada pelo pico de LH. 
Um pouco antes de ovular, a teca externa 
começa a liberar enzimas proteolíticas dos 
lisossomos, causando a dissolução da parede 
capsular do folículo com consequente 
enfraquecimento dilatação da parede. 
Posteriormente, a parede do folículo maduro se 
rompe, liberando o óvulo cercado por massa de 
milhares de pequenas células da granulosa, 
denominada coroa radiada. 
FASE LÚTEA 
Durante as primeiras horas depois da expulsão do 
óvulo do folículo, as células da granulosa e tecais 
internas remanescentes se transformam, 
aumentam de diâmetro e ficam cheias de 
lipídeos, dando um aspecto amarelado, 
formando o corpo lúteo. 
Suprimento vascular bem desenvolvido também 
cresce no corpo lúteo. 
As células da granulosa no corpo lúteo se 
desenvolvem e começam a formar grandes 
quantidades de hormônios sexuais femininos 
progesterona e estrogênio (com mais 
progesterona do que estrogênio durante a fase 
lútea). 
O corpo lúteo cresce normalmente até cerca de 
1,5 centímetro em diâmetro, atingindo esse 
estágio de desenvolvimento 7 a 8 dias após a 
ovulação. 
Posteriormente, ele começa a involuir e perde 
suas funções secretoras e sua característica 
lipídica amarelada, cerca de 12 dias depois da 
ovulação (26° dia do ciclo sexual feminino 
normal), passando a ser o corpus albicans, que, 
durante as semanas subsequentes, é substituído 
por tecido conjuntivo e absorvido ao longo de 
meses. 
 
 
CICLO ENDOMETRIAL MENSAL E MENSTRUAÇÃO 
O ciclo endometrial é constituído por meio dos 
seguintes estágios: 
(1) proliferação do endométrio uterino; 
Após a menstruação, permanece apenas uma 
pequena camada de estroma endometrial. 
Durantea primeira parte do ciclo ovariano 
mensal, as células do estroma e as células 
epiteliais proliferam rapidamente e a superfície 
endometrial é reepitelizada de 4 a 7 dias após o 
início da menstruação, sob a influência dos 
 
4 MÓDULO II: SAÚDE DA MULHER 
ANA LUÍZA A. PAIVA – T XXV 2022/1 
 
estrogênios, secretados em grande quantidade 
pelo ovário. 
Em seguida, antes de ocorrer a ovulação, a 
espessura do endométrio aumenta bastante, 
devido ao crescente número de células estromais 
e ao crescimento progressivo das glândulas 
endometriais e novos vasos sanguíneos no 
endométrio 
(2) desenvolvimento de alterações secretoras no 
endométrio 
Após a ovulação, a progesterona e o estrogênio 
são secretados em grande quantidade pelo 
corpo lúteo. Os estrogênios causam proliferação 
celular adicional do endométrio, enquanto a 
progesterona causa inchaço e desenvolvimento 
secretor acentuados do endométrio e os vasos 
sanguíneos ficam muito tortuosos. 
No pico da fase secretora, cerca de uma semana 
depois da ovulação, o endométrio tem espessura 
de 5 a 6 milímetros. 
A finalidade geral dessas mudanças endometriais 
é produzir endométrio altamente secretor que 
contenha grande quantidade de nutrientes 
armazenados, para prover condições apropriadas 
à implantação do óvulo fertilizado, durante a 
última metade do ciclo mensal. 
(3) descamação do endométrio (menstruação) 
A menstruação é causada pela redução de 
estrogênio e progesterona, especialmente da 
progesterona, no final do ciclo ovariano mensal. 
O primeiro efeito é a redução da estimulação das 
células endometriais por esses dois hormônios, 
seguida rapidamente pela involução do 
endométrio, reduzindo sua espessura. 
Em seguida, durante as 24 horas que precedem o 
surgimento da menstruação, os vasos sanguíneos 
tortuosos ficam vasoespásticos. 
 O vasoespasmo, a diminuição dos nutrientes ao 
endométrio e a perda de estimulação hormonal 
desencadeiam necrose no endométrio, 
especialmente dos vasos sanguíneos. 
A massa de tecido descamado e sangue na 
cavidade uterina mais os efeitos contráteis das 
prostaglandinas agem em conjunto, dando início 
a contrações que expelem os conteúdos uterinos. 
Obs: Normalmente, o líquido menstrual não 
coagula porque uma fibrinolisina é liberada em 
conjunto com o material endometrial necrótico. 
Se houver sangramento excessivo da superfície 
uterina, a quantidade de fibrinolisina pode não ser 
suficiente para evitar a coagulação. A presença 
de coágulos durante a menstruação, muitas 
vezes, representa evidência clínica de doença 
uterina. 
4 a 7 dias após o início da menstruação, a perda 
de sangue cessa, porque, nesse momento, o 
endométrio já se reepitalizou.

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