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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIHORIZONTES Curso de Bacharelado em Direito/ 6º período Disciplina: Prática Simulada Cível Alunos: Bárbara Cristina Barreto de Andrade e Gabriel Márcio de Jesus Oliveira EXMO JUÍZO DA JUSTIÇA FEDERAL DA VARA _ DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE BELO HORIZONTE- MG MARIA PAULA,nacionalidade, estado civil, estudante, inscrita no CPF XXX.XXX.XXX-XX, residente na Av. XXXXXXX, XXX-XXXXX, na cidade de XXXXXXX- UF, vem perante v.exa., por seu procurador impetrar MANDADO DE SEGURANÇA Em face do ato praticado pela Universidade Brasileira, pessoa jurídica de direito privado, com inscrição no CNPJ XXXX.XXXX/XXX, localizada na Av. XXXXXXXXX, XXXXX-XXXX, na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, pelos fatos e fundamentos jurídicos explicitados a seguir: I DOS FATOS Ocorre que a impetrante Maria Paula, estudante de Direito da Universidade Brasileira após concluir o seu curso com êxito, recebeu no dia 08 de dezembro de 2022 uma declaração de aprovação em todas as matérias inerentes ao curso. A impetrante então realizou o exame da Ordem dos Advogados do Brasil, para obter legalidade a fim de exercer a profissão de advogada. Aprovada no exame, dirigiu-se até a Universidade para solicitar a emissão de seu diploma, documento esse que se faz necessário para a inscrição nos quadros da Ordem. Ao chegar no estabelecimento, foi informada de que apenas 90% das suas mensalidades foram pagas, motivo pelo qual o impetrado se recusou a emitir o seu diploma sem que toda a dívida estivesse quitada. II DO DIREITO DA TEMPESTIVIDADE De acordo com o disposto pelo art. 23, da lei 12.016/09, o prazo para ajuizamento do mandado de segurança é de 120 dias. Tendo em vista que o impetrado entregou a declaração de aprovação nas matérias para a impetrante no dia 08 de dezembro de 2022, fora cientificado do ato impugnado no dia XX, momento esse em que a lesão ao direito líquido e certo da impetrante ocorreu. Como os 120 dias foram contados a partir da data da ciência do impetrante, a data para propositura finda-se no dia XX, deixando bem claro a tempestividade da ação. DA ABUSIVIDADE DO ATO O impetrado se nega a emitir o diploma de bacharel em Direito da impetrante sob o respaldo de que ela não pagou 100% das mensalidades e tem ciência que a inscrição da impetrante nos quadros da ordem depende da apresentação desse documento e mesmo assim se nega a emiti-lo, prejudicando-a financeiramente, pois sem a inscrição, não pode atuar como advogada. DO DIREITO LÍQUIDO E CERTO Vejamos o que dispõe a Constituição Federal de 1988 em seu art.5º, LXIX: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes [..] LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público”. Quando a CF/88 versa acerca de direito líquido e certo, falamos de um direito que em que o indivíduo já possui todos os direitos necessários para exercê-lo. A impetrante possui todos os requisitos para exercer a profissão de advogada, já concluiu o curso e já foi aprovada no exame da OAB, porém não consegue sua tão esperada inscrição por conta da má fé claramente demonstrada pelo impetrado. III DA LIMINAR Demonstrada a grave violação do direito líquido e certo da impetrante, é evidente que foram preenchidos os requisitos necessários para a medida liminar, e a relevância do pedido da parte autora Vejamos o disposto pelo art.7º, III da lei 12.016/09: “Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.” IV DA TUTELA DE URGÊNCIA Nota-se claramente a necessidade do deferimento da tutela de urgência. De acordo com o art. 300, CPC, a tutela de urgência será concedida quando existir elementos que demonstrem a plausibilidade do direito alegado (fumus boni iuris) e o risco de dano grave ou de difícil reparação (periculum in mora). A impetrante preenche ambos os requisitos, pois é plausível que a mesma venha a requerer o seu diploma, tendo em vista que concluiu com êxito o curso de bacharel em Direito, e a não entrega do mesmo têm causado problemas financeiros para a impetrante, pois não pode atuar em sua área, mesmo tendo passado no exame da Ordem. V PEDIDOS E REQUERIMENTOS Ante o exposto, requer o impetrante que vossa excelência: 1. Intime a autoridade coatora para atuar como fiscal da lei; 2. Que acate as provas documentais (pré constituídas) que demonstram o direito líquido e certo do impetrante que acompanham essa petição inicial; 3. Intime o réu para prestar informações no prazo estabelecido por lei; 4. Conceda a liminar pleiteada, assegurando à impetrante o direito de ser inscrita nos quadros da ordem até o final do julgamento do mérito deste mandado; 5. Seja concedida a tutela de urgência, tendo em vista que a impetrante preenche todos os requisitos para sua concessão; 6. Seja concedida a justiça gratuita, uma vez que o impetrante não tem condições de arcar com as custas judiciais, fazendo jus ao disposto nos artigos 98, § 1º e 99 do CPC. Atribui-se a causa o valor de XXXXXXX. Termos em que pede deferimento. Advogado OAB Belo Horizonte, 25 de março de 2022
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